quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Catequese de Bento XVI - A fé da Igreja - 31/10/2012

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal e Thaysi Santos - equipe CN Notícias)


CATEQUESE
Praça São Pedro
Quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

Continuamos no nosso caminho de meditação sobre a fé católica. Na semana passada mostrei como a fé é um dom, porque Deus que toma a iniciativa e vem ao nosso encontro; e assim a fé é uma resposta com a qual nós O acolhemos como fundamento estável da nossa vida. É um dom que transforma a existência, porque nos faz entrar na mesma visão de Jesus, o qual opera em nós e nos abre ao amor através de Deus e dos outros.

Hoje gostaria de dar um outro passo na nossa reflexão, partindo, uma vez mais, de algumas perguntas: a fé tem um caráter somente pessoal, individual? Interessa somente a minha pessoa? Vivo a minha fé sozinho? Certo, o ato de fé é um ato eminentemente pessoal, que vem do íntimo mais profundo e que sinaliza uma troca de direções, uma conversão pessoal: é a minha existência que recebe um ponto de viragem, uma orientação nova. Na Liturgia do Batismo, no momento das promessas, o celebrante pede para manifestar a fé católica e formula três perguntas: crês em Deus Pai onipotente? Crês em Jesus Cristo seu único Filho? Crês no Espírito Santo? Antigamente, estas perguntas eram voltadas pessoalmente àqueles quem iam receber o Batismo, antes que se imergisse por três vezes na água. E também hoje a resposta está no singular: Creio. Mas este meu crer não é resultado de uma reflexão minha, solitária, não é o produto de um pensamento meu, mas é fruto de uma relação, de um diálogo, no qual tem um escutar, um receber e um responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu “eu” fechado em mim mesmo para abrir-me ao amor de Deus Pai. É como um renascimento no qual me descubro unido não somente a Jesus, mas também a todos aqueles que caminharam e caminham na mesma via; e este novo nascimento, que inicia com o Batismo, continua por todo o percurso da existência. Não posso construir a minha fé pessoal em um diálogo privado com Jesus, porque a fé é doada a mim por Deus através de uma comunidade crente que é a Igreja e me insere assim na multidão dos crentes em uma comunhão que não é só social, mas enraizada no amor eterno de Deus, que em Si mesmo é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é Amor trinitário. A nossa fé é verdadeiramente pessoal, somente se é também comunitária: pode ser a minha fé somente se vive e se move no “nós” da Igreja, só se é a nossa fé, a fé comum da única Igreja.

Aos domingos, na Santa Missa, recitando o “Credo”, nós nos expressamos em primeira pessoa, mas confessamos comunitariamente a única fé da Igreja. Aquele “credo” pronunciado singularmente nos une àquele de um imenso coro no tempo e no espaço, no qual cada um contribui, por assim dizer, a uma polifonia harmoniosa na fé. O Catecismo da Igreja Católica resume claramente assim: “‘Crer’ é um ato eclesial. A fé da Igreja antecede, gera, apoia e nutre a nossa fé. A Igreja é Mãe de todos os crentes. ‘Ninguém pode dizer ter Deus como Pai se não tem a Igreja como Mãe’ [são Cipriano]” (n. 181). Também a fé nasce na Igreja, conduz a essa e vive nessa. É importante recordar isso.

