quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quarta-feira, 03 de outubro de 2012, 15h50

Dom Petrini divulga mensagem pela Semana Nacional da Vida


CNBB


Arquivo
Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, entre os dias 1º e 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8
Com o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”, a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, entre os dias 1º e 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8. Neste período, os Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e dioceses de todo país, desenvolvem atividades em torno do tema, focando sempre na defesa e promoção da vida.

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e a Família da CNBB, e bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, divulgou uma mensagem sobre a Semana Nacional da Vida, onde expressa o valor imensurável da vida humana. “[...] a vida humana é o dom mais precioso que temos entre as mãos, mais precioso do que todas as pérolas do mundo, do que todos os metais preciosos do planeta, do que todas as galáxias. Um dom de inestimável valor, feito de amor e ternura infinita, porque a vida humana é relação com o Mistério Infinito, Eterno e Criador que a quer e a ama.”
Leia a íntegra da mensagem de dom Petrini
Semana Nacional da Vida – Outubro 2012
A semana da vida, proclamada pela CNBB, é uma oportunidade preciosa para recuperar a postura justa diante da vida humana. Diante do rosto suave de uma mulher grávida, ou diante do sorriso satisfeito de uma criança que mama no colo da mãe, ou diante de um homem idoso e enrugado, com os sinais nas mãos e no rosto de anos de trabalho e de sofrimentos, a postura plenamente humana é uma admiração cheia de maravilha e de surpresa.
É um grande mistério a vida humana! Mistério de beleza, de inquietação que busca respostas, de lutas e de esperanças. Que dramas se desenrolaram nos anos, frutos da liberdade, da faculdade de escolher e decidir, ora orientada para o bem, próprio e de outros, numa positividade capaz de construir, gerar, acolher, amar, doar-se até o sacrifício; ora orientada para ferir e destruir.
Como é grande o Mistério que está na origem da vida humana! O mesmo que está na origem das estrelas e das flores, dos sorrisos e dos ventos. Mistério de compaixão e de misericórdia, Mistério redentor, que acolhe e perdoa, que cura e salva a quem O reconhece e acolhe.
Por isso, a vida humana é o dom mais precioso que temos entre as mãos, mais precioso do que todas as pérolas do mundo, do que todos os metais preciosos do planeta, do que todas as galáxias . Um dom de inestimável valor, feito de amor e ternura infinita, porque a vida humana é relação com o Mistério Infinito, Eterno e Criador que a quer e a ama. Trata-se de um dom inegociável tanto no mercado quanto nos Parlamentos.
Diante desse dom, cabe abertura da inteligência para acolher e do coração para cuidar, da inteligência para fazer crescer e do coração para amar. Cabe deixar-se comover e provocar, mover a própria humanidade inteira em direção a esse dom, sendo chamado a dar um passo adiante na profundidade do Ser.
Cabe responder, podemos dizer como Maria: Sim, faça-se em mim segundo a tua vontade. Como Simão Pedro: Sim Senhor, tu sabes que eu te amo! Como Madre Teresa e Irmã Dulce dos pobres: sim Senhor, eis que venho para fazer a tua vontade: amar e servir a vida humana, acolher e cuidar da vida humana ferida, oferecendo a própria para que o abraço do Mistério alcance os que não são abraçados, os não-amados. Sim Senhor, podes contar comigo.
Que Semana esta em que reconhecemos a vida humana no seu esplendor e a acolhemos em sua verdade! “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”: é a explosão da beleza e da alegria, da felicidade e da paz, do significado. Tu Senhor estás aqui, contigo abraço essa vida humana para a qual estendeste teu abraço redentor.
+João Carlos Petrini
Bispo de Camaçari Presidente da CEPVF da CNBB
Quarta-feira, 03 de outubro de 2012, 09h46

Padre destaca que missão de criar os filhos é uma ordem do Criador

Jéssica Marçal
Da Redação


'É da natureza que o pai e a mãe, nessa autoridade divina, exerçam com firmeza e coragem esta missão', afirma padre Wladimir
Um desafio para muitos pais nos dias de hoje é a missão que eles têm não só de gerar seus filhos, mas, mais que isso, de educá-los na fé e no amor. A Semana Nacional da Vida, iniciada nesta segunda-feira, 1º, está atenta a isso e, entre seus temas de discussão, incluiu a questão da missão do casal na transmissão da vida.

