sábado, 29 de setembro de 2012





Eleições: votar em quem e para quê?
Frei Gilvander Luís Moreira*
Dia 7 de outubro de 2012 haverá o primeiro turno de eleições municipais no Brasil. Cientes de que devemos dedicar as nossas energias no fortalecimento da política, especialmente no serviço à justiça social, à verdade, à dignidade humana e à solidariedade para com os que mais sofrem e precisam da atenção do Poder Público municipal, precisamos contribuir, com nosso voto, para que os melhores candidatos sejam eleitos. Considerando, também, que o marketing político e a propaganda ensurdecedora criam uma cortina de fumaça sobre a realidade do candidato, faço algumas reflexões, no intuito de ajudar a discernir em quem votar e para quê.
É hora de pensar e votar consciente, pois O voto não tem preço, tem consequências! “Somos seres políticos”, dizia o filósofo Aristóteles. É ingenuidade dizer: “Sou apolítico. Não gosto de política. Sou neutro”. Todos nós fazemos política o tempo todo. A política é como respiração. Sem respiração, morremos. Política refere-se ao exercício de alguma forma de poder, como nos ensina Bertol Brecht em O analfabeto político. A política, como vocação, é a mais nobre das atividades; como profissão, a mais vil.
Urge resgatar a história do candidato. “Diga-me com quem andas...”. Quem o financia? Fujam das candidaturas ricas, as que têm as maiores campanhas. Fujam dos candidatos que pagam cabos eleitorais. Esses fazem política como negócio. Investem na campanha para lucrar depois com as benesses que ganharão do Poder Público. Importante observar quais as ações do(a) candidato(a) no passado e no presente. Urge olhar as ações dos partidos também. O(a) candidato(a) é candidato(a) porque quis ou aceitou se candidatar? Se o candidato(a) tem sede de poder, se teve a iniciativa de se candidatar, fuja dele(a).
Democracia direta – Na sociedade neoliberal, os interesses privados são “camuflados em princípios políticos, porque os investimentos privados dependem de uma proteção governamental”. É injusto votar em quem governa somente para classe dominante, beneficiando uma minoria, e não para a maioria do povo, os pobres. É imprescindível não apenas votar, mas acompanhar, de forma coletiva, as ações governamentais e os mandatos eletivos. São relevantes as iniciativas populares, os referendos, os plebiscitos, a participação popular e a solicitação de audiências públicas para o debate de temas relevantes. Enfim, exercer também a democracia direta.
Próximo à maior festa judaico-cristã, a Páscoa, impulsionado por uma ira santa, Jesus chegou ao Templo de Jerusalém, lugar considerado o mais sagrado e, furioso, “fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e bois, destinados aos sacrifícios. Derramou pelo chão as moedas dos cambistas e virou suas mesas”. Aos que vendiam pombas, ou seja, os que diretamente negociavam com os mais pobres porque os pobres só conseguiam comprar pombos e não bois, ordenou: ‘Tirem estas coisas daqui e não façam da casa do meu Pai uma casa de negócio”.
Como lobos em pele de cordeiros, há muitos “vendilhões do templo”, em campanha, para comprar votos para depois de eleitos continuarem o processo de prostituição e idolatria reinante na sociedade, nas cidades, nos municípios. Assim como Jesus, movidos por uma ira santa, devemos impedir que esses sejam eleitos. “Nunca se esqueça de que apenas os peixes mortos nadam a favor da  correnteza”, alerta o jornalista Malcolm Muggeridge. Enfim, votar em quem está comprometido, de fato, com a luta de libertação dos pobres. Eleger pessoas que de fato representem a luta do povo oprimido.
* Frei Gilvander Luís Moreira é mestre em Exegese Bíblica, e professor de Teologia Bíblica. www.gilvander.org.br No facebook: Gilvander Moreira
25/09/2012 - 00:00 Colunistas