No início da aventura cristã, quando o Espírito Santo desce com poder sobre os discípulos, no dia de Pentecoste – como narram os Atos dos Apóstolos (cfr 2, 1-13) – a Igreja nascente recebe a força para atuar na missão confiada pelo Senhor Ressuscitado: difundir em cada lugar da terra o Evangelho, a boa notícia do Reino de Deus, e conduzir, assim, cada homem ao encontro com Ele, à fé que salva. Os Apóstolos superam todo o medo ao proclamar isso que tinha ouvido, visto e experimentado na pessoa de Jesus. Pelo poder do Espírito Santo, começam a falar em línguas novas, anunciando abertamente o mistério do qual foram testemunhas. Nos Atos dos Apóstolos nos vem dito o grande discurso que Pedro pronuncia propriamente no dia de Pentecoste. Ele parte de uma passagem do profeta Joel (3, 1-5), referindo-se a Jesus, e proclamando o núcleo central da fé cristã: Ele que tinha beneficiado todos, que tinha sido creditado por Deus com milagres e grandes sinais, foi crucificado e morto, mas Deus o ressuscitou dos mortos, constituindo-lhe Senhor e Cristo. Com Ele entramos na salvação definitiva anunciada pelos profetas e quem invocar o seu nome será salvo (cfr At 2,17-24). Ouvindo estas palavras de Pedro, muitos se sentem pessoalmente desafiados, se arrependem de seus pecados e são batizados recebendo o dom do Espírito Santo (cfr At 2, 37-41). Assim começa o caminho da Igreja, comunidade que leva este anúncio no tempo e no espaço, comunidade que é o Povo de Deus fundado na nova aliança graças ao sangue de Cristo e cujos membros não pertencem a um determinado grupo social ou étnico, mas são homens e mulheres provenientes de cada nação e cultura. É um povo “católico”, que fala línguas novas, universalmente aberto a acolher todos, além de todos os limites, quebrando todas as barreiras. Diz São Paulo: “Aqui não há grego ou judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo em todos” (Col 3,11).

A Igreja, portanto, desde o início é o lugar da fé, o lugar da transmissão da fé, o lugar onde, pelo Batismo, se é imerso no Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo, que nos liberta da escravidão do pecado, nos doa a liberdade de filhos e nos introduz da comunhão com o Deus Trinitário. Ao mesmo tempo, estamos imersos na comunhão com os outros irmãos e irmãs de fé, com todo o Corpo de Cristo, retirados do nosso isolamento. O Concílio Ecumênico Vaticano II o recorda: “Deus quis salvar e santificar os homens não individualmente e sem qualquer ligação entre eles, mas quis constituir deles um povo, que o reconhecesse na verdade e fielmente O servisse” (Cost. dogm. Lumen gentium, 9). Ao lembrar a liturgia do Batismo, notamos que, na conclusão das promessas em que expressamos a renúncia ao mal e repetimos “creio” na verdade da fé, o celebrante declara: “Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja e nós nos glorificamos de professá-la em Cristo Jesus Nosso Senhor”. A fé é virtude teologal, doada por Deus, mas transmitida pela Igreja ao longo da história. O próprio São Paulo, escrevendo aos Coríntios, afirma ter comunicado a eles o Evangelho que por sua vez também ele tinha recebido (cfr 1 Cor 15,3).

Há uma cadeia ininterrupta de vida da Igreja, de anúncio da Palavra de Deus, de celebração dos sacramentos, que vem a nós e que chamamos de Tradição. Isso nos dá a garantia de que aquilo em que acreditamos é a mensagem original de Cristo, pregada pelos apóstolos. O núcleo do anúncio primordial é o evento da morte e ressurreição do Senhor, da qual brota toda a herança da fé. Diz o Concílio: "A pregação apostólica, que está expressa de modo especial nos livros inspirados, devia ser repassada com sucessão contínua até o fim dos tempos" (Constituição dogmática. Dei Verbum, 8). Deste modo, se a Bíblia contém a Palavra de Deus, a Tradição da Igreja a preserva e a transmite com fidelidade, para que os homens de cada época tenham acesso a seus vastos recursos e se enriqueçam com seus tesouros de graça. Assim, a Igreja, "em sua doutrina, em sua vida e em seu culto transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo em que acredita" (ibid.).

Finalmente, gostaria de salientar que é na comunidade eclesial que a fé pessoal cresce e amadurece. É interessante notar que no Novo Testamento, a palavra "santos" se refere a cristãos como um todo e, certamente, nem todo mundo tinha as qualidades para ser declarado santo pela Igreja. O que se queria indicar, então, por este termo? O fato de que aqueles que viviam a fé no Cristo ressuscitado eram chamados a se tornar um ponto de referência para todos os outros, colocando-os em contato com a Pessoa e a Mensagem de Jesus, que revela o rosto do Deus vivo. E isso vale também para nós: um cristão que se deixa guiar e plasmar pouco a pouco pela fé da Igreja, apesar de suas fraquezas, suas limitações e suas dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz do Deus vivo, que recebe essa luz e a transmite ao mundo. O Beato João Paulo II, na Encíclica Redemptoris missio, afirmava que "a missão renova a Igreja, revigora a fé e a identidade cristã, dá novo entusiasmo e novas motivações. A fé se fortalece se doando. "(n. 2).

