sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Home > Igreja > 2012-10-12 11:59:55




"Alegria humilde": Editorial do Padre Federico Lombardi


“Alegria humilde”: foi esta expressão usada por Bento XVI quinta à noite, na praça de São Pedro, o título escolhido pelo Padre Federico Lombardi para o seu Editorial desta semana:

“O perfil do idoso pontífice sobressai na noite do dia 11 de Outubro, na moldura da janela mais amada do mundo, num momento alto e emocionante. Ele sabe bem que os olhos e os corações de todos esperam uma palavra que se aproxime a um dos discursos improvisados mais famosos de todos os tempos, o chamado “discurso da "Lua" do seu inesquecível predecessor João XXIII. O aspeto e o estilo são bem diferentes, mas a mensagem não é menos intensa e profunda.

Há 50 anos o jovem Ratzinger, coração sacerdotal puro e inteligência vivaz, estava também ele na praça e levantava os olhos para a janela, cheio de ardor e ideal. Agora o olhar de Bento parece dirigir-se para o alto, mais do que para a multidão, porque enquanto fala perscruta o mistério de Deus. Deus, primeira prioridade do pontificado, primeira referência daquele Concílio que ele nos convida a assumir, a fazer nosso, na sua mais profunda verdade e intenção.

Deus e a nossa história, Deus e a história da Igreja. "As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens, são também as dos discípulos de Cristo...": é assim que inicia o último documento conciliar. História a ler à luz das parábolas evangélicas, como a do joio (no meio do trigo) e a da rede (com peixes bons e maus). História de pecado insidioso e terrível, cristalizado nas suas “estruturas”, de pecado pessoal que fere e envenena a experiência de cada um de nós. Mas também história de graça que trabalha silenciosa e se manifesta em "pequenas chamas de bondade, caridade, verdade" como aquelas – incontáveis -aqui estão presentes, iluminando a Praça (de São Pedro) nesta noite sem luar. Por isso, alegria sóbria, alegria humilde; mas alegria verdadeira, consciente da presença e da obra do Espírito do Senhor que está connosco - apesar de tudo - e é forte e fiel.

Alegria humilde, pequenas chamas de bondade e verdade, que transformem e deem calor. Quem pensava que o Ano da Fé devia manifestar-se numa série de iniciativas triunfalistas não tinha percebido bem. Papa Bento está orientado numa direção completamente oposta. E voltando a olhar para os fiéis na Praça conclui, fazendo-se eco de João XXIII: "Ide para casa, dai um beijo às crianças e dizei-lhes que é do Papa". Um simples e leve beijo cheio do amor de Deus. Assim começa o Ano da Fé.
  Home > Audi�ncias e Angelus > 2012-10-12 11:25:17




Papa almoça com bispos, após audiência aos "Padres conciliares" e presidentes das Conferências Episcopais


Momento de confraternização, nesta sexta-feira, entre o Papa e os bispos que participam no Sínodo e os que vieram a Roma para participar nesta quinta-feira, 11 de outubro, na celebração do início do Ano da Fé, a 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II: terá lugar no Átrio da Aula Paulo VI, no Vaticano, um almoço congregando Bento XVI, o Primaz da Comunhão Anglicana e o Patriarca de Constantinopla, juntamente com os presidentes das Conferências Episcopais e uns 15 bispos que a seu tempo participaram nos trabalhos conciliares.
Antes ainda, ao fim da manhã, Bento XVI receberá, sucessivamente:
- Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca de Constantinopla, com o séquito;
- e, conjuntamente, os bispos que participaram no Concílio e os presidentes das Conferências Episcopais vindos a Roma nesta ocasião.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mensagem do dia
Quinta-Feira, 11 de outubro 2012
Você é chamado a ser profeta Você é chamado a ser profeta, porque profeta é aquele por meio de quem Deus fala. Ele [Deus] quer que vivamos anunciando a volta de Nosso Senhor Jesus Cristo. Escreva e recorde-se disso: “Antes de vir como Justo Juiz, Eu virei como Rei de Misericórdia” – é por isso que estamos no tempo da misericórdia. Não percamos mais tempo!

O Senhor quer que lutemos constantemente para adorá-Lo, para rezar e viver as virtudes cristãs, principalmente amando e servindo o próximo. Esse é o caminho que todo cristão deve percorrer, o caminho do bem. Assim, vamos nos preparando para segunda vinda gloriosa d'Ele.

Vamos apressar a vinda do Senhor com nossa santidade de vida?

Vem, Senhor Jesus!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Quarenta anos de “Jesus Cristo Libertador”.

