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Redução da mortalidade infantil: “Podemos melhorar muito ainda”
20/09/2012
Raphael Freire A+ a-
Um Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a mortalidade infantil, divulgado no último dia 13 de setembro, revelou que o Brasil conseguiu atingir com quatro anos de antecedência as Metas do Milênio da ONU no que se refere à redução da mortalidade infantil até 2015. Para o Médico e Coordenador Nacional Adjunto da Pastoral da Criança, Nelson Arns Neumann, não há nenhuma surpresa, o resultado já era esperado.
— O Brasil é um país rico e a mortalidade infantil não era compatível com nosso nível de desenvolvimento. Podemos melhorar muito ainda, disse Nelson, em entrevista ao Portal A12.
Os dados, que além da Unicef também foram divulgados pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), confirmaram a redução drástica da mortalidade infantil nas últimas duas décadas. De acordo com o relatório, o número de crianças menores de cinco anos que morreram em todo o mundo caiu de quase 12 milhões, em 1990, para aproximadamente sete milhões, em 2011. Em 1990, no Brasil, a taxa de mortalidade infantil era de 58 mortes para cada mil bebês nascidos vivos. Agora essa taxa é de 16 para cada mil nascidos vivos, enquanto a meta da ONU era de 19 a cada mil crianças nascidas vivas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, falou à Agência do Rádio que uma das medidas que ajudou na redução das mortes foi a introdução e produção de vacinas no Brasil.
— Três vacinas tiveram impacto muito decisivo nessa redução. A vacina para o rotavírus humano, que é o vírus da diarreia. A vacina para pneumococos, que é uma bactéria que causa pneumonia e alguns tipos de meningite. E a vacina para meningite C. Uma segunda medida, que teve impacto muito importante foi a expansão do pré-natal. Pela primeira vez, no ano de 2011 mais de um milhão e setecentas mil mulheres fizeram pelo menos sete consultas do pré-natal, isso através da Rede Cegonha, afirmou o Ministro.
Apesar de o Relatório de Progresso 2012 – intitulado “O compromisso com a sobrevivência da criança: Uma promessa renovada”—, trazer a informação de que o país conseguiu bater as metas no que se refere à redução da mortalidade infantil, mostrando que desde 1990 o país reduziu em 73% o número de mortes, na tabela de mortalidade infantil, o Brasil ainda ocupa a 107ª posição em relação aos outros países.
Em um levantamento da Pastoral da Criança, efetuado no segundo trimestre deste ano, em 1.435 Unidades de Saúde, apenas 38% cumpriam a recomendação da primeira dose imediata do antibiótico, recomendada pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde.
— Além dos aspectos de sobrevivência infantil, devemos tomar medidas para a melhoria de qualidade de vida das crianças como prevenção da obesidade, oportunidades para o desenvolvimento infantil e velhice saudável através dos cuidados dos primeiros 1000 dias de vida, apontou Nelson Arns.
Hoje, 80% das crianças que ainda morrem antes dos 5 anos de idade estão na África e Ásia. Só na Índia morrem um quarto das crianças de todo o mundo, contra 11% na Nigéria, 7% no Congo, 5% no Paquistão e 4% na China.
Mais informações sobre o Relatório "O compromisso com a sobrevivência da criança: Uma promessa renovada", acesse o Portal Oficial da ONU no Brasil: http://www.onu-brasil.org.br.
* Fontes: Portal A12 e Agência do Rádio
* Fotos: www.pastoraldacrianca.org.br
Rádio Catedral
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Por Kathleen Naab
NASHVILLE, terça-feira, 29 de julho de 2008 (ZENIT.org).-
Existem 3 prioridades na promoção de vocações à vida religiosa e
sacerdotal, explica uma religiosa dominicana com 15 anos de experiência
no trabalho vocacional: educação, devoção sacramental e pastoral
juvenil.
A Irmã Catherine Marie Hopkins agora é diretora executiva
do campus Dominicano em Nashville, onde as Religiosas Dominicanas de
Santa Cecília dirigem a Overbrook School, a Academia Santa Cecília e o
colégio universitário Aquinas.
Recentemente nomeada membro do
Conselho Nacional dos Bispos dos Estados Unidos, a Irmã Hopkins afirma
que os jovens, para poderem descobrir o chamado de Deus, precisam tanto
da oração como da evangelização.
Zenit falou com a Irmã Hopkins
sobre o apoio às jovens que estão discernindo uma vocação à vida
consagrada e sobre como ela descobriu seu chamado.
- Você
trabalhou durante 15 anos como diretora vocacional de sua ordem. Qual
foi o segredo para encontrar sua própria vocação? Sua experiência ajudou
outras mulheres a discernirem sua vocação também?
- Irmã
Hopkins: O segredo para encontrar minha própria vocação foi perceber que
Deus tinha um plano para mim e que eu precisava descobrir exatamente
qual era. Comecei a sentir uma inquietude interior e ter o pensamento de
que Deus poderia estar me pedindo algo; rapidamente percebi que se Ele
estava me chamando, tudo o que eu precisava para responder deveria ser
proporcionado por Ele também.
