sábado, 8 de setembro de 2012


06/09/2012

Secretário da Congregação para Doutrina da Fé do Vaticano faz palestra na PUC Minas


Com o tema Ano da Fé, a PUC Minas, o  Instituto Santo Tomás de Aquino e a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje) promoverão, dia 10 de setembro, palestra com o secretário da Congregação para Doutrina da Fé do Vaticano, o teólogo jesuíta dom Luiz Francisco Ladaria Ferrer.

O evento será às 19h, no auditório 1 do prédio 4 da PUC Minas - unidade Coração Eucarístico (Avenida Dom José Gaspar, 500). A palestra é gratuita e aberta ao público. 

Proclamado pelo Papa Bento XVI, o Ano da Fé será iniciado em 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, na Solenidade de Cristo Rei do Universo. Segundo o Papa, “o Ano da Fé é um convite para a autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.

Voto limpo


Em todos os Municípios brasileiros está havendo uma efervescência eleitoral, em razão do calendário das eleições, em 2012, para escolha dos Prefeitos e Vereadores. A campanha eleitoral chega aos ouvidos de quem se fascina pelo colorido dos partidos e de quem repugna o burburinho nas ruas da cidade. O grito da propaganda nas ruas, a maquiagem dos candidatos no programa televisivo, a palavra oportunista nos programas radiofônicos, o corre-corre em ruas e bairros nunca visitados, o drible dos discursos enganosos nos palanques e a rotineira prática dos pedidos dos eleitores e promessas dos candidatos fazem parte do marketing eleitoral. Isso, de qualquer forma, faz parte do processo democrático.

A sociedade e, particularmente, os eleitores devem estar muito atentos, no sentido de fazerem uma leitura crítica do que veem e ouvem; é necessário que se veja bem aquele que se apresenta como candidato e aquilo que dele ouve, considerando sua história de vida, sua prática social e sua ação política. É indispensável que cada eleitor faça um “juízo de valor” sobre cada candidato que pede seu voto, em conversa pessoal ou através do horário da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Entrou em vigor uma providência do Superior Tribunal Eleitoral, conclamando o eleitor para exercer sua cidadania, mediante o “Voto Limpo”. “A Justiça Eleitoral começou a divulgar hoje (21) a campanha Voto Limpo, por meio de peças publicitárias no rádio e na televisão. As mensagens pretendem estimular os eleitores a participar do processo eleitoral e a escolher candidatos ficha limpa, ou seja, sem problemas na Justiça. De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha é composta por cinco filmes e cinco peças de divulgação para rádio. Cada peça publicitária tem 30 segundos e trata de temas relacionados à Lei Complementar 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa, que vale para as eleições municipais de outubro deste ano. Os filmes e a propaganda de rádio alertam os eleitores para a importância de pesquisar o passado dos políticos e conhecer as propostas de cada um. As mensagens da campanha incentivam a participação no pleito de eleitores de todas as idades, inclusive os que têm 16 e 17 anos e os maiores de 70 anos, para os quais o voto é facultativo. (...) A decisão de exibir a campanha no mesmo período da propaganda eleitoral gratuita foi da presidenta do TSE, ministra Cármen Lúcia. A medida levou em conta uma pesquisa realizada a pedido do TSE que constatou que os eleitores tinham dificuldade em se lembrar das campanhas anteriores, que eram iniciadas 60 dias antes do pleito. A escolha do tema Voto Limpo, de acordo com o TSE, também foi feita com base no resultado da pesquisa. O estudo apontou que a Lei da Ficha Limpa ainda é pouco conhecida pelos eleitores, apesar de ser uma lei gerada por iniciativa popular”.

Essa iniciativa do TSE é louvável e muito útil porque, de fato, a maioria dos eleitores desconhece o texto e o espírito da “Ficha Limpa”; a partir de agora, ao mesmo tempo em que o cidadão é bombardeado pela propaganda eleitoral, o eleitor é conscientizado para escolher um candidato confiável. É de se esperar que, nestas eleições, apareça, de modo mais visível, o resultado do voto limpo, em favor dos Municípios brasileiros.
Dom Genival Saraiva de França é Bispo da Diocese de Palmares - PE; Presidente da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2), Responsável pela Comissão Regional de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz; Diretor presidente do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Estado de Pernambuco (CONOERPE); Membro efetivo do Conselho Econômico da CNBB NE2.

