segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A fome: desafio ético e político

O número de famintos, segundo a FAO, saltou de 860 milhões para um bilhão e duzentos milhões
29/10/2012
Leonardo Boff

Por causa da retração econômica provocada pela atual crise financeira, o número de famintos, segundo a FAO, saltou de 860 milhões para um bilhão e duzentos milhões. Tal fato perverso impõe um desafio ético e político. Como atender as necessidades vitais destes milhões e milhões?
Historicamente este desafio sempre foi grande, pois a necessidade de satisfazer demandas por alimento nunca pôde ser plenamente atendida, seja por razões de clima, de fertilidade dos solos ou de desorganização social. À exceção da primeira fase do Paleolítico quando havia pouca população e superabundância de meios de vida, sempre houve fome na história. A distribuição dos alimentos foi quase sempre desigual.
O flagelo da fome não constitui, propriamente, um problema técnico. Existem técnicas de produção de extraordinária eficácia. A produção de alimentos é superior ao crescimento da população mundial. Mas eles estão pessimamente distribuídos. 20% da humanidade dispõe para seu desfrute 80% dos meios de vida. 80% da humanidade deve se contentar com apenas 20% deles. Aqui reside a injustiça.
O que ocasiona esta situação perversa é a falta de sensibilidade ética dos seres humanos para com seus coiguais. É como se tivéssemos esquecido totalmente nossas origens ancestrais, aquela da cooperação originária que nos permitiu sermos humanos.
Esse déficit em humanidade resulta de um tipo de sociedade que privilegia o indivíduo sobre a sociedade, valoriza mais a apropriação privada  do que a coparticipação solidária, mais a competição do que a cooperação, dá mais centralidade aos valores ligados ao masculino (no homem e na mulher) como a racionalidade, o poder, o uso da força do que os valores ligados ao feminino (também no homem e na mulher) como a sensibilidade aos processos da vida, o cuidado e a disposição à cooperação.
Como se depreende, a ética vigente é egoísta e excludente. Não se coloca a serviço da vida de todos e de seu necessário cuidado. Mas está a serviço dos interesses de indivíduos ou de grupos com exclusão de outros.
Uma desumanidade básica se encontra na raiz do flagelo da fome. Se não vigorar uma ética da solidariedade, do cuidado de uns para com os outros não haverá superação nenhuma.
Importa considerar que o desastre humano da fome é também de ordem política. A política tem a ver com a organização da sociedade, com o exercício do poder e com o bem comum. Já há séculos, no Ocidente, e hoje de forma globalizada, o poder político é refém do poder econômico, articulado na forma capitalista de produção. O ganho não é democratizado em benefício de todos, mas privatizado por aqueles que detém o ter, o poder e o saber; só secundariamente beneficia os demais. Portanto, o poder político não serve ao bem comum. Cria desigualdades que representam real injustiça social e hoje mundial. Em consequência disso, para milhões e milhões de pessoas, sobram apenas migalhas sem poder atender suas necessidades vitais. Ou simplesmente morrem em consequência das doenças da fome, em maior número, inocentes crianças.
Se não houver uma inversão de valores, se não se instaurar uma economia submetida à política e uma política orientada pela ética e uma ética inspirada numa solidariedade básica não haverá possibilidade de solução para a fome e subnutrição mundial. Gritos caninos de milhões de famintos sobem continuamente aos céus sem que respostas eficazes lhes venham de algum lugar e façam calar este clamor.
Por fim, cabe reconhecer que a fome resulta também do desconhecimento da função das mulheres na agricultura. Segundo a avaliação da FAO são elas que produzem grande parte do que é consumido no mundo: de 80% - 98% na África subsaariana, de 50%-80% na Ásia e 30% na Europa central e do leste. Não haverá seguridade alimentar sem as mulheres agricultoras, caso não lhes for conferido mais poder de decisão sobre os destinos da vida na Terra. Elas representam 60% da humanidade. Por sua natureza de mulheres são as mais ligadas à vida e à sua reprodução. É absolutamente inaceitável que, a pretexto de serem mulheres, se lhes neguem os títulos de propriedade de terras e o acesso aos créditos e a outros bens culturais. Seus direitos reprodutivos não são reconhecidos e se lhes impede o acesso aos conhecimentos técnicos concernentes à melhoria da produção alimentar.
Sem estas medidas continua válida a crítica de Gandhi: "a fome é um insulto; ela avilta, desumaniza e destrói o corpo e o espírito… senão a própria alma; é a forma de violência mais assassina que existe”.