Ciência e religião

Na opinião do físico brasileiro Marcelo Gleiser, “ciência e fé são aspectos complementares de como compreendemos o mundo e nosso lugar nele, de como encontramos sentido em nossas vidas. Nenhum corpo de conhecimento, por si só, pode dar conta da complexidade da nossa existência”.
Na entrevista que concedeu com exclusividade ao portal IHU On-Line, ele afirmou que as ciências começam a ir além do “tradicional método reducionista”, que busca explicações dividindo o todo em partes. “Muitos sistemas físicos e biológicos têm de ser entendidos em toda a sua complexidade, o que gera novos desafios para a ciência do século XXI. Como exemplo, cito a origem e natureza da vida, a emergência e funcionamento da mente humana, o clima”, explicou.
Gleiser comenta, ainda, a “retórica virulenta” dos novos ateístas Dawkins, Dennet, Harris e Hitchens, que se valem do mesmo tipo de fundamentalismo que buscam combater. Tal postura é um equívoco, pois não leva a nada e é filosoficamente ingênua, arremata. “O perigo é, de um lado, o obscurantismo e, de outro, a prepotência”.
Confira a entrevista.
Quais são as novas gramáticas que emergem hoje das ciências?
Marcelo Gleiser –
Se por “gramáticas” entendemos novos modos de se pensar sobre o mundo, talvez a mudança mais óbvia seja a extensão das ciências além do tradicional método reducionista. Hoje, entendemos que nem tudo pode ser entendido ao dividirmos o todo em pequenas partes; muitos sistemas físicos e biológicos têm de ser entendidos em toda a sua complexidade, o que gera novos desafios para a ciência do século XXI. Como exemplo, cito a origem e natureza da vida, a emergência e funcionamento da mente humana, o clima. Mesmo a noção de que as leis naturais que vêm da compreensão do comportamento das entidades mais simples está sendo revisada; existem, também, leis emergentes que não podem ser deduzidas ou previstas daquelas obtidas através do método reducionista.
Acredita que pode haver um diálogo autêntico entre ciência e fé? Por quê?
Marcelo Gleiser –
Sem dúvida. Ciência e fé são aspectos complementares de como compreendemos o mundo e nosso lugar nele, de como encontramos sentido em nossas vidas. Nenhum corpo de conhecimento, por si só, pode dar conta da complexidade da nossa existência. Porém, é necessário evitar os excessos de ambas as partes. A religião não pode ignorar os avanços da ciência; por sua vez, a ciência não pode proclamar que sabe como resolver questões que, ao menos no momento, estão muito além de sua competência. O perigo é, de um lado, o obscurantismo e, de outro, a prepotência.
Quais são os principais avanços para a ciência a partir do diálogo com a fé?
Marcelo Gleiser –
Não vejo que a ciência avance devido ao diálogo com a fé, ao menos nos tempos modernos. Sem dúvida, historicamente alguns dos grandes nomes da ciência eram também profundamente religiosos; Copérnico, Galileu, Kepler, Newton. Para eles, a ciência engrandecia a obra de Deus e era interligada com a fé. Hoje, existe uma separação prática entre as duas. A religião não faz parte do discurso científico, ao menos diretamente. É perigoso para as duas buscar-se por estas ligações. Ciência e fé devem coexistir e não insistir numa relação de dependência mútua. Por outro lado, se buscarmos por uma inspiração na ciência, o que faz tantos homens e mulheres dedicarem suas vidas ao estudo da Natureza, encontraremos, em muitos casos, uma relação de profunda espiritualidade com o mundo, mesmo que, na maioria deles, esta relação não inclua fatores sobrenaturais. A espiritualidade é parte da nossa humanidade, e se manifesta de formas diferentes em tempos diferentes. Hoje a encontramos na relação entre o homem e a Terra, na compreensão da nossa raridade e solidão cósmica, algo que ressaltei em meu livro Criação imperfeita.
Qual é o seu ponto de vista sobre o fundamentalismo ateísta, que tem em Richard Dawkins e Daniel Dennett dois de seus maiores expoentes?
Marcelo Gleiser –
Acho que Dawkins, Dennett, Harris e Hitchens pecam pelo excesso, pelo uso da mesma retórica virulenta que criticam nos extremistas religiosos. Todo fundamentalismo é, por definição, exclusivista e destrutivo. Mesmo que muita gente ache que eles representam a posição da ciência, isso não é verdade. Existem muitos cientistas que, mesmo sendo ateus ou agnósticos, não adotam uma postura combativa em relação à fé. Esse tipo de atitude não só não leva a nada como é filosófica e extremamente ingênua. Basta dar uma olhada mais cuidadosa na ciência e em como ela funciona para entender que têm limitações essenciais, questões que estão além do seu alcance. Isso não significa que as pessoas de fé devam buscar Deus nos limites da nossa compreensão científica, mas que os cientistas precisam ter mais humildade em seus pronunciamentos sobre o que a ciência já compreende e o que é ainda mera especulação. Achar que todas as questões podem ser reduzidas ao método científico é privar a cultura humana de outros modos de compreensão. A realidade é bem mais rica do que isso.
Qual é a relação entre a existência da matéria e da antimatéria com a existência de Deus?
Marcelo Gleiser –
Nenhuma. Matéria e antimatéria são aspectos complementares das partículas que compõem a realidade física do cosmo. Buscar por Deus nas brechas da ciência é uma estratégia que leva inevitavelmente ao fracasso; a ciência avança e esse Deus que “explicava” o que não se sabia explicar torna-se desnecessário. Melhor guardar a fé para questões de aspecto transcendente, que não são necessariamente abordadas pela ciência e seus métodos: qual o sentido da nossa existência, o que é o amor, por que existe o mal, o que é verdade etc.
IHU On-Line
Marcelo Gleiser é graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, mestre em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e doutor em Física Teórica pelo King’s College, em Londres. É pós-doutor pelo Fermilab e pela Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, nos Estados Unidos. Leciona no Darthmouth College, em Hanover, nos Estados Unidos. Tem uma vasta produção acadêmica, além de inúmeros artigos e livros publicados, dentre os quais citamos Cartas a um jovem cientista (Rio de Janeiro: Campus, 2007); Conversa sobre fé e ciência (São Paulo: Agir, 2011), escrito com Frei Betto; Criação imperfeita (Rio de Janeiro: Record, 2010) e A dança do universo (Rio de Janeiro: Companhia de bolso, 2006).

