PJMP - Pastoral da Juventude do Meio Popular.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Natal: um mito cristão verdadeiro (L. Boff)
24/12/2012
Há poucas semanas, com pompa e circunstância, o atual Papa
mostrou-se novamente teólogo ao lançar um livro: “A Infância de Jesus”.
Apresentou a versão clássica e tradicional que vê naqueles relatos
idílicos uma narrativa histórica. O livro deixou os teólogos perplexos,
pois a exegese bíblica sobre estes textos, já há pelos menos 50 anos,
mostrou que não se trata propriamente de um relato histórico, mas de
alta e refinada teologia, elaborada pelos evangelistas Mateus e Lucas
(Marcos e João nada falam da infância de Jesus) para provar que Jesus
era de fato o Messias, o filho de Davi e o Filho de Deus.
Para esse fim, recorrem a gêneros literários para apresentar uma mensagem, transmitida como se fossem histórias mas que de fato não passam de recursos literários, como, por exemplo, os magos do Oriente (representando os pagãos e os sábios), os pastores (os mais pobres e considerados pecadores por estarem às voltas com animais que os tornavam impuros), a Estrela e o anjos (mostrando o caráter divino de Jesus), Belém que não seria uma referência geográfica mas teria um significado teológico: o lugar onde, segundo as profecias, nasceria o Messias, diferente de Nazaré, totalmente desconhecida, onde Jesus provavelmente teria nascido de fato. E assim outros tópicos como detalhadamente analisei em meu Jesus Cristo Libertador (capitulo VIII).Mas tudo isso não é muito importante porque exige conhecimentos muito especializados.
Importante mesmo é compreender que face aos relatos tão comovedores do Natal estamos diante de um grandioso mito, entendido positivamente como os antropólogos o fazem: o mito como a transmissão de uma verdade tão profunda que somente a linguagem mítica, figurada e simbólica é adequada para expressá-la. É exatamente o que o mito pretende. O mito é verdadeiro quando o sentido que quer transmitir é verdadeiro e ilumina toda a comunidade. Assim o Natal é um mito cristão cheio de verdade, da proximidade de Deus e da familiaridade.
Nós hoje usamos outros mitos para mostrar a relevância de Jesus. Para mim é de grande significação um mito antigo, que a Igreja aproveitou na liturgia do Natal para revelar a comoção cósmica face ao nascimento de Cristo. Ai se diz:
”Quando a noite estava no meio de seu curso e fazia-se profundo silêncio: então as folhas que farfalhavam pararam como mortas; então o vento que sussurrava, ficou parado no ar; então o galo que cantava parou no meio de seu canto; então as águas do riacho que corriam, se paralisaram; então as ovelhas que pastavam, ficaram imóveis; então o pastor que erguia o cajado para golpeá-las, ficou petrificado; então nesse momento tudo parou, tudo silenciou, tudo se suspendeu porque nasceu Jesus, o salvador da humanidade e do universo”.
O Natal nos quer comunicar que Deus não é aquela figura severa e de olhos penetrantes para perscrutar nossas vidas. Não. Ele surge como uma criança. Ela não julga; só quer receber carinho e brincar.
Eis que do presépio veio uma voz que me sussurrou: ”Oh, criatura humana, por que tens medo de Deus? Ele não se fez criança? Não vês que sua mãe enfaixou seus bracinhos e seu corpinho frágil? Não percebes que ela não ameaça ninguém? Nem condena ninguém? Não escutas o seu chorinho doce? Mais que ajudar, essa criança precisa ser ajudado e coberta de carinho porque sozinha não pode fazer nada; não sabes que ela é o Deus-conosco-como nós?”
E ai já não pensamos mais mas damos lugar ao coração que sente, se compadece e ama. Poderíamos fazer outra coisa diante desta Criança, sabendo que é o Deus humanado?
Talvez poucos escreveram tão bem sobre o Natal, sobre Jesus Criança, que o poeta português Fernando Pessoa: ”Ele é a eterna criança, o Deus que faltava. Ele é o divino que sorri e que brinca. É a criança tão humana que é divina”.
