sábado, 13 de outubro de 2012

Papa: Concílio Vaticano II, imagem da Igreja de Jesus Cristo que abraça todo o mundo

10/10/2012 | Rádio Vaticano O jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano, publicou uma edição especial por ocasião do 50° aniversário de abertura do Concílio Vaticano II.
A publicação, em 40 mil exemplares, é composta por narrativas intensas do período do concílio com detalhes de crônicas pouco conhecidas e fotografias raras. Abre essa edição o texto de Bento XVI que na época era jovem e participou como teólogo.
Segue na íntegra, o texto do Santo Padre.
Foi um dia maravilhoso aquele 11 de Outubro de 1962 quando, com a entrada solene de mais de dois mil Padres conciliares na Basílica de São Pedro em Roma, se abriu o Concílio Vaticano II. Em 1931, Pio XI colocara no dia 11 de Outubro a festa da Maternidade Divina de Maria, em recordação do facto que mil e quinhentos anos antes, em 431, o Concílio de Éfeso tinha solenemente reconhecido a Maria esse título, para expressar assim a união indissolúvel de Deus e do homem em Cristo. O Papa João XXIII fixara o início do Concílio para tal dia com o fim de confiar a grande assembleia eclesial, por ele convocada, à bondade materna de Maria e ancorar firmemente o trabalho do Concílio no mistério de Jesus Cristo. Foi impressionante ver entrar os bispos provenientes de todo o mundo, de todos os povos e raças: uma imagem da Igreja de Jesus Cristo que abraça todo o mundo, na qual os povos da terra se sentem unidos na sua paz.
Foi um momento de expectativa extraordinária pelas grandes coisas que deviam acontecer. Os concílios anteriores tinham sido quase sempre convocados para uma questão concreta à qual deviam responder; desta vez, não havia um problema particular a resolver. Mas, por isso mesmo, pairava no ar um sentido de expectativa geral: o cristianismo, que construíra e plasmara o mundo ocidental, parecia perder cada vez mais a sua força eficaz. Mostrava-se cansado e parecia que o futuro fosse determinado por outros poderes espirituais. Esta percepção do cristianismo ter perdido o presente e da tarefa que daí derivava estava bem resumida pela palavra «actualização»: o cristianismo deve estar no presente para poder dar forma ao futuro. Para que pudesse voltar a ser uma força que modela o porvir, João XXIII convocara o Concílio sem lhe indicar problemas concretos ou programas. Foi esta a grandeza e ao mesmo tempo a dificuldade da tarefa que se apresentava à assembleia eclesial.
Obviamente, cada um dos episcopados aproximou-se do grande acontecimento com ideias diferentes. Alguns chegaram com uma atitude mais de expectativa em relação ao programa que devia ser desenvolvido. Foi o episcopado do centro da Europa - Bélgica, França e Alemanha - que se mostrou mais decidido nas ideias. Embora a ênfase no pormenor se desse sem dúvida a aspectos diversos, contudo havia algumas prioridades comuns. Um tema fundamental era a eclesiologia, que devia ser aprofundada sob os pontos de vista da história da salvação, trinitário e sacramental; a isto vinha juntar-se a exigência de completar a doutrina do primado do Concílio Vaticano I através duma valorização do ministério episcopal. Um tema importante para os episcopados do centro da Europa era a renovação litúrgica, que Pio XII já tinha começado a realizar. Outro ponto central posto em realce, especialmente pelo episcopado alemão, era o ecumenismo: o facto de terem suportado juntos a perseguição da parte do nazismo aproximara muito os cristãos protestantes e católicos; agora isto devia ser compreendido e levado por diante a nível de toda a Igreja. A isto acrescentava-se o ciclo temático Revelação-Escritura-Tradição-Magistério. Entre os franceses, foi sobressaindo cada vez mais o tema da relação entre a Igreja e o mundo moderno, isto é, o trabalho sobre o chamado «Esquema XIII», do qual nasceu depois a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Atingia-se aqui o ponto da verdadeira expectativa suscitada pelo Concílio. A Igreja, que ainda na época barroca tinha em sentido lato plasmado o mundo, a partir do século XIX entrou de modo cada vez mais evidente numa relação negativa com a era moderna então plenamente iniciada. As coisas deviam continuar assim? Não podia a Igreja cumprir um passo positivo nos tempos novos? Por detrás da vaga expressão «mundo de hoje», encontra-se a questão da relação com a era moderna; para a esclarecer, teria sido necessário definir melhor o que era essencial e constitutivo da era moderna. Isto não foi conseguido no «Esquema XIII». Embora a Constituição pastoral exprima muitas elementos importantes para a compreensão do «mundo» e dê contribuições relevantes sobre a questão da ética cristã, no referido ponto não conseguiu oferecer um esclarecimento substancial.
