sábado, 3 de agosto de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
Terça-feira de repouso para Francisco, depois da "semana inesquecível" no Rio
Cidade do Vaticano (RV) – De volta ao Vaticano, esta terça-feira para o Papa Francisco é de descanso. Depois da viagem de 12 horas e da visita à Basílica de Santa Maria Maior na segunda, não está prevista nenhuma audiência.
Aliás, para toda esta semana há uma única atividade prevista, para além do tradicional Angelus de domingo. Na quarta-feira pela manhã, por ocasião da festa de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, o Santo Padre celebrará a Santa Missa com os jesuítas na Igreja de Jesus, no centro histórico de Roma.
Tratar-se-á de uma Missa em forma privada, como as que são celebradas na capela da Casa Santa Marta, residência do Pontífice.
A Missa será concelebrada pelo Prepósito da Companhia, Pe. Adolfo Nicolás, que acaba de voltar do Brasil, onde por ocasião da Jornada Mundial da Juventude participou do encontro mundial do Magis, o movimento juvenil dos jesuítas.
Já no Vaticano, o Papa tuitou aos seus seguidores: "Semana inesquecível no Rio! Obrigado a todos! Rezem por mim. #Rio2013 #JMJ"
(BF)
Fonte: Rádio Vaticano
domingo, 28 de julho de 2013
Home > Igreja > 2013-07-28 17:04:01
Papa Francisco na Missa de conclusão da JMJ Rio 2013: "ide, sem medo, servir"Rio de Janeiro (RV) – Mais de 3 milhões de pessoas, segundo estimativas, participaram da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude Rio2013 presidida pelo Papa Francisco na manhã deste domingo. Após o ‘maior flash mobe do mundo’, Francisco foi recebido no palco na Praia de Copacabana pouco depois das 10 horas, pelos Cardeais, Bispos e sacerdotes presentes. Na celebração estavam presentes as Presidentes do Brasil e Argentina, Dilma Roussef e Cristina Kirchner, respectivamente, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, o Presidente do Suriname e os Vice-presidentes do uruguai e do Panamá. Os milhares de participantes da Vigília realizada na noite de sábado, viram-se obrigados a improvisar um local para recuperar as forças para o dia de hoje. Assim, as pequenas barracas, os sacos de dormir ou os pequenos cobertores nas areias de Copacabana e na Av. Atlântica, acabaram formando um grande mosaico de cores e formas. O Papa chegou de helicóptero no Forte Copacabana, percorrendo a seguir a Av. Atlântica no papamóvel. Francisco subiu ao palco pouco depois das 10 horas para presidir a Missa que encerrou a JMJ. O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, antes de iniciar a celebração, falou da Jornada no Rio, agradecendo ao Papa Francisco e a todos os presentes. Alternando entre o português e o espanhol, o Papa Francisco centrou sua homilia no ‘discípulo e na missão’, refletindo sobre três pontos: ‘Ide’, ‘sem medo’ e ‘para servir’. Na sua reflexão sobre o primeiro ponto, ‘ide’, Francisco observou que “a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde”. “A fé - disse o Papa - é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”. O Papa ressaltou que “partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você”: “É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor”. “O Evangelho é para todos, não apenas para alguns”, disse Francisco, pois seu anúncio não tem fronteiras nem limites. ”Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor”, exortou. “De forma especial – salientou - queria que este mandato de Cristo –‘Ide’ - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo!”: “Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido”. Ao falar do segundo ponto, ‘sem medo’, o Santo Padre explicou que “quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês”! O Papa enfatizou que os missionários são enviados em grupo, e que os jovens devem sentir “a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos santos nesta missão”: “Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos”. Neste ponto, Francisco agradeceu ‘de coração’, “às pastorais da juventude, aos movimentos e novas comunidades que acompanham os jovens. Tão criativos e audazes!”