Antes de tudo, é necessário recordar a ordem do Criador, que fala que o ser humano deve crescer e multiplicar. Isso é o que destaca o assessor da Comissão Episcopal para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Wladimir Porreca.

“Quando fala o ‘crescer e multiplicar’ não se reduz à questão biológica. Crescer também significa educação, formação integral do ser humano e a transmissão da fé como uma das dimensões essenciais para a vida humana”.

Para o padre, esta é uma missão dada aos pais pela própria criação, pela natureza. Nesse sentido, ele cita a existência de vários documentos da Igreja que colocam os pais como os primeiros e insubstituíveis educadores de seus filhos.

“É muito importante pensar que não é uma coisa da Igreja, cultural ou social; é da natureza que o pai e a mãe, nessa autoridade divina, exerçam com firmeza e coragem esta missão”, enfatizou.

Atuação de pai e mãe

É verdade que homem e mulher são diferentes por natureza e por isso mesmo desempenham papéis diferenciados nessa missão de transmitir a vida aos seus filhos. No entanto, padre Wladimir ressalva que o relacionamento de ambos, com seus dotes e capacidades próprios, é que evidencia a educação que de fato condiz com a realidade humana.

“O pai e a mãe são essenciais na educação. Ele com suas características próprias do homem, ela com as características próprias da mulher. Essas características naturais estão dentro de uma cultura e de uma sociedade onde vão atuar, mas sem deixar de ser aquilo que lhes é próprio. Homem e mulher constituem, assim, a fonte da vida e da educação de um filho”.

Essa missão dos pais, no entanto, às vezes encontro obstáculos como o problema das drogas e do alcoolismo, que se instauram no ambiente familiar. A grande dúvida de muitos pais é como eles podem se proteger dessas ameaças. Para o sacerdote, a chave é a presença na vida dos filhos e da família.

“Se é essencial para a educação de um filho que tenha o pai e a mãe, isso não é uma questão figurativa, mas atuante. Então ter mais tempo em casa, ter mais tempo com a família”.

Ele recordou que, durante o último Encontro Mundial das Famílias, em Milão, o Papa Bento XVI enfatizou que é preciso ser criativo para arranjar espaço na dinâmica familiar para estar com os filhos. Na ocasião, o Pontífice também destacou a necessidade de colocar em prática uma ação conjunta entre pai e mãe.

“Como ambos se complementam pela própria criação, também na educação ambos devem estar juntos e favorecer com que de fato haja uma educação com firmeza, com autoridade, sem medo de errar”, disse o padre.

Conflito de gerações

Além das ameaças externas, os pais também devem lidar com problemas que surgem em decorrência do conflito de geração na própria família. Padre Wladimir lembrou que é uma ideologia muito comum hoje em dia pensar que os pais não têm capacidade para educar os filhos; muitos pais consideram-se desatualizados e ultrapassados.

“É uma ideologia barata e fraca, porque os valores continuam os mesmos. Enquanto valor humano, isso não muda conforme a situação de época. O jeito de transmitir esses valores é que pode mudar sim, mas os valores não”.

Diante desses conflitos, o padre aposta nos testemunhos que os pais podem dar aos filhos. “Se o filho vê como o pai chega do trabalho, como a mãe reza, como os pais lidam com o dinheiro e com os vários aspectos da vida, não existe nenhuma palavra mais forte que isso”.

E para aqueles pais que ainda se sentem perdidos nesta grande missão de transmitir valores aos filhos, padre Wladimir deixou uma mensagem de coragem. “Pais, acreditem no testemunho próprio que vocês têm, na autoridade que o próprio Criador lhes deu e procurem cada vez mais uma conversão diária, levar para dentro de suas casas aquilo que é tão bonito: a figura de José e a de Maria”. (fonte: Canção Nova)
Videoconferência apresenta panorama da Jornada
02/10/2012
Cláudia Brito - Jornal Testemunho de Fé A+ a- Imprimir Adicione aos Favoritos RSS Envie para um amigo

As cidades de Roma e do Rio de Janeiro estiveram unidas através de uma videoconferência, realizada nesta terça-feira, 2 de outubro, entre o Pontifício Conselho para Leigos (PCL) e o Comitê Organizador Local (COL) da JMJRio2013.