Inesperadamente, o encontro com os grandes temas da era moderna não se dá na grande Constituição pastoral, mas em dois documentos menores, cuja importância só pouco a pouco se foi manifestando com a recepção do Concílio. Trata-se antes de tudo da Declaração sobre a liberdade religiosa, pedida e preparada com grande solicitude sobretudo pelo episcopado americano. A doutrina da tolerância, tal como fora pormenorizadamente elaborada por Pio XII, já não se mostrava suficiente face à evolução do pensamento filosófico e do modo se concebia como o Estado moderno. Tratava-se da liberdade de escolher e praticar a religião e também da liberdade de mudar de religião, enquanto direitos fundamentais na liberdade do homem. Pelas suas razões mais íntimas, tal concepção não podia ser alheia à fé cristã, que entrara no mundo com a pretensão de que o Estado não poderia decidir acerca da verdade nem exigir qualquer tipo de culto. A fé cristã reivindicava a liberdade para a convicção religiosa e a sua prática no culto, sem com isto violar o direito do Estado no seu próprio ordenamento: os cristãos rezavam pelo imperador, mas não o adoravam. Sob este ponto de vista, pode-se afirmar que o cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião. Todavia a interpretação deste direito à liberdade no contexto do pensamento moderno ainda era difícil, porque podia parecer que a versão moderna da liberdade de religião pressupusesse a inacessibilidade da verdade ao homem e, consequentemente, deslocasse a religião do seu fundamento para a esfera do subjectivo. Certamente foi providencial que, treze anos depois da conclusão do Concílio, tivesse chegado o Papa João Paulo II de um país onde a liberdade de religião era contestada pelo marxismo, ou seja, a partir duma forma particular de filosofia estatal moderna. O Papa vinha quase duma situação que se parecia com a da Igreja antiga, de modo que se tornou de novo visível o íntimo ordenamento da fé ao tema da liberdade, sobretudo a liberdade de religião e de culto.
O segundo documento, que se havia de revelar depois importante para o encontro da Igreja com a era moderna, nasceu quase por acaso e cresceu com sucessivos estratos. Refiro-me à declaração Nostra aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs. Inicialmente havia a intenção de preparar uma declaração sobre as relações entre a Igreja e o judaísmo - um texto que se tornou intrinsecamente necessário depois dos horrores do Holocausto (shoah). Os Padres conciliares dos países árabes não se opuseram a tal texto, mas explicaram que se se queria falar do judaísmo, então era preciso dedicar também algumas palavras ao islamismo. Quanta razão tivessem a este respeito, só pouco a pouco o fomos compreendendo no ocidente. Por fim cresceu a intuição de que era justo falar também doutras duas grandes religiões - o hinduísmo e o budismo - bem como do tema da religião em geral. A isto se juntou depois espontaneamente uma breve instrução relativa ao diálogo e à colaboração com as religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser reconhecidos, conservados e promovidos (cf. n. 2). Assim, num documento específico e extraordinariamente denso, inaugurou-se um tema cuja importância na época ainda não era previsível. Vão-se tornando cada vez mais evidentes tanto a tarefa que o mesmo implica como a fadiga ainda necessária para tudo distinguir, esclarecer e compreender. No processo de recepção activa, foi pouco a pouco surgindo também uma debilidade deste texto em si extraordinário: só fala da religião na sua feição positiva e ignora as formas doentias e falsificadas de religião, que têm, do ponto de vista histórico e teológico um vasto alcance; por isso, desde o início, a fé cristã foi muito crítica em relação à religião, tanto no próprio seio como no mundo exterior.
Se, ao início do Concílio, tinham prevalecido os episcopados do centro da Europa com os seus teólogos, nas sucessivas fases conciliares o leque do trabalho e da responsabilidade comuns foi-se alargando cada vez mais. Os bispos reconheciam-se aprendizes na escola do Espírito Santo e na escola da colaboração recíproca, mas foi precisamente assim que se reconheceram servos da Palavra de Deus que vivem e trabalham na fé. Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer: eram Padres do Concílio com uma voz e um direito de decisão só enquanto bispos, quer dizer em virtude do sacramento e na Igreja sacramental. Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova, mas compreendê-las a ambas de modo mais profundo e, consequentemente, «renová-las» de verdade. Por isso, uma hermenêutica da ruptura é absurda, contrária ao espírito e à vontade dos Padres conciliares.
No Cardeal Frings, tive um «pai» que viveu de modo exemplar este espírito do Concílio. Era um homem de significativa abertura e grandeza, mas sabia também que só a fé guia para se fazer ao largo, para aquele horizonte amplo que resta impedido ao espírito positivista. É esta fé que queria servir com o mandato recebido através do sacramento da ordenação episcopal. Não posso deixar de lhe estar sempre grato por me ter trazido - a mim, o professor mais jovem da Faculdade teológica católica da universidade de Bonn - como seu consultor na grande assembleia da Igreja, permitindo que eu estivesse presente nesta escola e percorresse do interior o caminho do Concílio. Este livro reúne os diversos escritos, com os quais pedi a palavra naquela escola; trata-se de pedidos de palavra totalmente fragmentários, dos quais transparece o próprio processo de aprendizagem que o Concílio e a sua recepção significaram e ainda significam para mim. Em todo o caso espero que estes vários contributos, com todos os seus limites, possam no seu conjunto ajudar a compreender melhor o Concílio e a traduzi-lo numa justa vida eclesial. Agradeço sentidamente ao arcebispo Gerhard Ludwig Müller e aos colaboradores do Institut Papst Benedikt XVI pelo extraordinário compromisso que assumiram para realizar este livro.
Castel Gandolfo, na memória do bispo Santo Eusébio de Vercelas, 2 de agosto de 2012.
Fonte: www.cnbb.org.br