Veja do autor o livro: Comer e beber juntos e viver em paz, Vozes 2006.

A renovação permanente

A conversão pessoal e comunitária é o melhor caminho da unidade e é o único modo das Igrejas se renovarem e exercerem sua missão de diálogo com a humanidade
29/10/2012

Marcelo Barros

“A Igreja reformada deve se reformar permanentemente”. Esta palavra de Lutero é recordada em todo o mundo nesses dias em que a reforma protestante completa mais um aniversário (31 de outubro) e prepara a celebração dos seus 500 anos (2017). Neste ano do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, podemos também comemorar os 50 anos da primeira reunião oficial de bispos católicos em que cristãos de outras Igrejas foram convidados como observadores e participantes. De fato, naqueles anos, o Concílio mudou o clima de distância entre as confissões diferentes e transformou irmãos separados em Igrejas irmãs. Isso teve consequências importantes não só para as próprias Igrejas, mas para todo o mundo. Os cristãos se uniram no apoio e participação em movimentos como a luta contra o apartheid na África do Sul e pela paz e justiça no mundo. Na América Latina, a teologia da libertação nasceu ecumênica e foi aprofundada no diálogo entre teólogos/as católicos e evangélicos/as. Em 1983, ao celebrar os 500 anos do nascimento do reformador Martinho Lutero, o papa João Paulo II afirmou que Lutero é um mestre da fé para todos os cristãos.
Se 31 de outubro foi a data simbólica da divisão das Igrejas do Ocidente, essa mesma data marcou um gesto importante de reconciliação e unidade. Neste dia, em 1999, a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial assinaram um acordo sobre a justificação pela fé, ponto maior da divisão no século XVI e que, hoje, não é mais motivo de divisão entre as Igrejas. Há menos de dois anos, o papa Bento XVI visitou na Alemanha o mosteiro onde Lutero viveu como monge agostiniano. Naquele lugar, junto com o presidente da Federação Luterana Mundial, o papa afirmou que Lutero era um modelo da pessoa crente que busca permanentemente a Deus, como nós todos somos chamados a fazer. Atualmente, em vários lugares do mundo, exegetas católicos e evangélicos trabalham e ensinam juntos as Sagradas Escrituras. Teólogos católicos são professores em universidades de teologia luterana e metodista. Ao mesmo tempo, professores evangélicos são mestres em universidades católicas.
O modelo de unidade que se deseja para as Igrejas não é o da uniformidade que, de todas, faria uma super-Igreja única e poderosa. Já no século III, Cipriano, bispo de Cartago, ensinava: “A unidade abole a divisão, mas respeita as diferenças”. O Conselho Mundial de Igrejas que reúne 349 Igrejas em uma fraternidade congregacional propõe como modelo de unidade “uma diversidade reconciliada”. No século XVI, ao pregar que a renovação da Igreja deve ser permanente, Lutero recordava que Jesus nos chama a uma contínua conversão de nossas vidas. A conversão pessoal e comunitária é o melhor caminho da unidade e é o único modo das Igrejas se renovarem e exercerem sua missão de diálogo com a humanidade. Jesus pediu ao Pai que seus discípulos sejam unidos, para que o mundo possa crer (Jo 17, 19- 21). Esse assunto interessa a toda a humanidade porque é verdade o que afirmou o teólogo suíço Hans Kung: “O mundo não terá paz, enquanto as religiões não aprenderem a dialogar e a conviver como irmãs e, por várias razões culturais e sociais, isso não ocorrerá se as Igrejas cristãs não derem logo o exemplo e não retomarem o caminho do diálogo e da unidade”.