— Tivemos uma visão panorâmica de todo esse gigantesco evento. Parabéns pelo que vocês já fizeram. Não esqueçam e que a Jornada não é somente uma obra humana. É o Espírito Santo quem a conduz. Essa é a nossa esperança e confiança. Coragem, amigos, nós estamos com vocês, motivou o presidente do PCL, Cardeal Stanislaw Rilko.

De Roma, participaram o Padre Eric Jacquinet, responsável pela Seção Jovem do Vaticano, além de outros membros da comissão do PCL. Na sede da Arquidiocese, na Glória, estavam presentes o Arcebispo do Rio e presidente do COL, Dom Orani João Tempesta, Bispos Auxiliares, Vigários Episcopais e diretores do COL.

— Nós estamos trabalhando para servir bem à Igreja. Continuaremos confiando na providência e na graça de Deus, para que os jovens sejam discípulos de Cristo pelo mundo afora, afirmou Dom Orani.


Segundo o coordenador geral da JMJ Rio2013, Monsenhor Joel Portella Amado, a reunião faz parte de um processo de encontros contínuos necessários para a revisão de vários aspectos importantes para a realização da Jornada.

— Detalhamos o passo a passo dos Atos Centrais da Jornada: missa de abertura, boas vindas ao Papa, Via-Sacra, vigília e missa de envio. Confirmamos que estamos no caminho certo. Depois, tratamos de assuntos práticos, como a distribuição da alimentação, hospedagem para peregrinos, acolhimento dos bispos, vistos, ingresso no Brasil, credenciamento e tudo o que ainda precisa ser resolvido até o final do ano. Está na hora de executar o que já foi pensado e planejado, porque só temos nove meses até a Jornada, enfatizou.

Em novembro, acontecerá a reunião com delegados internacionais da JMJ, com a presença do PCL e do COL. No encontro, os participantes poderão ver e avaliar todos os preparativos.
* Fotos: Carlos Moioli (fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro)
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JMJ Rio2013: videoconferência une o Rio a Roma



Estão abertas as inscrições para os grafiteiros que querem expor durante a JMJ Rio2013. O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) e a Jornada abriram edital para jovens peregrinos do mundo inteiro que tenham interesse em participar de workshop e exposição de grafite a ser realizada no período da JMJ. Os trabalhos selecionados ficarão em exibição por dois meses.

O concurso se destina a interessados em grafite, não necessariamente a profissionais, que usem o tema de arte sacra, priorizando a cruz (símbolo da Jornada) como mote para as pinturas. A técnica será a do estêncil. Sua execução se dará em workshop, com duração de três dias, para ensino da técnica das máscaras e da grafitagem. A pintura será feita sob tapume ou placa de mdf de 15mm, com medida de 280 x 180 cm.

Para se inscrever na categoria ‘Jovem grafiteiro peregrino’, os interessados deverão, até o dia 20 de dezembro de 2012, preencher a Ficha de Inscrição disponível no site www.museuartesacra.org.br, assinar o termo de liberação de direitos autorais e anexar o desenho a ser grafitado em pdf e os enviar por e-mail para grafite@museuartesacra.org.br. Os candidatos devem ter entre 18 e 35 anos. As inscrições são gratuitas.

Serão selecionados até 80 projetos. Os nomes dos autores dos projetos classificados serão divulgados a partir de 1° de março de 2013 no site da JMJ e do MAS-SP.

Mais informações também podem ser obtidas através do Museu de Arte Sacra.

Fonte: Rio2013
 

Milton Canuto faz palestra sobre o melhor momento para requerer aposentadoria nesta terça-feira (2)

Quarta-feira, 03 de outubro de 2012, 11h24

Catequese de Bento XVI - Oração Litúrgica - 03/10/2012

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Praça São Pedro - Vaticano
3 de outubro de 2012


Caros irmãos e irmãs,

Na catequese passada comecei a falar de uma das fontes privilegiadas da oração cristã: a sagrada liturgia, que – como afirma o Catecismo da Igreja Católica – é “participação da oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Na liturgia toda oração cristã encontra a sua fonte e o seu fim” (n. 1073). Hoje gostaria que nos perguntássemos: na minha vida, reservo um espaço suficiente para a oração e, sobretudo, que lugar tem na minha relação com Deus a oração litúrgica, em especial a Santa Missa, como participação na oração comum do Corpo de Cristo que é a Igreja?

