segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Balanço da primeira semana da 13ª Assembleia Geral Ordinária para o Sínodo dos Bispos

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sinodo20121okO secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, e o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, conversaram com os jornalistas da Rádio Vaticano e fizeram um balanço da primeira semana do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, que trata da Nova Evangelização para a Transmissão da Fé.
Acompanhe a íntegra do que foi dito pelos bispos:
Dom Leonardo Steiner
dom_leonardo“Acho importante dizer que nesta primeira semana, creio que cada um dos padres sinodais teve uma sensação de uma Igreja universal. De uma Igreja que está presente em diversas culturas. Uma Igreja que procura se encarnar concretamente nas diversas realidades, não só América Latina, Europa, Ásia. A grandeza do Sínodo até o momento está em que cada Padre Sinodal pode sentir uma Igreja Católica, na sua diversidade, na sua grandeza, na sua tentativa de encarnar, na sua tentativa de ser presença de muita esperança, e uma presença de Deus.
Outro elemento talvez importante dessa primeira semana seja o desejo de que a Igreja seja muito mais presente. Uma Igreja humilde, no sentido de não ser uma Igreja que se impõe, mas uma Igreja que anuncia. Uma Igreja humilde como foi humilde a Criança de Belém, o Homem de Nazaré, o Crucificado Ressuscitado. O episcopado latino-americano está trazendo muito presente o Documento de Aparecida. Creio que o Documento possa abrir algumas perspectivas para toda a Igreja Católica”.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
dom_odilo_pastor“Foi uma semana intensa, após a abertura, que foi muito bonita, com o intervalo no meio para a abertura do Ano da Fé e a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, os trabalhos foram intensos desde segunda-feira, 8 de outubro até a noite de sábado, 13 de outubro.
Com a participação de vários Padres Sinodais já deu para formar uma ideia do que se espera da Nova Evangelização, mas também dos vários conceitos que existem. Percebo que não há um conceito unitário sobre a Nova Evangelização. Seria necessário afinar um pouco, mas por outro lado, sente-se urgentemente a necessidade da Nova Evangelização como uma retomada da Evangelização, que em muitos lugares parou, por várias razões, talvez ainda numa mentalidade de cristandade que todo mundo é cristão, todo mundo é católico, e por isso mesmo, o processo de transmissão da fé acontece automaticamente, de geração em geração, a partir da família, da escola, da paróquia. Isto hoje se interrompeu de alguma forma, não inteiramente, mas, em grande parte se interrompeu pelas muitas transformações sociais e culturais havidas nestes últimos tempos, já pelas migrações, o povo das aldeias, das comunidades rurais que foram para as cidades. E isso muda muito a cabeça, as relações humanas e também as relações religiosas e eclesiais, mas por outro lado, as mudanças culturais que colocaram o homem no centro, mais do que o homem, o indivíduo, o sujeito no centro de tudo, de modo que já não está Deus no centro, não está a verdade no centro, não estão os valores absolutos no centro, mas sempre o sujeito, com suas escolhas, os seus gostos, as suas preferências, as suas vantagens. E isso tudo também foi transferido para o campo religioso, de maneira que vale tanto para a não religião, isto é, não querer ter religião, como para a religião ainda praticada, em boa parte, nas muitas formas alternativas de religião que aparecem em que não é Deus o centro, não é a verdade o centro, mas sim os gostos, algumas vantagens. Naturalmente, isto põe a Igreja Católica sob a pressão e a necessidade de rever os seus métodos, suas formas e é necessário retomar a Evangelização de forma renovada, não digo a partir dos conteúdos, porque os conteúdos da Evangelização são sempre o Evangelho, as verdades da fé, as verdades referentes aos valores morais e assim por diante, decorrentes justamente da fé. Porém, o modo de Evangelizar e o modo de se relacionar com o homem atual, com a cultura atual, isso sim muda muito. E é justamente isso que se está procurando no Sínodo, através dos muitos depoimentos, sugestões do que precisa ser destacado, do que deveria ter prioridade, de como fazer com novas iniciativas nas Igrejas locais. Acho que esta primeira semana já foi muito rica. Ela nos deu uma panorâmica de como na Igreja é sentida a necessidade de uma nova Evangelização e também as muitas formas e iniciativas de como essa nova evangelização pode se expressar”.
     Home > Justiça e paz > 15/10/2012 13:36:11