Líder da Igreja Anglicana destaca potencial humanizador da fé cristã

11/10/2012 | OC
Cidade do Vaticano, 11 out 2012 (Ecclesia) - O arcebispo da Cantuária (Inglaterra) e líder da Igreja Anglicana marcou presença no Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano e pediu aos participantes católicos que destaquem o potencial da fé cristã para uma vida "mais humana".
Rowan Williams, um dos convidados deste evento, defendeu que a sociedade espera por esta mensagem que ajude a viver "com a consciência de que existe uma alegria sadia e duradoura".
"Temos de vigiar com atenção para que a nossa evangelização não seja simplesmente um modo de persuadir as pessoas a aplicar a Deus e à vida do espírito todos os desejos de dramatismo, de agitação e autocomplacência que muitas vezes nos acompanham na vida quotidiana", observou, numa intervenção pronunciada perante os mais de 260 prelados da assembleia sinodal, esta quarta-feira.
O responsável anglicano sublinhou que as iniciativas destinadas a quem se afastou da Igreja ou ao "público pós-cristão" devem ser fundadas numa "práxis contemplativa partilhada de forma ecuménica".
"A contemplação representa a única resposta definitiva ao mundo irreal e louco que os nossos sistemas financeiras, a nossa cultura publicitária e as nossas emoções caóticas e incontroladas nos convidam a habitar", prosseguiu.
A 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, um organismo consultivo convocado pelo Papa, tem como tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã'.
"A evangelização, seja nova ou velha, deve enraizar-se numa profunda confiança de que todos nós temos um destino humano específico a mostrar e partilhar com o mundo", afirmou Rowan Williams.
O Sínodo decorre desde domingo e insere-se no programa das celebrações do 50.º aniversário do Vaticano II (1962-1965).
O arcebispo da Cantuária confessou que para muitos da sua geração, fora das fronteiras da Igreja Católica, o Concílio "representou o sinal de uma grande promessa" num momento em que se procurava "partilhar o Evangelho com o espírito complexo, muitas vezes rebelde, sempre inquieto, do mundo moderno".
"O rosto que temos de mostrar ao nosso mundo é o rosto de uma humanidade em incessante crescimento rumo ao amor", declarou.
Rowan Williams elogiou o trabalho de "grandes redes espirituais" como a comunidade católica de Santo Egídio ou os movimentos dos Focolares e o Comunhão e Libertação, "abertos a uma visão humana mais profunda" porque oferecem "uma disciplina de vida pessoal e comum" destinada à descoberta de Jesus Cristo.
O 104.º arcebispo da Cantuária, teólogo e poeta, vai deixar o cargo no final de 2012 para se dedicar à vida académica.
Williams encontrou-se em privado com Bento XVI, no Vaticano, antes da sua intervenção no Sínodo.
Fonte: Agência Ecclesia