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Cardeal Scherer: "Tráfico de pessoas é aberrante"

O Brasil abriga 4.493 pessoas de 77 nacionalidades como refugiados, 30% deles se concentram em São Paulo e buscam na capital paulista mais segurança para viver. Os dados de março de 2012 do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) apontam a origem dos solicitantes de refúgio: 63,7% da África, 23,12% das Américas, 10,9% da Ásia, 2,7% da Europa e cinco pessoas apátridas.

Os dados também apontam que de março de 2011 até março deste ano, 58 sírios já registraram seu pedido de refúgio, dada a situação de guerra civil em que o país se encontra. Os números foram apresentados durante o seminário “Mobilidade Humana, na grande cidade, o desafio de acolher na diversidade”, realizado recentemente na Vila Mariana, zona sul.

Segundo a legislação brasileira, é refugiado aquele ou aquela que devido a fundados temores de perseguição por motivo de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas esteja fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país.

Segundo Padre Marcelo Monge, diretor da Caritas Arquidiocesana, o reconhecimento de refúgio não costuma sair em menos de um ano. “A demora no processo contribui para a marginalização das pessoas e isso é culpa do governo brasileiro que demora para julgar os pedidos de refúgio”. 

Tráfico de pessoas

Enquanto o solicitante de refúgio aguarda seu julgamento, ele recebe um protocolo e carteira de trabalho para adquirir meios de subsistência. Entidades que trabalham com o refúgio no Brasil apontam que as redes de tráfico de pessoas utilizam esses mecanismos legais para aumentar o tráfico. 

Para Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano é “aberrante a situação do tráfico de pessoas no Brasil”, e o tema interessa à Igreja e a todas as pessoas que têm consciência moral. “Trabalhemos por uma sociedade livre e que as escravidões cessem de uma vez e que não se reinventem de maneira mais sofisticada. Essa é uma chaga, uma vergonha social” - concluiu o cardeal.


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CNBB lança no TSE campanha “Voto Consciente”


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na manhã de hoje, 06 de setembro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF), a campanha “Voto Consciente”. Estiveram presentes no auditório 2 do TSE a ministra-presidente do Tribunal, Cármen Lúcia Antunes Rocha e o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.

Produzida em parceria com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a campanha Voto Consciente conta com vídeos, spots para rádios e texto com orientações para o voto consciente/cidadão e pelo voto limpo.

“Com esta iniciativa, a CNBB faz valer a tradição de sempre dar sua contribuição nas campanhas eleitorais com orientações aos seus fieis e todos os cidadãos, firmadas na ética e na cidadania à luz do Evangelho. A CNBB sempre se preocupou com o voto consciente e se preocupou também com as pessoas que estão à frente das nossas cidades, estado e municípios, para que pensem o bem comum. Então, poder participar de uma campanha como esta, junto com o TSE, é uma satisfação para a entidade. O nosso objetivo é poder ajudar a eleger, homens e mulheres, que pensem no bem da comunidade, das pessoas e, especialmente, dos mais pobres”, disse dom Leonardo no ato de lançamento.

A ministra-presidente do TSE também destacou a importância histórica da CNBB na luta pelo voto cidadão. “Gostaria de parabenizar a CNBB, em nome do Tribunal Superior Eleitoral, pois a entidade cumpre um papel histórico no Brasil no sentido de fazer com que a cidadania seja respeitada e que ela se respeite, e para isso é preciso que sua participação seja coerente com que ela espera do outro, que cada um cumpra seu papel. Por isso me sinto muito honrada, representando o TSE, de estar junto com a CNBB nesta caminhada, que é uma caminhada por um Brasil em que cada um assuma a responsabilidade com a sua história e, principalmente, com a história que é de todos”.

Citando a Lei Complementar nº 135/2010, mais conhecida com lei da Ficha Limpa, a ministra destacou sua importância social, e não apenas a questão jurídica em si. “É muito importante que a lei da Ficha Limpa se torne efetiva do ponto de vista social, e não do ponto de vista apenas formal e jurídico. E aí, só cada cidadão pode fazer isso, ou seja, na hora que ele escolhe bem o candidato, sabe quem ele está escolhendo e porque ele está escolhendo, o cidadão se torna coresponsável pela administração da cidade”, ressaltou.

No site da CNBB há um espaço com todo o material produzido pelo NESP e que está à disposição. Acesse www.cnbb.org.br e assista aos vídeos, leia os textos e ouça os spots.

Na quarta-feira, 5 de setembro, o TSE deu início à segunda fase da campanha Voto Limpo, que desde o dia 21 de agosto está sendo veiculada no rádio e na televisão. O objetivo é conscientizar o eleitor sobre a importância de sua participação nas eleições e evitar a troca de votos por vantagens indevidas.

Fonte: CNBB

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Arquidiocese se prepara para Semana Social Brasileira

 
“Estado para que e para quem?” é o tema da 5ª Semana Social Brasileira, que acontecerá no período de 22 a 25 de maio de 2013. As reflexões em busca da resposta desta pergunta já vêm acontecendo, durante este ano de 2012, em dioceses de todo o Brasil.

Em preparação à Semana Social Brasileira, a Arquidiocese de Natal promove duas atividades, no mês de setembro, coordenadas pelo Vicariato Episcopal para as Instituições Sociais. A primeira atividade é um seminário e acontece sábado, dia primeiro de setembro, das 8 às 16 horas, no auditório do IFRN, situado na Av. Rio Branco, no centro da capital. O seminário contará com a assessoria dos professores universitários César Sanson e Íris Oliveira. Os dois serão palestrantes da Mesa Redonda que abordará o tema: “Queremos o Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população”.

A outra atividade será o Grito dos Excluídos, com uma vigília, que acontecerá dia 6 de setembro, das 18 às 21 horas, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim. A programação iniciará com uma missa, presidida pelo Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha. Depois, haverá um resgate da história dos Gritos dos Excluídos, realizados em anos anteriores, e uma homenagem a Dom Antônio Soares Costa e ao Padre Sabino Gentile, ambos já falecidos.
Semana Social
A realização das Semanas Sociais conta com o apoio de diversos atores e setores da sociedade, desde o início dos anos 90. É um evento promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e tem a finalidade de mobilizar comunidades eclesiais e movimentos sociais para refletir sobre temas que dizem respeito à busca por um país justo, democrático, solidário e sustentável.
Divulgação
Cartaz da Semana Social
ESSE EVENTO ACONTECEU NA SEMANA PRÓXIMA PASSADA
O Vicariato Episcopal para as Instituições Sociais contribui desse modo para a vivência da cidadania na Arquidiocese de Natal.
AS CONFERÊNCIAS PASSAM 
OS PROBLEMAS PERMANECEM
As soluções para os problemas ambientais estão muito longe de aparecerem no cenário pois os dirigentes das sociedades humanas se renovam para aprofundarem a questão. Nenhuma novidade que possamos celebrar referente ao meio ambiente. O que fazer diante do imobilismo social? Temos que continuar nossas pequenas conferências em sala de aula mostrando o papel dessa geração que estamos formando. 
Mais tarde a situação vai estar muito mais difícil. Mas por enquanto temos que formar novas mentalidades. Temos que garantir, por meio da educação, uma geração cuidadora da natureza. Você que está lendo esse texto faz parte dessa equipe. Pense um pouco em nossas riquezas naturais e torne-se um defensor da mesma, orientando aqueles que estão em seu meio social.


