quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Reflexão - Lc 17, 20-25
O Evangelho de hoje nos mostra que precisamos reconhecer a presença do Reino de Deus no meio dos homens para que possamos reconhecer a presença de Jesus em nosso meio. E vamos encontrar Jesus presente no meio de nós nos que sofrem, que são rejeitados, que são excluídos da sociedade. A sociedade não quer viver os valores do Reino de Deus e vive do egoísmo, do acúmulo de bens, da busca desenfreada de poder e de prazer, da escravidão dos vícios, etc. Os membros dessa sociedade vivem uma fé superficial, materialista, mesquinha e descompromissada, que faz com que queiram ver Jesus, mas não possam vê-lo, pois não o reconhecem nos pobres e necessitados.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - todos
Evangelho - Lc 17,20-25
O Reino de Deus está entre vós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 17,20-25
Naquele tempo:
20Os fariseus perguntaram a Jesus
sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus.
Jesus respondeu:
'O Reino de Deus não vem ostensivamente.
21Nem se poderá dizer:
'Está aqui'ou 'Está ali',
porque o Reino de Deus está entre vós.'
22E Jesus disse aos discípulos:
'Dias virão em que desejareis ver
um só dia do Filho do Homem e não podereis ver.
23As pessoas vos dirão:
'Ele está ali'ou 'Ele está aqui'.
Não deveis ir, nem correr atrás.
24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até ao outro do céu,
assim também será o Filho do Homem, no seu dia.
25Antes, porém, ele deverá sofrer muito
e ser rejeitado por esta geração.
Palavra da Salvação.

A Palavra de Deus

1ª Leitura - Fm 7-20
Acolhe-o já não como escravo
mas como um irmão querido.
Leitura da Carta de São Paulo a Filêmon 7-20
Carissimo:
7Grande alegria e consolo tive
por causa de tua caridade.
Os corações dos santos foram reanimados por ti, irmão.
8Por este motivo, se bem que tenha plena autoridade
em Cristo para prescrever-te tua obrigação,
9prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade.
Eu, Paulo, velho como estou
e agora também prisioneiro de Cristo Jesus,
10faço-te um pedido em favor do meu filho
que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo.
11Antes, ele era inútil para ti;
agora, ele é valioso para ti e para mim.
12Eu o estou mandando de volta para ti.
Ele é como se fosse o meu próprio coração.
13Gostaria de tê-lo comigo,
a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim
nesta prisão, que eu devo ao evangelho.
14Mas, eu não quis fazer nada sem o teu parecer,
para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea.
15Se ele te foi retirado por algum tempo,
talvez seja para que o tenhas de volta para sempre,
16já não como escravo,
mas, muito mais do que isso, como um irmão querido,
muitíssimo querido para mim
quanto mais ele o fôr para ti,
tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor.
17Assim, se estás em comunhão de fé comigo,
recebe-o como se fosse a mim mesmo.
18Se em alguma coisa te prejudicou
ou se alguma coisa te deve, põe em minha conta.
19Eu, Paulo, de meu punho o escrevo; eu o pagarei,
para não dizer que tu mesmo me deves a própria vida.
20Sim, irmão, deixa que eu te explore no Senhor.
Conforta em Cristo meu coração.
Palavra do Senhor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Postado em 14/11/2012 por Equipe Marina

