domingo, 4 de novembro de 2012

A renovação permanente
Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor
Adital
"A Igreja reformada deve se reformar permanentemente”. Esta palavra de Lutero é recordada em todo o mundo nesses dias em que a Reforma Protestante completa mais um aniversário (31 de outubro) e prepara a celebração dos seus 500 anos (2017). Neste ano do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, podemos também comemorar os 50 anos da primeira reunião oficial de bispos católicos em que cristãos de outras Igrejas foram convidados como observadores e participantes. De fato, naqueles anos, o Concílio mudou o clima de distância entre as confissões diferentes e transformou irmãos separados em Igrejas irmãs. Isso teve consequências importantes não só para as próprias Igrejas, mas para todo o mundo. Os cristãos se uniram no apoio e participação em movimentos como a luta contra o apartheid na África do Sul e pela paz e justiça no mundo. Na América Latina, a teologia da libertação nasceu ecumênica e foi aprofundada no diálogo entre teólogos/as católicos e evangélicos/as. Em 1983, ao celebrar os 500 anos do nascimento do reformador Martinho Lutero, o papa João Paulo II afirmou que Lutero é um mestre da fé para todos os cristãos.
Se 31 de outubro foi a data simbólica da divisão das Igrejas do Ocidente, essa mesma data marcou um gesto importante de reconciliação e unidade. Neste dia, em 1999, a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial assinaram um acordo sobre a justificação pela fé, ponto maior da divisão no século XVI e que, hoje, não é mais motivo de divisão entre as Igrejas. Há menos de dois anos, o papa Bento XVI visitou na Alemanha o mosteiro onde Lutero viveu como monge agostiniano. Naquele lugar, junto com o presidente da Federação Luterana Mundial, o papa afirmou que Lutero era um modelo da pessoa crente que busca permanentemente a Deus, como nós todos somos chamados a fazer. Atualmente, em vários lugares do mundo, exegetas católicos e evangélicos trabalham e ensinam juntos as Sagradas Escrituras. Teólogos católicos são professores em universidades de teologia luterana e metodista. Ao mesmo tempo, professores evangélicos são mestres em universidades católicas.
O modelo de unidade que se deseja para as Igrejas não é o da uniformidade que, de todas, faria uma super-Igreja única e poderosa. Já no século III, Cipriano, bispo de Cartago, ensinava: "A unidade abole a divisão, mas respeita as diferenças”. O Conselho Mundial de Igrejas que reúne 349 Igrejas em uma fraternidade congregacional propõe como modelo de unidade "uma diversidade reconciliada”. No século XVI, ao pregar que a renovação da Igreja deve ser permanente, Lutero recordava que Jesus nos chama a uma contínua conversão de nossas vidas. A conversão pessoal e comunitária é o melhor caminho da unidade e é o único modo das Igrejas se renovarem e exercerem sua missão de diálogo com a humanidade. Jesus pediu ao Pai que seus discípulos sejam unidos, para que o mundo possa crer (Jo 17, 19- 21). Esse assunto interessa a toda a humanidade porque é verdade o que afirmou o teólogo suíço Hans Kung: "O mundo não terá paz, enquanto as religiões não aprenderem a dialogar e a conviver como irmãs e, por várias razões culturais e sociais, isso não ocorrerá se as Igrejas cristãs não derem logo o exemplo e não retomarem o caminho do diálogo e da unidade”. (Fonte: Adital)

Frei Betto: "Eu me descobri escritor graças à lição de casa"

Autor de 54 livros, ele conta que tudo começou com uma redação elogiada na classe pela professora.