. Referindo-se à leitura proclamada, o Papa explicou o último ponto de sua reflexão, ‘servir’. “Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos»”. “Evangelizar afirmou - significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus”. Ao concluir, Francisco disse que seguindo as três palavras, ‘Ide’, ‘sem medo’, ‘para servir’, os jovens experimentarão “que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria”. E acrescentou, que ao retornarem às suas casas, não devem ter medo “de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho”: “Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»”. No ofertório, foi apresentada uma criança com anencefalia (no colo do seu pai) como sinal de acolhida e oferta a Deus pela vida. No sábado, de fato, após a saída da Catedral do Rio de Janeiro - onde celebrou com Bispos, sacerdotes, seminaristas e religiosos -, o Papa Francisco encontrou-se com um casal que lhe apresentou a sua pequena filha, nascida anencéfala. Eles não quiseram abortar, mesmo sendo permitido pela legislação. Na oração dos fiéis, rezou-se pelas vítimas do acidente de trem ocorrido em Santiago de Compostela, na Espanha. Após a comunhão, o Presidente do Pontifício Conselho dos leigos, Cardeal Stanislaw Rilko, fez seu pronunciamento. Após, cinco jovens representando os cinco continentes, receberam do Papa Francisco a cruz missionária.. (JE) |
sábado, 27 de julho de 2013
17º Domingo do Tempo Comum
PAI-NOSSO,
PAI DE TODOS!
Ev. Lc 11,1-13
A temática principal que aparece no
Evangelho de hoje (Lc 11,1-13) é o “pedido e a promessa”.
Um de seus discípulos, carente pela
oração, em nome de todos os demais, pede ao Mestre que lhes ensine a rezar:
“Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos”. O
discípulo, acertadamente, bateu à porta de quem tinha as prerrogativas para
ensinar a verdadeira oração.
Cadê João, o seu mestre, não lhe
ensinou a rezar? Percebe-se que, na iniciativa do discípulo, surge o desejo de
um maior discernimento entre as duas realidades - o velho e novo, nascendo assim,
no Evangelho de São Lucas, as verdadeiras diretrizes sobre a oração cristã, a
realidade nova.
O discípulo espera que Jesus conclua
sua experiência oracional, para pedir-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar, como
também João ensinou a seus discípulos”. Jesus não hesitou, logo ensinou-lhes,
dizendo assim: “Quando orardes, dizei: Pai”
A partir de então, começa aparecer o
novo. Qual é a novidade trazida? O novo está exatamente na forma como devem as
pessoas se relacionar com Deus: agora, sim, Deus deixar de ser aquele ser
comparado a um juiz implacável, distante e incomunicável, ou um patrão
perseguidor e desumano, para ser o Querido, o Amado, o Próximo, o Eterno Amigo
e Solidário de todos os seus filhos e filhas.
“Santificado seja o vosso nome”
Quando glorificaremos o nome de Deus?
Quando a sua ação libertadora e salvadora contagiam os homens e as mulheres.
Por exemplo: quando qualquer um e qualquer uma vê-se libertado de qualquer mal,
conquistou o seu próximo, depois de tantos anos que passaram intrigados, e
tantos outros sinais que respiram motivos de alegria e satisfação, aí sim,
manifestamos as razões salvadoras na sua forma plena.
“Venha o vosso Reino”
Só a presença do Reino de Deus é capaz
de destruir o anti-reino patrocinador do ódio, da vingança, da competição, das
falcatruas, oferecendo as possibilidades necessárias para a implantação do
Verdadeiro Projeto do Reino do Amor e da Paz.
Ai sim, a oração atua de fato na
manifestação santificadora do nome de Deus e a presença do seu Reino torna-se
visível no coração de cada um.
“Dai-nos hoje o pão que precisamos”
O pão, aqui, quer significar não só o
pão alimento, mas toda e qualquer forma de carência, tais como: terra, moradia,
emprego, salário justo, educação, saúde, liberdade, direitos respeitados, vida
para todos e todas, cidadania; contando que tudo reflita o “paraíso brotado das
mãos do Eterno Pai.