07/10/2012
        
Entre os dias 7-10 de outubro está acontecendo em São Leopoldo junto ao Instituto Humanitas da Unisinos dos Jesuitas, a celebração dos 40 anos do surgimento da Teologia da Libertação. Lá estão os principais representantes da América Latina, especialmente, seu primeiro formulador, o peruano Gustavo Gutiérrez. Curiosamente no mesmo ano, 1971, sem que um soubesse do outro, tanto Gutiérrez (Peru), quanto Hugo Assman (Bolivia), Juan Luiz Segundo (Uruguai) e eu (Brasil) lançávamos nossos escritos, tidos como fundadores deste tipo de teologia. Não seria a irrupção Espírito que soprava em nosso Continente marcado por tantas opressões?
         Eu, para burlar os órgãos de controle e repressão dos militares, publicava todo mês no ano 1971 um artigo numa revista para religiosas Sponsa Christi (Esposa de Cristo) com o título: Jesus Cristo Libertador. Em março de 1972 reuni os artigos e arrisquei sua publicação em forma de livro. Tive que esconder-me por duas semanas, pois a polícia política me procurava.  As palavras “libertação” e “libertador”haviam sido banidas e não podiam ser usada publicamente. Custou muito ao advogado da Editora Vozes, que fora pracinha na Itália, para convencer os agentes da vigilância de que se tratava um livro de teologia, com muitos rodapés de literatura alemã e que não ameaçava o Estado de Segurança Nacional.
         Qual a singularidade do livro (hoje na 21.edição)? Ele apresentava, fundada numa exegese rigorosa dos evangelhos, uma figura do Jesus como libertador das várias opressões humanas. Com duas delas ele se confrontou diretamente: a religiosa sob a forma do farisaísmo da estrita observância das leis religiosas. A outra, política, a ocupação romana que implicava reconhecer o imperador como “deus” e  assistir a penetração da cultura helenística pagã em Israel.
À opressão religiosa Jesus contrapôs uma “lei” maior, a do amor incondicional a Deus e ao próximo. Este para ele é toda pessoa da qual eu me aproximo, especialmente os pobres e invisíveis, aqueles que socialmente não contam.
À política, ao invés de submeter-se ao Império dos Césares, ele anunciou o Reino de Deus, um delito de lesa-majestade. Este Reino comportava uma revolução absoluta do cosmos, da sociedade, de cada pessoa e uma redefinição do sentido da vida à luz do Deus, chamado de Abba, quer dizer,  paizinho bondoso e cheio de misericórdia fazendo que todos se sentissem seus filhos e filhas e irmãos e irmãs uns dos outros.
Jesus agia com a autoridade e a convicção de alguém enviado do Pai para libertar a criação ferida pelas injustiças. Mostrava um poder que aplacava tempestades, curava doentes, ressuscitava mortos e enchia de esperança todo o povo. Algo realmente revolucionário iria acontecer: a irrupção do Reino que é de Deus mas também dos humanos por seu engajamento.
Nas duas frente criou um conflito que o levou à cruz. Portanto, não morreu na cama cercado de discípulos.  Mas executado na cruz em consequência de sua mensagem e de sua prática. Tudo indicava que sua utopia fora frustrada. Mas eis que aconteceu um evento inaudito: a grama não cresceu sobre sua sepultura. Mulheres anunciaram aos apóstolos que Ele havia ressuscitado. A ressurreição não deve ser identificada com a reanimação de seu cadáver, como o de Lázaro. Mas como a irrupção do ser novo, não mais sujeito ao espaço-tempo e à entropia natural da vida. Por isso atravessava paredes, aparecia e desaparecia. Sua utopia do Reino, como transfiguração de todas as coisas, não podendo de realizar globalmente, se concretizou em sua pessoa mediante a ressurreição. É o Reino de Deus concretizado nele.
A ressurreição é o dado maior o cristianismo sem o qual ele não se sustenta. Sem esse evento bem-aventurado, Jesus seria como tantos profetas sacrificados pelos sistemas de opressão. A ressurreição significa a grande libertação e também uma insurreição contra este tipo de mundo. Quem ressuscita não é um Cesar ou um Sumo-Sacerdote, mas um crucificado. A ressurreição dá razão aos crucificados da história da justiça e do amor. Ela nos assegura que o algoz não triunfa sobre a vítima. Significa a realização as potencialidades escondidas em cada um de nós: a irrupção do homem novo.
Como entender essa pessoa? Os discípulos lhe atribuíram todos os títulos, Filho do Homem, Profeta, Messias e outros. Por fim concluíram: humano assim como Jesus só pode ser Deus mesmo. E começaram a chama-lo de Filho de Deus.
Anunciar um Jesus Cristo libertador no contexto de opressão que existia  ainda persiste no Brasil e na América Latina era e é perigoso. Não só para a sociedade dominante mas também para aquele tipo de Igreja que discrimina mulheres e leigos. Por isso seu sonho sempre será retomado por aqueles que se recusam aceitar o mundo assim como existe. Talvez seja este o sentido de um livro escrito há 40 anos.
Veja  o livro Jesus Cristo Libertador, Vozes, Petrópolis 2012.
Home > Igreja > 11/10/2012 16:42:30




Bispos exortam fiéis a redescobrir valor dos sacramentos



Cidade do Vaticano (RV) -“A participação nos sacramentos não é uma opção fácil”, afirmam os bispos dos Estados Unidos, em comunicado, fazendo referência especial à comemoração do início do Ano da Fé – convocado por Bento XVI para celebrar os 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II – no qual todos os fiéis são chamados a vivê-lo intensamente.

