sábado, 20 de abril de 2013

Reflexão do Evangelho

4º Domingo da Páscoa (21 de abril de 2013)



Introdução
      “Ninguém tira minhas ovelhas do meu rebanho. Elas me escutam, eu as conheço e elas me seguem”. Por que ele é o verdadeiro pastor, doa sua vida para que todos a tenham plenamente (Evangelho).
      A 2ª
  Leitura descreve o Cordeiro, que é Jesus, sendo visto no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes que brotarão água viva (cf. v. 17).
      A 1ª Leitura fala das cidades: Perge e panfília. PERGE: “Cidade em Anatólia, na Turquia, no Sudeste da Ásia Menor. Foi outrora capital da região da Panfília. Povoada pelos hititas por volta do ano 1500 a.C.” . PSÍDIA: “Foi uma cidade no que é hoje a parte Oeste da Turquia Central” (v.14).
      Não obstante a atitude tomada pelas mulheres ricas e piedosas de terem expulsado Paulo e Barnabé, há uma reação por parte dos ouvintes que, aliás parece favorável, pelo menos como curiosidade em escutá-los. Dessa forma, sente-se que a Palavra de Deus não encontra fronteiras, por isso alcança a todos que se deixam orientar por ela.
Evangelho (Jo 10,27-30): É bastante pertinente na Bíblia a cultura “pastoril”, isto é, “guardas de rebanho”. Inclusive, quem é que não sabe que Jacó, Moisés, Davi foram pastores?
      E é considerado bom pastor, porque leva para as pastagens, além de ter a devida atenção a tantas outras iniciativas, aquele que cuida com desvelo do seu rebanho.
      Teologicamente falando, Deus é chamado de “Pastor de Israel”, porque conduz o rebanho para as fontes de águas cristalinas (cf. Sl 23,1).
      No trecho do Evangelho de hoje (Jo 10,27-30), Jesus retoma esta imagem do Antigo Testamento, aplicando-a a si próprio, denominando-se “o verdadeiro pastor”. Eis porque o quarto domingo da Páscoa é considerado como sendo o “domingo do Bom Pastor”.
      Quando falamos de Jesus como bom pastor, podemos descrever com a seguinte análise: Por que Jesus é bom pastor?
- Porque vai em busca da “ovelha desgarrada” (Lc 15,4-8);
- Porque não tem medo de lutar, a ponto de dar a própria vida pelo rebanho que ele ama (Jo 10,11);
- Porque – ele é o Cordeiro que teve sua própria vida sacrificada, conforme é salientado na segunda leitura de hoje.
      E suas ovelhas, quem são elas? São todas e todos os que têm a coragem de segui-lo neste dom da vida em favor dos irmãos.
      Poderíamos ainda perguntar: Como é possível que alguém se torne membro do rebanho que segue a Jesus? O texto do Evangelho deste domingo nos revela que a iniciativa de segui-lo não é nossa: é ele quem nos chama: As minhas ovelhas escutam  a minha voz e eu as conheço e elas me seguem (v. 27).
      Atenção: Tenhamos o cuidado para não sermos enganados por muitos que se apresentam dizendo-se ser “pastores”, que prometem “salvar a pátria de hoje para manhã”, ou seja, garantindo “felicidade já” e convidam para segui-los.
      É fácil cair no engodo “dos charlatães”, “dos mercenários”, “dos comerciantes”,
“dos anestesistas das consciências”. Como conseguir identificar, entre tantas vozes, aquela do “verdadeiro pastor”? Estudando a Bíblia, fazendo a “leitura orante”; conhecendo as Igrejas e os seus pastores, para poder fazer a verdadeira síntese sobre eles. Quanto à nossa Igreja, olhe para o seu itinerário de vida, partindo desde a vida dos apóstolos e das Primeiras Comunidades Cristãs, procurando perceber a sua experiência autêntica de fidelidade a Jesus Cristo e à vida dom de Deus. “É preciso apurar os ouvidos” sempre, e não uma vez só por ano.