Isso me deu uma enorme liberdade e minha inquietude foi substituída por uma atração muito forte.
Eu
tinha 24 anos e era muito feliz, mas não estava em paz, já que não
podia dizer com segurança qual era a vontade de Deus para a minha vida.
Tudo o que eu sabia com certeza era que a missa diária me deixava
faminta de mais e, assim, fui em busca de onde poderia arraigar mais
profundamente meu desejo crescente de entregar-me. Finalmente,
informei-me sobre a vida religiosa para poder segui-la com clara
consciência. Quanto visitei nossa comunidade e vi uma alegria muito
tangível, zelo juvenil e uma longa história de fidelidade, o medo foi
diminuindo, dando espaço a uma nova convicção de que isso era o que Deus
havia pensado para mim.
Ou seja, minha experiência me ajudou
depois, como diretora de vocações, a compreender que o discernimento se
produz longe de precisões e no meio do silêncio desafiante da oração.
Quanto busquei a vontade de Deus, eu procurava conselhos e fiz um montão
de perguntas, mas buscava uma decisão que, ao mesmo tempo em que era
informada, surgisse com a força de uma convicção interior que eu
reconheci como proveniente de Deus.
As religiosas dominicanas em Nashville compreenderam que não era questão de recrutamento, mas de «exposição».
Como
diretora de vocações, considerei um ponto a respeitar: a delicada luta
interior pela qual muita gente deve passar. Meu trabalho não era vender,
mas propor a beleza de nossa vida e expor as jovens a ela através de
uma visita ou de uma experiência de retiro. Tinha de ajudar aquelas que
tinham a inclinação, mas lutavam com a incerteza, a perceber que o
simultâneo temor e atração que sentiam era normal; e que um senso de
incerteza não é algo ruim, já que realmente ninguém é «digno» dos
divinos esponsais! Fazer a escolha significa deixar totalmente de lado a
mentalidade de construir uma carreira para perceber que a vida
religiosa é entregar-se a um amor sem limites.
- Você tem 3
irmãos sacerdotes. Acha que existe uma estratégia diferente para o
discernimento e o fomento da vocação de mulheres jovens que de homens?
Como?
- Irmã Hopkins: Minha experiência foi que, em geral, os
homens dedicam um longo tempo ao processo de discernimento quando se
trata de casamento ou de vida religiosa. Quando uma mulher tem uma
«convicção», normalmente está impaciente por começar o processo.
Eu
me pergunto se os homens tendem a intelectualizar no começo, enquanto a
maioria das mulheres começa intuitivamente e de forma privada. Podem
lutar muito tempo antes de admitir que estão considerando a idéia, mas
uma vez que já discerniram, é muito mais um assunto de coração e passam
dos temores passados e laços naturais a oferecer o dom de si sem
reservas.
Os homens precisam equilibrar seu discernimento com a
devoção e as mulheres precisam conscientemente ancorar o processo em uma
compreensão intelectual do chamado.
Ao guiar mulheres no
discernimento, a idéia esponsal é uma atração considerável, dado que
estamos programadas, por nossa natureza feminina, ao amor e a
alimentá-lo de uma forma única. Eu havia tido aspirações a formar uma
grande família e cheguei a compreender que Deus não me pedia que negasse
este desejo, mas que o ampliasse!
Tanto homens como mulheres
precisam saber que o desejo de contrair matrimônio não é somente bom,
mas que é inclusive necessário, se a pessoa está considerando a vida
religiosa. A ausência desse desejo natural pode indicar um problema de
egoísmo ou uma dificuldade para dar ou receber amor. Tal limitação
emocional deveria tornar impossível a felicidade na vida religiosa.
Com
relação aos meus irmãos, cada um deles foi diferente no discernimento.
Falar sobre eles é fazer um estudo real sobre temperamentos. Eu
costumava coloca-los como exemplos para ilustrar que não existe um
«tipo» de pessoa à qual Deus chama, mas que cada um de nós, com nosso
caráter único, pode contribuir de maneira única. E sim, meus irmãos são
«tipos únicos». Nós não nascemos sendo religiosos e temos de recordar às
pessoas que éramos como a maioria dos jovens; nenhum de nós sentia uma
inclinação a ser «mais provavelmente religioso» no Ensino Médio. Este
fato dá esperança.
- Existem algumas ordens, tanto de homens
como de mulheres, incluindo a sua, que tiveram um enorme crescimento nas
últimas décadas. Em sua opinião, qual é o segredo desse crescimento?
-
Irmã Hopkins: Acho que o segredo para crescer em vocações está no
testemunho de vivência gozosa de um ideal que é leal, eucarístico, fiel à
Igreja e aos seus ensinamentos. Vive-se numa vida de comunidade
vibrante e arraigada na oração. Isso foi o que experimentei com as
religiosas dominicanas de Nashville.
