domingo, 12 de maio de 2013

A paz e unidade das religiões
“O mundo não terá paz enquanto as religiões não dialogarem e isso não ocorrerá se as Igrejas cristãs não se unirem”. Essa afirmação do teólogo suíço Hans Kung deve ser lembrada por ocasião da Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos que ocorre cada ano e dessa vez será celebrada nessa semana de 12 a 19 de maio. O costume de consagrar uma semana anual para orar e trabalhar pela unidade das Igrejas já dura de cem anos. Entretanto é difícil avaliar o resultado dessa prática ecumênica. Como a unidade é dom de Deus e cremos que a oração é sempre de alguma forma escutada, orar juntos é sempre bom e fecundo. O risco é que algumas Igrejas nomeiem uma comissão ecumênica, encarreguem seus membros de participarem das relações ecumênicas em nome da Igreja e depois disso se desinteressem pelo assunto. Nesse caso, as reuniões, fóruns e orações em comum envolveriam sempre os mesmos e poucos personagens. Estes, ao cumprirem as atividades ecumênicas acabam legitimando suas Igrejas a não mudar nada. As comunidades concretas e paróquias continuam como sempre foram. Ignoram e até desprezam as outras Igrejas e religiões.
Para evitar esse risco, em 1968, a coordenação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos católicos do Brasil) publicou um documento preparatório ao diretório ecumênico. Ali os bispos ensinavam que a pastoral ecumênica e a abertura para outras Igrejas só acontecem se se basearem em uma “ecumenicidade” de toda a pastoral e atividades eclesiais. Ou a Igreja inteira se compromete nesse caminho ou a pastoral ecumênica terá sempre poucos resultados positivos.  
Nesse ano de 2013, o tema proposto para a semana da unidade é a palavra bíblica do profeta Miquéias: “O que Deus exige de nós?”. O próprio texto responde: “ Deus pede que pratiquemos a justiça e a bondade e vivamos com simplicidade” (Mq 6, 6- 8).
Infelizmente, no mundo atual, um dos fenômenos religioso que mais crescem é o fundamentalismo dogmático e moral. Em nome de Deus, essa corrente religiosa prega a intolerância e a discriminação de grupos e pessoas. Hoje, no Brasil, cada vez mais aumenta o número de deputados e políticos ligados a esses grupos impropriamente chamados de “evangélicos”. Dominam a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e impõem a toda a sociedade seus preconceitos moralistas, afirmados em nome da Bíblia e de um Deus bem diferente do Pai de amor maternal, revelado por Jesus e acreditado por muitas tradições espirituais.
Nas Igrejas mais antigas, (como a Católica, Anglicana e Luterana), essa semana de orações pela unidade dos cristãos prepara a festa de Pentecostes que encerra o tempo pascal e celebra que o Espírito de Deus é dado a todo o universo, aceita todas as culturas e se manifesta em todo gesto e ato de amor. É esse espírito de abertura universal que a semana de oração pela unidade e os fóruns de diálogo inter-religioso praticam. Essas atividades de diálogo entre Igrejas e religiões podem sim ajudar a nossa sociedade a não afundar em projetos autoritários e fanáticos que oprimem e discriminam grupos e pessoas, em nome da fé. Paulo escreveu: “Foi para que sejamos livres que Cristo nos libertou. Permaneçam na liberdade” (Gl 5, 1). “Onde houver liberdade, aí está o Espírito de Deus” (2 Cor 3, 17). (Fonte: Marcelo Barros)

A verdadeira oração faz-nos sair de nós próprios... para as chagas de Jesus e dos irmãos: Papa Francisco na homilia da Missa



A verdadeira oração é a que nos faz sair de nós mesmos e nos abre ao Pai e aos irmãos mais necessitados: recordou o Papa Francisco neste sábado de manhã, na homilia da Missa celebrada na capela da Casa de Santa Marta, com a participação de alguns agentes da polícia do Vaticano e um grupo de jornalistas argentinos, com as respetivas famílias.
“Por vezes, aborrecemo-nos na oração” – considerou o Papa, observando que mais do que pedir isto ou aquilo, a oração é antes de mais, como lembrava o Evangelho de hoje, “a intercessão do próprio Jesus diante do Pai, fazendo-lhe ver as suas chagas”.