Foto: Oscar Cabral
Foto: Frei Betto: tarefas do colégio são dever para o filho e precisam ser um prazer para os pais
Frei Betto: tarefas do colégio são dever para o filho e precisam ser um prazer para os pais
Um dos momentos mais marcantes da minha vida escolar - e da minha infância - tem a ver com a lição de casa. Eu tinha 8 anos de idade e minha professora, dona Dercy Passos, entrou na classe com um maço de redações que havíamos feito como tarefa doméstica. Começou a analisar em voz alta uma por uma, listar os erros e problemas... Os alunos atentos e eu pouco aflito que nunca chegava a minha. Fui o último a ouvir os comentários sobre minha composição, que recebeu elogios. ‘Todos deviam fazer como o Carlos Alberto, que não pede aos pais para escrever o trabalho no lugar dele’, disse ela. Foi quando me descobri escritor.
Volta e meia esse episódio me vem à mente, e olha que já estou no 54º livro, que acabo de entregar para a editora - um deles, chamado "Alfabetto", foi minha autobiografia escolar, do jardim de infância à universidade. Jamais me passava pela cabeça que os pais de alguém fizessem o dever no lugar do aluno. Depois desse episódio, então, é que me dediquei ainda mais às redações. Naquela época chamávamos de composições, razão pela qual comecei a me sentir meio como um músico, ou seja, um compositor quando me sento para escrever.
Era muito caprichoso no dever de casa. Nos meus tempos de estudante, a tarefa tinha de ser bastante apresentável, com bom aspecto, ainda que no meu caso o conteúdo às vezes fosse falho. É que, descobri apenas adulto, sou uma pessoa monotemática: se me interesso por uma disciplina, vou fundo nela. Dependia do ano, do meu interesse e da capacidade pedagógica do professor em me cativar.
A lição de casa serviu para eu descobrir também o meu lado pesquisador. Sem a disciplina que adquiri graças a ela, teria sido difícil escrever alguns livros que exigiram muito estudo, como "Minas de Ouro", que saiu em 2011 após treze anos de estudo sobre a história de Minas Gerais, meu estado natal.
O dever de casa facilita algo fundamental na nossa formação que é a síntese cognitiva, elencar as informações. Lembro que minha mãe sempre obrigava meu irmão e eu a lermos muito. A gente esparramava um monte de enciclopédias e dicionários na mesa da sala de jantar... Era um momento especial, que acho que todo mundo devia cultivar com os filhos. Não pode ser algo tolerado, com um olho no dever da criança e outro na televisão. Para o filho tem de ser um dever, para o pai ter de ser um prazer."(Fonte: Educar para Crescer)
Frei Betto, 68 anos, é escritor (e ex-religioso). Lançou 53 livros, editados no Brasil e no exterior desde 1976 - o próximo está previsto para o ano que vem.

Pequenas Atitudes para Escrever Melhor

Tags: protagonismojuvenil, leitura.

Uma grande preocupação dos estudantes de hoje é como escrever melhor. Mais do que formas e padrões a serem seguidos, é preciso tornar a escrita mais coerente com o que se quer abordar. Para isso, há algumas atitudes que podem contribuir para a construção de um texto que comunique melhor e seja agradável de ler.


 
Escrever é um trabalho que exige prática e leitura. Vamos ver algumas dicas para melhorar a forma de escrever:
 
- Use palavras conhecidas, adequadas e escreva com simplicidade. A simplicidade é importante para todos aqueles que estão buscando o desenvolvimento na escrita;

- Para que se tenha um bom domínio, preferir frases curtas;

- Organizar as frases e as ideias, pois é fundamental que o texto fique coerente;
 
- Cuidado e atenção para não mudar de assunto de repente e acabar se distanciando do tema sugerido;
 
- Procure não repetir as ideias, não use palavras demais ou outras coisas só para aumentar as linhas e preencher o espaço da folha;
 
- Fazer uma pequena prévia ajuda a selecionar melhor o que escrever. E a leitura é uma fonte extraordinária de argumentação;
 
- Ficar atento à coerência entre todas as partes do texto, pois ela é um dos fatores essenciais para se escrever bem;
 
- Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Voltar à ideia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

Tomar nota de que é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Faça isso com calma. E releia o que escreveu, pois, possibilita que as falhas apareçam, inclusive erros de ortografia, acentuação e concordância.
 