  Home > Sínodo > 13/10/2012 16:50:38



Sínodo: Terra Santa, Doutrina Social da Igreja e devoção popular no centro dos pronunciamentos


Cidade do Vaticano (RV) - A nova evangelização deve partir de novo de Jerusalém: é o que afirma o Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano, reiterando que as peregrinações à Terra Santa são uma ocasião para reforçar a fé. Estiveram no centro dos trabalhos da manhã deste sábado também a questão da Ilva de Taranto (a maior siderúrgica da Europa) – localizada na região italiana da Puglia, e a promoção da Doutrina Social da Igreja.

Para ser moderna e eficaz, a nova evangelização deve partir de novo da Terra Santa, memória coletiva viva da história de Jesus: abriram-se assim os trabalhos sinodais deste sábado.

Os bispos recordaram as ofensas e as agressões que os lugares sagrados sofrem, falaram em Igreja do calvário, invocaram o diálogo baseado no respeito recíproco e fizeram apelo à fé que abate muros e constrói pontes, pedindo ao mundo que não esqueça o Oriente Médio, e aos cristãos que não tenham medo. Porque a fé não é uma pertença a uma facção ideológica que leva à violência, mas ajuda a sentir-se irmãos uns dos outros.

Em seguida, o drama da Ilva de Taranto irrompeu na Sala do Sínodo (situação que nestes meses tem repercutido na mídia italiana, e não somente): a Igreja não oferece soluções, mas proximidade a quem sofre os efeitos poluidores e desastrosos da fábrica siderúrgica, afirmam os prelados.

Milhares de pessoas correm o risco de perder o trabalho, muitas outras encontram-se doentes com tumores. E o que emerge é uma crise humana e social do atual e injusto modelo de desenvolvimento econômico.

A ganância e a avidez, ressalta o Sínodo, romperam os laços entre a economia e a dimensão social da vida humana, provocando uma profunda fratura. Nessa ótica, a Assembléia dos bispos reitera a importância da Doutrina Social da Igreja, elemento essencial de evangelização, porque o anúncio de Cristo é o fator principal de desenvolvimento, da justiça e da paz.

Não se trata de transformar a Igreja numa instituição de serviços sociais, afirmam os Padres sinodais, mas de promover uma cultura da solidariedade e da fraternidade. Relançar a dignidade humana e promover valores democráticos significa colocar-se no seguimento de Jesus, afirma o Sínodo.

Dentre outros temas abordados destaca-se o da piedade popular: purificada e conduzida no modo justo, ela é expressão de fé sincera e testemunha perenemente a sede de Deus presente no coração do homem, contribuindo assim para a nova evangelização. Porque o coração do homem é feito para o infinito e somente o encontro com que mudou realmente a própria vida graças a Cristo pode responder às expectativas.

Em seguida, o Sínodo voltou a examinar o desafio de evangelizar o mundo midiático atual: a sociedade atual não é mais mass-midiática, mas bio-midiática, porque os meios de comunicação de massa invadiram de tal forma a vida do homem, de modo a mudar o seu desenvolvimento antropológico, afirmam os Padres sinodais.

Daí, o convite a fim de que a Igreja saiba comunicar proximidade, relação, amizade com as pessoas em sua singularidade – quais destinatárias do amor de Deus.

Por fim, o grande tema da relação entre fé e razão: se não se compreende a sua complementaridade, os cristãos acabarão por se sentirem inferiores à modernidade ou atrasados em relação à história, observam os bispos. Ao invés, os cristãos devem ter consciência da dimensão cultural da fé e dar razão da própria esperança. (RL) (Fonte: Rádio Vaticano)
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Superior jesuíta: "Igreja subestimou povos não-ocidentais"


Cidade do Vaticano (RV) – No passado, os cristãos e a Igreja procuraram demais “as manifestações ocidentais da fé e da santidade”, deixando de lado “o modo em que Deus atuou junto aos outros povos”. Foi o que disse em seu pronunciamento no Sínodo dos Bispos o Superior dos Jesuítas, Pe. Adolfo Nicolas.

“A Nova Evangelização deve aprender os aspectos bons e os menos bons da Primeira Evangelização” – recordou o prepósito da Companhia de Jesus aos padres sinodais. Fazendo uma autocrítica, Padre Nicolas acrescentou: “nós, missionários, não enriquecemos a Igreja Universal como ela esperava de nós. E todos nós ficamos mais pobres; perdemos de vista indícios, perspectivas e descobertas importantes”.

