terça-feira, 27 de novembro de 2012

Jesus é o Senhor


Reflexões de Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará

BELÉM DO PARÁ, terça-feira, 27 de novembro de 2012(ZENIT.org) - A cena do julgamento foi bem preparada, começando nas tramas e armadilhas urdidas contra Jesus. Tudo serviu para compor o drama, dentro de um quadro bem definido no jogo do poder. Alguém devia ser eliminado! De fato “os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e discutiam: ‘Que vamos fazer? Este homem faz muitos sinais. Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação’. Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote naquele ano, disse: ‘Vós não entendeis nada! Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira’? Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos” (Jo 11,47-51).
Jesus está diante de Pilatos (Jo 18,33-37), a multidão pede sua morte, as autoridades conspiram. Prefere-se Barrabás a Jesus. E este Jesus se proclama Rei! Aos olhos de todos, é um rei bufão. Está vestido com um manto vermelho certamente esfarrapado, sobre a cabeça uma coroa de espinhos e seu cetro é uma cana. Ridículo! Terão dito os passantes! No entanto, ele diz ser Rei e que seu Reino não é deste mundo! Há que se posicionar a favor do trono representado por Pilatos, ou daquele que, sendo Rei parece apenas fazer parte de uma comédia de mau gosto.
Mesmo distantes da cena, demos um jeito de entrar no palco ou na plateia. Ali, há dois mil anos os homens e mulheres de todas as línguas, povos e nações, podem participar e passar da comédia à tragédia, desta às ruas, dali à crua realidade do Calvário, diante do abandonado crucificado, para aguardar ansiosos a manhã da Ressurreição e proclamar que Ele é Rei e Senhor. Ninguém fique de fora.
De quem foi a vitória entre o Reino de Jesus e o Reino representado por Pilatos? Muitos poderes se iludiram nestes mais de vinte séculos, ao pretenderem escrever a palavra “fim” no processo chamado “Jesus”, pensando tê-lo liquidado culturalmente ou politicamente. Reinos políticos ou filosofias se alternaram na tentativa de reduzi-lo a personagem marginal da história, mas a pedrinha profetizada por Daniel (Dn 2,34s) não cessa de atingir, uma depois da outra, as muitas estátuas de argila que são os impérios terrenos, e estes ruíram estrondosamente (cf. Raniero Cantalamessa, La Parola e La Vita, Città Nuova, Roma 1990, Pág. 353). Sem adesão a ele, mais cedo ou mais tarde todos caem!
O confronto continua e não é possível buscar uma conciliação fácil e superficial entre Jesus, que é Rei e Senhor, com o espírito do mundo. Seu Reino continua não sendo do mundo, mas ele veio para ser Rei, para dar testemunho da verdade e provocar todas as pessoas, a fim de que escutem sua voz e tomem partido da verdade. Quando Pilatos lhe perguntou, em meio a distraído muxoxo, “que é a verdade?”, nem suspeitava que em Jesus se realizasse a palavra: “foi-lhe dada a soberania, a glória e a realeza. Todos os povos, nações e línguas hão de servi-lo. Seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado e sua realeza é tal, que jamais será destruída (Dn 7,14)!
Aquele que era ridicularizado pelas autoridades e pela multidão dali a pouco, Cordeiro imolado, abriria o Livro da Vida. Ele “fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. Ele vem com as nuvens, e todo olho o verá – como também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! ‘Eu sou o Alfa e o Ômega’, aquele que é, que era e que vem, o todo-poderoso’ (Ap 1,6-8). Na oferta de sua vida, que tem nome de salvação, quis incluir a todos: “Pai, perdoai-lhes. Eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). E depois um dos ladrões lhe disse: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar’. Ele lhe respondeu: ‘Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso’ ”(Lc 23,42-43). De fato, Jesus nos ama e nos libertou com o seu sangue. Esta é a Verdade oferecida a todos os homens e mulheres de todos os tempos, mesmo aqueles que o traspassaram ou os que carregam o fardo de seus muitos pecados!
Proclamar Jesus e reconhecê-lo Rei e Senhor, como faz a Igreja na Solenidade de Cristo Rei, tem consequências. É necessário fazer opções claras pelos valores do Reino de Deus e abandonar tudo o que a ele se opõe. Se o dinheiro, o poder, a vaidade e a insaciável busca de prazer ocuparem o espaço de nossas decisões cotidianas, tornando-se “deuses” – e falsos! – não haverá espaço para Jesus Cristo.
Faz-se cada dia mais necessário um caminho de discernimento, diante das “ofertas e oportunidades” que nos são oferecidas, como num grande mercado de religiões! Quem procura vantagens, confundindo Jesus Cristo com um fornecedor de carro do ano, casa nova, roupas de grife, oportunidades imediatas de emprego, elogios de todos, ou mesmo milagres fáceis como numa banca da feira da esquina, verá muito cedo a estátua de barro desmoronar.
Quem resolver crescer e fazer opções claras no seguimento de Jesus Cristo verá consolidada uma existência cheia de sentido, terá herança de dignidade e retidão para transmitir às gerações que se seguirem, terá construído sua casa sobre a rocha, proclamando que Jesus é o Senhor e vivendo sua Palavra (cf. Mt 7,21-27), no cumprimento da vontade de Deus, que liberta e salva.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ADVENTO

