Começa
no domingo, 7 de outubro, devendo estender-se até dia 28, a 13ª
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá como tema “A
Nova Evangelização para a transmissão da Fé”. Trata-se de uma assembleia
“ordinária”, uma vez que ocorre dentro do tempo previsto de quatro a
cinco anos entre as assembleias ordinárias.
Sendo um organismo consultivo, bispos do mundo inteiro, escolhidos
pelas conferências episcopais e aprovados pelo papa Bento 16, oferecem
ao Supremo Pastor da Igreja uma ajuda mais eficaz. Após cada assembleia,
o Papa, a partir das sugestões, das reflexões, das propostas dos padres
sinodais, elabora uma carta pós-sinodal. A palavra “sínodo”, formada
pelas palavras gregas “syn”, que significa “juntos” e “hodos” que
significa “caminho”, mostra que o Papa e os bispos caminham realmente
juntos, na condução da Igreja.
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Os bispos brasileiros eleitos pela Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) e aprovados pelo Papa para participar da 13ª Assembleia
do Sínodo são: dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília; dom Geraldo
Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG); dom Odilo Pedro Scherer, cardeal
arcebispo de São Paulo; dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de
Brasília e secretário geral da CNBB. Dom Raymundo Damasceno Assis,
cardeal arcebispo de Aparecida, e dom Orani João Tempesta, arcebispo do
Rio de Janeiro, foram escolhidos como substitutos.
Soma-se a eles, dom Bendito Beni dos Santos, bispo de Lorena (SP),
escolhido pelo papa Bento 16. Dom Beni participou da 2ª Assembleia
Especial para a África.
“Um Sínodo de muitos frutos” prevê dom Odilo Scherer
Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que integra a
delegação brasileira na 13ª Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, em
recente entrevista ao Jornal de Opinião, da Arquidiocese de Belo
Horizonte, explicou que a crise da Fé e da prática religiosa, o
relativismo e o indiferentismo religioso, a superficialidade na adesão
de Fé e a necessidade de retomar a evangelização diante de situações e
desafios novos trazidos pelas mudanças culturais e religiosas atuais
justificam a escolha do tema pelo papa Bento 16: “A Nova Evangelização
para a transmissão da Fé”.
Como mostra o instrumento de trabalho, “Instrumentum Laboris”, a
Assembleia do Sínodo terá muito presente os 50 anos do Concílio Vaticano
2º e a partir de Jesus Cristo “Evangelho de Deus para o mundo” tratará
dos vários cenários que missão evangelizadora da Igreja, missão
permanente e sempre atual enfrenta hoje. Desse ponto de partida, segundo
dom Odilo, a assembleia do sínodo partirá para os temas centrais: a
transmissão e a revitalização da ação pastoral da Igreja. Uma consulta
ampla às conferências episcopais de todo o mundo, ao próprio Conselho do
Sínodo dos Bispos e a outros organismos de vida eclesial levou à
definição dessas questões.
A Igreja quer a Nova Evangelização no mundo todo, lá onde se deu a
“antiga evangelização”, como o Oriente Médio, o Norte da África e parte
da Europa, e também nos lugares de evangelização recente, disse dom
Odilo. Até porque, em nenhum lugar se pode dizer que a evangelização já
está concluída. E essa Nova Evangelização também dirige-se às
instituições da própria Igreja, às suas organizações pastorais, porque
todas precisam de um sopro novo de evangelização.
Particularmente no Brasil e na América Latina, dom Odilo entende que
a Nova Evangelização já está acontecendo, porque ela foi tema das
Conferência de Santo Domingo (1992), do Sínodo para a América (1998) e
da Conferência de Aparecida (2007).
Dom Odilo Pedro Scherer antevê muitos frutos dessa Assembleia do
Sínodo, embora alerte que eles não serão automáticos. Dependerão do
esforço unido à ação do Espírito Santo. Iniciativas missionárias,
congregações religiosas e associações voltadas para esse fim,
solidariedade missionária entre as comunidades da Igreja pelo mundo
afora... são alguns desses frutos. “A Igreja espera e precisa de um novo
e amplo despertar missionário” afirmou dom Odilo. E como tudo isso é
obra da fé, a Igreja precisa renovar-se na fé. Daí, ao Sínodo da Nova
Evangelização para a Transmissão da fé cristã, somar-se o Ano da Fé, a
ser aberto pelo Papa no dia 11 de outubro.