Monge beneditino brasileiro recebe prêmio na Itália


Cesena (RV) - Por ter-se distinguido em seu trabalho no plano da interculturalidade e do diálogo de gêneros, e inter-religioso, Dom Marcelo Barros acaba de vencer a primeira edição do Prêmio da Paz instituído pelos municípios da província de Cesena e Forli, no norte da Itália. O prêmio anual é simbólico: consta de um diploma e o ícone de um crucifixo antigo, símbolo da cidade de Longiano.

Marcelo Barros de Sousa tem 58 anos, é um monge beneditino, escritor e teólogo. Nascido em Camaragibe, Pernambuco, numa família de operários, aos 18 anos entrou no Mosteiro dos Beneditinos de Olinda. Em 1969 foi ordenado por Dom Hélder Câmara e, durante quase dez anos, de 1967 a 1976, trabalhou como secretário e assessor de Dom Hélder para assuntos ecumênicos.

Hoje é especializado em Bíblia, membro do grupo fundador do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI). Desenvolve pesquisa teológica sobre a relação do Cristianismo com as religiões negras e indígenas; assessora a Comissão Pastoral da Terra, organismo da CNBB para a presença da Igreja junto aos lavradores.

Em todo o continente latino-americano, é conhecido por ajudar as Igrejas a desenvolver uma reflexão teológica sobre sua missão de solidariedade e inserção junto aos lavradores e sem-terra, e tem sido convidado em diversos países para falar sobre ecologia e espiritualidade holística.

Colabora com revistas brasileiras e de outros países, na América Latina e na Europa. Semanalmente publica artigos sobre espiritualidade ecumênica e desafios da vida, e dentre seus 44 livros publicados, estão ‘Conversando com Mateus’, ‘O espírito vem pelas águas’, ‘A secreta magia do caminho’, ‘Teologia latino-americana pluralista da libertação’, ‘Teologia pluralista libertadora intercontinental’ e ‘Dom Helder Camara - profeta para os nossos dias’.

No Brasil, ele é membro da Comissão pela Diversidade Religiosa na Secretaria Especial da Presidência da República para os Direitos Humanos e, em abril passado, foi eleito secretário para a América Latina da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT).
Ao receber o prêmio, na sede da fundação, Dom Marcelo Barros afirmou que aceitou o prêmio não porque se sentisse merecedor, mas para merecê-lo.
(Fonte: Rádio Vaticano)
Santa Sé no Fórum sobre a Justiça: o papel da religião no bem-estar social


Ancara (RV) - Concluiu-se este final de semana, na Turquia, o Fórum Mundial de Istanbul sobre o tema da Justiça. A Santa Sé foi representada pelo Secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, padre Miguel Ángel Ayuso Guixot, acompanhado pelo Núncio na Turquia, Dom Antonio Lucibello.
A Rádio Vaticano entrevistou o Padre Miguel Ángel, que fez seu pronunciamento no Fórum:
Pe. Miguel Ángel:- “Eu recordei aos participantes que a justiça e a paz se conjugam com o bem-estar de cada um e de todos e por essa razão exigem ordem e verdade. Quando uma delas é ameaçada, ambas são prejudicadas; quando a justiça é ofendida, também a paz é colocada em perigo. A causa última de muitos dos problemas que influem sobre uma coexistência pacífica e sobre o desenvolvimento de todos hoje são a desigualdade e a injustiça, mas o papel da religião é promover a justiça, é promover uma igualdade que faça parte da ‘nova ordem global’.”
Qual é, portanto, o papel da religião?
Pe. Miguel Ángel:- “A religião tem realmente um papel a desempenhar para o bem-estar e a justa ordem da sociedade, mas é errado limitar a religião a um mero papel social. Infelizmente, o papel da religião na sociedade moderna é muitas vezes mal compreendido, não apreciado e até mesmo criticado, porque é considerada fonte de problemas e de conflitos na sociedade moderna. A religião não é um problema, mas contribui de maneira vital para o diálogo. A religião, portanto, tem um papel no debate político, não em fornecer soluções políticas concretas, mas em recordar à sociedade as normas morais na base da justiça e de uma sociedade justa.”
(Fonte: Rádio Vaticano)