"Ele reza por nós diante do Pai…. Eu sempre gostei disto. Jesus, na sua ressurreição, teve um corpo bonito: as chagas da flagelação, dos espinhos, desapareceram, todas elas. Os hematomas dos golpes, desapareceram. Mas Ele quis ter sempre as chagas, e as chagas são precisamente a sua oração de intercessão ao Pai: "Mas ... olha ... este Te pede em meu nome, olha!". Esta é a novidade que Jesus nos diz. Diz-nos esta novidade: ter confiança na sua paixão, ter confiança na sua vitória sobre a morte, ter confiança nas suas chagas. Ele é o sacerdote, e este o sacrifício: as suas chagas. E isso nos dá confiança, hein?, nos dá a coragem para rezar".

"A oração ao Pai em nome de Jesus faz-nos sair de nós mesmos; a oração que nos aborrece está sempre dentro de nós mesmos, como um pensamento que vai e vem. Mas a verdadeira oração é sair de nós mesmos para o Pai em nome de Jesus, é um êxodo de nós mesmos".

"Se nós não conseguirmos sair de nós mesmos para o irmão necessitado, para o doente, o ignorante, o pobre, o explorado, se nós não conseguirmos fazer esta saída de nós mesmos para aquelas chagas, nunca aprenderemos a liberdade que nos leva à outra saída de nós mesmos, para as chagas de Jesus. Há duas saídas de nós mesmos: uma para as chagas de Jesus, a outra para as chagas dos nossos irmãos e irmãs. E este é o caminho que Jesus quer na nossa oração".
(Fonte: Rádio Vaticano)

Responsabilidade coletiva face ao futuro da espécie humana

10/05/2013
Numa votação unânime de 22 de abril de 2009 a ONU acolheu a idéia, durante muito tempo proposta pelas nações indígenas e sempre relegada,  de que a Terra é Mãe. Por isso a ela se deve o mesmo respeito, a  mesma veneração e o mesmo cuidado que devotamos às nossas mães. A partir de agora, todo dia 22 de abril não será apenas o dia da Terra mas o dia da Mãe Terra.
Esse reconhecimento comporta consequências importantes. A mais imediata delas é que a Terra viva é titular de direitos. Mas não só ela, mas também todos os seres orgânicos e inorgânicos que  a compõem; são, cada um a seu modo, também portadores de direitos. Vale dizer, cada ser possui valor intrínseco, como enfatiza a Carta da Terra, independentemente do uso ou não que fizermos dele. Ele tem direito de existir e de continuar a existir nesse planeta e de não ser maltratado nem eliminado.
Essa aceitação do conceito da Mãe Terra vem ao encontro daquilo que já nos anos 20 do século passado o geoquímico russo Wladimir Vernadsky (1983-1945), criador do conceito de biosfera (o nome foi cunhado do geólogo  austríaco  Eduard Suess (1831-1914) chamava de ecologia global no sentido de ecologia do globo terrestre como um todo. Conhecemos a ecologia ambiental, a politico-social e a mental.  Faltava uma ecologia global da Terra tomada como uma complexa unidade total. Na esteira do geoquímico russo, recentemente James Lovelock,  com dados empíricos novos, apresentou a hipótese Gaia, hoje já aceita como teoria científica: a Terra efetivamente comparece como um superorganismo  vivo que se autoregula, tese apoiada pela teoria dos sistemas, da cibernética e pelos biólogos chilenos Maturana e Varela e pelo físico quântico Fritjof Capra.
Vernadsky entendia a biosfera como aquela camada finíssima que cerca a Terra, uma espécie de sutil tecido indivisível que capta as irradiações do cosmos e da própria Terra e as transforma em energia terrestre altamente ativa. A vida se realiza aqui.
Nesse todo se encontra a multiplicidade dos seres em simbiose entre si, sempre interdependentes de forma que todos se autoajudam para existir, persistir e coevoluir. A espécie humana é parte deste todo terrestre, aquela porção da Terra que pensa, ama, intervem e constrói civilizações.
A espécie humana possui uma singularidade no conjunto dos seres: cabe-lhe a responsabilidade ética de cuidar, manter a condições que garantam a sustentabilidade do todo.
Como  descrevemos no artigo anterior vivemos gravíssimo risco de destruir a espécie humana e todo o projeto planetário. Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o antropoceno: uma nova era geológica com altissimo poder de destruição, fruto dos últimos séculos que significaram  um transtorno perverso do equilíbrio do sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda?
Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da sustentabilidade e do cuidado como relação amigável e cooperativa para com a natureza. Queremos agora, brevemente, apresentar um complemento necessário: a ética da responsabilidade do filósofo alemão Hans Jonas (1903-1993) com o seu conhecido Princípio Responsabilidade, seguido pelo  Princípio Vida.
Jonas parte da triste verificação de que o projeto da tecno-ciência tornou a natureza extremamente vulnerável a ponto de não ser impossível o desaparecimento a espécie humana. Dai emerge a responsabilidade coletiva, formulada nesse imperativo: aja de tal  maneira que os efeitos  de tuas ações não destruam a possibilidade futura da vida.
Jonas trabalha ainda com outra categoria que deve ser bem entendida para não provocar uma paralização: o temor e o medo  (Furcht). O medo aqui possui um significado elementar, um medo que nos leva instintivamente  a preservar a vida e toda a espécie. Há efetivamente o temor de que se deslanche um processo irrefreável de destruição em massa, com os meios diante dos quais não tínhamos temor em construir e que agora, temos fundado temor de que nos podem realmente destruir a todos. Dai nasce a responsabilidade face às novas tecnociências como a biotecnologia e a nanotecnologia, cuja capacidade de destruição é inconcebível. Temos que realmente nos responsabilizar pelo futuro da espécie humana por temor e muito mais por amor à nossa propria vida. (Fonte: Leonardo Boff)
Leonardo Boff é autor Do Iceberg à Arca de Noé, Mar de Idéias 2012.