Processo permanente de educação na fé (publicado em 21 de agosto de 2010)

Processo Permanente de Educação na Fé


O que significa “processo permanente de educação na fé“? Vamos ver por partes:
Em primeiro lugar, “processo permanente” é uma ação constante e crescente, isto é, uma ação que, a partir do momento em que se inicia, não terá fim seguindo numa progressão. Isso significa que a catequese não pode ficar restrita a uma ação preparatória para os sacramentos de iniciação cristã, mas deve ser uma ação catequética contínua, que perpassa todas as fases da vida da pessoa, possibilitando o amadurecimento da fé e o discernimento diante das transformações pelas quais o mundo passa e que desafiam a vida humana e a vivência cristã, preparando os cristãos e cristãs para enfrentar os desafios e encontrar alternativas na sua caminhada terrena, rumo ao Reino definitivo.
Em segundo lugar, “educação na fé” é aquela que se cultiva tendo como adubo os princípios da fé cristã. A educação não se dá pela absorção de conhecimentos; se assim fosse, não teríamos pessoas que estudam e adquirem muito conhecimento e, no entanto, pecam pela falta de educação, pois no trato com outras pessoas não agem dentro dos critérios sociais que levam a um bom relacionamento. Assim, a educação na fé não pode se restringir à transmissão de conhecimentos religiosos e históricos sobre a ação de Deus e de Jesus. Ela deve penetrar a consciência das pessoas para transformar suas vidas, de modo que vivam como cristãs e cristãos e seu agir seja autenticamente fraterno, compassivo e solidário no relacionamento com o outro: “É nisso que todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros“.
Assim, a catequese entendida como “processo permanente de educação na fé“, deve ser uma ação constante e progressiva que possibilite ao catequizando fazer uma profunda experiência de fé que o leve a transformar o próprio agir, ao longo de sua vida, dando testemunho do amor cristão em todas as circunstâncias e lugares.
A catequese deve ser um processo transformador que atinge todas as dimensões da vida humana, durrante toda a existência.

Sua casa será visitada pelos anjos

Sábado, 29 de setembro 2012
Sua casa será visitada pelos anjos Acredite: sua casa será visitada pelos anjos. Mais ainda: o anjo da guarda estará muito presente. Você não estará sozinho. Muitas vezes estragamos tudo porque queremos fazer as coisas por nós mesmos. É preciso que aconteça radicalmente o contrário.

Ore, peça, interceda e tenha certeza de que o próprio Senhor vai fazer com que o anjo da guarda de cada pessoa da sua família entre em ação para trazer a paz, a concórdia, a libertação e a saúde de que precisam.

Quanto à educação de seus filhos, confie-os ao anjo da guarda de cada um deles; peça a esse ser celeste que lhe dê sabedoria para educá-los, e ele irá derramá-la em sua mente e em seu coração. E também vai corrigi-lo em coisas que você não deve fazer. Se você ouvir e obedecer, obterá a sabedoria de que precisa para educá-los.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sexta-feira, 28 de setembro de 2012, 14h15

Seminário Juventude e Missão será transmitido ao vivo pela internet

Kelen Galvan
Da Redação


Cartaz de divulgação
Seminário Nacional Juventude e Missão acontece de 28 a 30 de setembro em Brasília
Começa na tarde desta sexta-feira, 28, em Brasília, o Seminário Nacional Juventude e Missão, promovido pelas Comissões Episcopais Pastorais para a Juventude e para a Dimensão Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, em parceria com as Pontifícias Obras Missionárias (POM).

