domingo, 9 de setembro de 2012


 
Confira o poema de Dagnon Odilon da Silva, agente da CPT em Barra do Garças (MT) e educador da Campanha Nacional da CPT de Combate ao Trabalho Escravo.
Aquela pedra do menino
Mudo e calado
Aquele homem
Amarrado com arame farpado,
Imóvel como o coração do latifúndio,
Triste, como o coração dos marginalizados,
Fragilizado, como a minha fé.

O silêncio constante do vazio,
Esperando o grito: liberdade!

Aquela pedra do menino de arame farpado,
Marcado pela riqueza do rei do gado,
Rasgada como a mente dos produtores de soja,
Empobrecida no que realmente é viver.

Lutador, realmente, no quesito sobreviver.
A pedra do menino mudo e calado,
Chorando o sangue
Que jorra das plantações do trabalho escravo.

Não és de pedra, talvez de madeira, de carne.
De sangue estás manchado, calado, sofrendo,
Com as dores dos mártires do cerrado.

sábado, 8 de setembro de 2012


 Mensagem do dia
 
Domingo, 09 de setembro 2012
Você precisa ser diferente
Você que tem caminhado numa vida no Espírito, que tem lido, meditado e lutado por viver a Palavra de Deus, tem falas e atitudes diferentes das outras pessoas. Imediatamente, elas começaram a achar que você não é deste mundo. Irão achá-lo estranho. Isso vai acontecer entre parentes e amigos. Quem sabe entre marido e mulher, quando um está seguindo o Senhor e o outro não.

Aquele que não segue o Senhor logo nota que sua mulher ou seu marido está diferente. Essa é uma feliz realidade! Realmente você mudou, já não é a mesma pessoa. Você se tornou diferente. Isso é uma confirmação da Palavra do Senhor:"Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova" (2 Cor 5,17).

Muitas vezes, você está caminhando bem, como o Senhor quer que caminhe, orientado pela vontade d'Ele e, justamente para não ser diferente, acaba retrocedendo. É uma pena! O sal deixou de ser sal, a luz deixou de ser luz.

Não estranhe, mas você precisa ser diferente! Não porque você quer, mas porque o cristão é realmente diferente. O sal é diferente do restante dos alimentos. A luz é diferente da escuridão. Jesus afirma claramente: "Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo". Em Jo 17,14, o Senhor declara também: "Eu lhe dei a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. E não peço que os tirei do mundo".

Por quê?... Porque o mundo precisa de cristãos. Tenha certeza de que não é sendo igual a todo mundo que você vai salvar aqueles que precisam, mas justamente sendo diferente.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Bento XVI: Maria, farol luminoso da nossa vida cristã


O Papa Bento XVI recebeu na manhã deste sábado cerca de 350 participantes do 23º Congresso Mariológico Mariano Internacional, em andamento em Roma.

Em seu discurso, mencionou o tema deste Congresso, “A mariologia a partir do Concílio Vaticano II. Recepção, balanço e perspectivas”, ressaltando a iminência da celebração pelos 50 anos de abertura do Concílio. Essa celebração, no próximo dia 11 de outubro, será feita em concomitância com a inauguração do Ano da Fé, convocada com o Motu proprio “Porta fidei”, em que apresenta Maria como modelo de fé.

Como jovem participante do Concílio, Bento XVI recordou a oportunidade que teve de conhecer os vários modos de enfrentar as temáticas acerca da figura e do papel de Nossa Senhora na história da salvação. 

Na segunda sessão do Concílio, explicou, um grupo de padres pediu que a questão fosse tratada dentro da Constituição sobre a Igreja, enquanto outro grupo afirmava a necessidade de um documento específico sobre a dignidade e o papel de Maria. Com a votação de 19 de outubro de 1963, optou-se pela primeira proposta, e o esquema da Constituição Dogmática sobre a Igreja foi enriquecido com o capítulo sobre a Mãe de Deus, em que a figura de Maria aparece em toda a sua beleza e inserida nos mistérios fundamentais da fé cristã.