sábado, 11 de maio de 2013

Seminário nota 10!

Democratização do Estado Brasileiro é tema de Seminário
A Arquidiocese de Natal promoverá Seminário, dias 10 e 11 próximos, no auditório do SESC, da Cidade Alta, na capital potiguar. O evento faz parte da programação de preparação para a 5ª Semana Social Brasileira e debaterá o tema: “Participação no processo de democratização do Estado Brasileiro”.
O Seminário terá início, na próxima sexta-feira, 10, às 9h, com um momento de espiritualidade, conduzido pelo cantor e compositor  de músicas religiosas, Zé Vicente. Depois, haverá uma mesa redonda, com a participação do Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha; do bispo de Mossoró, Dom Mariano Manzana, e do administrador diocesano de Caicó, Padre Ivanoff Pereira. À tarde, serão realizadas mais duas mesas redondas, que terão como expositores professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal da Paraíba. A partir das 19 h, haverá palestra sobre “O papel civilizatório dos Movimentos Sociais e a luta pela democratização”, proferida pelo Frei Beto, frade dominicano, autor de mais de 50 livros, e que já recebeu vários prêmios pela atuação em prol dos direitos humanos.
No sábado, 11, das 8 às 12h, acontecerão oficinas temáticas, com vistas da construção de pistas propositivas sobre o tema: “O Estado que queremos”. (Fonte: Arquidiocese de Natal)

Pão e circo para o povo?

Seria uma boa notícia para todas as mães da cidade, principalmente aquelas que estão desempregadas, se recebessem como presente a notícia de emprego e renda para todas. Mas, o investimento na alienação continua, a volta do pão e circo é solução para governante que não se interessa pela liberdade do povo. Aliás, o governante autoritário vive eternamente preocupado porque um dia ele será derrotado. Ele sabe disso. "Pão e Circo" representa um ataque à dignidade do povo.

Mipibu e a questão da pobreza

A pobreza é um tema que não se discute porque mexe com o modelo de economia. Tem que discutir porque é o grande mal que preocupa milhares de pessoas. A pobreza real na cidade descobre a verdadeira face do pobre. Quando a face do pobre aparece, aparece também o dirigente opressor. Um não existe sem o outro. "A pobreza não é um problema de assistência, mas antes de justiça" (Comblin). Anunciar o Reino de Deus é buscar um mundo de justiça, amor e fraternidade. Nesse sentido, é necessário formação de novas lideranças porque o mundo de justiça que acontecerá um dia não será bondade dos "poderosos", mas resultado da organização dos empobrecidos, pelo sistema político e econômico. (Carlos: FÉ E LUZ)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sexta-feira cultural no Malvina Cosme

Hoje, trabalhamos o tema "Liberdade e Democracia" no Malvina Cosme. A turma do professor Carlos fez um retrospecto da luta de resistência dos africanos nos engenhos. As produções de textos foram apresentados pelos alunos, assim como dinâmicas envolvendo o tema, danças representando a resistência dos africanos através da capoeira. Os alunos estão de parabéns.