“Perdoai-nos os nossos pecados,
pois também nós e perdoamos a todos os que nos devem”
Se nós os filhos e filhas de Deus,
irmãos de Jesus na fé, os cristãos seguidores e chamados pelo batismo ao
seguimento do Mestre, não formos capazes de compartilhar uns com os outros o
dom do perdão, não passaremos de hipócritas, ou seja, negar as relações
fraternais entre si é tornar inútil e mentirosa a oração ensinada por Jesus
Cristo.
“E não nos deixeis cair em
tentação”
Todo e qualquer cuidado ainda é pouco,
frente a um mundo baseado e condicionado ao ter
pelo ter, ao poder pelo
poder, e o pior é que para muitos, esta mentalidade está a cima de tudo e
de todos, da ambição, do prestígio, do egoísmo e da idolatria.
Jesus, por sua vez, tem a preocupação
em nos conscientizar, de nos alertar para a devida atenção aos valores do
Reino: serviço, solidariedade, respeito ao próximo e disponibilidade como
condições necessárias para que se construa um mundo de Deus e de irmãos.
“Certeza de ser ouvido” (vv. 5-10)
A parábola contada por Jesus no
Evangelho de hoje nos garante que, se pedirmos com fé, humildade e esperança,
seremos atendidos: “Peçam e receberão; procurem e encontrarão; batam, e a porta
será aberta para vocês. Porque todo o que pede, recebe; o que procura,
encontra; e, para quem bate, se abrirá” (vv. 9-10). Precisamos alimentar tais
convicções.
“Deus é Pai” (vv. 11-13)
Se Deus é verdadeiramente Deus e
verdadeiramente Pai, que necessidade tem de nossas preces? Não é porque rezamos
menos que ele será menos Deus, menos Pai, menos perfeito? Não é que só temos
necessidade de rezar, precisamos também mergulhar no Senhor, se não
esqueceremos nosso próximo e nos tornamos então tão inumanos.
Qualquer é o pai, qual é a mãe que não
se preocupa em atender aos seus filhos, nas suas necessidades as mais urgentes?
Com muito maior razão age o Pai que dá aos seus filhos e filhas o bem supremo.
O Pai-nosso é uma síntese de toda a mensagem
cristã. É preciso entender que nas orações reflete-se o conteúdo da própria fé
e a imagem do Deus no qual se acredita. Não basta rezar, saber como rezar é o
mais importante. Assim sendo, Jesus teve o cuidado necessário de ensinar uma
oração que serve de modelo para quem quer viver como Jesus viveu.
Dai-nos, Espírito Santo, os dons da
inteligência e da sabedoria, dom de entender e saborear os mistérios divinos.
Assim seja!
Para refletir: Quando? Como? A quem? Por quem? E
como nos sentimos, quando rezamos?
Paróquia
da Imaculada Conceição
Nova
Cruz – RN
Pe.
Francisco de Assis Inácio
-
Pároco -
Fonte: Pascom Nova Cruz
Na Via Sacra, Papa Francisco fala dos jovens que perderam a fé na Igreja pela incoerêcia de seus filhos e recorda das vítimas do incêndio em Santa Maria
Rio de Janeiro (RV) – Na noite desta sexta-feira, o Papa Francisco participou, com os mais de um milhão de jovens reunidos na Praia de Copacabana, da Via Sacra, sempre um dos momentos mais intensos das Jornadas Mundiais da Juventude. 280 artistas e voluntários do Brasil, Porto Rico, México, Argentina, Alemanha e Estados Unidos representaram as treze das estações distribuídas ao longo de 900 metros da Av. Atlântica, sendo que a última foi representada no palco central, onde encontrava-se o Santo Padre.
O Papa Francisco foi de helicóptero até o Forte de Copacabana onde embarcou no Papamóvel, sendo uma vez mais, saudado por milhares de pessoas ao longo de todo o trajeto na Av. Atlântica. O Santo Padre, como de costume, fez algumas paradas ao longo do percurso. Numa delas, desceu do Papamóvel e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Luján, nas mãos de um sacerdote, e uma imagem de São Francisco. Uma senhora tinha uma pomba de gesso nas mãos que também foi abençoada por Francisco. Também beijou diversas crianças, saudou e abençoou populares e doentes.