Marcelo Barros é monge beneditino.
Fonte: Brasil de Fato

domingo, 28 de outubro de 2012

Teologia da Libertação, M. Weber e capitalismo como religião
Jung Mo Sung
Diretor da Faculdade de Humanidades e Direito da Univ. Metodista de S. Paulo.
Adital
Max Weber, um dos "clássicos” das ciências sociais modernas, famoso pela tese de desencantamento do mundo, escreveu um texto que merece ser retomado com seriedade hoje. Ele disse: "Tudo se passa, portanto, exatamente como se passava no mundo antigo, que se encontrava sob o encanto dos deuses e demônios, mas assume sentido diverso. Os gregos ofereciam sacrifícios a deus das cidades; nós continuamos a proceder de maneira semelhante, embora nosso comportamento haja rompido o encanto e se haja despojado do mito que ainda vive em nós. [...] O máximo que podemos compreender é o que o divinosignifica para determinada sociedade, ou o que esta ou aquela sociedade considera como divino. [...] A religião tornou-se, em nosso tempo, ‘rotina quotidiana’. Os deuses antigos abandonam suas tumbas e, sob a forma de poderes impessoais, porque desencantados, esforçam-se por ganhar poder sobre nossas vidas, reiniciando suas lutas eternas.” (Ciência e política: duas vocações).
Normalmente se pensa que a modernidade Ocidental expulsou a religião da esfera pública – secularização – e a reduziu ao campo do privado. Além disso, acredita-se que a compreensão religiosa do mundo e a fé foram substituídas pela cosmovisão fundada na ciência e pela racionalidade moderna que não admite, por ex, a crença nos milagres relatadas na Bíblia ou na religiosidade popular. Diante do mundo moderno compreendido dessa forma, uma boa parte das igrejas cristãs pensam que uma das tarefas fundamentais da teologia é resignificar os símbolos e ensinamentos cristãos de tal modo que sejam compatíveis com a cultura moderna. Ou então, se posicionar contra o mundo moderno e pós-moderno por serem ateus e secularizados e tentar recuperar o poder das instituições religiosas na sociedade.
Contudo, Weber –que é citado por muitos para justificar essa visão da modernidade– diz algo bem diferente. Para ele, não há grande diferença entre cidades gregas que ofereciam sacrifícios aos seus deuses e o nosso mundo. Os sacrifícios continuam sendo oferecidos, só que agora não mais a "deuses pessoais”, mas a deuses que se aparecem sob a forma de "forças impessoais”. Isso por dois motivos básicos: a) hoje não se acredita mais que a natureza, por ex., seja prenhe e movida por espíritos sobrenaturais – o que chamamos de "mundo encantado”–, por isso a concepção de deuses da sociedade mudou; b) o aumento da complexidade do sistema socioeconômico criou forças impessoais que regem a dinâmica da vida social.
A diferença de a quem os sacrifícios são oferecidos não apaga o mais fundamental: a continuidade dos sacrifícios. Hoje, os sacrifícios de vidas humanas e da própria "natureza” são exigidos e justificados em nome das "leis do mercado”, essas forças impessoais que assumiu a função do divino. Isso aparece claramente hoje nas declarações que justificam os ajustes econômicos que estão sacrificando os idosos (com corte nas pensões), os enfermos (corte na saúde) e nas crianças e jovens (corte na educação) nos países europeus em crise. Ajustes para salvar o sistema financeiro. Assim como foi na América Latina nas décadas de 1980 e 1990.
O que Weber "intuiu” no início do século XX nos mostra um lado muito "esquecido” ou ocultado da modernidade: o seu aspecto sacrificial, portanto, religioso. O mundo moderno, com o seu capitalismo, não é ateu ou secularizado (no sentido de a religião estar fora da esfera pública), mas é, no discernimento bíblico, idólatra. Isto é, é um sistema baseado em uma divindade – feita de forças impessoais – que exige sacrifício de vidas humanas. Um setor importante da Teologia da Libertação, na década de 1980, denunciou isso e fez desse tema um dos centrais da sua reflexão. (Dois livros de referência dessa crítica são "A luta dos deuses” e "Idolatria do mercado”).
Se não compreendermos bem o caráter idolátrico, portanto religioso (segundo Weber, religião na forma de "rotina cotidiana”) do capitalismo global não seremos capazes de ter clareza na missão do cristianismo no mundo de hoje. Para isso, continua atual o desafio para teólogos/as da libertação de dialogar com cientistas sociais que continuam refletindo a partir desta intuição de Weber, da teoria de fetiche em Marx e/ou da crítica de W. Benjamin ao "capitalismo como religião”.
[Autor, com J. Rieger e N. Miguez, de "Para além do espírito do império: novas perspectivas em religião e política”, Paulinas. Twitter: @jungmosung].