A prática sacramental constante é o sinal visível e concreto "para viver a fé como discípulos comprometidos", diz a nota - segundo informa o jornal vaticano L'Osservatore Romano - acompanhada por uma série de subsídios que ajudarão dioceses, bispos e padres a desenvolverem programas de educação sobre o tema.

A nota dos bispos estadunidenses segue a publicação, nos últimos dias, de um decálogo para o Ano da Fé. Será ainda apresentada uma série de "sugestões" espirituais para os fiéis desfrutarem plenamente deste ano especial, começando, em particular, com a participação assídua na Missa. Dentre as indicações incluem, além da participação nos sacramentos, a oração, atividades caritativas, leituras da Bíblia e de textos do Concílio Vaticano II.

Em nota preparada pelo setor de catequese e evangelização especial da Conferência Episcopal, os bispos norte-americanos afirmam "que, apesar das estatísticas, indicarem uma queda na participação, estamos conscientes de que a frequência nos sacramentos é essencial para sustentar a fé”. Nos sacramentos, acrescentam, "se continua a obra salvadora de Jesus e se forma o centro da celebração do mistério cristão".

Através do ministério da Igreja, "todos estão convidados a ouvir a Boa Nova, para seguir Cristo e para compartilhar os mistérios da salvação". Portanto, "o Ano da Fé é tempo para os católicos fortalecerem a sua fé através de um amor maior e de uma melhor compreensão do sacramento".

(MP)
Home > Sínodo > 11/10/2012 17:57:09




Primaz da Comunhão Anglicana no Sínodo: Vaticano II foi redescoberta da paixão evangélica


Cidade do Vaticano (RV) - Encontravam-se também presentes na missa solene de abertura do Ano da Fé, presidida na manhã desta quinta-feira por Bento XVI, os participantes do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano com o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Na tarde de quarta-feira teve lugar o pronunciamento do Arcebispo de Cantuária e Primaz da Comunhão Anglicana, Dr. Rowan Williams. Tratou-se de um dos pronunciamentos mais significativos do encontro.

Eram 18h locais quando Bento XVI entrou na Sala do Sínodo para ouvir o Primaz da Comunhão Anglicana. Tendo entrado de modo discreto, o Santo Padre colocou-se a ouvir o primaz anglicano, que fez um pronunciamento de amplo alcance.

O primeiro olhar do líder anglicano voltou-se para o Concílio, definindo-o "o sinal de uma grande promessa, o sinal de que a Igreja era suficientemente forte para fazer perguntas pertinentes sobre a adequação da própria cultura e das suas estruturas" para a complexidade do mundo moderno.

Na prática, disse o arcebispo anglicano, o Vaticano II foi uma redescoberta da paixão evangélica, concentrada na renovação e na credibilidade da Igreja no mundo.

Mas há um aspecto particularmente importante que o Concílio evidenciou, ressaltou o primaz anglicano: trata-se da antropologia cristã, ou seja, o compreender que proclamar o Evangelho significa dizer que é possível ser verdadeiramente humanos, criados à imagem da humanidade de Cristo. Nesse sentido, a fé católica e cristã representa "um verdadeiro humanismo".

Nessa ótica, ressaltou o arcebispo de Cantuária, a contemplação – isto é, o esquecer-se de si para olhar para Deus e para o próximo – representa a única resposta ao mundo" irreal e louco" criado pelos sistemas financeiros. E viver de modo contemplativo significa realizar um ato "profundamente revolucionário" porque significa aprender aquilo que nos serve para viver com fidelidade, honestidade e amor.

Portanto, justiça e amor caracterizam o rosto dos cristãos. E o primaz anglicano citou o exemplo das comunidades de Taizé, de Bose, das grandes redes espirituais como Santo Egidio, os Focolarinos de Chiara Lubich, Comunhão e Libertação: todas abertas a uma visão humana mais profunda, porque todas com o objetivo de tornar viva a realidade de Jesus.

Em seguida, o arcebispo de Cantuária abordou o tema do ecumenismo espiritual e reiterou que quanto mais os cristãos se distanciam uns dos outros, mais o rosto da nova humanidade se mostra menos convincente.