Na resposta a esta pergunta devemos recordar antes de tudo que a oração é a relação viva dos filhos de Deus com o seu Pai infinitamente bom, com seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo (cfr ibid., 2565). Assim, a vida de oração consiste no estar habitualmente na presença de Deus e ter consciência de viver a relação com Deus como se vivem as relações habituais da nossa vida, aquelas com os familiares mais queridos, com os verdadeiros amigos; e mais: aquela com o Senhor é a relação que dá luz a todos os nossos outros relacionamentos. Essa comunhão de vida com Deus, Uno e Trino, é possível porque por meio do Batismo somos inseridos em Cristo, começamos a ser uma só coisa com Ele. (cfr Rm 6,5).

Com efeito, somente em Cristo podemos dialogar com Deus Pai como filhos, caso contrário não é possível, mas em comunhão com o Filho podemos também dizermos nós como disse Ele: “Abba”. Em comunhão com Cristo podemos conhecer Deus como Pai verdadeiro (cfr Mt 11,27). Por isso a oração cristã consiste em olhar constantemente e de maneira sempre nova a Cristo, falar com Ele, estar em silêncio com Ele, escutá-Lo, agir e sofrer com Ele. O cristão redescobre a sua verdadeira identidade em Cristo, “primogênito de cada criatura”, no qual existem todas as coisas (cfr Col 1,15ss). No identificar-me com Ele, no ser uma só coisa com Ele, redescubro a minha identidade pessoal, aquela de verdadeiro filho que olha para Deus como a um Pai cheio de amor.

Mas não nos esqueçamos: descobrimos Cristo, O conhecemos como Pessoa vivente, na Igreja. Ela é o “seu Corpo”. Tal corporeidade pode ser compreendida a partir das palavras bíblicas sobre o homem e sobre a mulher: os dois serão uma só carne (cfr Gn 2,24; Ef 5,30ss.; 1 Cor 6,16s). O vínculo indissolúvel entre Cristo e a Igreja, através da força unificadora do amor, não anula o “tu” e o “eu”, mas eleva-os a sua unidade mais profunda. Encontrar a própria identidade em Cristo significa chegar a uma comunhão com Ele, que não me anula, mas me eleva à dignidade mais alta, aquela de filho de Deus em Cristo: “a história de amor entre Deus e o homem consiste precisamente no fato de que esta comunhão de vontade cresce em comunhão de pensamento e de sentimento e, assim, o nosso querer e a vontade de Deus coincidem cada vez mais” (Enc. Deus caritas est, 17). Rezar significa elevar-se a Deus, mediante uma necessária e gradual transformação do nosso ser.

Assim, participando da liturgia, façamos nossa a linguagem da mãe Igreja, aprendamos a falar nela e para ela. Naturalmente, como eu já disse, isto acontece de modo gradual, pouco a pouco. Preciso mergulhar progressivamente nas palavras da Igreja, com a minha oração, com a minha vida, com o meu sofrimento, com a minha alegria, com o meu pensamento. É um caminho que nos transforma.

Penso então que essas reflexões nos permitem responder à pergunta que nos fizemos no início: como aprendo a rezar, como cresço na minha oração? Olhando para o modelo que nos ensinou Jesus, o Pai Nosso, nós vemos que a primeira palavra é “Pai” e a segunda é “nosso”. A resposta, assim é clara: aprendo a rezar, alimento a minha oração, dirigindo-me a Deus como Pai e rezando com outros, rezando com a Igreja, aceitando o dom de suas palavras, que se tornam pouco a pouco familiares e ricas em significado. O diálogo que Deus estabelece com cada um de nós, e nós com Ele, na oração inclui sempre um “com”; não se pode rezar a Deus de modo individualista. Na oração litúrgica, sobretudo na Eucaristia, e – formado pela liturgia – em cada oração, não falamos somente como pessoas individuais, mas entramos no “nós” pela Igreja que reza. E devemos transformar o nosso “eu” entrando neste “nós”.

