Palavra de encerramento na festa de Sant’Ana e São
Joaquim 2012.
Querido Povo de Deus, devoto de Sant’Ana e São Joaquim,
Excelentíssimo e Reverendíssimo Arcebispo Metropolitano, D. Jaime
Vieira,
Reverendíssimos irmãos presbíteros e diáconos,
Reverendissimas e queridas religiosas,
Seminaristas,
Exma Sra. Prefeita Norma Ferreira,
Deputados,
Vereadores,
Demais Autoridades civis e militares,
Equipes de trabalho da festa, às quais agradeço e reconheço pelo bem
feito,
Temos tanto a agradecer. Agradecemos a Deus
por mais uma oportunidade que nos é concedida de poder encerrar mais uma festa
dos padroeiros. Sem dúvida, Tivemos um Novenário que nos proporcionou um
momento muito especial de encontro com Jesus Cristo, através de tudo que
celebramos e vivemos. Tivemos um tempo da graça de Deus na vida da nossa
Paróquia e, sem dúvida, na história do nosso Município. Não podemos dissociar o
que é São José de Mipibu de hoje, esquecendo o que foi, o que é e o que será a
Igreja Católica. Por isso, precisamos continuar a investir e confiar nos
cristãos e, conseqüentemente, nos seus cidadãos. Confio que os cristãos de São
José de Mipibu, como tantos outros do passado, precisam qualificar o que pode
ser este Município no desenrolar do tempo. Que elementos determinantes da dignidade
humana dos filhos desta terra são vistos? Que potencialidades nós temos, que
poderão fazer a diferença da história mipibuense no futuro? Quem, deveras, está
preocupado com isto? Tenho certeza que na festa dos nossos padroeiros,
refletimos sobre estas várias possibilidades. Tudo graças ao encontro das
famílias, dos jovens, das crianças, das pessoas de boa vontade que entendem o
valor da experiência da vida em comunidade. Isto mesmo! A Igreja forma as
pessoas para o verdadeiro sentido da beleza comunitária. Pois, ela tem seu
encanto porque se harmoniza pela diferença. Ela trás, pelos símbolos, mas antes
de tudo, pelo que ela é e por Quem ela é, as reais condições de fortalecimento
da vida em Sociedade. Partindo da Palavra, que é Deus, diz ao ser humano o que
ele mais precisa e anseia para sua felicidade. Por isso, a verdade, a justiça,
a paz, que só se solidificarão quando cada um tiver o que for necessário para o
seu bem estar, devem ser a anunciadas e vividas. Jesus afirmou que veio para
que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). Essa consciência de
que o que esperamos do futuro já devemos buscá-lo no tempo presente, não pode
ser esquecido pelas palavras e pelo testemunho cristãos. Jesus Cristo, na
perspectiva do tempo de Deus, que é eterno e, por isso, sempre atual, disse:
convertei-vos e crede no Evangelho, porque o Reino de Deus está próximo (Mc
1,15). A grande e mais excelsa missão da Igreja é traduzir no tempo o que Deus
quer para a Humanidade. Para São José de Mipibu o Plano de Salvação é o mesmo.
Precisamos nos converter a Ele e, a partir do encontro pessoal com Jesus
Cristo, tornarmo-nos Discípulos/Missionários. Eis a urgência da ação pastoral
da Igreja para os tempos atuais. Não podemos trair a Jesus Cristo! Não podemos
trair a Igreja! Não podemos trair o nosso Batismo! Não podemos trair a nossa
Filiação Divina! E isto serve para todos. Nós, ministros ordenados,
governantes, deputados, vereadores, representantes da justiça, lideranças
comunitárias, candidatos a cargos eletivos deste ano, famílias, jovens,
estudantes, universitários, profissionais liberais, agricultores, professores
e, muito especialmente, os mais pobres dos pobres, que enquanto sujeitos
tornam-se ao mesmo tempo objeto do que nós devemos dizer e fazer para o
desenvolvimento da Paróquia e do Município. Particularmente, sinto que, como
cristãos e cidadãos, devemos ser mais inquietos e abertos a novas realidades.
São José de Mipibu não será e não terá futuro se não for capaz de visualizar o
futuro. Estamos na Região Metropolitana do Estado, na Grande Natal. Com suas
perspectivas de crescimento estrutural e econômico, que devido a alguns
empreendimentos de proporção internacional, a saber: a construção do Aeroporto
Internacional de São Gonçalo e a realização da Copa do Mundo, sofrerá um rápido
desenvolvimento, que, para o qual, talvez não esteja preparado humanamente para
absolver tamanha exigência na área dos recursos humanos que são necessários.
