Mortalidade materna
Entre as sugestões aos candidatos que disputam a(s) prefeitura(s), as igrejas cristãs defendem a qualificação da saúde da gestante e do nascituro, evitando o aborto e a mortalidade infantil e maternal. A política pública nesta área pode contar com a experiência exitosa da Pastoral da Criança que celebra 25 anos de presença na Paraíba.
O recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fundo de População das
Nações Unidas e do Banco Mundial revela que, de 1990 a 2010, as mortes
maternas diminuíram de 120 para 56, por 100 mil nascimentos (51%)! A OMS
considera “morte materna” o óbito de uma mulher durante a gestação ou
até 42 dias após o parto. As causas variam, entre os fatores
relacionados e agravados pela gravidez, ou por medidas tomadas em
relação a ela. Não são consideradas, no caso, mortes provocadas por
fatores acidentais. Não é legítimo afirmar que todas as mortes sejam
causadas por práticas de aborto.
Entre as “Metas do Milênio” promulgadas pela ONU, a redução da
mortalidade materna deve atingir, até 2015, a meta de (ao menos) 35
mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos. O Brasil mostra
progressos nesta importante meta de saúde da mulher. De acordo com dados
recentes do Ministério da Saúde, de 1990 a 2010, a taxa caiu de 141
para 68 mortes de mulheres para 100 mil nascidos vivos. Essa taxa ainda
deve ser trabalhada pela erradicação da mortalidade maternal. Note-se
que, não obstante o relatório da OMS considerar positiva a posição do
Brasil, nós precisamos avançar na qualidade de vida da mulher para
cumprir a Meta do Milênio proposta pela ONU. Essa meta diz respeito à
proteção à vida da gestante e do nascituro, da mãe e da criança.
A Pastoral da Criança dá máxima importância ao aleitamento materno para a
vida saudável do bebê e da própria mãe, pois que, se nos quatro
primeiros meses faltar o leite materno para o bebê, todo o seu
desenvolvimento ficará comprometido. Será muito difícil articular o seu
sistema cerebral com suas atividades produtivas. Isto significa que, sem
uma quantidade suficiente do leite materno nos primeiros meses de vida,
a criança pouco aprenderá. Seu raciocínio será lento e suas atividades
estarão sujeitas a retardamentos. Pelo resto da vida adulta o seu
sistema imunológico ficará fragilizado. Essa limitação pode e deve ser
evitada para qualquer ser humano! A amamentação traz grande prazer para a
mãe e para o bebê. Neste momento, a mãe transmite o seu afeto gerador
de segurança para o bebê, transmitindo-lhe sentimento de pertença. O
calor humano desejado pela criança é o mesmo da mãe, doando-se toda ao
filho.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto é Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba.