segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ADVENTO

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
A vida passa por transformações e se renova. Por isto, iniciamos mais um Ano Litúrgico, começando com o Ciclo do Natal, na certeza de vida renovada. O Natal é celebrado com muitas festas, contemplando o nascimento de um Rei, o Filho de Deus, cumprindo uma promessa feita pelo Senhor ao Rei Davi.

São quatro domingos chamados de “Advento”, que nos despertam, dentro de um itinerário, para a vinda de Jesus Cristo, Àquele que vem de Deus e assume as condições e realidades humanas. Seu objetivo foi de realizar a reta ordem do universo no cumprimento das Leis divinas marcadas no coração das pessoas.

No mundo dos conflitos, da violência e do caos na ordem social, caímos numa situação de temor e angústia. Nossa esperança fica fragilizada e somos incapazes para uma paz de sustentabilidade. Somente em Jesus Cristo podemos encontrar força e coragem para superar as limitações contidas em nossas fraquezas.

O Advento é tempo de preparação para o Natal. É colocar-se de prontidão para acolher Aquele que nasce transformando a história. Hoje isto acontece no coração das pessoas vigilantes e sensíveis às realidades do bem. Este deve ser o caminho do cristão, reconhecendo a presença de Deus em sua vida.

Todo clima natalino, que começa com o Advento, deve fazer aumentar o amor entre as pessoas. É uma realidade que deve acontecer no relacionamento, na convivência familiar, no trabalho, na escola, enfim, na vida real. É importante a consciência de que a fonte de tudo isto está em Deus. É por isto que Ele vem a nós e fica conosco. “O amor de Deus foi derramado em nossos corações” (I Ts 4,9).

Sabemos que a fonte do amor é Deus, mas isto não dispensa o esforço pessoal. Temos que viver o amor no meio dos conflitos e tensões a todo instante. Os afazeres da vida não podem obscurecer a ação de Deus em nossa prática de vida. É Ele quem nos dá sustentação para uma realidade de fraternidade e vida mais feliz.
(Fonte: CNBB)

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Abertura do II Encontro Preparatório: A caminho da JMJ Rio2013



Cerca de 200 delegados ligados às Conferências Episcopais, Movimentos e Novas Comunidades, vindos de 75 países, chegaram ao Rio de Janeiro neste domingo, 25, para participar do II Encontro Preparatório para a Jornada Mundial da Juventude Rio2013. O encontro acontece até sexta-feira, 29.
A abertura das atividades se deu com uma Santa Missa presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL), Dom Orani João Tempesta, na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. A celebração foi concelebrada pelo presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello e demais bispos e sacerdotes presentes.
O objetivo do II Encontro é apresentar os preparativos para a JMJ, esclarecendo questões como a geografia da cidade, inscrições e hospedagens. Além da Santa Missa de abertura, estão previstas atividades como: painéis organizados pelos diversos setores do COL, visita aos locais dos Atos Centrais e um encontro com jovens. Esta é a continuação de um primeiro encontro realizado em março deste ano em Rocca di Papa, cidade próxima a Roma.
Durante a Homilia, Dom Orani agradeceu a presença dos delegados e ressaltou a providência de inciar o encontro durante a Solenidade de Cristo Rei – que representa a conclusão do ano litúrgico – olhando para a perspectiva do ano seguinte.
“Abrimos esse encontro no domingo de Cristo Rei, na conclusão do ano litúrgico, na perspectiva de iniciarmos um novo ano, dentro do Ano da Fé, a caminho da JMJ em julho de 2013. A providência nos conduziu a essa data pelo seguinte: de um lado, ao concluir o ano litúrgico também agradecemos a Deus por todos os dons, pelas graças recebidas na caminhada feita até hoje. Por outro lado, passaremos esta semana olhando a perspectiva do novo ano, do inicio. E este novo ano litúrgico traz para nós a Jornada Mundial da Juventude,” disse.
O Arcebispo destacou ainda a missão da JMJ em proporcionar aos jovens uma experiência de encontro com Cristo. “Este contexto da Festa Solene de Cristo Rei, nos indica também a missão da nossa Jornada que nos fala desse encontro com Jesus que os jovens são chamados a fazerem através da experiência de Igreja, de encontro com Cristo e com os irmãos. (…) Por isso a nossa Arquidiocese se coloca à serviço da Igreja para proporcionar uma experiência com Cristo a todos que aqui vierem,” ponderou.
Antes do término da Santa Missa foi lida uma carta dos pais de uma das intercessoras da Jornada Mundial da Juventude, Beata Chiara Luce. A beata italiana faleceu jovem e desde os nove anos ingressou no Movimento dos Focolares. Ao longo de sua vida, ofereceu a Jesus as suas dificuldades e sofrimentos.
Na mensagem direcionada à Dom Orani, os pais de Chiara, Maria Teresa e Ruggero Badano, que manifestaram a intenção de participarem da Jornada Mundial da Juventude, expressaram a gratidão de verem sua filha como uma das intercessoras da JMJ.
“É com imensa alegria que nós acolhemos a notícia de que Chiara foi escolhida para ser um dos intercessores da JMJ. Somos imensamente gratos pela decisão de Dom Orani e temos a certeza de que Chiara, junto às outras esplendidas figuras que o senhor Arcebispo indicou, saberá cooperar para proteger e sustentar a multidão de jovens que virão ao Rio.”
Sobre a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, ressaltou a presença marcante e a alegria dos jovens brasileiros em participação para este grande encontro da fé.
“Vejo também a alegria dos jovens e não somente para estar junto do Papa, mas através do testemunho, dessa conscientização de serem jovens e também serem missionários, de levarem essa fé contagiosa ao mundo. Fico muito feliz em poder participar deste II Encontro e vamos continuar acompanhando essa Jornada de perto”, afirmou.
Fonte: Canção Nova
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Projeto Missão Continental propõe Paróquia Missionária



O 3º Encontro Nacional da Missão Continental encerrou seus trabalhos nesta sexta-feira, 23 de novembro, com propostas para intensificar a animação missionária na Igreja local. O evento organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial, da CNBB, em parceria com o Centro Cultural Missionário (CCM) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM) reuniu, desde o dia 19, em Brasília, 60 pessoas de todo o país para refletir sobre a paróquia em estado permanente de missão.
As contribuições dos assessores motivaram propostas para dinamizar a evangelização no interior das paroquiais e lançar a comunidade na missão além-fronteiras. Criar e fortalecer os Conselhos Missionários Paroquiais e Diocesanos (COMIPAs e COMIDIs), realizar as Santas Missões Populares e outras experiências semelhantes, planejar a pastoral de conjunto e implementar a setorização das paróquias, foram algumas das propostas indicadas.
Outra preocupação é a formação missionária das lideranças para que as paróquias se abram à missão além-fronteiras de forma organizada e articulada.
Segundo padre Sidnei Ferreira, assessor da CNBB para a Missão Continental, este 3º Encontro deu um salto de qualidade nos trabalhos. “Conseguimos reunir representantes de todos os Regionais da CNBB. Com isso, além de realizarmos reuniões com os bispos da Comissão fizemos um encontro de partilha com representantes dos Regionais o que nos deu uma ideia geral do trabalho em todo o Brasil”, avaliou.
O assessor destacou ainda a importância da paróquia missionária. “Com relação a esse tema existe uma sensibilidade muito grande nas igrejas locais. Dioceses como Vitória da Conquista (BA), Itapetininga (SP) e Toledo (PR), por exemplo, enviaram vários representantes pensando em como implantar a paróquia missionária dentro do Plano Pastoral da diocese”.
Para dom Adriano Ciocca Vasino, bispo da prelazia de São Félix (MT), a cada encontro realizado se evidenciam com maior clareza os objetivos, os meios e os métodos da Nova Evangelização. O bispo destaca ainda o envolvimento das dioceses no compromisso missionário. “O encontro foi muito positivo com muita participação e partilha de experiências. Creio que é necessário continuar a traduzir as ideias em práticas para que as dioceses assumam esse rosto missionário. A colaboração entre as POM, o CCM e a Comissão para a Missão da CNBB é um testemunho de comunhão. Parece uma equipe só trabalhando em setores diferentes. Precisamos fortalecer essa comunhão”, sublinhou.
Rosângela de Souza Urt representou o Regional Oeste 1 da CNBB (Mato Grosso do Sul) onde coordena o COMIRE. “O Encontro ajudou a esclarecer sobre o que é a Missão Continental. Vimos como trabalhar esse projeto em todos os âmbitos, principalmente na paróquia. Estou voltando para o meu regional entusiasmada”, destacou.
Padre Guido Labonté explicou que na arquidiocese de Manaus (AM), em 2010, realizou um Ano Missionário com várias iniciativas de evangelização. “Trabalhamos com o conhecido método Ver, Julgar e Agir. Primeiro procuramos entender o que é Missão, depois veio o tempo da análise e em seguida, do agir que foi o Congresso Missionário”. Em nível regional, padre Guido informou que algumas Prelazias priorizaram o trabalho nas comunidades ribeirinhas. As comunidades do centro urbano enviam pessoal para acompanhar essas comunidades do interior.
O próximo Encontro Nacional da Missão Continental está programado para o mês de setembro de 2013.
Fonte: CNBB

domingo, 25 de novembro de 2012

Arcebispo recebe medalha ao mérito policial Luiz Gonzaga

 
O arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, recebeu nesta sexta-feira (23), a medalha ao mérito policial Luiz Gonzaga. A comenda foi concedida pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte, em razão da comemoração dos 178 anos de criação da Força Armada Estadual, aos membros da Polícia Militar, Forças Armadas, e aos cidadãos que se distinguiram por serviços prestados à corporação ou à Segurança Pública Potiguar, seja no campo militar, científico, social ou econômico. Dom Jaime recebeu a medalha das mãos da governadora do estado, Rosalba Ciarlini. Além do arcebispo de Natal, outras 29 autoridades foram agraciadas com a comenda. A solenidade foi realizada no auditório Morton Mariz, no Centro de Convenções de Natal.

Em seu discurso, Rosalba Ciarlini destacou o governo arquidiocesano de Dom Jaime, lembrando do importante papel da Igreja Católica para a sociedade. “Precisamos da benção do Bom Pastor, Dom Jaime, nosso arcebispo, para que assim, possamos seguir no rumo certo para melhorar o nosso Estado”, ressaltou a governadora.

Além da medalha, a PM entregou o Diploma Amigo da Polícia, a pessoas que colaboraram para o bom desempenho das atividades policiais militares, de forma direta ou indireta.
Foto: Luiza Gualberto
Dom Jaime com a Governadora Rosalba Ciarlini
Agraciados com a medalha ao mérito soldado Luiz Gonzaga
Bento XVI aos cardeais: "Não se deixem fascinar pela lógica do poder"


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa presidiu na manhã deste domingo, na Basílica de São Pedro, a missa para os novos cardeais que criou ontem. Bento XVI, que atravessou a nave central com a plataforma móvel, antes de dar início ao rito ouviu a saudação do novo Cardeal James Harvey, até poucos dias Prefeito da Casa Pontifícia.

Animada pela capela musical Sistina, a missa teve a presença do colégio cardinalício, bispos, fiéis e delegações diplomáticas, especialmente dos países de origem dos novos purpurados.

Saudando em nome de todos os novos cardeais, Dom Harvey afirmou, entre outras coisas, que “a vida do Papa foi uma lição vivente de que a teologia mais profunda não é articulada na mesa, mas elaborada de joelhos”. “Ao aceitar o cardinalato – disse o novo cardeal estadunidense – nos comprometemos plenamente em ser agentes perseverantes e responsáveis pela Nova Evangelização”.

Em sua homilia, na solenidade de Jesus Cristo Rei do universo e último domingo do Ano Litúrgico, o Papa recordou que a Igreja nos convida a dirigir o olhar ao futuro, ou melhor, em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo.

Bento XVI adiantou que as três leituras do dia falam desse reino. No Evangelho de João, Jesus esclarece que o seu reino não pode ser confundido com qualquer reino político. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria fazê-Lo rei para derrubar o poder romano e estabelecer o tão esperado reino de Deus. “Mas Jesus sabe que o reino de Deus é completamente diferente dos reinos terrenos; não se baseia nas armas e na violência”.

O Papa advertiu que os cristãos não devem cair na tentação de desembainhar as espadas, como Pedro no momento da prisão de Jesus, no Getsêmani:

Ele não quis ser defendido com as armas, mas cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida”.

Refletindo sobre o encontro entre Pilatos e Jesus, o Papa frisou que o reino de Deus “è um reino de servidores”; e observou que um “um homem de poder”, como Pilatos, ficou surpreendido diante de um homem indefeso, frágil, humilhado como se apresentava Jesus. Pilatos não entendia um poder que não correspondesse à lógica do domínio e da força.

Na primeira leitura, o profeta Daniel prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra, narra de um rei que domina de mar a mar até aos confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído. O poder do verdadeiro Messias é o poder da verdade e do amor. “É a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza” – explicou o Pontífice.

Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que nós também participamos na realeza de Cristo. Fica claro “que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.

Concluindo, o Papa recordou a seus irmãos cardeais a responsabilidade que lhes é atribuída: “dar testemunho do reino de Deus e da verdade; fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”.
(CM)

O Rei que aclamamos nasce na periferia pedindo espaço para a vida. Aclamado por crianças e cavalgando um jumentinho inaugura seu Reino.
  