Não só como Município, mas também como Igreja, precisamos visualizar os desafios
concomitantes a estes fenômenos. Além de um projeto de Evangelização ousado e
objetivo, teremos que aprimorar e aguçar nossa capacidade de interpretação da
realidade (hermenêutica). A V Conferência de Aparecida já deu uma luz para que
a Igreja possa adentrar na dinâmica necessária para a demanda desta Nova Evangelização.
O que temos que fazer, no momento, é termos determinação na aplicação do que já
nos foi proposto, lembrando-nos da importância do Estado de Missão Permanente,
a Formação Permanente e, por que não dizer, a Setorização Paroquial ampliada
das práticas missionárias que nos levarão ao mínimo (pequenas comunidades) e a
presença também nos meios de comunicação que nos colocarão diante de todos e
para todos. Temos o Espírito Santo de Deus, nossa Força, temos a Palavra, que é
de Deus e é Eterna, temos a “Eucarístia que, há 250 anos é fonte de
evangelização nestas terras do Mipibu”, temos um Povo querido, que tem desejo
de Cristo, que ama a Igreja e que, por isso, pode abrir o coração à missão e a
busca de melhores condições de vida e dignidade humana. Desta forma, também
faz-se necessário que os representantes públicos, do presente e do futuro,
possam apostar nas condições e possibilidades do nosso povo, “tendo um projeto,
não só político, mas mais ainda de gestão” que contemple realmente as
necessidades mais urgentes das nossas comunidades, como a educação, saúde,
segurança, saneamento básico, lazer de qualidade, que valorize a cultura e a
vida dos nossos jovens e crianças, dentre outras peculiaridades. Para que estes
bens e valores possam fazer parte da vida dos mipibuenses mais rapidamente, o
apoio simbólico da Igreja pode ser determinante. O povo mipibuense ama a Igreja
e confia na Igreja, pois tem consciência que ela sempre esteve ao lado da comunidade
e com a comunidade. Basta lermos nossa história. São 250 anos que se
entrecruzam a vida religiosa com a vida civil. Vejamos onde está e o que
representa a Igreja Matriz para o povo mipibuense (axis mundi). Nela está o
centro de Mipibu. Pois é a síntese arquitetônica da beleza inconsciente da
comunidade. Ela tem Cristo eucarístico sempre presente no sacrário. Nela a Eucarístia
é diariamente celebrada pela santificação de todos, que amam a Cristo e a
Igreja.
Querido Povo de Deus, vamos continuar, vamos
evangelizar! A especial realização da festa dos nossos padroeiros, mais uma
vez, nos diz que podemos e, mais ainda, que devemos. Não podemos pecar por
omissão e falta de fé. Quem somos nós sem Deus? O que pode ser da vida humana sem
a presença Daquele que é o princípio e o fim de tudo? O mundo moderno e os
pobres de espírito da atualidade querem o ofuscamento de Deus da vida dos
homens; porque se Deus é escondido, tudo pode ser permitido, como a injustiça,
a miséria, a fome, a corrupção e a morte de inocentes, o desrespeito aos
miseráveis e etc. Deus é amor e só quem se entregou ao maligno ofende e sabota
o que é de Deus. Quem O ama terá a vida plena e a promoverá aos outros.
Por fim, querido Pastor, D. Jaime Vieira
Rocha, nosso Arcebispo Metropolitano, o senhor acabou de receber o PÁLIO, que é
a insígnia própria dos metropolitas, ou seja, daqueles que devem ser referência
da Unidade e da Comunhão numa determinada província eclesiástica e na relação
com a pessoa do Santo Padre. Querido Pastor, os santos Padres sempre afirmaram
que onde está o Bispo,aí, está a Igreja. Nós acreditamos verdadeiramente nesta
sentença e queremos como Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim dizer que estamos
em comunhão com o Senhor e com a Igreja de Cristo. Estamos ao seu lado nas alegrias
e nas dificuldades. Formamos o nosso querido Povo para a comunhão e a verdade
de Cristo, que é a mesma da Igreja. O Senhor nos alegra com sua presença e nos
confirma na Fé. Este ano, com o Ano da Fé, celebraremos o IV Congresso
Eucarístico Paroquial, e sua presença, aqui e agora, já é um presságio do que queremos
testemunhar neste aniversário dos 250 anos da nossa Paróquia, os 50 anos do
Conc. Vat II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. Precisamos
fortalecer a Fé dos que nos foram confiados. Sua presença já é para nós
catequese e testemunho da presença de quem é um BOM PASTOR. Deus seja louvado!
Obrigado, D. Jaime! Obrigado, querido Povo de Deus e Viva Sant’Ana e São
Joaquim!
São José de Mipibú, 26 de julho de 2012
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú e Vigário
Episcopal Sul da Arquidiocese.