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
A vida passa por transformações e se renova. Por isto, iniciamos mais um Ano Litúrgico, começando com o Ciclo do Natal, na certeza de vida renovada. O Natal é celebrado com muitas festas, contemplando o nascimento de um Rei, o Filho de Deus, cumprindo uma promessa feita pelo Senhor ao Rei Davi.

São quatro domingos chamados de “Advento”, que nos despertam, dentro de um itinerário, para a vinda de Jesus Cristo, Àquele que vem de Deus e assume as condições e realidades humanas. Seu objetivo foi de realizar a reta ordem do universo no cumprimento das Leis divinas marcadas no coração das pessoas.

No mundo dos conflitos, da violência e do caos na ordem social, caímos numa situação de temor e angústia. Nossa esperança fica fragilizada e somos incapazes para uma paz de sustentabilidade. Somente em Jesus Cristo podemos encontrar força e coragem para superar as limitações contidas em nossas fraquezas.

O Advento é tempo de preparação para o Natal. É colocar-se de prontidão para acolher Aquele que nasce transformando a história. Hoje isto acontece no coração das pessoas vigilantes e sensíveis às realidades do bem. Este deve ser o caminho do cristão, reconhecendo a presença de Deus em sua vida.

Todo clima natalino, que começa com o Advento, deve fazer aumentar o amor entre as pessoas. É uma realidade que deve acontecer no relacionamento, na convivência familiar, no trabalho, na escola, enfim, na vida real. É importante a consciência de que a fonte de tudo isto está em Deus. É por isto que Ele vem a nós e fica conosco. “O amor de Deus foi derramado em nossos corações” (I Ts 4,9).

Sabemos que a fonte do amor é Deus, mas isto não dispensa o esforço pessoal. Temos que viver o amor no meio dos conflitos e tensões a todo instante. Os afazeres da vida não podem obscurecer a ação de Deus em nossa prática de vida. É Ele quem nos dá sustentação para uma realidade de fraternidade e vida mais feliz.
(Fonte: CNBB)

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Abertura do II Encontro Preparatório: A caminho da JMJ Rio2013



Cerca de 200 delegados ligados às Conferências Episcopais, Movimentos e Novas Comunidades, vindos de 75 países, chegaram ao Rio de Janeiro neste domingo, 25, para participar do II Encontro Preparatório para a Jornada Mundial da Juventude Rio2013. O encontro acontece até sexta-feira, 29.
A abertura das atividades se deu com uma Santa Missa presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL), Dom Orani João Tempesta, na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. A celebração foi concelebrada pelo presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello e demais bispos e sacerdotes presentes.
O objetivo do II Encontro é apresentar os preparativos para a JMJ, esclarecendo questões como a geografia da cidade, inscrições e hospedagens. Além da Santa Missa de abertura, estão previstas atividades como: painéis organizados pelos diversos setores do COL, visita aos locais dos Atos Centrais e um encontro com jovens. Esta é a continuação de um primeiro encontro realizado em março deste ano em Rocca di Papa, cidade próxima a Roma.
Durante a Homilia, Dom Orani agradeceu a presença dos delegados e ressaltou a providência de inciar o encontro durante a Solenidade de Cristo Rei – que representa a conclusão do ano litúrgico – olhando para a perspectiva do ano seguinte.
“Abrimos esse encontro no domingo de Cristo Rei, na conclusão do ano litúrgico, na perspectiva de iniciarmos um novo ano, dentro do Ano da Fé, a caminho da JMJ em julho de 2013. A providência nos conduziu a essa data pelo seguinte: de um lado, ao concluir o ano litúrgico também agradecemos a Deus por todos os dons, pelas graças recebidas na caminhada feita até hoje. Por outro lado, passaremos esta semana olhando a perspectiva do novo ano, do inicio. E este novo ano litúrgico traz para nós a Jornada Mundial da Juventude,” disse.
O Arcebispo destacou ainda a missão da JMJ em proporcionar aos jovens uma experiência de encontro com Cristo. “Este contexto da Festa Solene de Cristo Rei, nos indica também a missão da nossa Jornada que nos fala desse encontro com Jesus que os jovens são chamados a fazerem através da experiência de Igreja, de encontro com Cristo e com os irmãos. (…) Por isso a nossa Arquidiocese se coloca à serviço da Igreja para proporcionar uma experiência com Cristo a todos que aqui vierem,” ponderou.
Antes do término da Santa Missa foi lida uma carta dos pais de uma das intercessoras da Jornada Mundial da Juventude, Beata Chiara Luce. A beata italiana faleceu jovem e desde os nove anos ingressou no Movimento dos Focolares. Ao longo de sua vida, ofereceu a Jesus as suas dificuldades e sofrimentos.
Na mensagem direcionada à Dom Orani, os pais de Chiara, Maria Teresa e Ruggero Badano, que manifestaram a intenção de participarem da Jornada Mundial da Juventude, expressaram a gratidão de verem sua filha como uma das intercessoras da JMJ.
“É com imensa alegria que nós acolhemos a notícia de que Chiara foi escolhida para ser um dos intercessores da JMJ. Somos imensamente gratos pela decisão de Dom Orani e temos a certeza de que Chiara, junto às outras esplendidas figuras que o senhor Arcebispo indicou, saberá cooperar para proteger e sustentar a multidão de jovens que virão ao Rio.”
Sobre a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, ressaltou a presença marcante e a alegria dos jovens brasileiros em participação para este grande encontro da fé.
“Vejo também a alegria dos jovens e não somente para estar junto do Papa, mas através do testemunho, dessa conscientização de serem jovens e também serem missionários, de levarem essa fé contagiosa ao mundo. Fico muito feliz em poder participar deste II Encontro e vamos continuar acompanhando essa Jornada de perto”, afirmou.
Fonte: Canção Nova
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Projeto Missão Continental propõe Paróquia Missionária