A tendência, hoje generalizada, de relegar a fé ao âmbito privado, portanto, contradiz a sua própria natureza. Nós precisamos da Igreja para confirmar a nossa fé e experimentar os dons de Deus: a Sua Palavra, os sacramentos, o apoio da graça e o testemunho do amor. Assim, o nosso "eu" no "nós" da Igreja será capaz de se perceber, ao mesmo tempo, destinatário e protagonista de um evento que o supera: a experiência da comunhão com Deus, que estabelece a comunhão entre as pessoas. Em um mundo em que o individualismo parece regular as relações entre as pessoas, tornando-as sempre mais frágeis, a fé nos chama a ser povo de Deus, a ser Igreja, portadores do amor e da comunhão de Deus para todo gênero humano. (ver Constituição Pastoral. Gaudium et spes, 1). Obrigado por sua atenção.

Enem: a vez das mulheres

Com mais de 5,7 milhões de participantes, as provas do Enem serão realizadas em 1,6 mil municípios, nos dias 3 e 4 de novembro. Dos inscritos, 59% são mulheres.

Novos critérios terão de ser incluídos nas regras de seleção para universidades públicas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como a distribuição por raças (Lei de Cotas) e destinar progressivamente uma parte das vagas para estudantes que frequentaram todo o Ensino Médio em escolas públicas. O objetivo do governo é atingir o índice de 50% das vagas em quatro anos.
Segundo o Inep, a maioria dos participantes do Enem 2012 é composta por mulheres, que respondem por 59% das inscrições, com 3,4 milhões, enquanto os homens somam 2,3 milhões.
O estado de São Paulo tem o maior número de inscritos, com 932,4 mil, seguido de Minas Gerais (653.074), da Bahia (421.731) e do Rio de Janeiro (408.902).
O Enem também é exigido para os estudantes das instituições particulares que necessitam de bolsa de estudo ou financiamento, por meio do Prouni e do Fies. Sem ele, não é possível solicitar os benefícios junto ao governo federal.
Também é procurado pelas pessoas que não concluíram os estudos e buscam a certificação do Ensino Médio, e ainda, para os estudantes que querem participar do Programa Ciência sem Fronteiras, que possibilita fazer parte da graduação ou pós-graduação fora do Brasil.
Fonte: Agência Brasil

DESFAÇA AQUILO QUE É RUIM PARA A COMUNIDADE

O sorrriso, o aperto de mão e o afeto fazem parte da natureza humana mas não determinam o caráter da pessoa. Não diz que a pessoa é boa ou ruim. É sempre bem vindo um sorriso, um aperto de mão e um abraço. Mas excluir as pessoas sérias porque deixaram de dar um sorriso é pura ignorância. É importante desfazer os mitos e desconstruir as insídias do mal que são responsáveis pela destruição de pessoas de boa vontade. Os fortes sobreviverão. Cada pessoa com suas características próprias e em função do bem. Fazer o bem é uma vocação, é um dom de Deus. Nesse mundo, vale de lágrimas, nem todos assumem ou desejam essa vocação. O caminho mais fácil é tomado por muitos porque dá IBOPE. Portanto, ser forte é seguir o caminho da verdade e da justiça. É procurar fazer o bem a todos e evitar o mal.
O mal quando é idealizado, fruto de uma consciência doente, atinge somente as pessoas de bem. O mal é fruto de uma ideia corrompida pelo pecado. Viver do pecado significa buscar permanentemente a satisfação às custas de outros que se tornam alvos dessa consciência doentia. Estamos no tempo de fazer o bem para todas as pessoas. Só assim construiremos um mundo melhor para todos. (Carlos)

CONGRESSO EUCARÍSTICO

Vivenciamos um momento importante em nossa paróquia, o IV Congresso Eucarístico Paroquial. Saímos todos fortalecidos porque participamos, de forma coletiva, de um verdadeiro retiro eucarístico. Esse Congresso fez muito bem aos paroquianos. Agora, não podemos esquecer que somos chamados para cumprirmos nossa missão como discípulos e servidores da palavra de Deus. Nesse sentido, a paróquia montou sua estrutura através dos setores para incluir todos os leigos na missão. Você que participou do Congresso Paroquial está disposto a colaborar com a evangelização pelos setores missionários? Venha participar!

