sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Excluir as notas de redação dos resultados do ENEM compromete a avaliação do desempenho do ensino. Saber escrever é competência essencial.

Notícia triste: Crianças e jovens apresentam mais excesso que falta de peso; 1/3 crianças de 5 a 9 anos está com sobrepeso, diz IBGE.

IBGE: Ens. médio público tem 8,6% de estudantes de famílias ricas. Na rede particular, 53% são ricos e 3,8% de classe mais baixa.

Notícia boa: Análise do Censo 2010_IBGE mostra que mortalidade infantil no primeiro ano de vida caiu 47,6% em relação ao de 2000.
O analfabetismo é um problema sério que necessita empenho de todos no sentido de superação dessa questão social. Temos que dar uma justificativa sobre o analfabetismo, além da evasão escolar por parte de jovens e adultos. Qual é o rumo da educação? Pensar a educação deixando de fora problemas como esses acima citados, significa que seremos afetados por maiores problemas no futuro. Em primeiro lugar, não são poucos os evadidos. Que futuro terão? Por outro lado cresce o analfabetismo. O que fazer diante desse problema? Esses problemas apontam para soluções que venham a partir da organização da sociedade. Não podemos esperar por aqueles que nada fizeram ou nada fazem pela educação. Os sindicatos deviam ser educativos. Deviam promover seminários, congressos, cursos que tratassem dessa questão. Não é para fugir dos problemas, mas ir ao encontro dos problemas e resolvê-los.
(Carlos: Professor)

Índios Guarani Kaiowá no MS vivem em situação de campo de confinamento, alerta Ministério Público Federal

29/11/2012 | Cecília de Paiva, jornalista Sem a terra garantida e reconhecida, não há 'Tekoha', o viver bem - modo de vida indígena. "Em Mato Grosso do Sul, o que se ouve são relatos de morte e cerceamento da liberdade". Os índios guarani kaiowá no MS vivem em situação "comparável a um campo de confinamento. Entre a mata ou à beira do rio, sem ter como ir e vir, chegar para falar de saúde ou educação é impensável, porque lá, estar livre é algo pró forma, só aparentemente. O direito mais básico é violado". Afirmações como essas foram feitas por integrantes da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, 6ª CCR, durante coletiva de imprensa dia 28 de novembro de 2012, em Campo Grande, MS, motivada por visitas a aldeias do sul do estado, em áreas de denúncias de violações de direitos fundamentais indígenas.
Conforme a sub-procuradora geral da República, Gilda Pereira de Carvalho, o grupo formado por procuradores e antropólogos esteve em Iguatemi, na aldeia Pyelito Kue, e em Paranhos, na aldeia Arroyo Corá e na comunidade do Rio Y'Poi. Sobre essa comunidade, existe a denúncia de envenenamento ocorrido em 14 de novembro, em que a água ficou cheia de espuma e sem condições de uso. O caso está em investigações na Polícia Federal, porém, foram ouvidos relatos sobre o que aconteceu, com registro de narrativas sobre a coleta de amostra da água no mesmo dia, e da filmagem com a espuma descendo rio abaixo. Segundo o antropólogo Marco Paulo Schettino, atualmente há um poço aberto recentemente que atende precariamente os cerca de duzentos kaiowá guarani do local.
Nas visitações da 6ª CCR, Gilda Pereira disse que todos são recebidos sempre com muita emoção, com dança e canções indígenas, porém, "se vê muito sofrimento e tem gente mais velha com marcas no corpo, inclusive de balas. Os índios de Pyelito Kue querem acesso à estrada porque só conseguem atravessar o rio quando amarram uma corda à outra margem, como suporte de segurança", contou a sub-procuradora. Afirmou que, pela violação de tantos direitos, o grupo atua também em consulta com outros atores sociais ligados ao tema. Inclusive, durante a permanência em MS, há visitas em órgãos representativos do Estado, entre eles, Governadoria, Ministério Público Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil-MS, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul. Afinal é preciso envolver a sociedade, pois "o que os guarani kaiowá sofrem, sem os direitos mais básicos, não há notícia igual ao que acontece em MS. O que já se ouviu de outros estados é ínfimo. É o nível mais avassalador que se pode imaginar", pontuou o procurador da República Emerson Siqueira, atuante na região afetada.
Com relação às interferências sofridas pelos indígenas em suas tradições, Gilda Pereira acredita que a espiritualidade e o modo como eles mostram suas características é muito forte. "O indígena pode até assimilar o modo como vivemos, mas isso é com um ou outro, não um povo inteiro, uma nação. O que a Constituição Federal quer, e não só ela, mas tratados internacionais, é propiciar ao índio a vivência de sua cultura. E se um ou outro índio quiser ser diferente ou assimilar outras culturas, é também o seu direito", exemplificou a representante do MPF, deixando clara qual a fundamentação das análises que faz.
A 6ª CCR atua em favor dos direitos indígenas, das minorias e da população das comunidades tradicionais, permanecendo em MS até o dia 29 de novembro, para então apresentar relatório e recomendações necessárias sobre o tema.
Fotos: MPF
Fonte: COMIRE Oeste 1 / Revista Missões
A CNBB e a Amazônia