E, principalmente, não se apegue ao que está escrito. Refaça se for preciso, não tenha preguiça. Passe tudo a limpo quantas vezes forem necessárias. Pois, segundo os escritores, nesta hora saímos do estágio emocional para o estágio da razão. Assim, você se sentirá mais à vontade para corrigir quanto quiser, pois sabe que sempre poderá voltar atrás.
 
Então o que você está esperando? Mãos à obra!
 
Vamos escrever?!
 
Maria Delfina é Professora da Rede Municipal
e responsável pelo Blog Família do Portal Rioeduca.

Santos, modelos eficazes para a nova evangelização


A festa de Todos os Santos e o Sínodo dos Bispos

Anita Bourdin
ROMA, quarta-feira, 31 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Os santos são "modelos eficazes" para a Nova Evangelização. Esta afirmação vem do Sínodo dos Bispos,em sua Proposição23, que foi entregue ao papa Bento XVI: "A santidade é uma parte importante de toda a obra de evangelização, tanto para quem evangeliza quanto para o bem dos que são evangelizados". É uma mensagem em perfeita harmonia com a festa de Todos os Santos, que celebramos neste 1º de novembro.
Os padres sinodais dedicam toda a Proposição 23 à santidade dos novos evangelizadores. "O chamamento universal à santidade é constitutivo da Nova Evangelização, que vê nos santos um modelo eficaz da variedade de maneiras para a realização desta vocação", escrevem os padres sinodais.
"O que é comum nas várias histórias de santidade é o seguimento de Cristo, que se expressa em uma vida de fé ativa no amor, como proclamação privilegiada da Igreja", prosseguem os padres.
O sínodo vê em Maria o modelo de todos os santos: "Nós reconhecemos em Maria um modelo de santidade manifestada em atos de amor que vão até o dom supremo de si mesmo".
A Proposição 22 evoca a "conversão" e a "renovação na santidade", necessária para os novos evangelizadores. "O drama de todos os tempos e a intensidade da batalha entre o bem e o mal, entre a fé e o medo, devem ser apresentados como o fundamento essencial, um elemento constitutivo do apelo à conversão a Cristo". Esta luta continua nos âmbitos natural e sobrenatural. "Mas quão estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e como são poucos aqueles que o encontram!" (Mt 7,14).
Vários bispos falaram da necessidade de renovação na santidade da sua própria vida, se eles querem ser agentes verdadeiramente eficazes da nova evangelização.
Os padres sinodais insistiram ainda na "conversão pessoal e comunitária" e até na conversão "pastoral".
(Trad.ZENIT)

Doutrina ao alcance do mouse


Proposta de formação online na Doutrina Social da Igreja

ROMA, quarta-feira, 31 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Com base em anos de experiência na organização de cursos presenciais sobre a Doutrina Social da Igreja, realizados em parceria com o Instituto Pastoral Redemptor Hominis, da Pontifícia Universidade Lateranense, será lançado em 5 de novembro de 2012 um novo curso online.
O curso é aberto a empresários, acadêmicos, executivos e profissionais.
Para informações:
Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice
E-mail: centannus@foundation.va
Site: http://centesimusannus.elearning.e-topia.biz