A Mãe Terra

Cândido Grzybowski
Sociólogo, diretor do Ibase
De 20 a 22 de junho deste ano, no Rio, será realizada a Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, vinte anos após a ECO-92. Sou dos céticos em relação à vontade e à capacidade de nossos governantes – atolados em crises e compromissos com os grandes conglomerados econômico-financeiros que dominam a economia globalizada – chegarem a acordos à altura dos desafios que a humanidade tem pela frente. Cabe à cidadania fazer a sua parte, do local ao mundial. É uma necessidade inadiável indignar-se e agir contra um modo de produzir e consumir que serve para poucos e, ao mesmo tempo, destrói as bases da vida. Com esta crônica, no contexto que antecede a Conferência da ONU, inicio uma série de pequenas reflexões sobre a necessária revisão dos fundamentos em torno dos quais nos organizamos como sociedades humanas.
Junto-me a muitos, especialmente no processo Fórum Social Mundial, e endosso o diagnóstico de que estamos diante de uma crise de civilização, caracterizada pela perda de capacidade de resposta do sistema dominante, hoje globalizado, diante dos desafios planetários, tanto de preservação da integridade do planeta Terra e da vida para futuras gerações como da enorme injustiça social e ambiental intra e interpovos, hoje. Os fundamentos, a legitimidade e os rumos desse modelo capitalista industrial, produtivista e consumista estão derretendo e podem acabar tornando irreversível o processo de destruição ecológica e social.
Na crise da civilização atual, uma questão que emerge como condição sine qua non é a necessidade de recompor e reconstruir a nossa relação com a natureza. Afinal, somos parte da biosfera, somos natureza nós mesmos, natureza viva dotada de consciência. Somos dependentes uns dos outros, múltiplos e diversos, com capacidade de criar significados e direções, de incidir e adaptar a natureza às nossas necessidades. Somos, no entanto, parte da própria natureza, que nos impõe limites éticos no tratá-la, cuidá-la, preservá-la e comparti-la entre todos e todas. Interagir e trocar com a natureza, com a sua complexidade de sistemas ecológicos é, por definição, o viver. Por isso, precisamos resgatar o conceito filosófico e político fundante de Mãe Terra atribuído ao planeta, ainda presente em muitas culturas e no imaginário popular. Planeta único e mãe de todos os humanos, de toda a vida que conhecemos, a integridade do planeta Terra está ameaçada pela civilização capitalista industrial. A privatização, a mercantilização e a comodificação de tudo, a manipulação da vida e dos elementos, sem limites, pela biotecnologia e nanotecnologia, todos são processos que ameaçam a nossa grande mãe comum, a Terra – hoje e para futuras gerações. A tal economia verde, que está na agenda da Rio+20, nada mais é que uma aposta dos grandes conglomerados econômico-financeiros para transformar a biodiversidade e os elementos naturais em frente de uma nova e radical expansão capitalista. Estamos diante da possibilidade de sermos levados para o caminho da destruição sem retorno. Isto é o contrário de sustentabilidade.
Para ser sustentável, a civilização humana tem que renunciar ao antropocentrismo como filosofia, ética e religião e mudar radicalmente a sua aposta nas soluções da ciência e da técnica para violar e dominar a Mãe Terra a todo custo, tudo em nome da acumulação, do ter mais e mais, gerando desigualdades sociais e exclusões de todo tipo, com muito sofrimento e privações para bilhões de seres humanos. A primeira tarefa que decorre daí é desativar a máquina de produção e acumulação de riqueza material e financeira atual. O desenvolvimento, que tem como condição o crescimento contínuo, é a máquina do capitalismo. Ele combina apropriação e uso sem limites da natureza, vista como mera depositária de recursos, com a exploração e dominação dos que trabalham, tudo em nome da acumulação de lucros. A questão ética central aqui é: como abandonar valores e um estilo de vida do ter mais, produzindo ao mesmo tempo sempre mais luxo e pobreza, para dar lugar ao ser mais feliz, mais solidário, mais consciente das responsabilidades em regenerar, reproduzir e preservar a integridade da base natural, compartindo-a como a grande Mãe Terra, com todos de hoje e com as futuras gerações?
A vida, toda forma de vida, tem o direito fundamental de existir, bem como os complexos sistemas ecológicos que integram e regulam o planeta Terra. A Conferência Rio+20, ao invés de pensar em novas frentes de grandes negócios para alimentar o crescimento, com a tal economia verde, poderia considerar seriamente as fronteiras planetárias, o espaço seguro para a humanidade florescer.
Segundo renomados cientistas, as fronteiras planetárias para a ação humana – que, uma vez ultrapassadas, podem provocar uma mudança ambiental irreversível, com efeitos catastróficos – são:
  1. mudança climática;
  2. acidificação dos oceanos;
  3. concentração estratosférica de ozônio;
  4. emissões atmosféricas de ozônio;
  5. fluxos biológicos, geológicos e químicos (interferência do fósforo e do nitrogênio);
  6. uso global da água fresca;
  7. mudanças no sistema de uso da terra;
  8. perda de biodiversidade;
  9. poluição química.
Essas fronteiras estão mais detalhadas em: Resilience Alliance. Planetary boundaries: exploring the safe operations space for humanity. Ecology and Society, nº 14(2), p. 32. Disponível em: http://www.ecologyandsociety.org.
Esta me parece uma agenda possível e necessária para tratar a Mãe Terra como ela merece. A tarefa é urgente. Seremos capazes de mudar o rumo do desastre?
Publicado em 28 de fevereiro de 2012