DIMINUIÇÃO DOS CATÓLICOS NO BRASIL
O último
encontro deste ano de 2012 entre os membros do Conselho Episcopal
Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se realiza
nesta terça e quarta-feira, 27 e 28 de novembro. Logo no início dos
trabalhos, os bispos voltaram ao tema da diminuição do número de
católicos no país conforme os dados do último Censo e publicados no
chamado mapa das religiões no Brasil.
O padre
Thierry Linard de Guertechin, presidente do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento,o Ibrades, fez uma ampla reflexão de sua análise dos
números considerando o ambiente religioso do Brasil e a prática da
Igreja Católica. Em síntese, ele chamou a atenção no sentido de levar a
sério os resultados do Censo. Diante da expectativa de uma resposta
concreta aos dados do Censo, destacou a importância das Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (DGAE) que já são uma resposta a
essa realidade. Realçou que a diminuição do número de católicos, em
termos absolutos, se deu nas chamadas áreas consideradas rurais. Os
números das áreas urbanas continuam mais ou menos estáveis.
“O
verdadeiro desafio é constituído pela mentalidade secularizada que cria
uma nova imagem de homem e de mulher, não imagem e semelhança de Deus,
mas do poder e do mercado”, destacou o padre Thierry. No debate, dom
Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda (RJ) e
presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo
Inter-religioso considerou que a discussão sobre esse tema é de grande
importância na preparação para a próxima Assembleia Geral que vai tratar
da paróquia como comunidade de comunidades. Dom Jacinto Bergman, bispo
de Pelotas (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Animação Bíblico-catequética também lembrou que faz parte desse âmbito
de reflexão a constatação de uma “mudança de época” já aprofundado no
Documento de Aparecida e nas Diretrizes Gerais.
Dom João
Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão
Episcopal Pastoral para Vida e Família, recordou que a situação dos
católicos nominais em queda não é bem uma novidade e que o vínculo dos
chamados católicos praticantes não parece existir queda. Ele considera,
no entanto, que os números do Censo é uma chamada de atenção para se
colocar em prática um trabalho de manter sinais públicos que ajudem no
despertar o sentido de pertença dos católicos nominais. Dom Pedro Brito,
arcebispo de Palmas (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, lembrou que o
enfraquecimento da missão e da atuação dos sacerdotes como referência
intelectual e moral também comprometem a atuação da Igreja e nisso está
também o desafio para transformação com acento na missão.
Dom
Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente
da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, destacou a qualidade do
testemunho e da atuação de bispos, padres e lideranças leigas de alto
nível. Segundo ele, é preciso lembrar da expressão “apaixonar-se por
Cristo” como o ponto de partida da ação missionária. O padre Deusmar
Jesus da Silva, assessor da Comissão para os Ministérios Ordenados,
insistiu a respeito da necessidade de pesquisas que ajudem a orientar o
planejamento de pastoral com especial atenção para pesquisas em nível
paroquial. É preciso conhecer mais a realidade da comunidade local.
O
Consep, diante do desafio dessa reflexão, decidiu que a presidência
CNBB vai enviar aos bispos de todo o Brasil um texto como o título
“Reflexões Pastorais do Consep sobre o Mapa das Religiões” de modo que
se possa colaborar com o aprofundamento sobre os grandes temas que estão
em torno desse tema.
Campanha da Fraternidade 2013
O
secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos
Dias, apresentou o texto do objetivo geral e dos objetivos específicos
da campanha de 2014 aos bispos do Conselho Episcopal Pastoral. O tema
será Fraternidade e Tráfico Humano e o lema: “É para a liberdade que
Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
Os membros do Consep apresentaram
sugestões e emendas para facilitar a compreensão do que a Igreja se
propõe a refletir. Ficou definido que, como objetivo geral, a partir da
reafirmação da defesa e da reverência pela dignidade dos filhos e filhas
de Deus, é preciso mobilizar a sociedade através da denúncia do tráfico
humano de modo a contribuir pela erradicação desse mal. A formulação do
texto final fica sob o encargo do grupo de trabalho que está
encarregado de preparar o Texto Base.
Propostas de objetivos
específicos também foram discutidas. O Consep confia ao próprio grupo
que prepara o texto da Campanha recolha as observações feitas pelos
bispos e os destaques de certos elementos para, em seguida, encaminhem
uma formulação desses objetivos.
Fonte: CNBB