quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

10 de janeiro - São Guilherme de Bourges
( 1209) Descendia da família dos Condes de Nevers. Amando a solidão, ingressou na Ordem de Cister. Designado bispo de Bourges, na França, destacou-se pela caridade para com os pobres e foi de todos os pontos de vista um modelo de pastor. Dispunha-se a ir combater os hereges albigenses quando faleceu. Tão notória era sua santidade que nove anos depois da morte já foi canonizado.(Fonte:Editora Santuário)

A proposta de Jesus

Jesus Cristo, entrando na sinagoga faz a leitura de um texto de Isaías. Jesus Cristo, além de ser o grande intérprete do que está escrito, Ele, também é o protagonista daquela passagem do livro de Isaías. "Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da escritura". Percebemos que não há conflito entre o Antigo Testamento e o Novo testamento, Jesus vai justamente mostrando que vai se cumprindo, com Ele, o que o Pai determinou.
Se dizer cristão, hoje, significa assumir a proposta de Jesus nesse evangelho: evangelizar os pobres, proclamar a libertação aos presos, aos cegos a recuperação da vista, restituir a liberdade aos oprimidos. Em nosso contexto, a Igreja lança a proposta para a América Latina a partir da 5ª Conferência de Aparecida. O documento de Aparecida mostra-nos a realidade da América Latina e caribe. Qual é a nossa resposta? Convido você para leitura do Evangelho de Lucas 4, 14-22. Faça a sua meditação.
(Carlos: Movimento Fé e Luz)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Processos Educativos

"Crianças e adultos se envolvem em processos educativos de alfabetização com palavras pertencentes à sua experiência existencial, palavras grávidas de mundo" (Instituto Paulo Freire).

Educação Escolar

"A educação escolar não pode ser pensada como algo neutro em relação ao mundo, mas como algo que produz, na sua própria dinâmica, caminhos diferenciados para a ação social concreta em função de interesses e necessidades dos próprios educandos" (Neidson Rodrigues).

Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado em nós. 1Jo 4,11-18
Quarta-feira, 09 de janeiro de 2013, 11h43

Catequese de Bento XVI: Mistério da Encarnação - 09/01/2013

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)


CATEQUESE
Sala Paulo VI - Vaticano
Quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

Neste tempo natalício nos concentramos mais uma vez sobre o grande mistério de Deus que desceu do Céu para entrar na nossa carne. Em Jesus, Deus encarnou-se, transformou-se homem como nós, e assim nos abriu o caminho para o seu Céu, para a comunhão plena com Ele.

Nestes dias, nas nossas igrejas ouviu-se muitas vezes o termo “Encarnação” de Deus, para exprimir a realidade que celebramos no Santo Natal: o Filho de Deus se fez homem, como dizemos no Credo.  Mas o que significa esta palavra central para a fé cristã? Encarnação deriva do latim “incarnatio”. Santo Inácio de Antioquia – desde o primeiro século -  e, sobretudo Santo Irineu usaram este termo refletindo sobre o Prólogo do Evangelho de São João, em particular sobre a expressão: “o Verbo se fez carne” (Jo 1, 14). Aqui a palavra “carne”, segundo o uso hebraico, indica o homem na sua integralidade, todo o homem, mas propriamente sobre o aspecto da sua transitoriedade e temporalidade, da sua pobreza e contingência. Isto para nos dizer que a salvação trazida por Deus fazendo-se carne em Jesus de Nazaré toca o homem na sua realidade concreta e em qualquer situação que se encontra. Deus assumiu a condição humana para curá-la de tudo aquilo que a separa Dele, para permirtir-nos chamá-lo, no seu Filho Unigênito, com o nome de “Abbá, Pai” e ser verdadeiramente filhos de Deus. Santo Irineu afirma: “Este é o motivo pelo qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a filiação divina, se transformasse filho de Deus” (Adversus haereses, 3,19,1: PG 7,939; cfr Catecismo da Igreja Católica, 460)”.