O orçamento e as tragédias climáticas – Gil Castello Branco

No Brasil, o primeiro homem público que demonstrou preocupação com os fatores climáticos foi d. Pedro II, quando prometeu: “Venderei até o último brilhante da minha coroa para acabar com a seca no Nordeste”. A coroa intacta, com todos os brilhantes, está exposta no Museu Imperial de Petrópolis e milhares de nordestinos, ao longo de 150 anos, foram sepultados em seus Estados.
Desde o Império, portanto, a natureza anda de mãos dadas com a falta de planejamento e a debilidade do Estado nas esferas municipal, estadual e federal. No caso das inundações e dos desabamentos, a raiz do problema é a questão habitacional. Por muitos anos, o financiamento da casa própria atendeu somente as classes mais favorecidas. Em razão da inflação e dos juros elevados, a correção das prestações superava os reajustes salariais, inviabilizando as operações, notadamente para as famílias de baixa renda. Surgiram, assim, as ocupações precárias e as invasões, sob a vista grossa dos governantes.
Diante do caos consumado, as tragédias vêm com aviso prévio. As enchentes, por exemplo, estão no calendário nacional entre o Natal e o carnaval. Todos conhecem os Estados, as cidades e até as áreas de risco onde os eventos historicamente acontecem, mas o poder público é omisso em relação à atuação preventiva.
De 2000 a 2011, o Ministério da Integração Nacional – onde está alocada a Secretaria Nacional da Defesa Civil – aplicou RS 7,3 bilhões na “resposta aos desastres e reconstrução” e apenas RS 697,8 milhões na “prevenção e preparação para desastres”. No ano passado, da mesma forma, foram gastos quase sete vezes mais em “resposta” às catástrofes do que em medidas que poderiam minimizar os seus efeitos. Além disso, nos últimos 12 anos, de cada RS s do Orçamento da União para evitar calamidades naturais, somente RS 1,22 foi efetivamente investido.
Para acentuar o rol de absurdos, em 2010, dos RS 167,5 milhões aplicados em prevenção, 50,5% foram utilizados na Bahia, terra natal do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima. O Tribunal de Contas da União (TCU) questionou a distribuição de recursos e recebeu a informação de que a Bahia havia apresentado maior quantidade de projetos bem elaborados. Será que projetos dessa natureza são como o acarajé, que ninguém faz como os baianos?
No ano passado, sob nova direção, o Ministério da Integração destinou cerca de 90% dos recursos do programa de prevenção a Pernambuco. Embora a finalidade tenha sido a construção de duas barragens, uma vez mais foram questionados os critérios de distribuição estadual das verbas. A discussão acabou em frevo.
Em 2012, além dos programas de prevenção e resposta que já existiam – e permanecem neste ano -, foi criada outra rubrica com o nome de “Gestão de Riscos e Respostas a Desastres”, envolvendo pelo menos seis ministérios. A dotação autorizada neste exercício para os três programas, nas várias pastas, é de RS 44 bilhões. No entanto a dois meses do fim do ano, nem sequer a metade dos recursos foi empenhada (reservada para pagamento futuro). Até 7 de novembro, apenas RS 2 bilhões foram comprometidos e somente RS 1,3 bilhão foi efetivamente pago, incluindo os restos a pagar de anos anteriores. Algumas ações aparentemente importantes apresentam execução orçamentária pífia.
No Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a ação de “Implantação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais” tem RS 90,5 milhões autorizados, mas apenas RS 867.427,50 (1%) foram empenhados. No Ministério das Cidades, dos RS 404,7 milhões destinados ao “Apoio ao Planejamento e Execução de Obras de Contenção de Encostas em Áreas Urbanas”, somente 20% foram empenhados até a semana passada. Diversas outras ações estão mal executadas, o que é preocupante tendo em vista a proximidade do verão.
Por outro lado, o Nordeste vivência a pior seca dos últimos 80 anos. O cenário é desolador, com escassez de água, animais morrendo, fome e miséria. O governo segue o ritual. Repassou recursos para as áreas atingidas, prorrogou a bolsa-estiagem e autorizou o pagamento de duas parcelas do seguro-safra. Anunciou, ainda, o aumento do número de carros-pipa e a venda de milho subsidiado para a alimentação de animais. Em síntese, combate a febre sem eliminar a doença.
A seca no Nordeste brasileiro é um problema crônico e secular, que exige providências definitivas de longo alcance, como obras que ampliem a estrutura hídrica e a distribuição de água. A transposição do Rio São Francisco, discutida desde o Império, só foi realmente iniciada em julho de 2007. No entanto, mais de quatro meses depois da inauguração do primeiro trecho, em junho de 2012, nenhuma gota d”água do Velho Chico chegou aos moradores da região de Cabrobó, em Pernambuco. O canal com pouco
mais de 2 km já esta pronto, mas faltam uma estação de bombeamento e uma ponte, que nem começou a ser construída.
Além da necessidade de agilizar as obras de infraestrutura, o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil precisa ser aprimorado. Na verdade, a Defesa Civil, criada na 2ª Guerra Mundial, até hoje não encontrou a sua identidade. Em alguns Estados, está vinculada à Casa Militar do Governador; em outros, ao Corpo de Bombeiros. Também é possível encontrá-la subordinada a secretarias da área social. A coordenação é exercida tanto por civis como por militares, sem que existam carreiras específicas.
Assim, tanto nas enchentes quanto nas secas, é preciso que seja intensificada a prevenção dos desastres naturais, aprimorando a gestão e ampliando os valores aplicados, mesmo que, para isso seja necessário vender os brilhantes da coroa de d. Pedro II.
ECONOMISTA, É FUNDADOR DA ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL ASSOCIAÇÃO CONTAS ABERTAS. E-MAIL; GIL@CONTASABERTAS.ORG.BR
Publicado originalmente no jornal O Estado de S.Paulo
Segunda-feira, novembro 12, 2012

PEDAGOGIA

Jean-Jacques Rousseau

Em sua obra sobre educação, o pensador suíço prega o retorno à natureza e o respeito ao desenvolvimento físico e cognitivo da criança

Texto Márcio Ferrari
Nova-Escola
Foto: Wikimedia Commons
Foto: O princípio fundamental da obra de Rousseau é que o homem é bom por natureza
Rousseau retratado pelo pintor escocês Allan Ramsay