A celebração dos 60 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB é uma oportuna ocasião para a Igreja na Amazônia renovar seu agradecimento e reconhecimento a esta benemérita instituição que congrega o episcopado brasileiro.
Graças ao seu incondicional apoio, desde que foi criada em 14 de outubro de 1952, o grito dos bispos da Amazônia, emitido especialmente a partir de seus encontros iniciados meses antes da fundação da Conferência (junho de 1952), ecoou em todas as dioceses do país e, desde então, cresce a consciência de que a evangelização nesta vasta região brasileira é de responsabilidade de toda a Igreja no Brasil.
Marca forte da unidade e da comunhão da Igreja na Amazônia, os encontros de seus bispos se constituíram num verdadeiro Cenáculo de onde o Espírito Santo tem inspirado e animado os pastores e todos os que com eles cumprem o mandato de Jesus: “Ide fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19).  A CNBB, presente já no segundo encontro realizado em janeiro de 1954, através de seu primeiro secretário, Dom Helder Câmara, dava uma inequívoca demonstração de sua corresponsabilidade no enfrentamento da sacrificada realidade amazônica que, àquela época como hoje, desafia a Igreja.
No encontro de 1967, os bispos da Amazônia, estrangeiros em sua maioria, ao discutirem o papel da Igreja na SUDAM provocaram a ira de “nacionalistas extremados” que os classificaram de “brasileiros apenas de coração”. A CNBB, por meio de sua Comissão Central, imediatamente, sai em defesa dos bispos: “Bastaria uma simples visita às missões, para reconhecer naqueles mensageiros de Deus, os mais ativos operadores da integração da Amazônia” .
A presença da CNBB na Amazônia, nestes 60 anos, se fez sentir também em inúmeras outras iniciativas que confirmam seu compromisso com o povo amazônida, com sua fé, sua cultura, suas tradições, seus direitos, sua vida. Destaque-se, por exemplo, o primeiro Seminário sobre a Pastoral da Amazônia, realizado em 1971, no Rio de Janeiro. É neste contexto também de preocupação com a Amazônia que Manaus é escolhida, certamente com total apoio da CNBB, para sediar o Congresso Eucarístico Nacional, em 1975. Merece destaque ainda a 37ª Assembleia Geral da CNBB, em 1999, quando os bispos da Amazônia se fizeram ouvir por todos os bispos do Brasil através de sua mensagem ao Povo de Deus e ao Brasil intitulada “A Igreja e a Questão da Amazônia”.
Decisão da CNBB, no entanto, que impulsionou ainda mais o olhar da Igreja no Brasil para a Amazônia foi a criação, em 2003, da Comissão Episcopal para a Amazônia. Com o objetivo de animar o espírito missionário da Igreja e sensibilizar a sociedade brasileira em relação à Amazônia, esta Comissão tem sido responsável por inúmeras iniciativas voltadas para a evangelização da Amazônia. Da mesma forma, a realização da Campanha da Fraternidade, em 2007, com o tema sobre a Amazônia, não só aumentou a visibilidade desta região como também despertou o interesse de muitos em colaborar com a missão que aí se realiza.
Há ainda duas outras iniciativas que emergem como fruto do comprometimento da CNBB com a Amazônia ao longo destes 60 anos de sua existência. O primeiro é a Semana Missionária da Amazônia, criada por iniciativa da Comissão Episcopal para a Amazônia, atualmente presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes. A segunda é a construção do projeto “Missionários para a Amazônia”. Aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB de 2009, estas iniciativas buscam responder dois grandes desafios da Igreja na Amazônia: a falta de recursos financeiros e a falta de missionários. O apoio da CNBB é decisivo para vencer estes desafios.
Em julho de 2012, Santarém (PA) sediou, mais uma vez, o encontro dos bispos da Amazônia, que celebrou os 40 anos do Documento de Santarém, resultado do mesmo encontro em 1972, cuja contribuição foi decisiva para pôr em prática o Concílio Vaticano II e o Documento de Medellín. A CNBB, reconhecendo a importância desse momento histórico para a Igreja na Amazônia, fez-se presente através de seu secretário geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner,  expressando, assim, a comunhão e a unidade do episcopado brasileiro que, ao longo dos 60 anos da CNBB, tem dado o tom de sua relação com a Igreja na Amazônia.
Estas são apenas algumas das muitas formas como a CNBB se fez e se faz presente na Amazônia. Recordá-las aqui, no contexto dos 60 anos da CNBB, é reviver a história desta Conferência que conquistou a credibilidade e o respeito da sociedade brasileira pelo seu compromisso com a vida de seu povo e a defesa dos direitos humanos, especialmente, dos pobres e excluídos. A Comissão Episcopal para a Amazônia se orgulha por fazer parte desta história. Parabéns, CNBB!
Irmã Maria Irene Lopes dos Santos
Assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)