“O passado nos ensina como comunicar hoje o Evangelho: no caminho da humildade, na consciência dos limites humanos quando se trata de expressar o Espírito, a simplicidade da mensagem, a generosidade e a alegria ao reconhecer a bondade e a santidade, a nossa vida como fator de credibilidade, de perdão e de Reconciliação, a mensagem da Cruz na negação de nós mesmos” – concluiu o Prepósito, falando na sessão da última quarta-feira.
(CM) (Rádio Vaticano)

Parabéns professor, parabéns professora!

Ajudar a valorizar o(a) professor(a) talvez seja a melhor homenagem que podemos prestar aos mestres, no seu dia.
Para a comemoração do Dia dos Professores, neste 15 de outubro, selecionamos algumas mensagens de estímulo e valorização aos educadores do Brasil.

“Já fui como uma muda. Mas com cuidado e dedicação fui crescendo e me tornando uma planta. Sempre tendo um mestre ao meu lado, me desviando das ervas daninhas e me podando. Agora já posso dizer que sou uma arvore, forte, com as raízes bem pressas ao chão. O que posso dizer devo tudo isso aos mestres que passaram em minha vida.
Esta é, sem duvida, a carreira mais bela que alguém pode ter. Porém a maioria de nós não valoriza. Sei que ser professor não deve ser fácil.
Me orgulho em dizer que sou uma pessoa de mente aberta. E posso dizer, com todo o carinho, que as lições ensinadas por meus mestres me moldaram, fazem parte da composição que me tornei. Muito obrigada pelo carinho, dedicação e paciência que tiveram comigo nesses anos todos.
Feliz dia do professor, o grande mestre da vida!”

Michelle F. Zanin, Araraquara, SP.
Endereço eletrônico: michellezanin2009@hotmail.com

“Já fomos chamados de mestres, professores, orientadores, facilitadores e até mediadores. Seja qual for o nome dado a nós professores, continuamos muito preocupados com o direcionamento que a educação e os educandos estão tomando.
Fala-se muito nas questões ambientais, porque o foco é garantir o futuro das espécies. Mas a espécie humana corre sérios riscos de convivência e precisa ser restaurada emocional e afetivamente para poder conviver pacificamente com ela própria no contexto ambiental.
Nós fomos, somos e seremos sempre muito importantes nesse processo, mas, desvalorizados, sem estrutura adequada e sozinhos, não vamos ter sucesso nessa busca constante de transformar o indivíduo pelo processo educacional.
Não podemos mudar a educação sozinhos, mas também não podemos pagar sozinhos a alta conta pelo fracasso coletivo. Precisamos unir forças, ideias e projetos reais.
Parabéns a todos as professoras e professores guerreiros que continuam acreditando, apesar das frustrações. E em especial aos meus colegas de trabalho da minha querida Barra do Corda, MA.”
Rozelia Parrião, Barra do Corda, MA.
Endereço eletrônico: rozeliaparriao@hotmail.com

“Hoje, mais do que nunca, é na educação formal da escola que são trabalhadas todas as demandas da criança, pois vemos uma desestruturação enorme na base da nossa sociedade: a família. Assim, a escola aparece para a criança como um porto seguro para sua estrutura de vida emocional e social.
É o professor que está sendo responsabilizado pela educação integral de seus alunos. É ele que necessita ter em sua bagagem os conhecimentos, habilidades e competências para trabalhar com a criança a emoção, a razão, as atitudes, as condutas e os bons hábitos, além de todo o processo pedagógico. Enfim, a educação que sempre foi dada em casa, agora, cabe ao professor. Porém, com todas estas transformações, as pessoas esquecem que o professor é humano.
O professor deseja apenas ser reconhecido e respeitado pelo papel que exerce na sociedade. Proponho para todos um resgate do que foi o professor em suas vidas? Até quando seres humanos heroicamente preparados pelas universidades levantarão de manhã para cuidar do filho alheio?”
Esther Cristina Pereira, diretora da Escola Atuação de Curitiba e diretora de Ensino Fundamental do Sinepe, PR.

