Minha fé em Deus não passa pela necessidade de
milagres e acontecimentos grandiosos. A beleza das coisas criadas me
basta.
domingo, 11 de novembro de 2012
Os Guarani Kaiowá e as perversidades do senso comum
Renzo Taddei
Colunista do Canal Ibase
Colunista do Canal Ibase
Nas últimas semanas recebi uma quantidade impressionante de
solicitações, via redes sociais e e-mail, para manifestar meu apoio à causa dos Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Não me lembro, em minha experiência com redes sociais, de ter visto mobilização desse porte. Há pouco mais de uma semana, saiu decisão judicial a favor dos indígenas
– ou, para colocar em termos mais precisos, revogando a reintegração de
posse da área onde estão. Como atentou gente mais próxima ao movimento
indígena, isso por si só não garante quase nada,
apenas que violências maiores não sejam cometidas no curto prazo. De
qualquer forma, não tive muito tempo para me alegrar com o que parecia
uma vitória do potencial de mobilização descentralizada da sociedade
civil: ao comentar a questão com um amigo, no Rio de Janeiro, recebi
como resposta a pergunta, maliciosamente feita de forma a combinar
ironia e seriedade em proporções iguais: “mas, afinal, para que servem
os índios?” Desconcertado, não consegui articular nada, apenas
retruquei: “não sei; mas e você, pra que serve?”
Não pude deixar de pensar no assunto nos dias que se
seguiram. Mas, no caso, o assunto deixou de ser exatamente a situação
dos Guarani Kaiowá, ou das especificidades de conflitos entre índios e
não-índios, e passou a ser a situação de certa configuração de ideias do
senso comum da população urbana – ou pelo menos das coletividades nas
quais me insiro, no Rio de Janeiro e em São Paulo – sobre os índios, em
primeira instância, e sobre aqueles que são irredutivelmente diferentes,
em última. Obviamente esse é assunto complexo, e vou me limitar a
apenas pontuar alguns temas que, creio, são importantes para iluminar o
contexto no qual notícias sobre os conflitos envolvendo indígenas ganham
significados, para a grande parcela da população brasileira que
inevitavelmente participa disso tudo na posição de meros espectadores.
Sobre a natureza dos índios e não-índios
Certa vez,
em uma aula de antropologia, na Escola de Comunicação da UFRJ, usei um
exemplo hipotético de jovem índio que vinha à universidade estudar
medicina. “Aí ele deixa de ser índio”, alguém disse. Na discussão que se
seguiu, a opinião prevalecente era de que as expressões “índio urbano” e
“índio médico”, usadas por mim, eram contradições em termos. Eu
perguntei, então, se o fato de eu ser descendente de italianos, o que me
dá, segundo a legislação italiana, o direito de “virar italiano”, faz
com que eu deixe de ser alguma coisa – brasileiro, por exemplo. Confusão
nas fisionomias. Por que eu posso virar italiano sem deixar de ser
brasileiro, e ninguém vê problema nisso, e o índio não pode “virar”
urbano sem deixar de ser índio? Concluímos – com vários autores
estudiosos das populações indígenas – que, sem que as pessoas se deem
conta, nós, urbanos, ocidentalóides, nos entendemos na maior parte do
tempo como seres “culturais”, tendo algum controle sobre nossas
identidades, portanto; enquanto isso, percebemos a essência indígena (se
é que isso existe) como algo “natural”, sobre a qual eles não têm, nem
podem ter, controle algum.