Frases de Jean-Jacques Rousseau:

"A instrução das crianças é um ofício em que é necessário saber perder tempo, a fim de ganhá-lo"

"Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar"


Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça, em 1712. Sua mãe morreu no parto. Viveu primeiro com o pai, depois com parentes da mãe e aos 16 anos partiu para uma vida de aventureiro. Foi acolhido por uma baronesa benfeitora na província francesa de Savoy, de quem se tornou amante. Converteu-se à religião dela, o catolicismo (era calvinista). Até os 30 anos, alternou atividades que foram de pequenos furtos à tutoria de crianças ricas. Ao chegar a Paris, ficou amigo dos filósofos iluministas e iniciou uma breve mas bem-sucedida carreira de compositor. Em 1745, conheceu a lavadeira Thérèse Levasseur, com quem teria cinco filhos, todos entregues a adoção - os remorsos decorrentes marcariam grande parte de sua obra. Em 1756, já famoso por seus ensaios, Rousseau recolheu-se ao campo, até 1762. Foram os anos em que produziu as obras mais célebres (Do Contrato Social, Emílio e o romance A Nova Heloísa), que despertaram a ira de monarquistas e religiosos. Viveu, a partir daí, fugindo de perseguições até que, nos últimos anos de vida, recobrou a paz. Morreu em 1778 no interior da França. Durante a Revolução Francesa, 11 anos depois, foi homenageado com o translado de seus ossos para o Panteão de Paris.

Na história das idéias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários - liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi objeto de exame profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime monárquico francês, como Robespierre, o admiravam com devoção.

O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela causada por circunstâncias sociais. Entre essas causas, Rousseau inclui desde o surgimento do ciúme nas relações amorosas até a institucionalização da propriedade privada como pilar do funcionamento econômico.

O primeiro tipo de desigualdade, para o filósofo, é natural; o segundo deve ser combatido. A desigualdade nociva teria suprimido gradativamente a liberdade dos indivíduos e em seu lugar restaram artifícios como o culto das aparências e as regras de polidez.

Ao renunciar à liberdade, o homem, nas palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano. Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial para a realização do espírito. Para recobrar a liberdade perdida nos descaminhos tomados pela sociedade, o filósofo preconiza um mergulho interior por parte do indivíduo rumo ao autoconhecimento. Mas isso não se dá por meio da razão, e sim da emoção, e traduz-se numa entrega sensorial à natureza.

Dependência das coisas

Rousseau via o jovem como um ser integral, e não uma pessoa incompleta, e intuiu na infância várias fases de desenvolvimento, sobretudo cognitivo. Foi, portanto, um precursor da pedagogia de Maria Montessori (1870-1952) e John Dewey (1859-1952). "Rousseau sistematizou toda uma nova concepção de educação, depois chamada de ‘escola nova’ e que reúne vários pedagogos dos séculos 19 e 20", diz Maria Constança.

Para Rousseau, a criança devia ser educada sobretudo em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos - mesmo porque, segundo seu entendimento, até os 12 anos o ser humano é praticamente só sentidos, emoções e corpo físico, enquanto a razão ainda se forma. Liberdade não significa a realização de seus impulsos e desejos, mas uma dependência das coisas (em oposição à dependência da vontade dos adultos). "Vosso filho nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por necessidade", escreveu o filósofo.

Um dos objetivos do livro era criticar a educação elitista de seu tempo, que tinha nos padres jesuítas os expoentes. Rousseau condenava em bloco os métodos de ensino utilizados até ali, por se escorarem basicamente na repetição e memorização de conteúdos, e pregava sua substituição pela experiência direta por parte dos alunos, a quem caberia conduzir pelo próprio interesse o aprendizado. Mais do que instruir, no entanto, a educação deveria, para Rousseau, se preocupar com a formação moral e política.

Bom selvagem

Até aqui o pensamento de Rousseau pode ser tomado como uma doutrina individualista ou uma denúncia da falência da civilização, mas não é bem isso. O mito criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado natural, não contaminado por constrangimentos sociais - deve ser entendido como uma idealização teórica. Além disso, a obra de Rousseau não pretende negar os ganhos da civilização, mas sugerir caminhos para reconduzir a espécie humana à felicidade.

Não basta a via individual. Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia, concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social - em que expõe sua concepção de ordem política - e Emílio - minucioso tratado sobre educação, no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento aos 25 anos. "O objetivo de Rousseau é tanto formar o homem como o cidadão", diz Maria Constança Peres Pissarra, professora de filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "A dimensão política é crucial em
seus princípios de educação."