Cardeal Terrazas anima fiéis a viverem Ano da Fé


Santa Cruz (RV) - Neste domingo, o Cardeal Julio Terrazas abriu em Santa Cruz, Bolívia, o Ano da Fé. Eis um síntese de sua alocução: A fé que não fala com clareza de Cristo, é somente uma crença; por isso o grande desafio é a busca profunda da fé e falar dela com valentia em meio a tantos males que ocorrem em nosso país. "A fé é um caminho, é sempre ir ao encontro dessa verdade que nos torna livres, é ir ao encontro do que está longe", assinalou.

Ele se referiu a males como a droga, da qual muitos na Bolívia são vítimas de pessoas que a vendem em estabelecimentos educativos, e pediu testemunhar a fé que se tem, para que ela seja uma esperança na nossa realidade que, cada vez mais, encontra menos razões para viver e crer; a fé não pode morrer diante de pequenas ou grandes objeções do nosso tempo.

"Que a fé que temos no coração se eleve e se torne um grito de esperança, dando razões não a partir de ideologias pré-fabricadas ou de interesses mesquinhos, mas a partir do mesmo sonho de Deus para que a felicidade de cada homem e cada povo, se faça semeando o bem e não as discórdias e o mal."

Ele observou que o grande desafio da fé é aceitar o projeto de Deus como Ele o apresenta e não como cada um quer imaginar: pede-se despojar-se de todo o material, espiritual, moral ou de coisas que afastam da vigência do Reino de Deus, são muitas as condições para entrar no céu, e os que estão sujeitos as suas riquezas e prazeres tem mais dificuldades.

Parafraseando o Evangelho, explicou que os ricos hoje são também aqueles que pensam que o poder é algo que deve ser imposto com força ou aquele que está totalmente desarticulado da vida de seu povo à procura de prazeres, rico é aquele que adora novos ídolos e prostra diante deles.

A mensagem do Cardeal Julio ao iniciar, em Santa Cruz, o Ano da Fé, convocada pelo Papa Bento XVI, no dia 11 de outubro, terminou animando todos a vivererem este especial "Ano da Fé", para frequentar Palavra de Deus e encontrar nela a inspiração para enfrentar tantos problemas que conturbaram a realidade boliviana, "essa é a Palavra que se deve esperar, não as que se adornam com música ou são gritos de pavor." (Rádio Vaticano)

Líbano: Catequistas e missionários "convidados especiais" no Ano da Fé

15/10/2012 | Agência Fides Os "convidados especiais no Ano da Fé", para irradiar o espírito missionários e o estímulo à solidariedade universal serão os mais de 700 sacerdotes, religiosas, formadores, animadores e catequistas que receberam um solene "mandato missionário" de Sua Beatitude Mar Bechara Boutros Rai, Patriarca maronita de Antioquia e de todo o Oriente, e Presidente da Assembleia dos Patriarcas e Bispos Católicos no Líbano. É o que informa à Agência Fides pe. Paul Karam, Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no Líbano, frisando que a solene celebração, realizada nos últimos dias em Bkerke, sede do Patriarcado maronita, "abriu o mês missionário e apresentou à comunidade a Carta Apostólica 'Porta Fidei', em que o Papa explica o conteúdo e o espírito do Ano da Fé". Na celebração, observa, foi explicada a profunda relação entre o Ano da Fé e a dimensão missionária a que são chamados todos os fiéis do Oriente Médio". Também o Núncio Apostólico n o Líbano, Arcebispo Caccia, presente na Eucaristia, quis ressaltar "o papel missionário dos catequistas, como reiterado na Exortação Apostólica Ecclesia in Medio Oriente", entregue pelo Papa em sua recente viagem ao Líbano. "A Igreja no Líbano - conclui o Diretor das POM - quer motivar seus animadores, catequistas, religiosos e missionários para que renovem o impulso da evangelização no Ano da Fé".
Fonte: www.fides.org


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Bispos portugueses intervieram sábado no Sìnodo