      Jesus não promete vida fácil, sucesso, não. Por isso não é fácil confiar nele. Exige o dom de si mesmo, a renúncia à busca irrefletida, tonta e desenfreada do próprio interesse; pede, inclusive, o sacrifício da própria vida em favor dos irmãos, os marginalizados, os “sobrantes” da vida. Se não buscarmos este caminho que conduz à “vida eterna” (vv. 28-29), certamente não chegaremos lá, porque não há atalhos.
      Como identificar a voz do verdadeiro pastor? Quais são eles? O Papa, os bispos, os padres, os verdadeiros catequistas e animadores de comunidades. Só esses? Não! E outros, de outras categorias? Não será também “bom pastor” quem ensina e vive o amor a Deus e aos irmãos: Por exemplo, os pais, os jovens, os mestres, as nossas benzedeiras, inclusive os que pertencem às Igrejas que “não professam o nosso credo”. 
      O trecho termina com as seguintes palavras: “Eu e o Pai somos um” (v. 30). É necessário que nos tornemos “um” com Cristo. É preciso haver unidade de projeto, de ações com ele. E mais ainda: é preciso que haja a verdadeira “comunhão e participação” entre o povo de Deus, leigos, padres, diáconos, religiosos, bispos, Papa. Seguindo juntos o Pastor por excelência, o Primeiro e Verdadeiro que é Jesus Cristo, estaremos formando “um” com o Eterno Pai. Assim, sim, seremos verdadeiros e honestos pastores, no querer de Deus e da comunidade. Amém!
2ª leitura (Ap 7,9.14-17)
      Nesse texto, João procura responder ao leitor que Deus, ao longo da história, manteve sua fidelidade, perseverando e salvando todos os que apostaram no seu projeto de vida. Assim foi ontem, é hoje e será sempre.
      Alguns detalhes são válidos serem lembrados, tais como: a) “multidão incalculável...”: É uma comunidade universal, isto é sem fronteiras; b) “vestes brancas” e “palmas na mão”: tudo enfim, significa sinal de vitória de Cristo Ressuscitado; “alvejaram suas roupas no sangue do cordeiro”: significa a resistência ativa diante das perseguições; é consequência do testemunho. Todas essas imagens, em seu conjunto, significam que a perseguição e os sofrimentos não têm a última palavra, não são a realidade última do ser humano. “Deus enxugará toda lágrima” (Ap 7,17). Assim sendo, diante do Pastor-Cordeiro há uma multidão vinda de todas as culturas.
1ª leitura (At 13,14.43-52)
      Lucas quer lembrar a preocupação que têm os discípulos e missionários e evangelizadores rompendo definitivamente a sinagoga e o consequente corajoso encontro com os pagãos.
      Eles partem em direção aos pagãos, levando como proposta a Palavra de Deus. Há uma grande perspectiva em torno da Palavra, por causa de sua força. Duas reações são suscitadas por causa do anúncio do Evangelho: a reação dos judeus e a dos pagãos. Determinados judeus, enciumados, perderam a possibilidade das promessas salvadoras, buscando injuriar os missionários, negando ainda a importância da Palavra. Enquanto que, a reação dos pagãos é absolutamente oposta à dos judeus. Acolhem com satisfação e bastante receptividade.
      Não obstante a terrível perseguição, os discípulos não se sentem desanimados, não desistem da missão, pelo contrário, a fortalece. “Estavam cheios de alegria e cheios do Espírito Santo” (cf.. 1 Ts 1,6).
Para refletir:
- Já pensamos que tipo de ovelhas somos nós e são também os outros? Cuidado para que a nossa concepção cristã e pastoral não massifique, a ponto de deixarmos as ovelhas mais carentes no anonimato da vida.
- Como temos vivido o nosso cuidado de pastor e pastora em nossas realidades, por exemplo: trabalho?, família?, comunidade? No dia-dia “com qualquer um”? (Fonte: Pascom, Nova Cruz)

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