Nada mais natural, então, que pensar que lugar de índio é
na floresta, e que índio tem que ser preservado, como se fosse parte da
biodiversidade. Ou então índio deixa de ser índio e vira não-índio,
arranja emprego, compra casa, toca a vida na cidade – se desnaturaliza. O
problema é o índio que quer morar na cidade, ser médico, talvez, sem
abandonar suas formas indígenas de entender o mundo e vida. Ou o índio
que quer câmeras fotográficas, antibióticos, televisores, antenas
parabólicas e escolas, mas não quer abrir mão da sua forma
não-ocidental, e portanto não capitalista, de entender sua relação com a
terra, por exemplo. Ou não quer abrir mão de sua forma não-ocidental, e
portanto não marcada por um reducionismo materialista esvaziado e irresponsável,
de relação com câmeras fotográficas, antibióticos, televisores, antenas
parabólicas e escolas (é parte do senso comum que o que essas coisas
são para mim são também para todos que delas fazem uso, o que não é verdade
sequer para gente do mesmo grupo social). A questão se apresenta de
forma pervasiva até entre gente politicamente progressista: na Cúpula
dos Povos da Rio+20, uma grande amiga, ativista, me confidenciou ter
ficado espantada ao ouvir de lideranças indígenas que eles gostariam de
ter energia elétrica, saneamento, escolas. Eram afirmações que
contrariavam suas expectativas “romanceadas”, nas suas próprias
palavras, a respeito dos índios.
Por que é tão difícil aceitar a ideia de que quando o índio
diz querer escola, ele não está fazendo nenhuma declaração sobre a sua
identidade? Porque, dentre muitas outras coisas, identidade é paranoia
de não-índio, mas não (necessariamente) paranoia de índio. Aqui
começamos a chegar a algum lugar: é muito incômodo conviver com alguém
que não compartilha nossas paranoias.
Uma das decorrências perversas desse estado de coisas é a
forma como somos levados a ver os índios como pessoas “incompletas”,
como sendo “menos” que os não-índios. Não é à toa que, juridicamente, os
índios foram ao longo do século 20, até a Constituição de 1988 pelo
menos, tratados como equivalentes a crianças, ou seja, como seres
incapazes e que demandavam tratamento jurídico diferenciado, justamente
em função dessa incapacidade.
O problema estava (e está) nos códigos jurídicos, fechados à
possibilidade do direito à diferença, e não nos índios, que não são mais
nem menos capazes que os não-índios, mas apenas diferentes em suas
capacidades. A mudança constitucional de 1988, como a própria questão
dos Guarani Kaiowá demostra, ocorreu infelizmente muito mais de juris do
que de fato.
Os muitos significados do verbo servir
Mas voltemos à questão sobre a “serventia” dos índios. O tema apareceu novamente em reportagem da revista Veja, edição de 4 de novembro. Replicando argumentos usados em edições anteriores
ao tratar do tema, o texto (que de jornalístico não tem quase nada)
mescla desinformação e preconceito, ao fazer uso, por exemplo, de
argumentos como a suposta “trágica situação [dos índios] de silvícolas
em um mundo tecnológico e industrial”, de afirmações como “[a] Funai
também apoia o expansionismo selvagem”, e de acusações descabidas, como a
de que os antropólogos ligados ao Conselho Indigenista Missionário
querem transformar o sul do Mato Grosso do Sul numa “grande nação
guarani”, justamente na “zona mais produtiva do agronegócio” do estado.
Em 2010, a revista havia afirmado, através de um malabarismo estatístico
de quinta categoria (digno de envergonhar até ruralistas medianamente
sofisticados), que 90% do território brasileiro é ocupado ou destinado a
áreas de preservação ambiental, comunidades indígenas, quilombolas e
áreas de reforma agrária; “a agricultura e demais atividades econômicas
terão apenas 8% de área para se desenvolver”. Enfim, a estratégia
retórica é clara: quem não contribui com o agronegócio e demais formas
de produção capitalista em grande escala – no caso, os índios e todos os
demais grupos de alguma forma ligados a usos não predatórios da terra –
não contribui com a economia nacional. Em uma palavra: só serve para
atrapalhar.
Essa é uma questão, me parece, fundamental: é preciso
discutir o conceito de serventia. Como a ideia de “servir” participa em
nossas vidas, e na forma como aprendemos a entender e viver o mundo? Se a
serventia dos que (supostamente) não estão integrados ao projeto da
nação é um tema relevante – tanto ao pseudo-jornalismo da Veja como a
certo senso comum urbano -, e nós, não-índios, (supostamente)
integrados, afinal, servimos pra quê? E como isso afeta nossa
compreensão das questões indígenas no Brasil contemporâneo, e mais
especialmente o caso dos Guarani Kaiowá? Na minha opinião, isso tudo
serve de pano de fundo contra o qual as audiências urbanas, dos grandes
canais de mídia, distantes do Mato Grosso do Sul, atribuem sentido às
notícias.
