sábado, 21 de abril de 2012


                                                 4. Limites da liberdade: as paixões
Pensamento de Sartre sobre a liberdade: Um dos aspectos mais originais desse pensador é a tese do poder infinito, ilimitado da liberdade.
Essa tese singular encontra apoio muito fraco entre os filósofos. São, no entanto, muito numerosos os que sustentam que a vontade humana não é nunca livre, mas sempre determinada. Essa tese também é refutada por ampla série de argumentos difíceis de serem contestados.
1º argumento:
A liberdade não se identifica com o ser do homem, mas constitui uma propriedade fundamental dele, junto a outras propriedades também fundamentais como o viver, o pensar, o trabalhar.
2º argumento:
O homem não é livre de ser corpóreo, sociável, sexuado etc. Não é livre de usar a linguagem a seu bel-prazer, do contrário a linguagem não alcança mais o seu objetivo, que é o da comunicação com os outros. Para alcançar este resultado, deve-se usar a linguagem conforme os significados que lhe foram impostos e seguindo as regras estabelecidas.
3º argumento:
O homem não é livre de propender em direção ao bem: seria o suicídio da vontade e do seu ser, porque, como o intelecto tende naturalmente para a verdade, a vontade tende naturalmente para o bem. A tendência da vontade para o bem é necessária, mas natural e não forçada. A liberdade exerce-se no interior do horizonte da tendência natural em direção ao bem.
4º argumento:
O homem não pode subtrair-se a certa dependência do mundo, da sociedade e da história. O peso do mundo, da sociedade e da história sobre os indivíduos é tão óbvio e tão grave que alguns filósofos e sociólogos estão hoje mais propensos a denunciar o estado de profunda escravidão em que se encontra a humanidade presente, em vez de exaltar a sua liberdade, como faz Sartre.
5º argumento:
A liberdade humana, enfim, é condicionada pelas paixões. Esse último condicionamento foi sempre tomado em consideração pelos filósofos. Encontramos tratados sobre as paixões em todos os períodos da história da filosofia, no grego e no medieval como nos modernos e contemporâneos.

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