Cerca de 300 participantes irão refletir sobre o tema "A alegria de ser jovem, discípulo missionário de Cristo". A proposta do evento é proporcionar às lideranças jovens das dioceses envolvidas em atividades missionárias e do Setor da Juventude um impulso na missão permanente da Igreja - evangelizar.

"As inscrições que incluem hospedagem estão encerrradas, mas se a pessoa tiver um local para se hospedar poderá ainda se inscrever", explica a secretária da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Gracielle Reis, também membro da Equipe Nacional de Comunicação "Jovens Conectados".

O evento poderá também ser acompanhado ao vivo pelo site http://jovensconectados.tv

Esse é o terceiro seminário promovido este ano. O primeiro aconteceu no mês de maio, com enfoque na comunicação, o segundo, em julho, sobre bioética, e agora, o terceiro, sobre missão. "Os encontros são preparatórios para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013", ressalta Gracielle.


Confira a programação:

Sexta-feira - 28/09

- Credenciamento: Das 16h às 18h
- 18h – Jantar
- 19h30 - Abertura Oficial – Composição da Mesa
- 20h - 1ª Palestra - Objetivo geral – Ir. Nery
• 21h - Vídeo – Ir. Dirce
• 21h10 - Leitura orante da Bíblia – Pitter, da Comunidade Canção Nova
• 21h50 - Avisos e Encerramento

Sábado - 29/09

- 08h – Animação – Juventude Missionária de Brasília
- 08h15 – Oração da Manhã – Coordenação Nacional de Jovens
- 08h30 - Mesa de debate – Paulo Mansan
- 09h30 - Intervalo
- 10h - Video e Debate – Maciel Cover
- 11h - Missa no Santuário Dom Bosco
- 12h - Almoço
- 14h30 - Animação - Juventude Missionária de Brasília
- 14h45 - Os campos de missão na Igreja - Pe Estevão
- 15h30 - Testemunhos de 3 expressões Missionárias: O Bom Pastor / O Semeador / O Pescador
- 16h15 - Intervalo
• 16h45 - Grupos de partilha orientados
• 17h45 - Grupos de Reflexão orientados
• 18h15 - Fechamento – Dom Eduardo Pinheiro
• 18h35 - Oração do terço – Terço Missionário
• 19h - Jantar
• 20h - Vigília Pré-JMJ na Catedral de Brasília

Domingo - 30/09

- 08h - Animação - Juventude Missionária de Brasília
- 08h15 - Oração da Manhã - Coordenação Nacional de Jovens
- 08h30 - Partilha dos Grupos de 100
- 09h - Síntese do Seminário – Ir. Nery
- 09h30 - Vídeo – Pe. Sávio
- 09h40 - Flash Mob. - Jovens Conectados
- 10h30 - Retorno ao auditório
- 10h45 - JMJ e Semana Missionária – Pe. Sávio
- 11h45 - Avisos
- 12h - Missa final e envio - Dom Eduardo Pinheiro
- 13h - Almoço e despedida

Tags: juventude CNBB Brasília seminário JMJ 2013 Missão noticias cancaonova Canção Nova

Natalenses participam de Seminário

 
O Seminarista Ândreson Madson do Nascimento e a secretária arquidiocesana do Setor Juventude, Daniely Barbosa, estão em Brasília, onde participam do Seminário Juventude e Missão. O encontro, que começa nesta sexta-feira, 28, e termina domingo, 30, é promovido pelas Comissões Episcopais Pastorais para a Juventude e para a Dimensão Missionária, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, em parceria com as Pontifícias Obras Missionárias.

O evento tem como tema: "A alegria de ser jovem, discípulo missionário de Cristo" e é uma das atividades de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013.
Dom Leonardo Ulrich fala sobre a Semana Nacional da Vida
28/09/2012
CNBB A+ a- Imprimir Adicione aos Favoritos RSS Envie para um amigo

A primeira semana do mês de outubro será marcada por inúmeras discussões em defesa da vida. Instituída, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana Nacional da Vida acontecerá entre os dias 1º e 7 de outubro, e trabalhará o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”. A semana termina com o "Dia do Nascituro", comemorado em 8 de outubro, para homenagear o novo ser humano, a criança que ainda vive dentro da barriga da mãe.

Em entrevista, o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, aborda diversas questões ligadas à Semana Nacional da Vida. Leia a íntegra da entrevista:

- A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família lançou o subsídio “Hora da Vida”. Como ele colabora com os temas de discussão da Semana Nacional da Vida?