Quarta-feira, 31 de outubro de 2012, 14h30

Papa destaca que fé não deve ser vivida de forma individualista

André Luiz
Da Redação



"A fé é virtude teologal, doada por Deus, mas transmitida pela Igreja ao longo da história", afirma Bento XVI
O Papa Bento XVI continuou nesta quarta-feira, 31, as reflexões sobre a fé católica propostas por ele para o Ano da Fé. Na catequese de hoje o Santo Padre exortou os fiéis a não se deterem numa fé individualista, mas enraizada na fé da Igreja.


Ao iniciar a reflexão, o Pontífice fez três questionamentos que nortearam toda a catequese. “A fé tem um caráter somente pessoal, individual? Interessa somente a minha pessoa? Vivo a minha fé sozinho?”
Segundo o Papa, a fé professada não é resultado de uma reflexão pessoal e solitária, nem produto de um pensamento excêntrico. Ao contrário, “é fruto de uma relação, de um diálogo, no qual tem um escutar, um receber e um responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu “eu” fechado em mim mesmo para abrir-me ao amor de Deus Pai.”
Bento XVI disse que o cristão não está impedido de viver uma intimidade com a Pessoa de Cristo. Deve sim buscar no silêncio do seu coração o encontro com o Mestre. Porém, lembra o Papa, “nossa fé é verdadeiramente pessoal, somente se é também comunitária: pode ser a minha fé somente se vive e se move no “nós” da Igreja, só se é a nossa fé, se é a fé comum da única Igreja.”
“Não posso construir a minha fé pessoal em um diálogo privado com Jesus, porque a fé é doada a mim por Deus através de uma comunidade crente que é a Igreja e me insere assim na multidão dos crentes em uma comunhão que não é só social, mas enraizada no amor eterno de Deus,” reforça o Papa.
Por fim , o Santo Padre, recordou que todo cristão deve reconhecer a necessidade de ter na Igreja a confirmação da fé. Num mundo onde o individualismo orienta as relações pessoais, o Papa lembra que a fé é um convite para todos serem “povo de Deus”, serem Igreja.
“Um cristão que se deixa guiar e plasmar pouco a pouco pela fé da Igreja, apesar de suas fraquezas, suas limitações e suas dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz do Deus vivo, que recebe essa luz e a transmite ao mundo.” (Fonte: Canção Nova)



8º Mutirão Brasileiro de Comunicação é lançado em Natal

 
O auditório do Laboratório de Comunicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Natal, ficou lotado, na manhã desta quarta-feira, 31 de outubro, no lançamento do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação. O lançamento aconteceu exatamente um ano antes do Mutirão, que será sediado em Natal (RN), no campus da UFRN, de 27 de outubro a 01 de novembro de 2013.

Na abertura da solenidade de lançamento, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, destacou a importância da comunicação para a Igreja, fazendo referências ao Documento Inter Mirifica, do Concílio Vaticano II. Quanto aos Mutirões de Comunicação, Dom Jaime reconhece que estes têm “se desenvolvido e alcançado grande importância para a Igreja e para a comunicação, de um modo geral”.

A parceria entre as instituições promotoras do Mutirão -  Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Signis Brasil, Arquidiocese de Natal e Universidade Federal do Rio Grande do Norte - foi ressaltada nas palavras do bispo Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, referencial da Pastoral da Comunicação no Regional Nordeste 2 e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da CNBB. “É a primeira vez que o Mutirão Brasileiro acontece em uma universidade federal. Isso dá mais visibilidade ao evento e favorece envolver mais os estudantes e professores de comunicação social.  Parabéns à UFRN, por participar desta parceria”, ressaltou Dom Delson.  O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação entrou no calendário de atividades acadêmicas da UFRN, para 2013, como um projeto de extensão universitária.

A reitora da UFRN, professora Ângela Paiva, foi representada na solenidade pelo superintendente de comunicação da Universidade, professor José Zilmar Alves da Costa. “Desde os primeiros contatos da Igreja com a UFRN, a reitora sempre se mostrou aberta à parceria. Ele tem a compreensão de que é um bom momento para que um tema tão relevante – comunicação e participação cidadã – seja colocado em pauta por promotores que têm respaldo na sociedade, como a Igreja Católica e a Universidade Federal”, enfatizou o professor Zilmar.