O caso dos Guarani Kaiowá traz à luz um elemento da vida
cotidiana brasileira que é feito estrategicamente invisível na forma
como somos ensinados a entender o mundo. Eles não querem ser “como nós”;
tenho a impressão de que para a maioria da população urbana isso não
apenas é contra intuitivo, mas figura como um choque, quase como uma
afronta. Se eles gostam de fotografia, eletricidade, escolas e
antibióticos, qual o problema, então?
Há uma diferença fundamental entre a experiência de mundo
dos índios e dos não-índios brasileiros, e isso está ligado ao “lugar”
onde se encontram as coisas verdadeiramente importantes. De acordo com
trabalhos antropológicos que descrevem as visões de mundo e formas de
vida de várias etnias indígenas sul-americanas, uma das características
marcantes da vida indígena (para quem não é índio, obviamente), é a
proximidade existencial das pessoas com os níveis mais altos da
existência política e religiosa das suas sociedades. O poder político,
em geral, não é algo que se manifeste em forma de hierarquias verticais,
da forma como as entendemos, e provavelmente está ocupado por alguém
com quem as pessoas da tribo tem relação pessoal direta, muitas vezes de
parentesco. O mesmo se dá no que diz respeito à existência espiritual:
está tudo logo ali, divindades, antepassados, espíritos, mediados pelas
práticas do xamã, que também é conhecido de todos (ainda que,
igualmente, talvez temido por todos). Há a percepção de que as coisas do
mundo, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, são intrinsecamente
ligadas à existência das pessoas da comunidade – os antropólogos chamam
isso de relação de imanência.
O que é que a “integração” ao Brasil oferece, em
contrapartida? Fundamentalmente, o deslocamento do centro de gravidade
da existência para algum outro lugar, mais distante, abstrato, de
difícil compreensão. Os índios resistem à ideia de que o centro do mundo
passe a residir em outro lugar – em Brasília, por exemplo. Ou seja,
resistem ao processo que os faz marginais. A marginalização, tomando a
expressão de forma conceitual (ou seja, fazendo referência a quem está
nas margens, nas bordas ou periferia), pode se dar deslocando-se alguém
para a periferia do mundo, ou deslocando o centro de lugar, de modo que
quem era central passa a ser periférico, e, portanto, marginal. De certa
forma é exatamente isso que o Brasil oferece aos indígenas. Mas quem é
que quer ser marginal?
O que a imensa maioria de nós, urbanitas ocidentalóides,
não percebemos é que é isso, exatamente, que o Estado faz conosco.
Assistimos à política e às outras formas de organização do nosso mundo –
justiça, administração pública, economia – na qualidade de
espectadores. Irritados, confusos, insatisfeitos, mas
quintessencialmente espectadores. Somos mais capazes de interagir com um
reality show do que com o mundo da política. Desde pequenos somos
ensinados – e as políticas educacionais e conteúdos programáticos são
desenhados cuidadosamente para tanto – que as coisas realmente
importantes acontecem em algum outro lugar, e que são muito complexas, e
que por isso mesmo há alguém mais capacitado cuidando disso tudo, para
que possamos viver nossas vidas em paz. Ou seja, para que possamos não
pensar em nada que não seja nos mantermos vivos e sermos economicamente
ativos – e assim contribuir com o “projeto da nação”. Ou seja, o Estado
reduz nossa vida ao mínimo – pão e circo, bolsa família e telenovela –
para que as coisas funcionem e efetivamente aconteçam em algum outro
lugar. Somos espectros de cidadãos.
Ou seja, a pergunta sobre para que servem as pessoas deve
ser recolocada em outros termos: do que é que cada um de nós abre mão
para “participar” do Brasil? Nós servimos para servir ao Estado. Somos
todos marginais, e não nos damos conta disso.