"A eucaristia no código canônico


Análise do Prof. Dr. Edson Sampel, Doutor em Direito Canônico

SÃO PAULO, sexta-feira, 02 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - O sacramento da eucaristia é o centro de nossa religião e de nossa vida. Seria, pois, de supor que o código canônico contivesse normas jurídicas a respeito da administração e recepção deste santíssimo sacramento.
O cânon 842, parágrafo 2.º, preceitua que o batismo, a crisma e a eucaristia são indispensáveis para a plena iniciação cristã. Por outro lado, o cânon 528, parágrafo 2.º, determina ao pároco que tome as providências cabíveis, a fim de que o sacramento da eucaristia seja o “centro da comunidade paroquial”. Seguindo esta mesma lógica da constante presença da eucaristia, o cânon 1.065, parágrafo 2.º, recomenda que os noivos comunguem no momento da celebração do matrimônio.
A eucaristia dá força à caminhada do povo de Deus. É, com efeito, o alimento perene e indispensável. Este sacramento serve de parâmetro para a diocese. Assim, o cânon 369, ao definir a diocese, outorga especial relevância à eucaristia, pondo-a ao lado do evangelho: “A diocese é uma porção do povo de Deus confiada ao pastoreio do bispo com a cooperação do presbitério, de modo tal que, unindo-se ela a seu pastor e, pelo evangelho e pela eucaristia, reunida por ele no Espírito Santo, constitua uma Igreja particular, na qual está verdadeiramente presente e operante a Igreja de Cristo, uma, santa, católica e apostólica.”
O direito canônico dispõe sobre a eucaristia, com o intuito de salvaguardar este bem imensurável que Jesus nos legou. Além disso, a disciplina legal torna-se relevante ao fornecer balizas, delineando nossa relação com o sacramento.
Por fim, o cânon 920, parágrafo 1.º, estipula a obrigação de todo fiel de receber a eucaristia pelo menos uma vez ao ano. Não devemos frequentar este sacramento por imposição legal. Na verdade, a lei visa a garantir o mínimo de participação na eucaristia. De nossa parte, o ideal evangélico é que nos aproximemos constantemente deste sacramento, sob o influxo de um ardente amor a Deus a aos irmãos.
Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano. Professor do Instituto Teológico Pio XI (Unisal). Autor do livro “Questões de Direito Canônico” (Paulinas, 2010)."

Seminário da CNBB discute relação entre Estado e Sociedade


O evento reunirá no Centro Cultural de Brasília cerca de 120 participantes, representantes de instituições religiosas cristãs, entidades beneficentes e organizações sociais

BRASILIA, sexta-feira, 02 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza, em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional), a União Marista do Brasil (UMBRASIL) e o Centro de Assessoria e Apoio a Iniciativas Sociais (CAIS)/Misereo, o Seminário Nacional Relação Estado e Sociedade, nos dias 5 e 6 de novembro de 2012, em Brasília(DF). 
O evento reunirá no Centro Cultural de Brasília cerca de 120 participantes, representantes de instituições religiosas cristãs, entidades beneficentes e organizações sociais, com o objetivo de debater as relações do Estado com a sociedade civil, para a elaboração conjunta de sugestões que aprimorem as regulações em debate e ao fortalecimento da participação popular.
O Brasil é hoje a 7ª economia do mundo, porém é o 84º em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A perspectiva do debate proposto pelo Seminário é promover a melhoria do ambiente regulatório que propicie o desenvolvimento das instituições religiosas, entidades beneficentes e organizações da sociedade civil, parceiras do Poder Público na promoção dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável do País, de forma mais equitativa no campo social.
Temas como o acesso aos recursos públicos e o aprimoramento de incentivos fiscais para doações de pessoas físicas e jurídicas - que vêm sendo discutidos no âmbito da Plataforma para um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil (www.plataformaosc.org.br) - são alguns dos tópicos que devem vir à tona durante as discussões, com vistas a um melhor ambiente regulatório que beneficie a sociedade na construção do bem comum, ampliando o diálogo acerca de aspectos pendentes de regulação que impedem o avanço da colaboração das entidades sociais no enfrentamento da pobreza.
A metodologia do Seminário compreende mesas de debates em grupos temáticos com representantes da sociedade civil em diálogo com representantes do Governo para posterior discussão em plenária. Já confirmaram participação o Ministro Gilberto Carvalho, Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República do Brasil (SGPR), e Diogo Santana, também da SGPR.
O Seminário tem ainda o apoio da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC); Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB); Cáritas Brasileira; Fundação Esquel; Grupo Marista; Editora FTD e School Picture.
(Fonte: Caritas Brasil)