Não se deixar fascinar pela lógica do poder. Sublinhar sempre a prioridade de Deus. O convite do Papa aos novos cardeais, na missa na basílica de São Pedro


“Ser discípulo de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder”. “Dar testemunho do reino de Deus, da verdade, significa fazer sempre sobressair a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”. – Reflexões propostas pelo Papa aos novos cardeais “criados” ontem pelo Papa, assim como a toda a assembleia congregada neste domingo de manhã, na basílica de São Pedro, no domingo em que a Igreja celebra Jesus Cristo, rei do universo. Uma solenidade que convida “a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo”.

Comentando o Evangelho do dia, em que Jesus se encontra na situação humilhante de acusado, depois de ter sido preso, insultado e escarnecido, Bento XVI recordou a pergunta de Pilatos «Tu és rei dos judeus?» e a esclarecedora resposta de Jesus:
“Jesus esclarece a natureza do seu reino e da própria messianidade, que não é poder terreno, mas amor que serve; afirma que o seu reino de modo algum se confunde com qualquer reino político: «A minha realeza não é deste mundo (...) o meu reino não é de cá».

É claro que Jesus não tem nenhuma ambição política. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria fazê-Lo rei, para derrubar o poder romano e assim estabelecer um novo reino político. Mas Jesus sabe que o reino de Deus é de género totalmente diverso; não se baseia sobre as armas e a violência. Justamente a multiplicação dos pães assinala uma viragem decisiva na sua actividade:
“a partir daquele momento aparece cada vez mais claro o caminho para a Cruz; nesta, no supremo acto de amor, resplandecerá o reino prometido, o reino de Deus. Mas a multidão não entende, fica decepcionada, e Jesus retira-Se para o monte sozinho a rezar, a falar com o Pai”

Na narração da Paixão, vemos que os próprios discípulos continuavam ainda a pensar num reino político, instaurado mesmo com o uso da força. Pedro desembainha a espada, mas Jesus detém-no.
“(Jesus) não quer ser defendido com as armas, mas deseja cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida. O reino de Deus é um reino completamente diferente dos reinos terrenos.”

Diante de um ser indefeso, frágil, humilhado como se apresenta Jesus, um homem de poder como Pilatos fica surpreendido e faz uma pergunta, a seu ver paradoxal: «Logo, Tu és rei!». Que tipo de rei pode ser um homem naquelas condições!?... Jesus fala de rei, de reino, referindo-Se não ao domínio mas à verdade, mas Pilatos não entende:
“Poderá haver um poder que não se obtenha com meios humanos? Um poder que não corresponda à lógica do domínio e da força? Jesus veio para revelar e trazer uma nova realeza: a realeza de Deus. Veio para dar testemunho da verdade de um Deus que é amor e que deseja estabelecer um reino de justiça, de amor e de paz”.

Encontramos já esta perspetiva na primeira leitura, do profeta Daniel, que prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra, um rei que domina de mar a mar até aos confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído. Esta visão do profeta, uma visão messiânica, é esclarecida e realiza-se em Cristo:
“o poder do verdadeiro Messias – poder que não mais desaparece e nunca será destruído – não é o poder dos reinos da terra que surgem e caem, mas o poder da verdade e do amor. Assim entendemos como a realeza, anunciada por Jesus nas parábolas e revelada aberta e explicitamente diante do Procurador romano, é a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza.”

Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que também nós participamos na realeza de Cristo. Também aqui está claro que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Com o seu sacrifício, Jesus abriu-nos a estrada para uma relação profunda com Deus:
“ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus.”

Depois o autor do Apocalipse estende o olhar até à segunda vinda de Jesus – quando Ele voltar para julgar os homens e estabelecer para sempre o reino divino – e recorda-nos que a conversão, como resposta à graça divina, é a condição para a instauração desse reino (cf. 1, 7). É um vigoroso convite dirigido a todos e cada um:

“converter-se sem cessar ao reino de Deus, ao domínio de Deus, da Verdade, na nossa vida. Pedimo-lo diariamente na oração do «Pai nosso» com as palavras «Venha a nós o vosso reino», que equivale a dizer a Jesus: Senhor, fazei que sejamos vossos, vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribulada, para que em Vós tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor.”

A concluir a homilia, dirigindo-se aos Cardeais, de modo particular aos seis novos purpurados, Bento XVI recordou-lhes a “responsabilidade impelente” que lhes está confiada: “dar testemunho do reino de Deus, da verdade”.
“Isso significa fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes. Fazei-vos imitadores de Jesus, que diante de Pilatos, na situação humilhante descrita pelo Evangelho, manifestou a sua glória: a glória de amar até ao fim, dando a própria vida pelas pessoas amadas. Esta é a revelação do reino de Jesus. E por isso, com um só coração e uma só alma, rezemos: «Adveniat regnum tuum». Amen.” 

(Fonte: Rádio Vaticano)