Durante a manhã, o coordenador geral do 8º Muticom, Padre Edilson Nobre, fez uma apresentação do que será o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação, inclusive a programação dos seis do evento. Os presentes também conheceram a Canção do 8º Muticom, que foi escolhida em concurso, e tem letra do professor Francisco Morais, de Natal, e música do compositor potiguar, Ismael Dumangue.

A segunda parte da programação de lançamento foi dedicada a uma palestra sobre o tema do Muticom: “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, proferida pelo diretor executivo da Agência de Notícias Adital, de Fortaleza (CE), Padre Ermanno Alegri.  “Sentimos necessidade de uma comunicação com participação cidadã”, disse o padre.  Em relação aos meios e processos, ele afirmou que a Igreja precisa cuidar mais da profissionalização. “Devemos acreditar que se temos valores a comunicar, temos que investir e crescer e, para isso, profissionalizar as pessoas que trabalham nos meios de comunicação da Igreja”, sublinhou.

Toda a solenidade de lançamento foi transmitida, em tempo real, pela internet, através do site www.muticom.com.br  e pelas redes sociais.

Ainda nesta quinta-feira, das 14 às 15 horas, a Rádio Rural de Natal AM 1090 e outras emissoras de rádio levaram ao ar o “Especial Muticom”. Um programa radiofônico em preparação para o 8º Mutirão, com a participação da Irmã Élide Fogolari, assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da CNBB; Irmã Helena Corazza, presidente da Signis Brasil; professor Miguel Pereira, da PUC/RJ e um dos coordenadores do 7º Mutirão, realizado em 2011; dos coordenadores da oitava edição do Mutirão; e  do Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira. O programa ainda contou com a participação de pessoas de vários estados do Brasil, que já estão se mobilizando e articulando as comunidades para participarem do encontro, no próximo ano.

A programação, bem como o ‘Especial Muticom’,  a canção, sugestões de hospedagem e outras informações sobre o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação estão disponíveis no site www.muticom.com.br.
Fotos: José Bezerra
Da esq.: Dom Manoel Delson, Dom Jaime, Pe. Edilson Nobre e prof. José Zilmar
Participantes da solenidade, no auditório do Laboratório de Comunicação, da UFRN
Padre Ermanno Alegri, conferencista
(Fonte: Arquidiocese de Natal)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Somos todos Guarani Kaiowá

