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Sáb, 29 de Dezembro de 2012 01:05
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Dom Orani João Tempesta
Um grande ano nos espera, um ano no
qual a nossa cidade vai ser invadida por uma onda de jovens vindos de
todas as partes do Brasil e do mundo e vai receber a visita do Papa
Bento XVI. Iremos iniciar o primeiro dia do primeiro mês do Ano da
Juventude.
Um grande ano, de muito trabalho e de
muitos encontros se delineia para a nossa amada cidade, para os nossos
jovens, para as nossas famílias. O próximo ano será o ano da Jornada
Mundial da Juventude, evento que sempre deixa um rastro positivo de
renovação, um ano marcado não só pela curiosidade de ver uma multidão de
jovens animar a Cidade Maravilhosa, mas de observar que novidade que
ela trará para a vida de cada um de nós. Entre tantos legados que
esperamos dos grandes eventos, este terá um incomparável: deixará a
presença de um Deus Amor no coração dos jovens arautos da manhã e
anunciadores de um mundo novo.
No próximo dia 5, no Arpoador, no
Rio de Janeiro, iremos comemorar a espera dos últimos 200 dias para a
JMJ. A espera é uma palavra difícil, sobretudo para os jovens, mas é uma
palavra prenhe de vida. A espera é a nota do tempo de Advento, que nós
acabamos de viver. Um tempo que se concluiu com a figura de Maria, nossa
mãe e mãe de Deus, que viveu como nenhuma outra pessoa a espera do
nascimento do Salvador. É a figura de Maria, Mãe de Deus, que encerra a
oitava do Natal e abre o novo ano.
Esperamos todos para que
entre o 23º ao 28º dia do sétimo mês do ano da juventude, a nossa cidade
seja transformada no “Santuário Mundial da Juventude”! Preparamos e
esperamos com carinho esse belo momento.
A espera de Nossa
Senhora era uma espera bendita, como aquela que as mães geralmente
vivem, dominadas pela presença do filho que carregam em si, mas
igualmente pelo desejo de vê-Lo, conhecer suas feições, acariciar seu
corpo diminuto, de contemplar a novidade da criança que deve nascer.
Presença e espera convivem entre si e se completam. Presença e espera
continuam a preencher os dias de uma mãe que vê seu filho crescer, de
novidade em novidade.
O primeiro dia do Ano é dedicado à Mãe de
Deus! É muito importante que seja assim. É como que uma invocação para
que aquela que soube esperar nos ensine a esperar também. A esperar e a
reconhecer que existe uma Presença que acompanha a nossa vida. A
novidade do Ano Novo não pode se exaurir no primeiro dia. Um ano
realmente novo é aquele que traz novidade a cada dia. É o que
anunciamos: a espera já é a grande festa da juventude.
Esta
espera esquenta o coração, nos faz vibrar e é a coisa mais bonita da
festa de Réveillon, que enche aquele cenário excepcional que é a Praia
de Copacabana. Iremos, como todos os anos, celebrar e esperar do alto do
Corcovado, aos pés do Redentor. Porém, neste ano, o povo que espera o
Ano que deve chegar, espera, na verdade, algo mais.
A multidão é
cheia da espera por uma novidade que não se sabe qual seja, mas que
deve vir. A espera tem a dimensão do coração do homem. Nosso coração
espera, traz uma espera que nem o barulho ensurdecedor do tempo consegue
eliminar. Todo o mundo parece conspirar para que o homem não espere,
viva sem viver, se habitue ao feio e ao pequeno, mas, diante das águas
do mar de Copacabana e do anúncio da novidade, a espera reacende. Dali, a
espera se estende por toda a cidade, todas as casas e salões e clubes
que receberão os jovens peregrinos. E no atual vazio de uma região em
Guaratiba contemplaremos os milhões de jovens que anunciarão ao mundo a
aurora de um tempo novo ao contemplar os montes que se erguem no entorno
e que, levados pela nova Avenida com seus ônibus de transporte rápido,
percorrerão ruas e vielas, túneis e viadutos para levarem ao mundo a
esperança e a paz em Cristo.
Para o próximo ano é importante que
os jovens da cidade do Rio de Janeiro sejam portadores da Paz. O Papa
Bento XVI, em sua XLVI Mensagem para o Dia Mundial da Paz, recorda que
todos somos chamados a ser felizes por sermos os construtores da Paz:
“Bem-aventurados os obreiros da Paz”. Em sua mensagem anterior, para o
ano que finda, o Papa dirigiu explicitamente sua mensagem à juventude:
"nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora
de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e
visível nos jovens, e é por isso que o meu pensamento se volta para
eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade.
Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma
perspectiva educativa: «Educar os jovens para a justiça e a paz »,
convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer
uma nova esperança ao mundo. Importante que estes fermentos e o
idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as
componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança,
tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o
bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos
capazes de ver "coisas novas" (Is 42, 9; 48, 6). Por isso nossa
atenção, unindo os temas dos dois anos, para que os jovens, educados
para a justiça e a paz sejam felizes por construir a paz.
Queridos
jovens: o próximo ano é de vocês! Assim como a JMJ nos envia a fazer
discípulos entre os povos, a Campanha da Fraternidade coloca todos
disponíveis: “Eis-me aqui, envia-me”. A Arquidiocese do Rio de Janeiro
abre os seus corações para receber a todos como o Nosso Cristo Redentor –
de braços abertos. Animem-se para viver com intensidade a JMJ Rio 2013 e
vamos testemunhar Deus Menino, nascido de Maria Santíssima, para nos
salvar!
A Praia de Copacabana, no sétimo mês do Ano da
Juventude, vai ser tomada por uma multidão diferente: jovens de todas as
raças e línguas que encontram Alguém que os encheu de espera e de
esperança. Dali, partirão em peregrinação para o oeste da cidade, para
dizer, em Guaratiba, que eles querem preencher todos os vazios do mundo
com a esperança de uma nova vida buscada no íntimo de todos. Assim,
juntos iremos passar pela “porta da Fé” a caminho de novos horizontes. A
fé é um modo diferente de ver e viver a vida, um modo que é dominado
por uma Presença que enche o homem de espera.
A todos os homens de boa vontade, construtores da paz, de perto e de longe, desejamos um feliz e santo ano da juventude.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