Diferença salarial p/ quem tem mestrado ou doutorado chega a 420% a mais do que quem tem apenas Ensino Médio.

A questão indígena no Brasil



Por Nando Poeta

A História oficial
Contada por dominantes.
Os índios são uns bandidos
Perigosos habitantes.
Que não gosta do trabalho
Da preguiça, praticantes.

Os brancos nas Caravelas
Armados até os dentes.
Desembarca impondo a força
Esmagando as sementes.
E que as terras e riquezas
Agora são seus presentes.

Em troca os Brancos lhe davam
Espelhos, vários tecidos.
Canivetes para o corte
Aos índios são prometidos.
Mas bala e arma de fogo
De um lado faz os feridos.

É preciso conhecer
O outro lado da história.
Em que europeus cruéis
Esmagou,matou memória.
Praticando genocídio
Essa foi à trajetória.

O índio teve seu sangue
Na América derramado.
Estupros, furtos, massacres
De um povo humilhado,
Atacados cruelmente
Um a um assassinado.

As terras foram invadidas
Por espanhóis, portugueses.
Também se sentiram donos
Muitos piratas franceses.
Adoçaram sua riqueza
Em seguida os holandeses.

A chamada descoberta
Foi uma pura invenção
Dos tais colonizadores
Que fizeram a invasão.
Afirmando para todos:
- Somos civilização.

Já chegaram à terra alheia
Desmatando a floresta.
Dizendo que o nativo
Era selvagem e não presta.
E que agora o europeu
Será dono do que resta.

Trouxeram nas caravelas
Suas balas, seus canhões.
Disposto a exterminar
Aquelas populações.
Os índios têm suas vidas
Roubadas pelos ladrões.

Todas as tribos indígenas
Em combate desigual.
Sofreram grandes ataques
Na sua terra natal.
Expulsos, e massacrados
Tiveram um ponto final.

Para garantir domínio
Trouxeram a religião
Que rezava pra ter força
Com a catequização.
Acobertaram os crimes
Dessa colonização.

Com arco, flecha e canoa
O índio é habilidoso.
Na dança e pintando o rosto
No combate, corajoso.
Com a fauna e a flora
Sempre muito harmonioso.

O índio em nosso país
Tem sido tão maltratado.
A sua vida, cultura
Se deixa sempre de lado.
O habitante indígena
Precisa ser respeitado.

Legitimo filho da terra
Resistiu ao invasor.
Do falso descobrimento
Feito pelo explorador.
Da riqueza do Brasil
Extraíram seu valor.

Plantaram em nossas mentes,
Que o índio é preguiçoso.
Foge, corre de serviço
Passando o tempo ocioso.
Que querem tudo nas mãos
Além de ser perigoso.

Ao contrário é defensor
Da mata, da natureza.
Amigos dos animais
Os tratam com sutileza.
Querer ter a liberdade
É a sua fortaleza.

A morada na aldeia
Tem tarefa dividida.
O que se planta e se colhe
Seja pesca outra comida.
Por toda gente que habita
Igualmente é repartida.

Cuidar de filhos, plantar
Das mulheres é sua parte.
O homem com caça e pesca
Se pintam com muita arte.
Guerrear com arco e flecha
È sempre seu baluarte.

