quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sem o amor


Sem o amor de Cristo, sem viver este amor, sem reconhecê-lo, nutrir-nos deste amor, não podemos ser cristãos. O cristão é aquele que se sente atraído pelo olhar do Senhor, se sente amado e salvo pelo Senhor até o fim”.
(Papa Francisco)


Fonte: Rádio Vaticano 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Muticom

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Comunicadores debatem “Jornalismo público e cidadania”, no 3º dia do Muticom

8º Muticom tem a presença de pesquisadores renomados.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, avalia de forma positiva os desdobramentos dos trabalhos do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação. O evento reúne até esta quinta-feira, 31, em Natal (RN), agentes de pastoral, profissionais e estudantes de todo o Brasil para debater comunicação e cidadania em seus meios e processos.


 “A própria dinâmica do Mutirão refere-se ao conhecimento produtivo, com a contribuição de todos. As partilhas de experiências têm sido bem sucedidas”, relata. O bispo destaca que os mutirões, assim como os encontros nacionais da Pastoral da Comunicação, têm contribuído para a ação da pastoral nas paróquias. “Esses eventos vêm se consolidando cada vez mais, o que gera corpo e ação pastoral, da comunicação, em nossas dioceses e paróquias”, disse.

Comunicadores das regiões do Brasil participam do evento.
Nesta quarta-feira, o 8º Muticom chegou ao terceiro dia de atividades, debatendo o tema “Jornalismo Público e construção da cidadania”. A exposição contou com a assessoria do professor Elson Faxina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e TV Educativa do Paraná (TVE/PR). O professor alertou para a necessidade da Igreja ter um olhar diferenciado na produção de conteúdo, levando em conta os princípios ideológicos de cada meio. “Os meios católicos devem ficar atentos para não repetir o que as grandes mídias veiculam. Sua ideologia é diferenciada, então deve seguir por este caminho. Acredito que os jornalistas deva abandonar a zona de conforto e buscar outras formas de narrar os fatos. O que muda a sociedade não é o discurso, mas a história, os testemunhos”, lembrou.


Programação

Nesta quinta-feira, 31, estão agendadas as seguintes atividades: 08h –missa de encerramento, presidida por dom Dimas Lara Barbosa; 09h – Seminário “Conteúdo e Mensagens dos MCS: olhares críticos e questões contemporâneas”, com assessoria dos professores Manuel Carlos Chaparro (USP) e Laurindo Lalo Leal Filho (USP); das 14h às 16h, fechamento dos grupos de trabalho e às 16h30, solenidade de encerramento, com anúncio da sede do 9º Muticom, seguida da apresentação da cantora Elba Ramalho.
Fonte: Blog da CNBB

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Como uma árvore ...

Podemos ser representados por uma árvore. Toda árvore tem suas raízes e sua importância na natureza. Assim, numa comunidade existe a necessidade de reconhecermos nossas raízes e nos fortalecermos na unidade.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Francisco na homilia matutina: Jesus continua intercedendo por nós, mostrando ao Pai as suas chagas



Cidade do Vaticano (RV) – Jesus continua a rezar e a interceder por nós, mostrando ao Pai o preço da nossa salvação, ou seja, as suas chagas. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa que ele celebra todas as manhãs na sua residência.

O centro da homilia foi o trecho em que Jesus passa toda a noite rezando ao Pai antes de escolher os doze Apóstolos. “Jesus organiza o seu time – destacou o Papa – e logo depois é cercado por uma grande multidão que veio para ouvi-lo e ser curada. São as três relações de Jesus, observa o Pontífice: com o Pai, com os seus Apóstolos e com as pessoas. E Cristo reza ainda hoje:

Ele é o intercessor, aquele que reza e pede a Deus conosco e diante de nós. Jesus nos salvou, somos justos graças a Ele. Agora Ele se foi, mas reza. Jesus não é um espírito! Jesus é uma pessoa, é um homem, com carne como a nossa, mas na glória. Jesus tem suas chagas nas mãos, nos pés, e quando reza mostra ao Pai o preço da salvação. 
Num primeiro momento, explicou Francisco, Cristo fez a redenção, nos salvou. Agora, Jesus intercede e reza por nós. “Penso no que Pedro sentiu quando o renegou e depois Jesus olhou para ele e chorou. Ele sentiu que Jesus tinha rezado por ele e por isso se arrependeu. “Nós, irmãos, devemos rezar uns pelos outros”, disse o Papa, exortando todos nós a pedirmos a intercessão de Cristo:

Ele reza por mim; Ele reza por todos nós e reza corajosamente porque mostra ao Pai o preço da nossa salvação: as suas chagas. Pensemos nisso e agradeçamos ao Senhor. Agradeçamos por ter um irmão que reza conosco, por nós, que intercede por nós. E falemos com Jesus, dizendo: ‘Senhor, Tu és o intercessor, me salvastes, me justificastes. Mas agora, reza por mim’. E confiemos os nossos problemas, a nossa vida, tantas coisas, para que Ele os leve ao Pai.



Fonte: Rádio Vaticano 

Reflexão para hoje

 "A humildade vem do termo húmus e significa a pessoa ter os pés na terra, assumir sua verdade, não querer ser o que não é. Assumir sua realidade de criatura frágil e carente". (Marcelo Barros)

domingo, 27 de outubro de 2013

Papa Francisco: rezar juntos, em família, é muito bonito e dá muita força!



Cidade do Vaticano (RV) - Mais de cem mil pessoas participaram da missa presidida pelo Santo Padre na Jornada da Família, iniciativa que se insere no âmbito do Ano da Fé.

Em sua homilia, o Pontífice ressaltou que as Leituras deste XXX Domingo do Tempo Comum "nos convidam a meditar sobre algumas características fundamentais da família cristã".

O Papa Francisco fez a sua reflexão em três pontos, desenvolvendo-a justamente a partir destas características fundamentais: a família que reza; a família conserva a fé; e a família que vive a alegria.

Na primeira (a família que reza), frisou que o trecho do Evangelho evidencia dois modos de rezar, um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano.

"O fariseu encarna uma atitude que não expressa o rendimento de graças a Deus por seus benefícios e a sua misericórdia, mas a satisfação de si próprio", observou o Pontífice. O fariseu se sente justo, se orgulha disso "e julga os outros do alto de seu pedestal".

O publicano, pelo contrário, não multiplica as palavras. "A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência da própria indignidade, da própria miséria: este homem – observou o Papa – realmente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus."

A oração do publicano, acrescentou, "é a oração do pobre, é a oração que agrada a Deus que, como diz a primeira Leitura, 'chega às nuvens'", enquanto a do fariseu é ofuscada pela vaidade.

O Papa prosseguiu perguntando às famílias se elas rezam em família, aconselhando-as a fazerem-no, com humildade, deixando-se olhar pelo Senhor e pedindo a sua bondade, que venha a nós.

"É também questão de humildade, disse, reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano!"

"E todas as famílias precisamos de Deus: todas, todas! Necessidade de sua ajuda, de sua força, de sua bênção, de sua misericórdia, de seu perdão. É preciso simplicidade: para rezar em família é preciso simplicidade! Rezar juntos o "Pai-Nosso", em torno da mesa, não é uma coisa extraordinária: é fácil. E rezar junto o Terço, em família, é muito bonito, dá muita força!"

Da segunda Leitura o Santo Padre extraiu a segunda característica fundamental da família cristã: a família conserva a fé. O Apóstolo Paulo, frisou o Papa, no fim de sua vida, faz um balanço fundamental, e diz: "Conservei a fé" (2 Tm 4,7). Mas como a conservou? – perguntou Francisco.