O 3º Encontro Nacional da Missão Continental encerrou seus trabalhos nesta sexta-feira, 23 de novembro, com propostas para intensificar a animação missionária na Igreja local. O evento organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial, da CNBB, em parceria com o Centro Cultural Missionário (CCM) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM) reuniu, desde o dia 19, em Brasília, 60 pessoas de todo o país para refletir sobre a paróquia em estado permanente de missão.
As contribuições dos assessores motivaram propostas para dinamizar a evangelização no interior das paroquiais e lançar a comunidade na missão além-fronteiras. Criar e fortalecer os Conselhos Missionários Paroquiais e Diocesanos (COMIPAs e COMIDIs), realizar as Santas Missões Populares e outras experiências semelhantes, planejar a pastoral de conjunto e implementar a setorização das paróquias, foram algumas das propostas indicadas.
Outra preocupação é a formação missionária das lideranças para que as paróquias se abram à missão além-fronteiras de forma organizada e articulada.
Segundo padre Sidnei Ferreira, assessor da CNBB para a Missão Continental, este 3º Encontro deu um salto de qualidade nos trabalhos. “Conseguimos reunir representantes de todos os Regionais da CNBB. Com isso, além de realizarmos reuniões com os bispos da Comissão fizemos um encontro de partilha com representantes dos Regionais o que nos deu uma ideia geral do trabalho em todo o Brasil”, avaliou.
O assessor destacou ainda a importância da paróquia missionária. “Com relação a esse tema existe uma sensibilidade muito grande nas igrejas locais. Dioceses como Vitória da Conquista (BA), Itapetininga (SP) e Toledo (PR), por exemplo, enviaram vários representantes pensando em como implantar a paróquia missionária dentro do Plano Pastoral da diocese”.
Para dom Adriano Ciocca Vasino, bispo da prelazia de São Félix (MT), a cada encontro realizado se evidenciam com maior clareza os objetivos, os meios e os métodos da Nova Evangelização. O bispo destaca ainda o envolvimento das dioceses no compromisso missionário. “O encontro foi muito positivo com muita participação e partilha de experiências. Creio que é necessário continuar a traduzir as ideias em práticas para que as dioceses assumam esse rosto missionário. A colaboração entre as POM, o CCM e a Comissão para a Missão da CNBB é um testemunho de comunhão. Parece uma equipe só trabalhando em setores diferentes. Precisamos fortalecer essa comunhão”, sublinhou.
Rosângela de Souza Urt representou o Regional Oeste 1 da CNBB (Mato Grosso do Sul) onde coordena o COMIRE. “O Encontro ajudou a esclarecer sobre o que é a Missão Continental. Vimos como trabalhar esse projeto em todos os âmbitos, principalmente na paróquia. Estou voltando para o meu regional entusiasmada”, destacou.
Padre Guido Labonté explicou que na arquidiocese de Manaus (AM), em 2010, realizou um Ano Missionário com várias iniciativas de evangelização. “Trabalhamos com o conhecido método Ver, Julgar e Agir. Primeiro procuramos entender o que é Missão, depois veio o tempo da análise e em seguida, do agir que foi o Congresso Missionário”. Em nível regional, padre Guido informou que algumas Prelazias priorizaram o trabalho nas comunidades ribeirinhas. As comunidades do centro urbano enviam pessoal para acompanhar essas comunidades do interior.
O próximo Encontro Nacional da Missão Continental está programado para o mês de setembro de 2013.
Fonte: CNBB