Nesse sentido, uma autêntica iniciativa de evangelização deverá ser sempre uma evangelização de si mesmo enquanto cristãos, uma redescoberta da fé que transfigura, um itinerário – não ambicioso, mas conduzido pelo Espírito – rumo à maturidade em Cristo, para tornar o Evangelho "atraente" aos homens do nosso tempo, na "alegria da comunhão".

Antes do pronunciamento do Arcebispo Williams, a Sala do Sínodo havia escutado outras numerosas reflexões, sobretudo, sobre o diálogo inter-religioso, que se inicia sempre – observam os Padres sinodais – com a afirmação das próprias convicções, sem sincretismo ou relativismo.

Portanto, diante de seguidores de outras religiões com uma forte identidade religiosa são necessários cristãos motivados e preparados do ponto de vista doutrinal, capazes de responder sobre a própria fé com simplicidade e sem medo.

É claro, evidenciou o Sínodo, não se trata de colocar a fé cristã entre parênteses, de recuar diante das perseguições e das discriminações.

Aliás, é preciso denunciar com veemência a violência que fere e que mata, mais inda injustificada quando se protege atrás de uma religião.

Todavia, ponderam os Padres sinodais, existem sinais positivos de amizade e fraternidade entre fiéis, como na Turquia, onde um coro formado por membros de cinco confissões entoam juntos cantos religiosos uma das outras, numa ótica que inspira a paz, encoraja a solidariedade, promove a justiça e defende a liberdade.

Por outro lado – é a consideração da Assembléia sinodal –, hoje o mundo e também o lugar da Igreja no mundo mudaram; sonhar o retorno da cristandade é uma ilusão. Porém, a Igreja não deve temer expor-se ao olhar da sociedade, mas tem a obrigação de ser uma testemunha que se pode ouvir e que seja crível.

O que se pode fazer, portanto? O Sínodo sugere formar sacerdotes capazes de serem verdadeiras testemunhas da fé; ajudar os catequistas, para os quais se auspicia a criação de um ministério estável; seguir o exemplo dos missionários, que encontram Deus em todas as coisas; evangelizar as famílias, base da sociedade.

Porque hoje não bastam a ciência, os documentos, as estruturas eclesiásticas: para responder às perguntas mais profundas do homem é necessário tocar o seu coração. E isso é possível mediante a mensagem da Divina Misericórdia, capaz de formar cristãos zelosos e responsáveis, portadores de sentido e de esperança para a humanidade, afirma o Sínodo.

No fundo, concluiu a Sala sinodal, a nova evangelização é uma "aventura espiritual" que não quer improvisações, mas uma conversão dos corações em nível pessoal, comunitário e institucional, no contexto do nosso tempo. (RL)

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Bento XVI abre oficialmente o Ano da Fé

Com uma Santa Missa realizada no Vaticano na manhã desta quinta-feira, 11, o Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano da Fé. A proposta do Pontífice é que este seja um tempo de reflexão para que fiéis católicos de todo o mundo possam redescobrir os valores da sua fé. 
No dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 
Fazendo memória ao jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que marcou a vida da Igreja, o Papa explicou que a celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos. A procissão inicial quis lembrar a procissão dos Padres conciliares, houve a entronização do Evangeliário, que é uma cópia daquele utilizado durante o Concílio e a entrada das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica. 
“Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro sentido”, disse.
O Papa explicou que o Ano da Fé está em coerência com todo o caminho da Igreja nos últimos 50 anos, desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus, Paulo VI até chegar ao Jubileu do ano 2000, em que o Bem-Aventurado João Paulo II propôs à humanidade Jesus Cristo como único Salvador. 
“Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou que, como diz o Evangelho do dia, Jesus Cristo é o “o verdadeiro e perene sujeito da evangelização”. 
Por que ter um Ano da Fé?
Ainda na homilia, o Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um novo Ano da Fé não para “prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque é necessário, mais ainda do que 50 anos atrás. 
Isso porque nos últimos decênios o Papa lembrou que se tem visto o avanço de uma “desertificação” espiritual, um vazio que se espalhou. Mas estas situações, de acordo com o ele, permitem redescobrir a alegria e a importância de crer. 
“No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente”.
Dessa forma, Bento XVI explicou que o modo de representar este Ano da Fé é como uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o essencial. “... nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos”.

Concílio Vaticano II
Sobre o Concílio, Bento XVI destacou que seu objetivo não foi colocar a fé como tema de um documento específico. No entanto, ele explicou que o Concílio foi animado pela consciência e pelo desejo de “imergir mais uma vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem contemporâneo”. 
O Santo Padre também enfatizou que numa ocasião como esta de hoje, o mais importante é reavivar na Igreja aquele desejo ardente que se teve no Concílio de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo. 
“Mas para que este impulso interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de confusão, é necessário que ele se apóie sobre uma base concreta e precisa, e esta base são os documentos do Concílio Vaticano II, nos quais este impulso encontrou a sua expressão”.