"Não numa caixa-forte! Não a escondeu debaixo da terra, como aquele servo um pouco preguiçoso. São Paulo compara a sua vida a uma batalha e a uma corrida. Conservou a fé porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou, levou-a para longe".

Opôs-se decididamente àqueles que queriam conservar, "embalsamar" a mensagem de Cristo nos confins da Palestina, acrescentou.

"Por isso fez escolhas corajosas, foi a territórios hostis, deixou-se provocar pelos distantes, por culturas diferentes, falou francamente sem medo. São Paulo conservou a fé porque, como a recebeu, a doou, embrenhando-se nas periferias, sem entrincheirar-se em posições defensivas."

Também neste ponto, disse o Papa, podemos perguntar-nos: de que modo nós, em família, conservamos a nossa fé?

"Conservamos para nós, em nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos outros?"

Francisco reconheceu que todos sabemos que as famílias, especialmente as famílias jovens, estão comumente "na correria", muito ocupadas; "mas algumas vezes já pensaram que essa "correria" pode ser também a corrida da fé? – perguntou. As famílias cristãs são famílias missionárias, disse, lembrando o encontro do dia anterior na Praça São Pedro em que se ouviu o testemunho de família missionárias.

"São missionárias também na vida de todos os dias, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Conservar a fé em famílias e colocar o sal e o fermento da fé nas coisas de todos os dias", reiterou.

Por fim, o Papa falou sobre o último aspecto: a família que vive a alegria. A esse ponto, Francisco dirigiu a todos uma pergunta, pedindo que cada um respondesse a si mesmo. "Como vai a alegria em sua casa? Como vai a alegria em sua família?"

"Caras famílias, vocês bem o sabem: a alegria verdadeira que se tem na família não é algo de superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis... a alegria verdadeira vem de uma harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de suster-nos reciprocamente no caminho da vida. Mas na base desse sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, do seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos. E, sobretudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, em família, a ter esse amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente."

Somente Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos, e a alegria se esvai. Ao invés, "a família que vive a alegria da fé, a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade", observou o Papa.

O Santo Padre concluiu com uma premente exortação: "Caras famílias, vivam sempre com fé e simplicidade, como a santa Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre com vocês!" 