Acho que os jovens de hoje
são idealistas como sempre foram, e buscam uma forma de canalizar seu
zelo e encontrar suporte para um desejo de crescer em santidade. Não
acho que atraiam fantásticos programas ou espiritualidades complicadas,
mas sim uma simples fidelidade.
Há movimentos do Espírito santo
que acendem fogo em muitas direções hoje, que estão alcançando um
momento significativo e deveriam encher-nos de esperança. O Conselho de
Superiores Maiores (CMSWR) é uma organização de comunidades religiosas
que estão comprometidas em viver o essencial da vida religiosa e se
apóiam mutuamente. Eu recomendaria às jovens que desejam conhecer a
vocação religiosa uma visita ao site do CMSWR, para ver as muitas
comunidades que estão crescendo hoje, apesar de informações em sentido
contrário.
- Muitos falam, de fato, de crise de vocações e de
fim das vocações sacerdotais. E as vocações de religiosas? A crise está
chegando ao seu fim?
- Irmã Hopkins: As religiosas foram a
espinha dorsal do serviço social, educação e cuidado social nos Estados
Unidos. A diminuição no número do número de mulheres que entram na vida
religiosa teve um impacto nestes campos e passarão muitos anos antes de
ver uma recuperação definitiva.
Tenho que recordar, no entanto,
que o Espírito Santo não está limitado pelas pesquisas Gallup ou
pregações dos estudos sociológicos.
Considere a simplicidade e
tenacidade da beata Teresa de Calcutá, em um tempo em que o número de
religiosas estava declinando. Sua resposta ao chamado de Deus produziu
uma nova ordem religiosa que cresceu até 4 mil religiosas, e uma
fraternidade de religiosos associada de 300 membros, e mais de 100 mil
voluntários leigos, que atuam em 610 missões, em 123 países.
O
que o nosso mundo precisa é de mais Madres Teresas, pessoas com zelo,
humildade e amor sem medo. Nos últimos 20 anos, eu vi como aumenta,
tanto em número como em qualidade e abertura, a quantidade de mulheres
que se interessam pela vida religiosa. Dado o fato de que nossa cultura
não apóia tais idéias, está claro que isso só se explica pela graça.
-
Você foi recentemente nomeada para fazer parte do Conselho Nacional dos
Bispos dos Estados Unidos. A partir da visita de Bento XVI ao país,
quais são as prioridades que você vê para o fomento de vocações nos
Estados Unidos?
- Irmã Hopkins: Penso que para fomentar as
vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, as 3 principais prioridades
deveriam estar nas áreas da educação, devoção sacramental e uma pastoral
juvenil que exponha os jovens tanto à oração como à evangelização.
Os
jovens estão famintos de aprender a fé e reconhecer o caráter
irracional do relativismo. Eles têm um desejo natural de «conhecer» a
Deus e terão mais probabilidade de entregar-se a uma vida dedicada a Ele
se forem educados na fé. Acho que esta geração está disposta a
compreender a necessidade desse enfoque apostólico, dada a confusão e o
sofrimento que sua ausência provocou. É importante que a Igreja continue
reforçando a educação católica que seja bem centrada, que seja fiel e
que esteja arraigada na excelência.
A devoção aos sacramentos é
chave para descobrir e para alimentar uma vocação. Quando os jovens se
beneficiam da recepção regular da Eucaristia, quando procuram a
confissão e começam a desenvolver uma vida religiosa, então o chamado de
Deus tem uma oportunidade para ser escutado. A adoração eucarística
está produzindo muitas vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, algo
lógico quando se considera que o tempo dedicado à presença de Deus
oferece luz e calor às nossas almas.
Existe um movimento do
Espírito Santo em ato que cresce em intensidade quando os jovens se
influenciam afetivamente uns aos outros. Não existe nada mais poderoso
que o testemunho dos jovens que se esforçam por conhecer e fazer a
vontade de Deus. O amor não pode ficar escondido, e quando descobrimos a
pessoa de Cristo, é natural experimentar uma compulsão interior a
compartilhar essa descoberta com outros.
A pastoral juvenil que
prepara para a conversão, para a devoção, e que expõe a boas influências
teve êxito na hora de produzir vocações ao sacerdócio e à vida
consagrada. Certamente, é importante para os jovens estar em relação com
sacerdotes e religiosas que vivam alegre e fielmente esse compromisso.
O
Papa Bento XVI expôs isso maravilhosamente aos jovens com os que se
encontrou em Dunwoodie, em sua viagem aos Estados Unidos, quando os
desafiou dizendo: «Procurai um estilo de vida caracterizado
autenticamente pela caridade, pela castidade e pela humildade, imitando
Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote, de quem deveis chegar a ser imagens
vivas».
Mais informação em www.nashvilledominican.org ou no Council of Major Superiors of Women Religious: www.cmswr.org.