O escândalo da questão indígena é a resistência que eles
têm em aceitar os nossos mitos, ou as nossas ilusões – sobre o Brasil,
por exemplo. Acostumados à experiência da autodeterminação, eles talvez
tenham uma visão do que é o Brasil, como “projeto de nação”, que em
muitos sentidos pode ser mais realista do que a de todos nós.
O Estado brasileiro só vai ser capaz de avançar na questão
dos conflitos indígenas quando parar de tratar o tema da
autodeterminação como anátema. E só o fará quando deixar de ter na
tutela dos seus súditos sua razão de ser – ou seja, quando as elites
políticas abandonarem a visão que tem de que o Brasil é fundamentalmente
habitado por gente desqualificada, intelectualmente e moralmente
inferior, e mal intencionada, e que demanda, portanto, o esforço do
Estado para corrigir desvios e induzir a massa ao caminho produtivo. O
Estado brasileiro é incapaz de reconhecer valor nas diferenças,
justamente porque a homogeneização coletiva é condição de existência do
próprio Estado. Frequentemente é evocada a noção de atentado à soberania nacional quando o tema das diferenças é trazido ao centro da arena.
E se um bocado de gente decide – muito arrazoadamente, por sinal – que a economia
não deve mais crescer? Isso, dirão muitos, é obviamente um atentado à
soberania nacional. Ou não? É, antes que tudo, e talvez apenas, um
atentado à soberania do soberano. Pelo menos da tecnocrática soberana da
ocasião.
Manifestemo-nos hoje,
enfaticamente, em defesa dos Guarani Kaiowá. Como forma de materializar
nosso apreço pela liberdade e pelo direito à diferença. Como forma de
protesto contra um Estado centralizador e autoritário. Como declaração
de que não queremos juiz, médico, político ou professor nos dizendo como
devemos viver nossas vidas. Essa função está reservada para os poetas –
índios e não-índios, brancos e não-brancos.Renzo Taddei é professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É doutor em antropologia pela Universidade de Columbia, em Nova York. Dedica-se aos estudos sociais da ciência e tecnologia.
sábado, 10 de novembro de 2012
32º Domingo do Tempo comum
Este 32º domingo, trás na dinâmica da liturgia, o
comportamento assinalado pela extraordinária solidariedade de duas mulheres
viúvas (1ª leitura e Evangelho). A hospitalidade da primeira é compensada pelo
milagre de Elias, sobretudo porque foi acompanhada pela fé na palavra de Deus e
a humildade generosa da segunda mereceu ouvir de Jesus um elogio sem igual. Ensina-nos
S. Paulo que o único sacrifício que agrada a Deus é o do coração disposto a
amar quem quer que seja, não só oferecendo-lhe o que se possui, mas até a
própria vida, se necessário for (2ª leitura).
·
Primeira
leitura: 1 Rs 17,10-16
Contextualizando
a primeira leitura, é possível chamar atenção para o confronto que havia entre
os profetas de Baal, que eram adorados pelos habitantes de Canaã e o profeta de
Deus, Elias, o homem da esperança.
No
tempo de Elias quase todo o povo foi vítima das seduções desse deus Baal. Os
ídolos são sempre assim: prometem o que não têm, por isso terminam iludindo os
que lhes prestam culto.
Diante
dessa apostasia, qual a postura de Elias, o profeta de Deus? Fazer a vontade de
Deus, conscientizando povo a não entrar “nessa!”
O
rei, após ser informado pelos bajuladores a respeito do trabalho de Elias, deu
ordens para localizar o profeta e condená-lo à morte. É nessa faze da história
de Elias que se insere o episódio da leitura de hoje.
Para
livrar-se da ira de Acab, o profeta foge. Certo dia chega à cidade de Sarepta
onde encontra uma viúva, à qual restou só um punhado de farinha e um pouco de
azeite. O profeta é alimentado pela viúva, que lhe oferece o único alimento que
lhe restava.