Mais tarde transformaram o Menino Jesus no São Nicolau, no Santa Claus e, por fim, no Papai Noel. Pouco importam os nomes, porque no fundo, o espírito de bondade, de proximidade e de Presente divino está, de alguma forma, lá.
Acertado foi o editorialista Francis Church do jornal The New York Sun de 1897 respondendo a uma menina de 8 anos, Virgínia, que lhe escreveu: “Prezado Editor: me diga de verdade, o Papai Noel existe?” E ele sabiamente respondeu:
“Sim, Virgínia, Papai Noel existe. Isto é tão certo quanto a existência do amor, da generosidade e da devoção. E você sabe que tudo isto existe de verdade, trazendo mais beleza e alegria à nossa vida. Como seria triste o mundo se não houvesse o Papai Noel! Seria tão triste quanto não existir Virgínias como você. Não haveria fé das crianças, nem a poesia e a fantasia que tornam nossa existência leve e bonita. Mas para isso temos que aprender a ver com os olhos do coração e do amor. Então percebemos que não há nenhum sinal de que o Papai Noel não exista. Se existe o Papai Noel? Graças a Deus ele vive e viverá sempre que houver crianças grandes e pequenas que aprenderam a ver com os olhos do coração”
Nesta festa, tentemos a olhar com os olhos do coração, pois todos fomos educados a olhar com os olhos da razão. Por isso somos frios. Hoje vamos resgatar os direitos do coração que é caloroso: deixar-nos comover com nossas crianças, permitir que sonhem e nos encher de estremecimento diante da Divina Criança que sentiu prazer e alegria ao decidir ser um de nós pela encarnação.
PS. Desejo aos leitores e leitoras de meu blog um Natal de esperança pois precisamos dela no meio de um mundo em voo cego rumo a um futuro incerto. Mas uma Estrela como a de Belém nos mostrará um caminho salvador. E chamaram Jesus de Emanuel, o Deus que caminho conosco:lb
Para esse fim, recorrem a gêneros literários para apresentar uma mensagem, transmitida como se fossem histórias mas que de fato não passam de recursos literários, como, por exemplo, os magos do Oriente (representando os pagãos e os sábios), os pastores (os mais pobres e considerados pecadores por estarem às voltas com animais que os tornavam impuros), a Estrela e o anjos (mostrando o caráter divino de Jesus), Belém que não seria uma referência geográfica mas teria um significado teológico: o lugar onde, segundo as profecias, nasceria o Messias, diferente de Nazaré, totalmente desconhecida, onde Jesus provavelmente teria nascido de fato. E assim outros tópicos como detalhadamente analisei em meu Jesus Cristo Libertador (capitulo VIII).Mas tudo isso não é muito importante porque exige conhecimentos muito especializados.
Importante mesmo é compreender que face aos relatos tão comovedores do Natal estamos diante de um grandioso mito, entendido positivamente como os antropólogos o fazem: o mito como a transmissão de uma verdade tão profunda que somente a linguagem mítica, figurada e simbólica é adequada para expressá-la. É exatamente o que o mito pretende. O mito é verdadeiro quando o sentido que quer transmitir é verdadeiro e ilumina toda a comunidade. Assim o Natal é um mito cristão cheio de verdade, da proximidade de Deus e da familiaridade.
Nós hoje usamos outros mitos para mostrar a relevância de Jesus. Para mim é de grande significação um mito antigo, que a Igreja aproveitou na liturgia do Natal para revelar a comoção cósmica face ao nascimento de Cristo. Ai se diz:
”Quando a noite estava no meio de seu curso e fazia-se profundo silêncio: então as folhas que farfalhavam pararam como mortas; então o vento que sussurrava, ficou parado no ar; então o galo que cantava parou no meio de seu canto; então as águas do riacho que corriam, se paralisaram; então as ovelhas que pastavam, ficaram imóveis; então o pastor que erguia o cajado para golpeá-las, ficou petrificado; então nesse momento tudo parou, tudo silenciou, tudo se suspendeu porque nasceu Jesus, o salvador da humanidade e do universo”.
O Natal nos quer comunicar que Deus não é aquela figura severa e de olhos penetrantes para perscrutar nossas vidas. Não. Ele surge como uma criança. Ela não julga; só quer receber carinho e brincar.
