segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estudar é a melhor coisa

A Faculdade Dom Heitor Sales está contribuindo para a formação de teólogos para que conheçam os desígnios de Deus, fortaleçam sua fé e assimilem o conhecimento sobre Deus. O que sabemos sobre Deus é porque Deus se deu a conhecer. Estamos no 5º período e o que sabemos é que não somos a mesma pessoa de três anos atrás. Mudamos porque fizemos essa busca para melhor servir como catequista, para compreendermos o nosso papel na sociedade como leigos.
Temos oportunidade de estudar a teologia, é um investimento para a vida toda. Estar na faculdade é um momento de encontro entre as duas felicidades: horizontal e vertical. (Carlos)

domingo, 26 de maio de 2013

Santíssima Trindade

Padre explica Dogma da Santíssima Trindade

Padre João Carlos Almeida (Pe. Joãozinho, SCJ), doutor em Teologia Espiritual
Neste domingo, 26, a Igreja celebra a solenidade da Santíssima Trindade. A festa relembra o Dogma de Fé que professa Deus, Uno e Trino, sendo três Pessoas distintas, mas um único Deus.
Para facilitar a compreensão sobre a Santíssima Trindade, é importante entender também o que vem a ser o mistério, afinal, Deus é mistério.
Na concepção de muitas pessoas, mistério é algo insondável, é o desconhecido. Já o doutor em Teologia Espiritual, padre João Carlos Almeida (conhecido como padre Joãozinho, SCJ), explica que na Teologia e na fé cristã, mistério é o contrário: é aquilo que se pode experimentar, ainda que não se tenha o domínio racional do seu todo.
“O mistério não se compreende, se experimenta; e Deus se conhece pela experiência. Logo, o mistério não é necessariamente para ser estudado, mas para ser experimentado”, disse.
A Igreja considera a Santíssima Trindade um grande mistério. Seguindo a lógica explicativa do padre, é preciso fazer uma experiência com a Trindade para então compreendê-la melhor. Todavia, segundo o doutor em Teologia Espiritual, é possível também questionar sobre os mistérios de Deus, mas é imprescindível ter fé, porque, para ele, a fé é uma forma de completar aquilo que a razão não consegue alcançar.
“A razão, por mais que ela tente, tem um discurso sempre limitado sobre Deus. Ela consegue dar as razões, mas não consegue compreender Deus. Nós não podemos ter a arrogância de pensar que nossas reflexões são definitivas”.

Deus é família
Apesar dos limites da razão, a fé católica busca ampliar o campo de compreensão em torno da Santíssima Trindade. Sobre este Dogma de Fé, padre Joãozinho explica:
"Deus não é solitário, Deus é solidariedade! Deus é Pai, é Filho e é Espírito Santo, Deus é família: é Pai e Filho, Ele é o Espírito que existe entre o Pai e o Filho. Deus é Pessoa. A Trindade não é uma composição de três indivíduos, mas de Três Pessoas e pessoa se dá na relação, ou seja, o Pai é pai porque tem filho, o Filho é filho porque tem Pai e os dois são pai e filho porque tem uma paternidade filiação garantida pelo Espírito que há entre os dois. Isso é a Santíssima Trindade, uma relação de amor: o Pai é o amante, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor do Pai e do Filho".
Para facilitar a compreensão, o sacerdote dá um exemplo que se baseia no exercício humano do falar. “Pense numa pessoa que fala: eu falo com você, eu sou o falante. Agora, no momento em que eu falo a minha palavra fica gravada, então, a palavra se encarna, se grava. Para que eu fale é preciso soprar, sai um sopro de dentro de mim. Então, o Pai é o falante, o Filho é a Palavra do Pai encarnada, gravada. Mas, para que o Pai fale a Palavra que, encarnada se torna o Filho, é preciso o sopro do Espírito”.
Apesar de serem três pessoas distintas, padre Joãozinho garante: “Nós não acreditamos em três deuses, nem em apenas três nomes do mesmo Deus, nem em três modos do mesmo Deus se manifestar”. Segundo ele, a fé da Igreja está num “Deus plural”, ou seja, “num Deus solidário, num Deus família. E ressalta: "a Trindade nos revela que nem Deus é autosuficiente”.

Qual a diferença entre as três pessoas da Trindade?
Se as Três Pessoas são um único Deus, o que então as tornam diferentes uma das outras? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), a diferença entre as Pessoas da Trindade está no relacionamento existente entre elas (cf. CIC nº 255). Padre Joãozinho explica que isso foi esclarecido por Santo Tomás de Aquino que denominou essa relação como “atributos”
De acordo com o santo, as Três Pessoas têm atributos próprios: o Pai é criador, o Filho salvador e o Espírito santificador. Mas os atributos próprios não esgotam o significado de cada uma das Pessoas porque, como elas se "intercompenetram" e a Igreja acredita em um só Deus, há atributos apropriados também.
"O Espírito Santo se apropria do atributo de criar. Há um hino chamado 'Veni Creator' que mostra a dimensão do Espírito Santo enquanto criador, criativo. O Filho é salvador, mas o Filho também cria, enquanto atributo apropriado. Atributos próprios: o Pai criador, o Filho salvador e o Espírito Santo santificador; e atributos apropriados enquanto um se apropria dos atributos das outras duas pessoas", esclarece padre Joãozinho.
Entender ou apenas crer na Trindade?
Sobre essa questão, o padre afirma que as duas coisas se influenciam mutuamente e lembra ainda o que disse Santo Anselmo: “Creia para compreender”. A inteligência pede a compreensão e, segundo o padre, uma fé verdadeira busca dar as razões, “não é uma fé irracional ou uma fé de quem diz: eu não entendo, mas pulo”.
“A nossa compreensão do Mistério da Trindade é muito mais o ser compreendido por este mistério, ou seja, estar mergulhado no mistério por uma ação de fé que procura refletir, uma fé inteligente, mas ao mesmo tempo, uma fé vivida, testemunhada”.
Por fim, o padre explica que a fé consegue dar as razões mas não consegue compreender Deus. "Um Deus compreendido não seria mais Deus". (Fonte: Canção Nova)

No mês de julho: II Café Teológico

Estamos nos preparando para o II Café Teológico em São José de Mipibu. O primeiro foi um grande sucesso e partilha de conhecimentos a partir dos documentos da Igreja. Vamos para frente!

BOLETIM INFORMATIVO



Boletim do Setor i missionário
FORMAÇÃO NO SETOR I
Sábado, dia 01 de junho, às 15 hs temos formação no Setor I missionário. A Irmã Lourdes fará a exposição do tema sobre os papas. Esse tema foi iniciado pelo Padre Lenilson no mês próximo passado, o mesmo fez uma excelente exposição do tema. Lembramos que a formação é aberta à comunidade.
DOMINGO DE MISSÃO
O próximo domingo, dia 02 de junho, sairemos da capela São Francisco para visitação nas ruas que fazem parte do nosso setor. O horário da saída acontecerá às 09 hs. Está sendo uma experiência muito boa. Quem quiser se juntar ao grupo, venha e participe!
A SETORIZAÇÃO EXIGE MUDANÇA DE MENTALIDADE
Para quem acha que é fácil conciliar o trabalho do grupo com o projeto da setorização se engana. Não é fácil. Exige compreensão e mudança de mentalidade da parte dos fazem parte dos movimentos, grupos e pastorais. Uma dica: participe da formação no seu setor. Ajuda a você tomar uma decisão. A experiência aqui no setor foi assim. Alguns permaneceram e outros acharam muito pesado essa história do setor. O Fé e Luz e o Movimento Franciscano não recuaram. Nós acreditamos.
EDITORIAL
“Quem destrói a comunidade ofende a Deus”(COMBLIN). Tem toda razão o teólogo Comblin. A comunidade é lugar da relação de amor, fraternidade e justiça. Precisamos viver essa relação na comunidade. Somente assim podemos dizer que somos a imagem e semelhança da Trindade.
Somos chamados permanentemente a superarmos a dicotomia fé e vida. A fé, meus amigos, não está separada da vida. Separar a fé da vida é como retirar o oxigênio do ar. Sem possibilidade de sobrevivência. Quem acredita na Santíssima Trindade faz essa busca permanente pela comunhão e participação.
O povo de Deus está com fome e sede de participação, os mais pobres são os que mais sofrem porque são ignorados. Estão fora à margem da sociedade. Muita paz para todos! (Carlos: Fé e Luz e coordenador do setor I)



