Por Jaime C. Patias
10 / Out / 2013 22:20
Teve
início, nesta terça-feira, dia 9 de outubro, na casa Provincial dos
missionários da Consolata em São Paulo, um Encontro Continental sobre a
Missão ad gentes no contexto urbano. A iniciativa reúne 22
missionários da Consolata que atuam na evangelização em cidades da
Argentina, Venezuela e do Brasil, inclusive na região da Amazônia. Um
grupo de seminaristas da teologia também participa de alguns momentos.
Organizado
à luz das decisões do último Capítulo Geral do Instituto Missões
Consolata (2011), o encontro tem como objetivo refletir sobre a
realidade urbana e fazer opções missionárias para qualificar a missão Ad Gentes
no contexto de urbanização à luz do carisma da congregação. A reflexão
visa também, reunir propostas para a elaboração do Projeto Missionário
em âmbito Continental.
Os
trabalhos, no primeiro dia, se concentraram na realidade urbana,
momento em que os participantes destacaram os principais desafios e
oportunidades na missão que realizam nas várias cidades. A análise foi
aprofundada no segundo dia, pelo padre Paulo Suess, missiólogo e
assessor do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
“Hoje os
desafios na cidade são mais complexos dos que tínhamos no passado em
ambientes rurais. O importante é não perder o foco evidenciado pela
Conferência de Aparecida que é a missionariedade”, disse o assessor. “A
missão ad gentes se dá nas cidades, nos campos e nas periferias – nas
fronteiras geográficas, psicológicas e existenciais, conforme nos
recordou o papa Francisco”, acrescentou Paulo Suess. “Não há mais
limites ou privacidade entre nós. O critério para a ordenação sacerdotal
deveria ser a capacidade de entrar na vida do povo. Por isso, a missão ad gentes passa pela inculturação, onde Deus está presente”, argumentou.
“Manter o
foco, definir prioridades, fazer a conversão pastoral e não acelerar”,
são segundo Paulo Suess, princípios importantes na missão. Para ele, com
o novo papa vivemos um tempo que clama por mudanças, mas o papa não vai
fazer isso, somos nós que devemos fazê-lo.
No
caminho da missão a gratuidade é fundamental. Essa virtude encontra-se
assim explicitada no Documento de Aparecida: “Os discípulos missionários
de Cristo promovem uma cultura do compartilhar em todos os níveis, em
contraposição à cultura dominante de acumulação egoísta, assumindo com
seriedade a virtude da pobreza como estilo de vida sóbrio para ir ao
encontro e ajudar as necessidades dos irmãos que vivem na indigência”
(DA 540).
Ao falar
da conversão pastoral, Paulo Suess retomou ainda, algumas reflexões do
papa Francisco, em especial quando, no Rio de Janeiro, falou aos bispos
do CELAM sobre a Missão Continental. Na ocasião, o papa lembrou que esta
se projeta em duas dimensões: programática e paradigmática. “A missão
programática, consiste na realização de atos de índole missionária; a
missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a
atividade habitual das Igrejas particulares”. Para que isso aconteça é
necessária uma conversão, que significa “uma mudança de atitudes”.
“O que
derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos
cristãos é justamente a missionariedade”. Por isso, a importância do
tema para a elaboração de planos de evangelização em novos contextos
urbanos.
A
programação do Encontro se estende até o dia 16 de outubro e inclui
vistas à experiências de missão na cidade, como por exemplo, a Missão
Belém que trabalha no resgate de dependentes químicos na região da
Cracolândia e o Centro Social Nossa Senhora Aparecida onde as Irmãs
missionárias da Consolata desenvolvem projetos de promoção e inclusão na
Zona Norte da cidade de São Paulo. Neste sábado, na festa da Padroeira
do Brasil, os participantes juntam-se ao Projeto Tietê Esperança que
desde 2004, nesse dia, peregrina com a Imagem de Aparecida nas margem do
rio, para conscientizar a população sobre importância de despoluir as
águas.
FONTE: Pontifícias Obras Missionárias