Eis que do presépio veio uma voz que me sussurrou: ”Oh, criatura humana, por que tens medo de Deus? Ele não se fez criança? Não vês que sua mãe enfaixou seus bracinhos e seu corpinho frágil? Não percebes que ela não ameaça ninguém? Nem condena ninguém? Não escutas o seu chorinho doce? Mais que ajudar, essa criança precisa ser ajudado e coberta de carinho porque sozinha não pode fazer nada; não sabes que ela é o Deus-conosco-como nós?”
E ai já não pensamos mais mas damos lugar ao coração que sente, se compadece e ama. Poderíamos fazer outra coisa diante desta Criança, sabendo que é o Deus humanado?
Talvez poucos escreveram tão bem sobre o Natal, sobre Jesus Criança, que o poeta português Fernando Pessoa: ”Ele é a eterna criança, o Deus que faltava. Ele é o divino que sorri e que brinca. É a criança tão humana que é divina”.
Mais tarde transformaram o Menino Jesus no São Nicolau, no Santa Claus e, por fim, no Papai Noel. Pouco importam os nomes, porque no fundo, o espírito de bondade, de proximidade e de Presente divino está, de alguma forma, lá.
Acertado foi o editorialista Francis Church do jornal The New York Sun de 1897 respondendo a uma menina de 8 anos, Virgínia, que lhe escreveu: “Prezado Editor: me diga de verdade, o Papai Noel existe?” E ele sabiamente respondeu:
“Sim, Virgínia, Papai Noel existe. Isto é tão certo quanto a existência do amor, da generosidade e da devoção. E você sabe que tudo isto existe de verdade, trazendo mais beleza e alegria à nossa vida. Como seria triste o mundo se não houvesse o Papai Noel! Seria tão triste quanto não existir Virgínias como você. Não haveria fé das crianças, nem a poesia e a fantasia que tornam nossa existência leve e bonita. Mas para isso temos que aprender a ver com os olhos do coração e do amor. Então percebemos que não há nenhum sinal de que o Papai Noel não exista. Se existe o Papai Noel? Graças a Deus ele vive e viverá sempre que houver crianças grandes e pequenas que aprenderam a ver com os olhos do coração”
Nesta festa, tentemos a olhar com os olhos do coração, pois todos fomos educados a olhar com os olhos da razão. Por isso somos frios. Hoje vamos resgatar os direitos do coração que é caloroso: deixar-nos comover com nossas crianças, permitir que sonhem e nos encher de estremecimento diante da Divina Criança que sentiu prazer e alegria ao decidir ser um de nós pela encarnação.
PS. Desejo aos leitores e leitoras de meu blog um Natal de esperança pois precisamos dela no meio de um mundo em voo cego rumo a um futuro incerto. Mas uma Estrela como a de Belém nos mostrará um caminho salvador. E chamaram Jesus de Emanuel, o Deus que caminho conosco:lb
Pe. Anísio José, scj
"O Mistério da Encarnação foi o fato mais extraordinário acontecido depois da criação do mundo!"
Para refletir(Padre Paulo)
"A Igreja é a comunidade sobrenatural dos indivíduos,
únicos e insubstituíveis , na graça interna, na verdade e no amor de
Cristo" (Rahner).
Por uma sociedade livre e feliz
Muita coisa descartável, um consumismo exagerado nesse período natalino. A sociedade é levada a não perceber que os preços dos produtos crescem demais. Na verdade preparam-se homens novos para uma nova sociedade. Cidadão consumista para uma sociedade meramente de consumo. Quando isso acontece numa sociedade desigual, a maioria transforma-se em atores anônimos, esquecidos e deixados de lado. O que temos de novidade para a vida melhorar entre os mais pobres? Resta apenas a esperança de um milagre que resgate a dignidade humana nesta sociedade de consumo.
É possível acontecer um grande milagre apartir do momento que substituírmos o espírito do consumo exagerado pelo espírito de solidariedade, de preferência com os mais pobres. Uma comunidade organizada e consciente de seus direitos e deveres tem capacidade de construir uma nova mentalidade sem vícios e sem interesses egoístas. Espera-se que o ano novo seja diferente: paz, amor, fraternidade e justiça.