A
viúva acredita nas palavras do profeta, oferece-lhe tudo o que tem e Deus
abençoa a sua generosidade.
Vejamos,
pois: Deus abençoa os que partilham os seus próprios bens; a multiplicação dos
nossos bens é consequência da nossa generosidade.
·
Evangelho:
Mc 12,38-44
Marcos divide o texto de hoje em duas
partes: O primeiro (vv. 38-40), Jesus lembra aos discípulos para que tenham
cuidado, quanto ao comportamento dos doutores da lei; a segunda parte (vv.
41-44) trás a narração sobre a viúva pobre que deposita seu donativo, o último
recurso que ela tinha no cofre do templo.
Mas então, quem eram essas “figuras
impolutas”, os doutores da Lei? Tratava-se dos “especialistas no conhecimento
dos preceitos da LEI de Deus e de suas prescrições para o povo de Israel”
(Esdras 7,11); além do mais, eram eles que exigiam e julgavam nos tribunais o
que deviam também cumprir e não cumpriam.
Um
detalhe: Por que Jesus aparece sempre reprovando a atitude dos “doutores da
lei”, os “escribas”? Por que não desfrutavam de forma alguma da sua simpatia?
Porque eram “exibicionistas”, “orgulhosos”, “injustos” e “desumanos”, portanto,
incoerentes com o que ensinavam e exigiam em relação aos outros. Folcloristas,
no sentido negativo; a ponto de tornarem-se ridículos. O Mestre não tolerava
essas facetas “encenações”, aliás, até parece que sentia alergia.
Jesus é encontrado no templo de Jerusalém,
o centro do poder político e religioso daquela época, condenando não só o
pecado de vaidade por parte dos doutores da Lei, mas, sobretudo porque eles
“dilapidavam as casas das viúvas” (v. 40). Elas são as protegidas por Deus (Sl
146,9): “Ai de quem as maltrata! Ai de quem as faz chorar!
Em contraposição aos doutores da lei, às
pessoas que dominam a sociedade, a segunda parte do evangelho, apresenta um
exemplo de religiosidade autêntica: uma pobre viúva que escancara o seu coração
e doa tudo o que tem.
Que lições é possível tirarmos? A mais
simples e imediata, é de humildade, confiança, generosidade e fé em Deus,
apesar de nunca ter acompanhado Jesus, como fizeram os doze, e como fazemos
muitos de nós.
E mais: Precisamos entender melhor que,
“cristão não é o homem rico que, possuindo muito bens, pode dar generosas
esmolas, oferecendo parte daquilo que lhe sobra: cristão é só aquele que, rico
ou pobre, coloca à disposição dos irmãos, ´tudo´ o que possui”.
O pobre também é convidado a partilhar os
seus bens. Não há ninguém tão pobre que
não tenha nada a oferecer.
Mais uma lição: a viúva que oferece tudo é
a imagem de Deus – a imagem de Jesus Cristo que – como ensina S. Paulo – “sendo
rico, se fez pobre” (2 Cor 8,9).
Para Jesus, é evidente o contrate
alarmante e injusto entre as lideranças (doutores da lei, escribas, fariseus,
políticos, ricos e outros) e a classe das viúvas, representantes dos pobres,
marginalizados, das “classes sobrantes”.
Enquanto os outros só buscam ver por fora,
Jesus vê além das aparências, vê lá por dentro! Jesus vê o coração fechado do
rico; Jesus vê o coração aberto da viúva pobre, que termina oferecendo tudo o
que tem.
Pois bem, aí está a autêntica atitude
religiosa que é a de entregar-se totalmente a Deus, doando do que tem,
doando-se a si mesmo ao seu semelhante, ao invés de confiar no seu poder e na
sua riqueza.
O trecho estudado, faz-nos alguns
questionamentos sobre as razões que trazemos no coração. Chega de máscaras e
subterfúgios. Precisamos ser francos e sinceros. Cuidado para não ficarmos tão
somente nas boas intenções, apesar das mesmas serem a primeira condição para se
alcançar uma vida autêntica.