Pausa dominical, ontem, no Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização. Os trabalhos retomaram esta manhã, prosseguindo com as intervenções dos Padres sinodais. Entretanto, sábado de manhã intervieram os bispos do Porto e de Lamego, representantes portugueses no Sínodo.
D. Manuel Clemente, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou que o tema em debate desafia à “redescoberta e aprofundamento da novidade constante de Cristo, nas atuais circunstâncias da Igreja e do mundo”. “A dispersão e itinerância tornam difícil a convivência habitual, familiar e comunitária. A individualização da vida, potenciada pela tecnologia, leva ao subjetivismo e ao virtualismo que rarefazem a realidade social e eclesial”, declarou o prelado, citado pelo boletim oficial do Sínodo dos Bispos.
O bispo do Porto aludiu à realidade portuguesa, que disse ser caraterizada por “uma população muito móvel e frequentemente opaca na mentalidade”. D. Manuel Clemente destacou que essa opacidade “poda derivar da maior densidade das ‘realidades temporais’ quando absorvem a atenção imediata e as intenções a médio prazo”, dificultando a abertura ao “horizonte espiritual e religioso”. “Generaliza-se assim o secularismo pessoal e ambiental”, alertou.
Por sua vez D. António Couto, bispo de Lamego (foto), considerou que a Igreja “deverá ter a dinâmica das primeiras comunidades cristãs”, como um “átrio permanente da fraternidade aberta ao mundo”. “Deverá ser, por outro lado, uma Igreja anunciadora, completamente vinculada ao seu Senhor, não seduzida pelas novidades da última moda”, acrescentou, apelando a um “estilo de vida pobre, humilde, despojado, feliz, apaixonado, audaz, próximo e dedicado”.
“Deixo a pergunta: porque é que os santos lutaram tanto, e com tanta alegria, para serem pobres e humildes, mas nós esforçamo-nos tanto para ser ricos e importantes?”, concluiu o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização.
No final da nona reunião geral dos participantes, D. Manuel Clemente foi eleito como um dos membros da Comissão para a Informação deste Sínodo, presidida pelo arcebispo italiano D. Claudio Maria Celli, responsável máximo do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (Santa Sé).
A primeira semana da assembleia sinodal contou com mais de 130 intervenções dos mais de 260 bispos presentes e outros convidados, tendo ficado marcada pela diversidade de temas e preocupações apresentadas, da secularização e relativismo na sociedade à imagem que os media transmitem da Igreja, passando por questões ligadas à liturgia e sacramentos, formação do clero, organização territorial, imigração, família, arte e cultura, ecumenismo ou mesmo um pedido de consagração do mundo ao Espírito Santo.
(Cfr Agência Ecclesia)
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Beatificados em Praga 14 franciscanos mártires da fé


Foram beatificados neste sábado14 frades franciscanos na Catedral de São Vito em Praga na República Checa. A primeira beatificação do Ano da Fé foi para 14 religiosos que foram martirizados no sec. XVII por uma multidão enfurecida e animada pelo ódio contra Igreja Católica. Estavamos na boemia no ano de 1611 onde proliferavam várias seitas protestantes hostis aos católicos e, sobretudo à dinastia católica dos Habsburgo. O Padre Frederico Bachstein, mestre dos noviços do convento e todos os seus companheiros da Ordem dos Frades Menores, foram assassinados no interior do convento no dia 15 de Fevereiro de 1611.

Em representação do Papa, esteve a presidir à celebração o Cardeal Angelo Amato Prefeito da Congregação para a causa dos santos. Aos microfones da RV referiu que nos inícios do sec.XVII em várias zonas da Europa vivia-se um clima de ódio aos católicos e estes estavam muitas vezes em perigo de vida. "Ninguém podia acusar os frades do Convento de Nossa Senhora da Graça de serem nacionalistas ou conspiradores políticos porque a maioria eram estrangeiros e sem qualquer posição política assumida" - disse o Card. Amato que aproveitou para enquadrar a heroicidade dos beatos frades: "O seu testemunho de fé fica demonstrado no sua humilde vida na caridade de Cristo, pelo seu calvário, pelo seu perdão. A sua beatificação inspira sentimentos de paz, fraternidade e alegria.
(Fonte: Rádio Vaticano)