FELIZ NATAL A TODOS E UM ANO NOVO REPLETO DE REALIZAÇÕES!
Por Família POM
22 / Dez / 2012 18:58
Jesus renasce em nosso meio, pobre, humilde e servo. Ele é o enviado de Deus.
Como missionários, aprendemos com o Pai a generosidade de coração, como uma grande riqueza a ser partilhada.
Que o
Deus menino fortaleça o nosso compromisso com a Missão universal e a Boa
Notícia se espalhe por toda a humanidade. A família das Pontifícias
Obras Missionárias (POM) deseja a todos um Feliz Natal e um Ano Novo
repleto de paz e esperança.
Undime: Taxa de natalidade explica queda no número de alunos no fundamental |
A
redução da taxa de natalidade no país é uma das causas da queda de 2,2%
no número de matrículas na educação fundamental em 2012, segundo a
presidenta da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação), Cleuza Repulho. Ao todo, essa etapa da educação reúne
atualmente 29.702.498 estudantes com idade de 6 a 14 anos em todo país,
segundo o Censo Escolar divulgado ontem (20) pelo Ministério da Educação
(MEC). Em 2011, esse número chegava a 30.358.640 alunos.
"Nas regiões metropolitanas, os casais
não têm mais o número de filhos que tinham há 20, 25 anos. Atualmente
esses casais têm, em média, um filho, provocando essa redução
populacional", explicou Cleuza que também é secretária de educação de
São Bernardo do Campo, em São Paulo.
De acordo com dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2007, o país tinha 17.067.855
crianças com idade de 6 a 10 anos, correspondente aos anos iniciais do
ensino fundamental. Em 2011, último ano com dados divulgados pelo
instituto, foram registradas 15.252.392 crianças com essa idade. Já a
faixa dos 11 aos 14, idade que corresponde aos anos finais do ensino
fundamental, o número passou de 14.354.679, em 2007, para 14.011.623, em
2011.
A rede municipal é responsável pelo
maior número de matrículas do ensino fundamental, com 16.323.158
estudantes em todo país. Essa etapa reúne o maior número de estudantes
do país. Somadas todas as etapas (educação infantil, fundamental e
ensino médio), a educação básica matriculou este ano 50.545.050
estudantes.
PNE
A presidenta da Undime destacou a
relevância da rede municipal para educação no país e apontou os desafios
do setor com relação ao financiamento da educação. Segundo ela, é
preciso tratar com seriedade a questão dos recursos para educação
pública. "As metas do PNE [Plano Nacional de Educação] são ousadas. O
que é bonito na teoria, mas impraticável. Não adianta estabelecer metas
da Finlândia e oferecer recursos do Sudão. Não é factível", argumentou.
Entre as metas do PNE, está a aplicação
de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação, ainda sem definição
da fonte de financiamento. O governo federal e a sociedade civil têm se
mobilizado para conseguir do Congresso Nacional a destinação de 100% dos
royalties do petróleo para educação e, assim, alcançar a meta do plano.
Sobre o crescimento do ensino em tempo
integral, que registrou um aumento de 24,4% em relação a 2011, Cleuza
destacou o estímulo do governo federal, com o programa Mais Educação,
que oferece atividades de esporte, lazer, direitos humanos, cultura e
artes no contraturno dos alunos. "Esse estímulo precisa ser contínuo e
consistente para continuar produzindo efeitos de impacto no país."
Ainda segundo o Censo Escolar, de 2007
(início da série histórica) a 2012, a educação de jovens e adultos
perdeu quase 1 milhão de matrículas. Para Cleuza, parte dessa perda é
positiva e vem do fato de muitos jovens estarem na série correta para a
idade. "Entretanto, há redes que ainda não oferecem as aulas onde as
pessoas precisam, acabam centralizando nos grandes centros e dificultam o
acesso desses alunos à educação", observou. Atualmente, estão
matriculados 3.906.877 alunos nessa etapa, que inclui ensino fundamental
e médio.
De acordo com o MEC, as informações do
Censo Escolar servem de base para distribuição de recursos públicos para
estados e municípios, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e
o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)
(Undime) |
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