O Papa Francisco subiu ao palco às 17hs56min, saudando os Cardeais e Bispos presentes e os 35 ‘trabalhadores excluídos’ ou ‘cartoneros’ (catadores de papel) que pediu que fossem buscados na Argentina e colocados no palco principal, próximo a ele. Por volta das 18 horas, Francisco fez a Oração de Abertura da Via Sacra. A cruz percorreu as Estações, passando pela Pedra do Arpoador e a Escadaria Selarón, na Lapa, além de outras ruas da cidade carioca, envolvendo 280 voluntários, durante mais de uma hora, ao som de uma orquestra, um coral, tudo aliado a um espetáculo de luzes e coreografias.
Os textos das meditações das 14 estações foram escritos pelos padres Zezinho e Joãozinho, sacerdotes dehonianos, e evocaram o sofrimento de Jesus, expresso nos problemas dos jovens de hoje. Assim, missionaridade, conversão, comunidade, jovens mães, seminaristas, a religião em defesa da vida, casais, mulheres sofridas, estudantes, redes sociais, jovens detentos e a pastoral carcerária, doenças terminais, morte dos jovens e a juventude de todo o mundo foram temas lembrados nas Estações.
Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:
“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?
Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”:
“Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! Com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.
“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.
“Ela deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia”. E diz aos jovens:
“Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”.
Francisco observou então, que o primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de ‘Terra de Santa Cruz’. “A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”. E acrescentou:
“Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos”.
“Queridos amigos – disse o Papa – a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”, perguntou.
E conclui, dizendo que devemos levar as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo, pois alí “encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor.”
Na conclusão do encontro, foi rezado um Pai Nosso e o Santo Padre concedeu a sua bênção a todos, transferindo-se a seguir para a residência em Sumaré.
Eis uma síntese das meditações em cada Estação:
Na 1ª estação, rezou-se pelos jovens inocentes que “todos os dias são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo tipo de consequências do pecado”.
O “jovem convertido” que quer ser “instrumento” do amor de Deus esteve presente na 2ª estação, e na 3ª foram evocadas as preces do “voluntário de uma comunidade de recuperação” que quer ser o Bom Samaritano que “para além dos discursos, tem coragem de levantar quem está caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas”.
A quarta estação – “Jesus encontra a sua mãe aflita” – recordou as dores das mães que sentem o sofrimento dos seus filhos: “É uma comunhão redentora”.
Na 5ª estação, os “seminaristas” chamados ao sacerdócio, também estiveram presentes com as suas orações e preocupações em serem “um bom pastor”.
Na 6ª estação, a consagrada ao “serviço do irmão” pediu forças, pois encontra “nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma «cultura de morte»”.
Os casais de namorados, que pretendem “construir uma família pelos fundamentos e não pelo telhado”, foram recordados na 7ª estação.
O sofrimento das mulheres, cuja “vocação” é “do berço até à cruz” está presente na oitava estação e os “estudantes” são recordados na estação onde “Jesus cai pela terceira vez”: “O conhecimento e a ciência encantam-me, mas muitas vezes seduzem-me e até induzem-me a imaginar que não preciso de ti”.
A Via Sacra não esqueceu das redes sociais e da ‘geração que nasceu conectada por meio da internet”. Na 10ª Estação, é pedido “que a tua graça nos ensine os caminhos para evangelizar o «continente digital» e nos deixe atentos à possível dependência ou confusão entre o real e o virtual”, é o pedido da 10ª estação.
Na 11ª estação são lembrados os “milhões” de jovens presidiários, na 12ª os jovens com doenças terminais e na 13ª os jovens “deficientes auditivos”: “Existem momentos em que o silêncio e a contemplação falam muito mais”.
Na 14ª e última estação, foram recordados os jovens de todas as regiões do globo. (JE) Fonte: Rádio Vaticano
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