“O Verbo se fez carne” é uma daquelas verdades à qual nós estamos tão habituados que quase não nos afeta mais a grandeza do evento que essa exprime. E efetivamente neste período natalício, no qual tal expressão retorna sempre na liturgia, às vezes se fica mais atento aos aspectos exteriores, às “cores” da festa, que ao coração da grande novidade cristã que celebramos: algo absolutamente impensável, que somente Deus poderia operar e no qual podemos entrar somente com a fé. O Logos, que está com Deus, o Logos que é o Deus, o Criador do mundo (cfr João 1, 1), pelo qual foram criadas todas as coisas (cfr 1, 3), que acompanhou e acompanha os homens na história com a sua luz (cfr 1,4-5; 1,9), transforma-se um entre os outros, toma morada em meio a nós, transforma-se um de nós (cfr 1,14). O Concílio Ecumênico Vaticano II afirma: “O Filho de Deus ... trabalhou com mãos de homem, pensou com mente de homem, agiu com vontade de homem, amou com coração de homem. Nascendo da Virgem Maria, Ele se fez verdadeiramente um de nós, em tudo similar a nós exceto no pecado” (Cos. Gaudium et spes, 22). É importante então recuperar o espanto diante do mistério, deixar-nos envolver pela grandeza deste evento: Deus, o verdadeiro Deus, Criador de tudo, percorreu como homem nossas estradas, entrando no tempo do homem para comunicar-nos a sua própria vida (cfr 1 Gv 1,1-4). E o fez não com o esplendor de um soberano, que sujeita o mundo ao seu poder, mas com a humildade de uma criança.

Gostaria de destacar um segundo elemento. No Santo Natal geralmente se troca algum presente com as pessoas mais próximas. Às vezes pode ser um gesto feito por convenção, mas geralmente exprime afeto, é um sinal de amor e de estima. Na oração sobre ofertas da Missa do alvorecer da Solenidade de Natal, rezamos assim: “Acolhei, ó Pai, a nossa oferta nesta noite de luz, e por essa misteriosa troca de dons transforma-nos no Cristo teu Filho, que elevou o homem ao seu lado na glória”. O pensamento da doação também está no centro da liturgia e traz à nossa consciência o presente original do Natal: naquela noite santa Deus, fazendo-se carne, quis fazer-se presente para os homens, doou a si mesmo por nós; Deus fez de seu Filho único um presente para nós, assumiu a nossa humanidade para doar-nos a sua divindade. Este é o grande presente. Também no nosso presentear não é importante que um presente seja caro ou não; quem não pode doar um pouco de si mesmo, doa sempre muito pouco; na verdade, às vezes busca-se substituir o coração e o compromisso de doação de si com o dinheiro, com coisas materiais. O mistério da Encarnação indica que Deus não fez assim: não doou qualquer coisa, mas doou a si mesmo no seu Filho Unigênito. Encontramos aqui o modelo do nosso doar, para que as nossas relações, especialmente aquelas mais importantes, sejam guiadas pela gratuidade e pelo amor.

Gostaria de oferecer uma terceira reflexão: o fato da Encarnação, de Deus que se fez homem como nós, nos mostra o realismo sem precedentes do amor divino. O agir de Deus, na verdade, não se limita às palavras, de fato poderíamos dizer que Ele não se contenta em falar, mas se imerge na nossa história e assume para si o cansaço e o peso da vida humana. O Filho de Deus se fez verdadeiramente homem, nasceu da Virgem Maria, em um tempo e um lugar determinados, em Belém durante o reinado do imperador Augusto, sob o governador Quirino (cfr Lc 2,1-2); cresceu em uma família, teve uns amigos, formou um grupo de discípulos, instruiu os apóstolos para continuarem a sua missão, terminou o curso de sua vida terrena na cruz. Este modo de agir de Deus é um forte estímulo para nos interrogarmos sobre o realismo da nossa fé, que não deve ser limitado à esfera do sentimento, das emoções, mas deve entrar no concreto da nossa existência, deve tocar, isso é, a nossa vida de cada dia e orientá-la também de modo prático. Deus não parou nas palavras, mas nos indicou como viver, partilhando da nossa própria experiência, exceto no pecado. O Catecismo de São Pio X, que alguns de nós estudaram quando criança, com a sua essencialidade, à questão: “Para viver segundo Deus, o que devemos fazer?”, dá esta resposta: “Para viver segundo Deus devemos acreditar nas verdades reveladas por Ele e observar os seus mandamentos com a ajuda da sua graça, que se obtém mediante os sacramentos e orações”. A fé tem um aspecto fundamental que interessa não somente à mente e ao coração, mas à toda a nossa vida.

