sábado, 1 de dezembro de 2012

 
  



Vaticano: "A paz requer decisões corajosas"



Cidade do Vaticano (RV) - A Santa Sé acolheu “positivamente” a decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas com a qual a Palestina se tornou “Estado Observador não-membro” e recordou a sua posição, que defende a concessão a Jerusalém de um estatuto especial, garantido internacionalmente. Tal estatuto garantiria a liberdade de religião e de consciência, a identidade e o caráter sagrado de Jerusalém como Cidade Santa, o respeito e a liberdade de acesso a seus lugares sagrados.

“A paz precisa de decisões corajosas e a votação desta quinta-feira refletiu o sentimento da maioria da comunidade internacional, reconhecendo aos palestinos uma presença mais significativa nas Nações Unidas” – afirma a nota do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi. Para a Santa Sé, “este documento é a base jurídica para a existência de dois Estados, como previsto 65 anos atrás, quando Israel foi constituído, em respeito à Resolução 181 da ONU de 29 de novembro de 1947, e a Palestina não viu a luz”.

“A Santa Sé considera que o atual resultado não representa, por si só, uma solução eficaz aos problemas existentes na região, que só terão uma resposta adequada se houver um empenho efetivo em construir a paz e a estabilidade na justiça e no respeito das legítimas aspirações, de israelenses e palestinos”.

“E é por isso – continua a nota – que a Santa Sé convidou várias vezes os responsáveis dos dois povos a retomar as negociações com boa vontade e buscar sinceramente soluções que sejam alicerces seguros para a paz duradoura”.

Além disso, “a Santa Sé dirigiu um apelo à Comunidade internacional para que aumente seus esforços e incentive sua criatividade para adotar adequadas iniciativas que ajudem a obter uma paz duradoura, no respeito dos direitos dos dois povos”.

Com o estatuto de "Estado observador" - até agora exclusivo da Santa Sé -, a Palestina pode solicitar admissão a outras instituições da ONU e instaurar processos por crimes de guerra contra líderes israelenses junto ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e do Tribunal Penal Internacional em Haia (TPI).
(CM)

No Advento caminhamos para celebrar com alegria o nascimento da Esperança, enquanto peregrinamos em busca de sua Plenitude. Paz e Bem.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Na fé, podemos assumir o nosso sofrimento e partilhar o do próximo.[102]

Enem: os rankings que mentem

A lista de melhores e piores escolas, elaborada com base no Enem, contém distorções e imprecisões que colocam em xeque sua validade


Fragilidade do ranking do Enem. Ilustração: Vilmar Oliveira
No último dia 22, o Ministério da Educação (MEC) divulgou as médias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) alcançadas por cada escola em 2011. Quase instantaneamente, os dados geraram rankings das instituições com melhores e piores desempenhos. Esse tipo de organização da informação é sempre uma maneira complicada de analisar dados de Educação.
A formação de rankings de forma geral é míope, pois não considera a realidade na qual a escola está inserida. Informações como o perfil dos alunos, dos professores e da comunidade, que impactam diretamente o desempenho dos estudantes, são deixadas de lado. "O nível socioeconômico é um fator que interfere de forma muito intensa nos resultados", explica Ruben Klein, especialista em estatísticas sobre desempenho educacional da Fundação Cesgranrio.
Além disso, é necessário levar em conta que parte das instituições nas primeiras posições dos rankings utiliza estratégias para maquiar seu desempenho. Além das provas de ingresso, que filtram apenas os bons alunos, há colégios que selecionam os estudantes no decorrer da Educação Básica, fazendo com que apenas quem alcança as melhores notas chegue ao último ano e participe da avaliação.
Falando especificamente no Enem, existem ainda outros agravantes. Questões metodológicas colocam em xeque a validade das notas do exame para analisar a qualidade das escolas - e da Educação. Em primeiro lugar, trata-se de uma prova de adesão voluntária. A decisão de participar ou não fica a cargo do aluno e tem com base tanto motivações internas (como o desejo de concorrer a uma vaga na universidade) quanto influências externas (muitas vezes, da própria escola). O universo de estudantes que realiza a avaliação, portanto, não é representativo nem das instituições, nem do país.
A prova em si também não é adequada para fazer uma análise mais ampla da Educação. De acordo com Gisele Gama de Andrade, pós-doutora em avaliação educacional e diretora-presidente da Abaquar Consultores, o Enem é desenvolvido com base em uma lista de habilidades que os alunos devem ter ao final do Ensino Médio. "Na hora da prova, cada habilidade é testada apenas uma ou duas vezes. Para uma análise do sistema de ensino, é necessário que elas sejam testadas várias vezes, para saber se, de fato, os alunos a possuem ou não", exemplifica a especialista.
Ainda que todo esse panorama fosse diferente, a criação de rankings continuaria não sendo uma ferramenta válida. "É uma lástima observarmos nossas escolas apenas como boas ou ruins", lamenta Maria Nilene Badeca da Costa, secretária estadual de Educação de Mato Grosso do Sul e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). "Todas as demais análises que devem ser feitas no que diz respeito ao processo de ensino e de aprendizagem são esquecidas", diz ela. O ideal seria analisar a quantidade de alunos que atingiu um nível adequado de aprendizagem, e não apenas apresentar a média alcançada pela instituição.
Dentro do modelo de exame que se tem hoje, portanto, a publicação de resultados por escola gera interpretações erradas e deveria ser evitada. "Se o Enem é um processo seletivo, ele deve se encerrar com a divulgação dos alunos aprovados", defende Gisele. Os resultados de cada escola até poderiam ser entregues à direção, como forma de ajudar a mapear problemas e possíveis soluções. Mas o processo deveria parar aí. Afinal, o exame pode até indicar aspectos pontuais, mas está longe de ser uma fonte segura para analisar todo o trabalho realizado ao longo do Ensino Médio. Para isso, seria preciso criar uma nova avaliação.
Fonte: Nova Escola

Excluir as notas de redação dos resultados do ENEM compromete a avaliação do desempenho do ensino. Saber escrever é competência essencial.

Notícia triste: Crianças e jovens apresentam mais excesso que falta de peso; 1/3 crianças de 5 a 9 anos está com sobrepeso, diz IBGE.

IBGE: Ens. médio público tem 8,6% de estudantes de famílias ricas. Na rede particular, 53% são ricos e 3,8% de classe mais baixa.