31/10/2012 | Egon Heck Uma intensa campanha brota e circula nas redes sociais e nas ruas. É o Brasil e o mundo se dando conta de um drama secular. Hoje a campanha ganhará importantes aliados e visibilidade, com as propostas de adesão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da Comissão da Amazônia, dentre outras. Ganhará também espaço e visibilidade com uma entrevista coletiva online no Conselho Nacional de Psicologia. E ganhará as ruas com uma caminhada na esplanada dos Ministérios.
Todos somos e seremos um pouco mais Guarani Kaiowá, cidadãos brasileiros e cidadãos do planeta Terra, na medida em que nossa comoção indignada frente à violência institucionalizada e mortes anunciadas, se transformar em ações que exigem respeito aos direitos humanos e da natureza. Que beleza se dessa campanha emergir um país um pouco mais justo, com o reconhecimento e demarcação das Terras Kaiowá Guarani e de todos os povos indígenas do Brasil.
Sessão histórica
O Planalto do poder não mais poderia continuar omisso vendo o furacão passar. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, colocou na pauta da 213ª ordinária, a situação Kaiowá Guarani, com a presença de uma delegação indígena deste povo. Também estiveram presentes os membros da Comissão Especial Kaiowá Guarani, criada no âmbito desta secretaria do governo. Dentre os indígenas estavam os líderes das comunidades em situação de violência e conflito: Lide Lopes, de Pyelito Kuê, Jenilton do tekohá Guayviry, filho do cacique Nisio Gomes, assassinado há quase um ano, Dionisio liderança de Arroio Korá, comunidade que está em retomada de parte de suas terras já homologadas, e sob intensa pressão e violência de pistoleiros.
Outras lideranças expressivas do movimento. Lindomar, liderança do povo Terena, relatou a grave situação do povo Kadiweu do Mato Grosso do Sul, contra os quais também pesa ação de despejo, embora seja uma terra indígena já demarcada, homologada e registrada. É uma insegurança jurídica absurda, pois se isso acontece com as terras regularizadas, imagine o que não poderá suceder às demais terras indígenas. Tudo isso tem sido estimulado pela portaria 303 da AGU. Nos próximos dias está previsto o julgamento, no STF, da petição que poderá por fim a essa situação. Ressaltou que a decisão da 3ª Região da Justiça Federal, tomou decisão favorável à permanência dos índios de Pyelito Kuê, mas de forma vergonhosa. "Como duzentos índios vão sobreviver em um hectare de terra?"
A chegada do Ministro da Justiça e da delegação Kaiowá Guarani foi aplaudida de pé. A imprensa estava ali postada com suas ferramentas, ávida por novidades.
A Ministra dos Direitos Humanos ressaltou a importância que os povos indígenas têm para o Brasil e em consequência também para o governo, razão pela qual essa secretaria não poderia deixar de promover essa reunião de cooperação e trabalho sobre a causa. O Ministro da Justiça se esmerou em anunciar as medidas concretas que estavam sendo tomadas pelo governo: empenho para a cassação da liminar, cujo resultado anunciou efusivamente logo depois, reforço do policiamento com a presença de maiores contingentes da Polícia Federal e Força Nacional na região e medidas para agilizar os processos de demarcação das terras indígenas na região do Mato Grosso do Sul. Afirmou que dentro de 30 dias estaria sendo publicado o relatório da terra indígena Pyelito Kuê. Disse ser vontade expressa da presidenta Dilma, que se cumpra a Constituição, e que ordenava que fossem tomadas todas as medidas cabíveis para que isso aconteça com relação às terras Kaiowá Guarani.
O Dr. Eugênio Aragão, que preside a Comissão Especial Kaiowá Guarani, lamentou que o governo só age quando acontecem catástrofes, quando se chega à beira do abismo. Lembrou que apesar de 91% das terras indígenas estarem já demarcadas, o que sobrou são as áreas mais difíceis "são carne de pescoço!" Nessas regiões, em especial, as populações indígenas continuam sendo vistas como estorvo e entrave para o progresso. Ensejou que seria o momento de avaliar os erros do governo no tocante à regularização das terras indígenas. Disse ser urgente a solução da questão fundiária, caso contrário se continuará alimentando o genocídio, o ódio, a raiva e o rancor contra esse povo indígena.
Marta Azevedo, presidente da Funai, de forma emocionada, e por vezes falando em Guarani, reafirmou seu compromisso com esse povo, dizendo que aceitou a presidência do órgão como forma de contribuir diretamente com a conquista dos direitos dos Kaiowá Guarani. Admitiu que são enormes as dificuldades para fazer avançar os processos de demarcação, mas que tem conseguido alguns compromissos, como o dos antropólogos dos seis Grupos de Trabalho, que prometeram concluir e entregar os relatórios até o final do ano.
Passos contra o genocídio
A delegação Kaiowá Guarani em Brasília teve uma intensa agenda de conversações, debates, e reuniões com órgãos de Direitos Humanos, Ministério Público e Supremo Tribunal Federal. Na avaliação das lideranças o caminho é este. Continuarão sua luta na volta a seus tekohá, e estarão em Brasília, nas mobilizações por esse país afora, para somar forças e sensibilizar a sociedade brasileira e mundial sobre o genocídio que está em curso, com inúmeras vidas ceifadas e uma violência institucionalizada.
Hoje irão participar de coletivas de imprensa, manifestações públicas, participação em eventos na Câmara dos Deputados. Amanhã haverá uma audiência pública, convocada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Por todo o país aumentam as mobilizações contra o genocídio Guarani Kaiowá e pelos direitos dos povos indígenas. Já estão agendados atos públicos em quase duas dezenas de cidades brasileiras, especialmente as capitais de Estados.
Numa reunião no Centro de Defesa dos Direitos Humanos, na Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Erica Kokai, ficou claro a importância de acentuar essa campanha de indignação e comoção nacional, a fim de chegar à coordenação de algumas ações concretas que levem ao reconhecimento dos direitos desse povo e se estanque as violências, injustiças e genocídio em curso.
Egon Heck
Povo Guarani Grande Povo
Cimi 40 anos, ultimo dia de outubro de 2012.
Fonte: Egon Heck / Revista Missões