Gostaria de atentar para um outro aspecto importante. No Catecismo da Igreja Católica lemos: “na liturgia da Nova Aliança, cada ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos sacramentos, é um encontro entre Cristo e a Igreja” (n. 1097); assim, é o “Cristo total”, toda a comunidade, o Corpo de Cristo unido à sua Cabeça que celebra. A liturgia então não é uma espécie de “auto-manifestação” de uma comunidade, mas é a saída do simplesmente "ser para si mesmo", ser fechado em si próprio para o acesso ao grande banquete, à entrada na grande comunidade viva, na qual o próprio Deus nos nutre. A liturgia implica universalidade e esse caráter universal deve entrar sempre de novo na consciência de todos. A liturgia cristã é o culto do templo universal que é Cristo Ressuscitado, cujos braços estão estendidos na cruz para atrair todos no abraço do amor eterno de Deus. É o culto do céu aberto. Não é nunca somente o evento de uma comunidade individual, com sua inserção no tempo e no espaço. É importante que cada cristão sinta-se e seja realmente inserido neste “nós” universal, que fornece o fundamento e o refúgio ao “eu”, no Corpo de Cristo que é a Igreja.

Nisto devemos ter presente e aceitar a lógica da encarnação de Deus: Ele se fez próximo, presente, entrando na história e na natureza humana, fazendo-se um de nós. E esta presença continua na Igreja, seu Corpo. A liturgia então não é a memória de eventos passados, mas é a presença viva do Mistério Pascal de Cristo que transcende e une os tempos e os espaços. Se na celebração não emerge a centralidade de Cristo, não temos a liturgia cristã, totalmente dependente do Senhor e sustentada pela sua presença criadora. Deus age por meio de Cristo e nós não podemos agir a não ser por meio dele e nele. A cada dia deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é um nosso, um meu “fazer”, mas é ação de Deus em nós e conosco.
Assim, não é o indivíduo – sacerdotes ou fiel – ou o grupo que celebra a liturgia, mas essa é primeiramente ação de Deus através da Igreja, que tem sua história, a sua rica tradição e a sua criatividade. Essa universalidade e abertura fundamental, que é própria de toda a liturgia, é uma das razões pelas quais essa não se pode ser idealizada ou modificada pela comunidade individual ou por especialistas, mas deve ser fiel às formas da Igreja universal.

Também na liturgia da menor comunidade está sempre presente a Igreja inteira. Por isso não existem “estrangeiros” na comunidade litúrgica. Em cada celebração litúrgica participa junto toda a Igreja, céu e terra, Deus e os homens. A liturgia cristã também se celebra em um lugar e em um espaço concreto e expressa o “sim” de uma determinada comunidade, por sua natureza católica, provém de todos e conduz a todos, em unidade com o Papa, com os Bispos, com os crentes de todas as épocas e de todos os lugares. Quanto mais uma celebração é animada por esta consciência, mais frutuosamente se realiza nela o sentido autêntico da liturgia.

Caros amigos, a Igreja torna-se visível de vários modos: na ação caritativa, nos projetos de missão, no apostolado pessoal que cada cristão deve realizar no próprio ambiente. No entanto, o lugar no qual a igreja é experimentada plenamente é na liturgia: essa é o ato no qual acreditamos que Deus entra na nossa realidade e nós podemos encontrá-Lo, podemos tocá-Lo. É o ato no qual entramos em contato com Deus: Ele vem a nós, e nós somos iluminados por Ele. Por isso, quando nas reflexões sobre liturgia nós centramos a nossa atenção somente sobre como torná-la atraente, interessante, bonita, corremos o risco de esquecer o essencial: a liturgia se celebra por Deus e não por nós mesmos; é obra sua; é Ele o sujeito; e nós devemos nos abrir a Ele e nos deixar guiar por Ele e pelo seu Corpo que é a Igreja.

Peçamos ao Senhor para aprendermos a cada dia a viver a sagrada liturgia, especialmente a Celebração Eucarística, rezando no “nós” da Igreja, que dirige o seu olhar não para si mesma, mas para Deus, e nos sentindo parte da Igreja viva de todos os lugares e todos os tempos. Obrigado.


 


Quarta, 03 de outubro de 2012
Como moldar o coração?

Compreender que nossa identidade é Jesus Cristo precisa ser ponto de partida para todos nós. Nada se transforma de fora para dentro. Ao contrário, - isso ocorre de dentro para fora -, mesmo que isso demore mais, exija paciência e soframos as incompreensões dos que nos são mais próximos.

Entretanto, assemelhar-se ao coração de Jesus, isto é, a quem Ele é, torna-se a tarefa diária, contínua e mais acertada para cada um de nós. Quem concentra nisso as suas forças, compreende melhor o significado da felicidade e terá moldado o coração. Fácil? Nunca! Seguro? Sempre! (fonte: Canção Nova)