Um último elemento proponho à vossa reflexão. São João afirma que o Verbo, o Logos estava desde o início com Deus, e que tudo foi feito por meio do Verbo e nada disso que existe foi feito sem Ele (cfr Gv 1,1-3). O Evangelista alude claramente à história da criação que se encontra nos primeiros capítulos do Livro de Gênesis, e o lê à luz de Cristo. Este é um critério fundamental na leitura cristã da Bíblia: o Antigo e o Novo Testamento devem sempre ser lidos em conjunto e do Novo se revela o sentido mais profundo também do Antigo. Aquele mesmo Verbo, que existe desde sempre com Deus, que é Deus Ele próprio e por meio do qual e em vista do qual tudo foi criado (cfr Col 1,16-17), fez-se homem: o Deus eterno e infinito se imergiu na finitude humana, na sua criatura, para reconduzir o homem e toda a criação a Ele. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “A primeira criação encontra o seu sentido e o seu ponto culminante na nova criação em Cristo, cujo esplendor ultrapassa o da primeira” (n. 349). Os Padres da Igreja têm aproximado Jesus de Adão, tanto para defini-lo "segundo Adão" ou o Adão definitivo, a imagem perfeita de Deus. Com a Encarnação do Filho de Deus acontece uma nova criação, que dá a resposta completa à pergunta: “Quem é o homem?”. Somente em Jesus se manifesta plenamente o projeto de Deus sobre o ser humano: Ele é o homem definitivo segundo Deus. O Concílio Vaticano II o reitera com força: “Na realidade, somente no mistério do Verbo encarnado encontra verdadeira luz o mistério do homem ... Cristo, novo Adão, manifesta plenamente o homem ao homem e revela a eles a sua vocação” (Cost. Gaudium et spes, 22; cfr Catecismo da Igrejaa Católica, 359). Naquele menino, o Filho de Deus contemplado no Natal, podemos reconhecer a verdadeira face não somente de Deus, mas a verdadeira face do ser humano; e somente abrindo-nos à ação da sua graça e procurando a cada dia segui-Lo nós precebemos o projeto de Deus para nós, para cada um de nós.

Queridos amigos, neste período meditemos a grande e maravilhosa riqueza do Mistério da Encarnação, para deixar que o Senhor nos ilumine e nos transforme sempre mais à imagem do seu Filho feito homem para nós.


O "Credo do Povo de Deus", herança do primeiro Ano da Fé

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)


Arquivo Canção Nova
Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales (SP)
Estamos em pleno Ano da Fé. Ele teve seu início oficial no dia 11 de outubro de 2012, data que celebrava os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II. E tem seu término estabelecido para o domingo de Cristo Rei de 2013, que neste ano vai cair no dia 24 de novembro.

Um ano que promete muitas iniciativas, em vista desta proposta de fazermos dele um “Ano da Fé”. Mas o interessante é que recentemente já tivemos outro “ano da fé” realizado logo depois que terminou o Concílio.

Aquele foi proposto pelo Papa Paulo VI. Tinha como motivação a celebração do martírio de São Pedro e São Paulo em Roma.

O martírio dos dois maiores Apóstolos aconteceu nas proximidades do ano 67 de nossa era. Daí a data daquele “Ano da Fé”, colocado entre as festas de São Pedro e São Paulo, entre o 29 de junho de 1967 e 29 de junho de 1968.

Daquele primeiro “Ano da fé”  a Igreja recebeu uma herança muito preciosa. Trata-se do “Credo do Povo de Deus”, elaborado por Paulo VI, e professado por ele no dia do encerramento do Ano da Fé, em 1968.  

Foi louvável o esforço do Papa de colocar dentro de uma seqüência harmoniosa, todas as verdades reveladas por Deus, colocadas para o nosso conhecimento, e propostas para o nosso consentimento. Assim, através de uma profissão clara e detalhada, Paulo VI formulou a crença cristã em Deus Trindade, destacando as verdades ao alcance da Igreja sobre Jesus Cristo e o Espírito Santo. Mas explicitando também as verdades sobre Maria, sobre a Igreja,  sobre a nossa realidade de pecadores envolvidos pelas conseqüências do pecado humano, mas chamados à santificação pela ação da graça de Deus revelada em Jesus Cristo, e levada em frente pelo ministério da Igreja.

Este “credo”,  professado solenemente pelo Papa Paulo VI, ficou conhecido como o “Credo do Povo de Deus”. Com este título se retoma a afirmação central do Concílio, que identificou a realidade e a missão da Igreja em termos de “povo de Deus”, no contexto da visão bíblica que é sintetizada nas palavras do Profeta Jeremias; “Eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”.

Será certamente útil conferir este “Credo do Povo de Deus”, na sequência  que ele próprio destaca, para percebermos a riqueza de verdades que Deus nos revelou, e o desafio de conhecê-las bem e professá-las de maneira consciente e comprometida.

Em todo o caso, é uma boa proposta iniciarmos o novo ano, guiados pelo “Credo do Povo de Deus”.