sábado, 25 de maio de 2013

Parasitas e Parasitas

"Chegou um homem justo na cidade, ele era centrado na ética e na justiça. Ele era o cara. Assim que chegou na cidade os parasitas correram. Os parasitas faziam fortuna às custas do povo que viviam nas cavernas. Com a chegada do cara uma forte luz brilhou em todas as cavernas. A esperança retornou, a alegria de viver tocou o coração dos oprimidos. Graças ao cara justo e honesto, o bem volta a reinar. Quem ficar contra o cara, está contra o povo. De onde vem a força do cara? Vem da palavra de Deus. Quanto aos parasitas só agonia porque eles precisam de um corpo para roubar a vida. Eles estão desesperados porque não conseguem sobreviver junto a verdade e transparência. Fora parasitas!"

A opção pelos pobres continua

Uma das preocupações do Documento de Aparecida é que a opção pelos pobres fique apenas no plano teórico (cf DAp, 397). A pobreza é o grande mal que leva milhares de pessoas ao sofrimento, a desesperança, dúvidas sobre a vida e tantas outras coisas. A visão determinista prevalece. Tem gente que acha que nasceu para ser pobre e outros ricos. Desse modo, alguns passam a sobreviverem às custas do paternalismo. Quem ganha com isso? Os ricos que enriquecem às custas dos pobres pelos caminhos da exploração do trabalho. "Do coração dos vários países que formam a AL está subindo ao céu um clamor cada vez mais impressionante. É o grito de um povo que sofre e que reclama justiça, liberdade e respeito aos direitos fundamentais dos homens e dos povos"(PUEBLA, 87).
Quem desrespeita e ameaça o pobre com a pobreza permanente, fome e miséria está na verdade manchando a imagem e semelhança de Deus. Façamos nossa reflexão sobre o tema proposto: A opção pelos pobres continua. (Carlos: Catequista)