A choupana é o abrigo
Na tribo é a morada.
Tem oca grande, pequena
E é coletivizada.
A comunidade indígena
Assim é organizada.

Para curar tem pajé
A reza faz ao tupã.
O Cacique é governante
É o chefe maior do clã.
Respeito à comunidade
Seja jovem ou anciã.

No seio da natureza
Em busca do alimento.
Caça tatu, paca e anta
Pra pescar tem um talento.
Com plantas e as raízes
Faz remédio, tratamento.

O ar, água e os bichos
É um bem muito sagrado.
A terra, toda floresta
É um diamante amado.
E o morador da mata
Deve ser valorizado.

Contribui enormemente
Na formação da cultura.
Com as plantas da floresta
Doença muito se cura.
Produz pra subsistência
Em simples agricultura.

A dança faz o festejo
Ao som de um maracá.
No barulho do instrumento
O toré chega por lá.
Na roda só alegria
No toque de um ganzá.

Aruaque e macro-jê
Língua tupi-guarani,
Caribe, pano, tucano
Nambiquara, cariri
Se fala ianomâmi
O monde e maxacali.

Cana-de-açúcar, algodão
Jerimum, pimenta e fava,
Banana, tabaco, milho
Sempre na mata encontrava.
Inhame, batata-doce
Dava na terra tão brava.

Para saquear a mata
Cortando foi à madeira.
No solo a mineradora
Rouba fazendo carreira.
Fazendeiro, industrial
Em nossa terra faz feira.

As tribos de índio sofrem
Da horrenda violência.
São vitima da exploração
Sofrendo a ingerência.
De tiranos estrangeiros
Que atua com virulência.

Nas terras que foram dele,
Hoje é toda tomada
Pelo grande latifúndio
Por ele é explorada.
Impondo a ferro e a força
Não sobra um pouco de nada.

O nativo usando a flecha
O rico de arma de fogo.
As tribos são dizimadas
Europeu vencendo o jogo.
Madeira cortada ao tronco
Pelo branco demagogo.

Muito foram os transtornos
Existentes na aldeia.
Diarréia, epidemia
Doença pegou na veia.
Deixando a fome bater
Na toca, na sua ceia.

Os comedores de terras
Grilam e planta o garimpo.
Expulsa o índio afirmando
Que agora o chão será limpo
Acumulando a riqueza
Na altura do Monte Olimpo.

O conflito pela posse
Tem sido muito acirrado.
A luta por território
Deve estar bem no tratado.
Cada pedaço de chão
Merece ser demarcado.

A demarcação da terra
Precisa ser garantida.
Proteger a fauna e flora
Para não ser destruída.
É trilhando esse caminho
Que se defende a vida.

Não tem tempo que apague,
A dor do seu sofrimento.
Quando o colonizador
Espalhou o seu tormento.
Escravizando, matando
Deixando ressentimento.

Pra o viver ser defendido
O costume, a liberdade.
As nossas tribos indígenas
Enfrentam brutalidade.
Onde sua resistência
Foi buscar dignidade.

Hoje as comunidades
Indígena em nosso país.
Vive em total abandono
Tomam balas de fuzis.
A demarcação é farsa
Viver ficar pelo um triz.

O Brasil eram dos índios
Com mais de cinco milhões.
Hoje foram reduzidos
Existem poucas nações.
Fruto de ataques brutais
Dos brancos com seus canhões.

E na atualidade
Sofrendo a violência.
Sem terra para plantar
Para a sobrevivência.
No vicio do alcoolismo
Vive com muita carência.

As políticas dos governos
Só reforça o sofrimento.
Desprestigiando o índio
Que morre no seu lamento.
Sem ter direito algum
Fica jogado em relento.

A dívida com os indígenas
Até hoje ela existe.
E a falta de interesse
É coisa que se persiste.
Vivendo em total desprezo
Lutando muito resiste.

Em nossa sociedade
Se deve ter consciência.
Que os Índios e seus costumes
Para nós é referência
De se viver no respeito
Sem cometer truculência.