Dom Leonardo: O subsídio “Hora da Vida” é composto por roteiros de encontros temáticos, que podem ser organizados nas diferentes comunidades das nossas Igrejas particulares. Há muitos temas indicados para serem abordados durante esta semana, e, em função da realidade local, outros podem ser acrescentados. Os temas contidos no subsídio são sugestões de conteúdo a ser refletido, discutido, aprofundado e, também, concretizado em possíveis ações pastorais e sociais. De forma simples e deixando o espaço para a criatividade, o subsídio aborda a questão da ameaça à vida no seio materno, da sua manipulação em laboratório; propõe uma reflexão sobre as situações de risco, como a violência no trânsito e a ingestão de drogas; questiona-nos sobre o que é de fato ter vida digna, vida plena; motiva-nos para o cuidado com a vida frágil, do seu início até o seu fim natural. Tudo como expressão do amor e do cuidado amoroso.

- Que tipos de discussões o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos” trará para a Semana Nacional da Vida?

Dom Leonardo: O tema da saúde faz o vínculo com a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo título foi “Fraternidade e saúde pública”. Isso nos interpela a trabalhar para que todos os brasileiros possam ter acesso à saúde, não só como um valor em si mesmo, mas porque manifesta a dignidade de vida de cada pessoa, em qualquer fase ou condição social. Muito se fala hoje dos direitos de cada pessoa e, por vezes, esquece-se dos deveres de cada um. Quando se trata do respeito, da promoção e da defesa da vida, os direitos devem ser cobrados, mas os deveres também devem ser assumidos por todos.

- A Semana Nacional da Vida responde aos apelos das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadoras da Igreja no Brasil (DGAE)?

Dom Leonardo: Uma das cinco urgências da ação evangelizadora no Brasil, traçadas pelos bispos do Brasil para 2011-2015, é a “Igreja ao serviço da vida plena para todos”. A Semana Nacional da Vida retoma várias situações de ameaça à vida, que são descritas nesta quinta urgência e que já foram apontadas acima, e se insere nesta vasta missão da Igreja que também se desdobra no campo da promoção da vida humana, sobretudo das mais frágeis e indefesas e outras.

- Sobre a urgência nas questões de promoção da vida (quinta urgência), que ações efetivas poderão ser tomadas a partir da Semana Nacional da Vida?

Dom Leonardo: “A partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo”, como afirma o objetivo geral da ação evangelizadora no Brasil, o discípulo-missionário terá condições de identificar as situações que denigrem a vida, quer seja em âmbito local quer em âmbito nacional, para assim agir em consequência. A Igreja muito tem feito e muito realiza para promover a vida. Basta pensarmos nas inúmeras iniciativas que surgem das ações pastorais em favor da família, da criança, do adolescente, da AIDS, da sobriedade, do idoso, da saúde, do povo de rua, da terra, da moradia etc. A Semana Nacional da Vida pode, por um lado, contribuir para fomentar uma boa formação intraeclesial dos leigos e pastores, a fim de se formular um juízo moral adequado sobre as propostas da ciência e sua aplicação; e, por outro, estimular uma maior participação social, incentivando os leigos a se fazerem presentes nos diversos conselhos de participação popular (conselho municipal da saúde, da mulher, da educação, por exemplo) ou a se comprometerem através da própria profissão para uma maior distribuição dos recursos humanos e materiais para a saúde e um cuidado materno pela vida em nosso país.

- Quais os principais aspectos sobre a reforma do Código Penal que serão tratados durante a Semana Nacional da Vida? E qual a importância de se trazer essa discussão à tona?

Dom Leonardo:
No Anteprojeto de reforma do Código Penal brasileiro há muitos pontos que merecem ser amplamente debatidos e outros que devem ser simplesmente excluídos, haja vista o seu teor extremamente polêmico e contrário a princípios éticos. A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasião para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças etc. Isso pode suscitar uma reflexão necessária por parte da sociedade e por parte dos senadores e senadoras responsáveis em avaliar e aprovar o anteprojeto no Senado Federal.

- Que mensagem deixaria para as comunidades católicas?

Dom Leonardo:
A família é uma bênção, pois é o lugar onde cada um, cada uma de nós veio à luz e onde iniciamos os primeiros e mais profundos laços de nossa existência. Na família começamos o caminho da fé que nos possibilita participarmos de uma Comunidade-igreja, e nos leva ao encontro dos irmãos e irmãs; É o Evangelho que nos abre o caminho para nos abrirmos à graça de Jesus em todos os momentos de nossa vida. A Semana Nacional da Vida nos leve à admiração e ao cuidado pela vida! Ela nos ajude a criarmos grupos de famílias que assumam a grande vocação de ser promotores da vida.
* Foto: CNBB



Rádio Catedral


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