domingo, 25 de novembro de 2012

Arcebispo recebe medalha ao mérito policial Luiz Gonzaga

 
O arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, recebeu nesta sexta-feira (23), a medalha ao mérito policial Luiz Gonzaga. A comenda foi concedida pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte, em razão da comemoração dos 178 anos de criação da Força Armada Estadual, aos membros da Polícia Militar, Forças Armadas, e aos cidadãos que se distinguiram por serviços prestados à corporação ou à Segurança Pública Potiguar, seja no campo militar, científico, social ou econômico. Dom Jaime recebeu a medalha das mãos da governadora do estado, Rosalba Ciarlini. Além do arcebispo de Natal, outras 29 autoridades foram agraciadas com a comenda. A solenidade foi realizada no auditório Morton Mariz, no Centro de Convenções de Natal.

Em seu discurso, Rosalba Ciarlini destacou o governo arquidiocesano de Dom Jaime, lembrando do importante papel da Igreja Católica para a sociedade. “Precisamos da benção do Bom Pastor, Dom Jaime, nosso arcebispo, para que assim, possamos seguir no rumo certo para melhorar o nosso Estado”, ressaltou a governadora.

Além da medalha, a PM entregou o Diploma Amigo da Polícia, a pessoas que colaboraram para o bom desempenho das atividades policiais militares, de forma direta ou indireta.
Foto: Luiza Gualberto
Dom Jaime com a Governadora Rosalba Ciarlini
Agraciados com a medalha ao mérito soldado Luiz Gonzaga
Bento XVI aos cardeais: "Não se deixem fascinar pela lógica do poder"


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa presidiu na manhã deste domingo, na Basílica de São Pedro, a missa para os novos cardeais que criou ontem. Bento XVI, que atravessou a nave central com a plataforma móvel, antes de dar início ao rito ouviu a saudação do novo Cardeal James Harvey, até poucos dias Prefeito da Casa Pontifícia.

Animada pela capela musical Sistina, a missa teve a presença do colégio cardinalício, bispos, fiéis e delegações diplomáticas, especialmente dos países de origem dos novos purpurados.

Saudando em nome de todos os novos cardeais, Dom Harvey afirmou, entre outras coisas, que “a vida do Papa foi uma lição vivente de que a teologia mais profunda não é articulada na mesa, mas elaborada de joelhos”. “Ao aceitar o cardinalato – disse o novo cardeal estadunidense – nos comprometemos plenamente em ser agentes perseverantes e responsáveis pela Nova Evangelização”.

Em sua homilia, na solenidade de Jesus Cristo Rei do universo e último domingo do Ano Litúrgico, o Papa recordou que a Igreja nos convida a dirigir o olhar ao futuro, ou melhor, em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo.

Bento XVI adiantou que as três leituras do dia falam desse reino. No Evangelho de João, Jesus esclarece que o seu reino não pode ser confundido com qualquer reino político. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria fazê-Lo rei para derrubar o poder romano e estabelecer o tão esperado reino de Deus. “Mas Jesus sabe que o reino de Deus é completamente diferente dos reinos terrenos; não se baseia nas armas e na violência”.

O Papa advertiu que os cristãos não devem cair na tentação de desembainhar as espadas, como Pedro no momento da prisão de Jesus, no Getsêmani:

Ele não quis ser defendido com as armas, mas cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida”.

Refletindo sobre o encontro entre Pilatos e Jesus, o Papa frisou que o reino de Deus “è um reino de servidores”; e observou que um “um homem de poder”, como Pilatos, ficou surpreendido diante de um homem indefeso, frágil, humilhado como se apresentava Jesus. Pilatos não entendia um poder que não correspondesse à lógica do domínio e da força.

Na primeira leitura, o profeta Daniel prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra, narra de um rei que domina de mar a mar até aos confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído. O poder do verdadeiro Messias é o poder da verdade e do amor. “É a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza” – explicou o Pontífice.

Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que nós também participamos na realeza de Cristo. Fica claro “que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.

Concluindo, o Papa recordou a seus irmãos cardeais a responsabilidade que lhes é atribuída: “dar testemunho do reino de Deus e da verdade; fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”.
(CM)

O Rei que aclamamos nasce na periferia pedindo espaço para a vida. Aclamado por crianças e cavalgando um jumentinho inaugura seu Reino.