·
Segunda
leitura: Hb 9,24-28
O
trecho da Segunda leitura nos indica dois motivos pelos quais Jesus deve ser
considerado como único e verdadeiro sacerdote.
Os
antigos sacerdotes (Antiga Lei) – nos diz a leitura – ofereciam os seus
sacrifícios num templo material. Cristo, ao contrário, cumpre o seu ministério
no céu, num santuário não construído pelas mãos humanas.
Jesus,
ao invés, ofereceu um só e perfeito sacrifício, não derramou o sangue dos
animais, mas doou o seu próprio, e, com o seu gesto de amor, destruiu
definitivamente o pecado (9vv. 25-27).
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco de Nova Cruz
Festa da padroeira da Arquidiocese começa neste domingo |
A partir de domingo, 11 de novembro, a
Arquidiocese e a cidade do Natal festejam a padroeira, Nossa Senhora da
Apresentação. Durante dez dias, os fiéis terão a oportunidade de
participar de uma diversificada programação com caminhadas, missas,
novenas, atendimento de confissões, reza do Ofício de Nossa Senhora e do
terço, e atividades sociais, incluindo funcionamento de barracas e
shows musicais.
O ápice dos festejos acontecerá no dia 21, feriado no município de Natal. Nesse dia, a programação terá início a zero hora, com uma vigília, na Pedra do Rosário. A partir das 3h30, acontecerá a procissão fluvial, pelas águas do Rio Potengi, com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação. A procissão encerrará na Pedra do Rosário, onde, às 5 horas, será celebrada a missa, presidida pelo Vigário Geral da Arquidiocese, Padre Edilson Soares Nobre. Tradicionalmente, todos os anos, milhares de fiéis participam dessa celebração. Ainda no dia 21, às 7h30, haverá missa, na antiga Catedral, presidida pelo Monsenhor Agnelo Dantas Barretto. Às 10 horas, na Catedral Metropolitana, haverá missa solene, presidida pelo Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha. Às 14 horas, acontecerá a caminhada, intitulada '9º Natal Caminha com Maria', saindo do Santuário dos Mártires, no bairro de Nazaré, para a Catedral Metropolitana, onde haverá missa, também presidida pelo Arcebispo. Durante os festejos, circula a XI edição da Revista Rosário do Potengi. Nesta edição, a revista traz uma matéria sobre o funcionamento da Paróquia da Catedral, criada em 29 de dezembro de 2009; artigos sobre o Ano da Fé, 50 anos da Campanha da Fraternidade e do Concílio Vaticano II; além da novena e do hinário da festa.
À luz do Ano da Fé e do Concílio
"Mãe da Apresentação, modelo perfeito de fé"
é o tema escolhido para a festa de Nossa Senhora da Apresentação 2012.
Segundo o pároco da Paróquia da Catedral, Padre Valdir Cândido de
Morais, o tema está relacionado com o Ano da Fé, proclamado pelo Papa
Bento XVI. "Julgamos que Maria foi quem mais professou sua fé, dando o
sim ao projeto de Deus. Então, por isso, e em consonância com o Ano da
Fé, escolhemos este tema", enfatizou.
Já, o lema é uma citação do Evangelho de Lucas, no texto conhecido como Magnificat: "Bem aventurada aquela que acreditou". "Uma vez que Maria deu seu sim ao projeto de Deus, ao mesmo tempo a alegria invadiu seu coração, e ela, por meio do Espírito Santo, tornou realidade o projeto de Deus, gerando o filho, Jesus Cristo", explicou o pároco. Durante as festividades, a cada noite um subtema norteará a pregação da novena. Segundo o Padre Valdir, cada subtema é baseado no capítulo 8, da Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II. "Esse capítulo é dedicado à Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus. A Lumen Gentium foi promulgada pelo Papa Paulo VI, em 21 de novembro de 1964, dia da apresentação de Nossa Senhora", comenta Padre Valdir.