Fonte: Rádio Vaticano 

Há de se cuidar da amizade e do amor

Há de se cuidar da amizade e do amor

26/10/2013
A amizade e o amor constituem as relações maiores e mais realizadores que o ser humano, homem e mulher, pode  experimentar e desfrutar. Mesmo o místico mais ardente só consegue uma fusão com a divindade através do caminho do amor. No dizer de São João da Cruz, trata-se da experiência da “a amada(a alma) no Amado transformada”.
Há vasta literatura sobre estas duas experiências de base. Aqui restringimo-nos ao mínimo. A amizade é aquela relação que nasce de uma ignota afinidade, de uma simpatia de todo inexplicável, de uma proximidade afetuosa para com a outra pessoa. Entre os amigos e amigas se cria uma como que comunidade de destino. A amizade vive do desinteresse, da confiança e da lealdade. A amizade possui raízes tão profundas que, mesmo passados muitos anos, ao reencontrarem-se os amigos e amigas, os tempos se anulam e se reatam os laços e até  se recordam da última conversa havida há muito tempo.
Cuidar da amizade é preocupar-se com a vida, as penas e as alegrias do amigo e da amiga. É oferecer-lhe um ombro quando a vulnerabilidade o visita e o desconsolo lhe oculta as estrelas-guias. É no sofrimento e no fracasso existencial, profissional ou amoroso que se comprovam os verdadeiros amigos e amigas. Eles são como uma torre fortíssima que defende  o frágil castelo de nossas vidas peregrinas.
A relação mais profunda é a experiência do amor. Ela  traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas frustrações. Nada é mais misterioso do que o amor. Ele vive do encontro entre duas pessoas que um dia cruzarem seus caminhos, se descobriram no olhar e na presença e viram nascer um sentimento de enamoramento, de atração, de vontade de estar junto até resolverem fundir as vidas, unir os destinos, compartir as fragilidades e as benquerenças da vida. Nada é comparável à felicidade de amar e de ser amado.  E nada  há de mais desalodor, nas palavras do poeta Ferreira Gullar, do que não poder dar amor a quem se ama.
Todos esses  valores, por serem os mais preciosos, são também os mais frágeis  porque  mais expostos às contradições da humana existência.
Cada qual é portador de luz e de sombras, de histórias familiares e pessoais diferentes, cujas raízes alcançam arquétipos ancestrais, marcados por experiêncis bem sucedidas ou trágicas que deixaram marcas na memória genética de cada um.
O amor é uma arte combinatória de todos estes fatores, feita com sutileza que demanda capacidade de compreensão, de renúncia, de paciência e de perdão e, ao mesmo tempo, comporta o desfrute  comum do encontro amoroso, da intimidade sexual, da entrega confiante de um ao outro. A experiência do amor serviu de base para entendermos a natureza de Deus: Ele é amor essencial e incondicional.
Mas o amor sozinho não  basta. Por isso São Paulo em seu famoso hino ao amor, elenca os acólitos do amor sem os quais ele não consegue subsistir e irradiar. O amor tem que ser paciente, benigno, não ser ciumento, nem gabar-se, nem ensoberbecer-se, não procurar seus interesses, não se ressentir do mal…o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta…o amor nunca se acaba(1Cor 13, 4-7). Cuidar destes acompanhates do amor é fornecer o húmus necessário para que o amor seja sempre vivo e não morra pela indiferença. O que se opõe ao amor não é o ódio mas a indiferença.
Quanto mais alguém é capaz de uma entrega total, maior e mais forte é o amor. Tal entrega supõe extrema coragem, uma experiência de morte pois não retém nada para si e mergulha totalmente no outro. O homem possui especial dificuldade para esta atitude extrema, talvez pela herança de machismo, patriarcalismo e racionalismo de séculos que carrega dentro de si e que lhe  limita a capacidade desta  confiança extrema.
A mulher é mais radical: vai até o extremo da entrega no amor, sem resto e sem retenção. Por isso seu amor é mais pleno e realizador e, quando se frustra, a vida revela contornos de tragédia e de um vazio abissal.
O segredo maior para cuidar do amor reside no singelo cuidado da ternura.  A ternura vive de gentileza, de pequenos gestos que revelam o carinho, de sacramentos tangíveis, como recolher uma concha na praia e levá-la à pessoa amada e dizer-lhe que, naquele momento, pensou carinhosamente nela.
Tais “banalidades” tem um peso maior que a mais preciosa jóia. Assim como uma estrela não brilha sem uma atmosfera ao seu redor, da mesma forma, o amor não vive  sem um aura de enternecimento, de afeto e de cuidado.
Amor e cuidado formam um casal inseparável. Se houver um divórcio entre eles, ou um ou outro morre de solidão. O amor e o  cuidado constituem uma arte. Tudo o que cuidamos também amamos. E tudo o que amamos também cuidamos.
Tudo o que vive tem que ser alimentado e sustentado. O mesmo  vale para o amor e para o cuidado. O amor e  o cuidado se alimentam da afetuosa preocupação de um para com o outro. A dor e a alegria de um é a alegria e a dor do outro.
Para fortalecer a fragilidade natural do amor precisamos de Alguém maior, suave e amoroso, a quem sempre podemos invocar. Daí a importância dos que se amam, de reservarem algum tempo de abertura e de comunhão com esse Maior, cuja natureza é de amor, aquele amor, que segundo Dante Alignieri da Divina Comédia “move o céu e as outras estrelas”  e nós acrescentamos: que comove os nossos corações. Fonte: Leonardo Boff
Leonardo Boff é autor de  O Cuidado necessário, Vozes 2012.