Queremos fazer justiça
A um povo espoliado.
Que durante vários séculos
Por dominante esmagado.
Seu levante no presente
É para ser libertado.

E que todo governante
Compreenda a mensagem.
Que os direitos indígenas
Não tenha falsa roupagem.
Já se perdeu muito tempo
Ao longo dessa viagem.


Formação Cristã
Hoje, muitos jovens irão receber o sacramento da confirmação ou crisma. É um momento importante na vida de cada um daqueles jovens que são desafiados a se tornarem discípulos missionários de Jesus Cristo. Nesse momento de nossa história pastoral definimos nossas metas. É a partir do Documento de Aparecida que tomamos uma decisão e trilharemos o caminho que a Igreja preparou para todos. Espero que todos se sintam missionários na Igreja. Pois, numa paróquia setorizada, o sentimentalismo e o emocionalismo não pode ocupar o espaço do Evangelho. Esperamos que os jovens assumam o seu o lugar na Igreja, despertem para a missão.
Acreditamos na força do Evangelho e na capacidade da juventude. Que os jovens façam valer a força do Evangelho com os métodos da Igreja Católica. Somos a Igreja UNA. Uma única fé e uma comum participação aos mesmos sacramentos. (CARLOS)
2/10/2012 - 06h20

Em 4 anos, 15% das piores escolas no Ideb não se recuperaram

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Quase 400 escolas públicas que apareceram entre as piores do país em 2007 não conseguiram melhorar quatro anos depois. A maioria (283) até piorou no período.
Programas vão melhorar situação das escolas com dificuldades, diz MEC
Na pior escola de Salvador, professores faltam e alunos reclamam de tráfico
Análise: Índices ressaltam o desafio de descobrirmos por que ocorrem
A Folha analisou a situação atual das escolas que estavam entre os 10% piores no 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série) naquele ano. São 2.620 colégios.
Destes, 379 (15%) não conseguiram melhorar seu desempenho em 2011.
Os dados foram tabulados com base no Ideb, índice do Ministério da Educação. Ele avalia a qualidade das escolas básicas com base em provas de português e de matemática e na proporção de alunos aprovados.
Entre esses colégios com os piores desempenhos, 11% tiveram nota ainda menor quatro anos depois. Outros 4% só mantiveram o patamar. A maioria é da rede estadual.
Bahia e Alagoas são os Estados que mais possuem escolas que não melhoraram.

Editoria de arte/Folhapress
PROGRAMAS ESPECÍFICOS
"A situação deveria ser objeto de intensa preocupação", afirmou o pesquisador Romualdo Portela, da Faculdade de Educação da USP, para quem deveriam ser feitas ações específicas para colégios que não conseguem melhorar.
O Ministério da Educação tem dois programas para escolas com dificuldades. Um prevê ajuda técnica e financeira. Outro oferece recursos para que a jornada seja estendida e se torne até integral.
Um estudo do MEC aponta que os colégios que estavam entre os piores, mas que passaram a ter jornada integral, chegaram às médias nacionais em português e matemática.
Segundo o secretário da Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, a ampliação desse programa é uma das apostas para melhorar as escolas com mais dificuldades.
O número de colégios atendidos subiu de 15 mil no ano passado para 32 mil. No país há cerca de 125 mil escolas públicas de ensino fundamental.
"Se nenhum programa de ajuda do Estado está funcionando, essas escolas deveriam ser fechadas", afirmou o pesquisador Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor da USP.
Alunos e professores, diz, deveriam ser transferidos.
O Consed (conselho que reúne secretários estaduais) afirma que as redes possuem dificuldades em lidar com os anos finais do fundamental, porque a prioridade era melhorar os anos iniciais.
Diz, porém, que vai manter esforços para "não descuidar de nenhuma escola".
Por outro lado, 7% dos colégios que estavam entre os piores avançaram e conseguiram até alcançar a média nacional. Minas Gerais, Ceará e Pernambuco se destacaram.
Segundo o governo de Minas, uma das causas foi a adoção de avaliação que identifica cada aluno com dificuldade.(Fonte: Folha de São Paulo)