Um convite ao projeto de Deus
De acordo com o pároco da Catedral, a festa
de Nossa Senhora da Apresentação é momento que possibilita às pessoas a
adesão ao projeto de Deus. "Somos uma Igreja em estado permanente de
missão e estamos vivenciando as alegrias do Ano da Fé, proclamado pelo
Papa Bento XVI, como também vivemos os 50 anos do Concílio Vaticano II.
Neste clima de alegria, queremos que este momento da festa de Nossa
Senhora da Apresentação possibilite a nossa adesão ao projeto de Deus,
que tão bem foi aceito por Nossa Senhora", destaca Padre Valdir. E
acrescenta: "A festa que vamos celebrar nestes dias é um grande momento
de crescimento na nossa missão e, ao mesmo tempo, um momento propício
para reacender nossa fé e receber as graças que nos vêm pela intercessão
da Mãe, Maria Santíssima."
|
Foto: Cacilda Medeiros |
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Imagem de Nossa Senhora da Apresentação |
Meditando o Evangelho de hoje
Dia Litúrgico: Sábado, 10 de Novembro
Evangelho de hoje: Lc 16,9-15
31ª Semana do Tempo Comum
Eu vos digo: fazei-vos amigos com a riqueza injusta, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos. Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas o será também nas grandes. Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Ora, ouviam tudo isso os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele. Jesus disse-lhes: "Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus vos conhece os corações; pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus.
Comentário
Viver
dividido é uma das causas do desgaste e da angústia dos homens e
mulheres da pós-modernidade. Jesus nos afirma categoricamente no
evangelho de hoje: "Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de
odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro”.
Senhor, liberta nosso coração, pois estamos cansados e abatidos por
tanta divisão interior, por tantos senhores a nos "mandar” e a "exigir”
nossa dedicação e atenção. Teu evangelho nos alerta sobre o
"senhor” dinheiro, mas ele é apenas um dentre tantos "senhores”
manipuladores e possessivos que estão a nos rodear.
Bento XVI cria Pontifícia Academia para promover a língua e a cultura latina

Papa Bento XVI
De acordo à sua constituição, anexada à Carta Apostólica, a Pontifícia Academia de Latinidade dependerá do Pontifício Conselho da Cultura, estará regida por um Presidente auxiliado por um secretário, ambos nomeados pelo Papa, e estará conformada por um máximo de 50 membros, entre acadêmicos, estudiosos e autoridades da matéria, nomeados pelo Secretário de estado.
O Papa nomeou como primeiro Presidente da Pontifícia Academia o professor Ivano Dionigi, e como Secretário o P. Roberto Spataro.
O Papa Bento XVI sublinhou que a língua latina foi mantida em alta consideração pela Igreja Católica e pelos Romanos Pontífices, quem freqüentemente têm promovido seu conhecimento e difusão.
“Em realidade, desde Pentecostes a Igreja falou e orou em todas as línguas dos homens. Entretanto, as Comunidades cristãs dos primeiros séculos usaram ampliamente o grego e o latim, línguas de comunicação universal do mundo no qual viviam, graça às quais a novidade da Palavra de Cristo encontrava a herança da cultura helênico-romana”, escreveu o Papa.
Bento XVI indicou que depois da queda do Império Romano do Ocidente, a Igreja não só seguiu valendo-se do latim, mas também se converteu em custódia e promotora do seu uso, tanto no âmbito teológico e litúrgico como na formação e transmissão do saber.
O Papa também se referiu à debilitação da língua latina no âmbito dos estudos humanísticos e na cultura geral, mas sublinhou que atualmente persiste um renovado interesse na cultura e na língua latina. “Torna-se portanto urgente sustentar o compromisso por um maior conhecimento e um uso mais competente da língua latina”, assinalou.
Bento XVI destacou que “para contribuir no alcance de tais objetivos, seguindo os rastros de meus venerados Predecessores, com o presente Motu Proprio hoje instituo a Pontifícia Academia de Latinidade, dependente do Pontifício Conselho da Cultura. Estará regida por um Presidente, ajudado por um Secretário, por mim nomeado, e por um Conselho Acadêmico”. (ACIDigital)
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