terça-feira, 21 de maio de 2013

A espiritualidade eclesial


A espiritualidade eclesial
O mundo vive uma época de divisões globais. Temos um tempo das tribos. As pessoas se agregam em redes e comunidades. Parece tão contraditório, mas acontece como fenômeno humano e digital. O humano toma forma instantânea e isto tornou complexo e alucinante o modo como as pessoas estão vivendo nos espaços e instituições. Com a relevância na e da racionalidade, foram deixadas ofuscadas outras dimensões da condição humana, como a importância de tudo o que é sensível e vinculante. A Igreja está neste contexto e não dispensa esses invólucros contextuais para falar e dinamizar sua ação evangelizadora. Necessita do diálogo com o mundo para que possa ser e viver plenamente a sua vocação, que é de evangelizar. Quando se faz uma leitura unilateral e tendenciosa do Concílio Vaticano II, principalmente do documento Gaudium et Spes, acontece de se pensar que a relação da Igreja com as outras realidades dispensa a primária preocupação que ela deve ter com aquilo que lhe é próprio e que configura sua mais digna e honrosa identidade.
 A Igreja, num futuro, vai retomar o estilo primitivo de evangelização dos primeiros cristãos. Quando no tempo da Páscoa meditamos o texto dos Atos dos Apóstolos e o inserimos nas atuais circunstâncias como instrumento de interpretação, visualizamos uma Era da Igreja que não é tão nova e que cobrará mais uma vez uma atuação martirológica dos cristãos que exigirá uma postura de coragem e abnegação do individual para que seja fortalecido o que é de Deus para o mundo, a fim de que o que é do mundo possa experimentar o que é de Deus.
A Oração Sacerdotal de Jesus, no capítulo 17 do evangelista João, é um texto emblemático para a experiência cristã da atualidade e do futuro. Ou nós nos tornamos um como Ele e o Pai são Um, ou não conseguiremos nos fortalecer para testemunhar o Deus Amor na história humana. O mundo nos provoca e o faz porque estamos pecando contra a comunhão cristã e eclesial. Leiamos os capítulos 13-17 do mesmo evangelista e internalizemos o que é próprio dos Discípulos de Cristo, que faz com que as pessoas se sintam encantadas pelo que é de Cristo. Quando isto não acontece, o próprio Cristianismo e a Igreja tornam-se refém de facções. A divisão dentro do Cristianismo deu azo para que a fala sobre a “morte de deus” ressoasse em muitos lugares e fosse propagada como a grande afirmação da cultura moderna. Ainda levou, não só à relativização do que seja o conceito de dignidade humana e os valores inerentes ao decrépito; mas também a esta como objeto da técnica e das novas ideologias. O maior desafio com o qual a Igreja deve aprender a conviver na atualidade é o diálogo com as novas ideologias. Elas alvoreceram na modernidade, mas se radicalizaram na pos-modernidade e penetraram nas instancias eclesiais. Não só por serem fruto da subjetividade, mas porque esta dispensou nesta época sua relação com o real. As ideologias que fomentam os valores hodiernos são as maiores causas das divisões dentro da Igreja. Neste contexto, o que o Apóstolo Paulo disse à comunidade da Galácia (Gl 1,1-12) continua sendo de profunda atualidade. Não podemos ser traidores da Verdade de Jesus Cristo.
Hoje mais uma vez devemos fortalecer uma espiritualidade eclesial, que é essencialmente um sentimento com ação de unidade nas diferenças sem dispensar a Verdade, pois só ela nos fará livres (João 8,32). No Cristianismo, quando não há comprometimento com a Verdade de Cristo, a partir da Palavra de Deus e da sua Tradição, não é possível o acontecimento da comunhão. A modernidade cunhou a idéia da tolerância para sanar o problema das confusões de interesses. Isto não foi suficiente, nem funcionou; ainda mais com a manipulação exacerbada da verdade proporcionada na hipermodernidade pelos meios de comunicação a serviço de quem possui o poder econômico e ideológico.
A Igreja não pode trair a sua identidade, que está no coração de Deus. Não podemos conceber de outro modo que não seja uma atitude de Fé. Quem não a tem não se sacrifica pelo que é de todos e precisa ser de cada um que compõe esta Igreja. Na atualidade esta espiritualidade eclesial tem seus fundamentos teológicos e comunitários no que São Paulo disse aos coríntios (12,12-31). Ferir a comunhão eclesial, seja por negação da Verdade ou por atitudes contrárias a esta, é ferir o próprio corpo de Cristo. Percebemos problemas neste sentido e precisamos enfrentá-los. Podemos fazê-lo porque recebemos o Paráclito que é o nosso defensor (Jo 16,7). Para que a Igreja não seja vista pelo mundo como só mais uma instituição sem alma, devemos nos deixar conduzir por um profundo espírito de Fé.
Por fim, não nos esqueçamos que acabamos de celebrar a festa de Pentecostes, que é a festa da Igreja. Agora temos a certeza que a Trindade mora no coração da Humanidade. A Igreja tem a missão de tornar isto credível, através do testemunho dos seus componentes. Quem não vive a comunhão, pela consagração à Verdade, não será Um com o Pai e com o Filho, pela ação do Espírito Santo. Assim o seja!

Pe. Matias Soares
Pároco de S. José de Mipibu-RN e Vig. Episc. Sul.