“Que o educador é peça fundamental entre as demais profissões, não há quem discorde. É o professor um decisivo agente de revolução social, de quebra de paradigmas e preconceitos, construção de valores e virtudes.
Se nos sentimos magoados com alguém a quem ajudamos a trilhar o caminho, como em A agulha e o novelo de linha, de Machado de Assis, isso pouco importa. Individualizar o importante processo de entrelaçar a malha de um aprendizado libertador é o que não devemos fazer.
Ser linha ou agulha, para a confecção da camisa que deve ser vestida por todos os que fazem a educação. Para solidificarmos os alicerces desse país, faz-se necessário não negligenciarmos a ação docente, não torná-la puramente mercenária. Seremos mais humildes e atuantes naquilo que, por escolha ou destino, escolhemos fazer: educar.”
Reinaldo Camilo
Endereço eletrônico: reinaldoeneuma@hotmail.com

"A escola precisa ser reencantada, encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. Existem escolas esperançosas, com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Não acredito que isso seja trágico. Essa insatisfação deve ser aproveitada para se dar um salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite um avanço. Se for aceito como uma fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar".
Moacir Gadotti, professor e diretor do Instituto Paulo Freire em São Paulo

“O professor é um pastor de sonhos e mediador de projetos”
Rubem Alves, escritor
(Fonte: Mundo Jovem)

Expulso do Chade Bispo italiano, que pedira justiça para as populações pobres


O governo da República do Tchad expulsou ontem, o Bispo italiano, Mons. Michele Russo, por ter criticado, durante a homelia dominical, no passado dia 30 de stembro, a má gestão dos dividendos relativos à extração do petróleo no país denunciando sobretudo o facto de a população local viver numa situação de indigência. Segundo certos observadores, por detrás desta decisão do governo tchadiano, estão sobretudo as pressões das companhias petrolíferas que, desde há tenmpos, mal suportavam as críticas deste prelado. O Tchad produz cerca de 120.000 barís de petróleo por dia que nada têm beneficiado a população local, que continua a viver na miséria, facto que levou certos expoentes da socieade civil tchadiana a pedirem ao governo de investigar sobre os dividendos da indústria petrolífera, por forma a poder melhorar as condições de vida dos cidadãos. De recordar que o próprio governo se tinha comprometido em investir 70% dos dividendos da produção petrolíferas para a redução da pobreza no país. (Fonte: Rádio Vaticano)

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"Sínodo" significa "caminhar juntos" com o homem de hoje, como Jesus caminha conosco


O mundo muitas vezes está vazio e sem esperança, e não acredita, mas Jesus não o abandona. Mais ainda, caminha lado a lado, silenciosamente, para lhe fazer sentir a sua presença: sugestivas observações do Papa, ontem, no final do almoço no Vaticano com os padres sinodais, os bispos que participaram há 50 anos atrás no Concílio e os Presidentes da Conferências Episcopais. Presentes também o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I e o Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams.
"É uma bela tradição criada pelo Beato João Paulo II esta de coroar o Sínodo com um almoço em comum" – comentou Bento XVI, contente por este momento de pausa dos trabalhos e sublinhando em particular a presença ao seu lado do Patriarca Ecuménico de Constantinopla e do Primaz da Comunidade Anglicana. O Papa fez notar que a palavra “sínodo” significa “caminho comum”, caminhar juntos:
Para mim esta comunhão é um sinal de que estamos em caminho para a unidade e que avançamos no coração. O Senhor nos ajudará a avançar também externamente.
A alegria de estar juntos, afirmou o Papa, reforça-nos também no mandato da evangelização. E recordou o episódio dos discípulos de Emaús que, disse, "são um pouco a imagem do mundo agnóstico de hoje":

Jesus, esperança dos discípulos, estava morto; o mundo vazio; parecia que Deus realmente ou não existisse não se interessasse de nós. Com este desespero no coração, mas todavia com uma pequena chama de fé, continuam o caminho. O Senhor caminha misteriosamente com eles e ajuda-os a perceber o mistério de Deus, a sua presença na história, o seu caminhar silenciosamente connosco. No final, na ceia, quando já as palavras do Senhor e a sua escuta tinham aceso o coração e iluminado a mente, reconhecem-no na ceia e, finalmente, o coração começa a ver.

Todos estamos a caminho com os nossos contemporâneos – concluiu o Papa:
Peçamos ao Senhor que nos ilumine, nos acenda o coração, para que se torne “vidente”, e nos ilumine a mente. E peçamos que na ceia, na comunhão eucarística, possamos realmente ser disponíveis para o ver e, assim, inflamar também o mundo e dar a Sua luz a este nosso mundo. (Fonte: Rádio Vaticano)