Não há escola em Emílio, mas a descrição, em forma vaga de romance, dos primeiros anos de vida de um personagem fictício, filho de um homem rico, entregue a um preceptor para que obtenha uma educação ideal. O jovem Emílio é educado no convívio com a natureza, resguardado ao máximo das coerções sociais. O objetivo de Rousseau, revolucionário para seu tempo, é não só planejar uma educação com vistas à formação futura, na idade adulta, mas também com a intenção de propiciar felicidade à criança enquanto ela
ainda é criança.


Método natural e educação negativa
Rousseau dividiu a vida do jovem - e seu livro Emílio - em cinco fases: lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12), adolescência (de 12 a 15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a 25). Para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros períodos, para os quais Rousseau desenvolve sua idéia de educação como um processo subordinado à vida, isto é, à evolução natural do discípulo, e por isso chamado de método natural. O objetivo do mestre é interferir o menos possível no desenvolvimento próprio do jovem, em especial até os 12 anos, quando, segundo Rousseau, ele ainda não pode contar com a razão. O filósofo chamou o procedimento de educação negativa, que consiste, em suas palavras, não em ensinar a virtude ou a verdade, mas em preservar o coração do vício e o espírito do erro. Desse modo, quando adulto, o ex-aluno saberá se defender sozinho de tais perigos.

Para pensar

Por incrível que pareça, Rousseau, ao criar o mito do bom selvagem, acabou dando argumentos para negar a importância ou o valor da educação. Afinal, a educação é antes de tudo ação intencional para moldar o homem de acordo com um ideal ou um modelo que a sociedade, ou um segmento dela, valoriza. A educação aceita a natureza, mas não a toma como suficiente e boa em princípio. Se tomasse, não seria necessária... Se você comparar, por exemplo, as idéias de Rousseau e as de Émile Durkheim (1858-1917), verá que, nesse sentido, eles estão em extremos opostos. Para o sociólogo francês, a função da educação era introduzir a criança na sociedade.

O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus

Bento XVI continua suas reflexões sobre o Ano da Fé

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 14 de novembro de 2012(ZENIT.org) - O Papa Bento XVI durante a audiência geral realizada na Sala Paulo VI, nesta manhã, continuou suas reflexões sobre o Ano da Fé. Apresentamos a seguir o resumo de suas palavras.
O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus, por isso é necessário ver as vias que nos levam ao conhecimento d’Ele. De fato, em uma sociedade em que o ateísmo, ceticismo e indiferentismo não cessam de questionar e pôr à prova a fé, é importante afirmar que existem sinais que abrem o coração do homem e o levam para Deus. Queria acenar algumas vias que derivam seja da reflexão natural, seja da própria força da fé e que poderiam ser resumidas em três palavras: o mundo, o homem e a fé. O mundo: contemplando a beleza, a estrutura da criação, podemos ver que existe por detrás dela uma inteligência, que é Deus. O homem: olhando para o íntimo de nós mesmos, nos damos conta que possuímos uma sede de infinito que nos impele a avançar sempre mais na direção de Deus, o único capaz de nos saciar. Enfim, a vida da fé: ela é encontro com Deus que nos fala, intervém na história e nos transforma.
Nove em cada dez crianças indígenas sofrem algum tipo de privação
Cerca de 6,3% das crianças e adolescentes de 7 a 18 anos “tem seu direito à educação gravemente violado, já que não tem acesso a ela formalmente ou a abandonam sem terminar nenhum ano de estudo”
Por Portal EBCCepal
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr)
Segundo dados extraídos dos censos da década de 2000, na América Latina 88% dos indígenas menores de 18 anos sofrem algum tipo de privação, frente a 63% da população geral da mesma faixa etária, informou um boletim conjunto elaborado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Esta situação expressa uma violação aos direitos das crianças à sobrevivência e ao desenvolvimento e implica um alto custo para a sociedade em termos de capacidades humanas e inclusão social”, diz o informativo.
O boletim aponta que as crianças indígenas da região sofrem  privação severa de acesso à educação, água potável e  moradia três vezes mais que as outras crianças da mesma idade.
Cerca de 6,3% das crianças indígenas de 7 a 18 anos “tem seu direito À educação gravemente violado, já que não tem acesso a ela formalmente ou a abandonam sem terminar nenhum ano de estudo”. Já no caso das crianças não indígenas essa situação atinge apenas 1,9%. Para reverter essa situação, o documento recomenda o fortalecimento da educação intercultural bilíngue.
Cerca de 65% da infância indígena sofre privação severa de moradia e 19% privação moderada. Em matéria de acesso a água potável, os resultados também são desalentadores: 30,5% das crianças indígenas não tem acesso a ela e 51,8% sofre privação severa de saneamento.
“Superar a pobreza infantil indígena constitui uma obrigação estatal básica para implementar os direitos de todas as crianças e adolescentes e para garantir a sobrevivência dos povos originários e sua importância ao futuro da América Latina”, diz o boletim.