Maria, de quem se destaca antes de tudo a fé, é compreendida no mistério de amor e de comunhão da Santíssima Trindade; é um modelo e um ponto de referência para a Igreja, que Nela reconhece a si mesma, a própria vocação e a própria missão. A religiosidade popular, que sempre se dirigiu a Maria, resulta enfim nutrida por referências bíblicas e patrísticas. Certamente, o texto conciliar não esgota todas as problemáticas relativas à figura da Mãe de Deus, mas constitui o horizonte hermenêutico essencial para qualquer reflexão, seja de caráter teológico, seja de caráter mais estritamente espiritual e pastoral. 

O Papa então se dirige aos participantes deste Congresso, pedindo que ofereçam suas contribuições para que o Ano da Fé possa representar para todos os fiéis em Cristo um verdadeiro momento de graça, em que a fé de Maria nos preceda e nos acompanhe como farol luminoso e como modelo de plenitude e maturidade cristã para onde olhar com confiança e do qual extrair entusiasmo e alegria para viver com sempre maior empenho e coerência a nossa vocação de filhos de Deus, irmãos em Cristo, membros vivos do seu Corpo que é a Igreja.

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Dom Ladaria destaca importância do Compêndio do Catecismo


O Congresso Teológico sobre o Ano da Fé, promovido pela CNBB em Curitiba (PR), neste feriado prolongado, 7 a 9 de setembro, foi aberto pela conferência proferida pelo secretário da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, dom Luis Francisco Ladaria Ferrer. Ele tratou do tema “Catecismo da Igreja Católica (CIC): gênese, estrutura e perspectivas”.

O arcebispo apresentou uma panorâmica do documento, recordando que o CIC veio depois da catequese. Ele recordou a maneira como Jesus fez catequese, com o Sermão da Montanha e as parábolas. Os escritos, fruto da atuação dos discípulos, também foram uma espécie de catecismo.

Dom Ladaria apresentou um histórico dos catecismos anteriores, como o Celta (1505) e o Romano (1536), escritos inicialmente destinados aos párocos, a quem cabia a tradução do conteúdo para os fiéis. Em relação ao atual Catecismo, destacou seus quatro pilares: Credo, Decálogo, Sacramentos, Oração (Pai Nosso), e enfatizou que o texto é fruto do Concílio Vaticano II. 

Ao finalizar sua apresentou, dom Ladaria recordou a importância do Compêndio do Catecismo, por sua brevidade, claridade e a integridade. “O Compêndio possibilita que as comunidades tenham conheçam as verdades reveladas e transmitidas pela Igreja”. 

O segundo conferencista do dia, o frade dominicano Carlos Josapha, falou sobre a estrutura do CIC e a vida cristã, destacando as fontes de inspiração do documento: Sagrada Escritura, Liturgia e Magistério. Destacou a mística do texto. “Hoje se a Igreja não contar com uma base mística, dinâmica, ela não poderá enfrentar os desafios da humanidade”, destacou.

Fonte: CNBB

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06/09/2012

Secretário da Congregação para Doutrina da Fé do Vaticano faz palestra na PUC Minas


Com o tema Ano da Fé, a PUC Minas, o  Instituto Santo Tomás de Aquino e a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje) promoverão, dia 10 de setembro, palestra com o secretário da Congregação para Doutrina da Fé do Vaticano, o teólogo jesuíta dom Luiz Francisco Ladaria Ferrer.

O evento será às 19h, no auditório 1 do prédio 4 da PUC Minas - unidade Coração Eucarístico (Avenida Dom José Gaspar, 500). A palestra é gratuita e aberta ao público. 

Proclamado pelo Papa Bento XVI, o Ano da Fé será iniciado em 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, na Solenidade de Cristo Rei do Universo. Segundo o Papa, “o Ano da Fé é um convite para a autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.

Voto limpo


Em todos os Municípios brasileiros está havendo uma efervescência eleitoral, em razão do calendário das eleições, em 2012, para escolha dos Prefeitos e Vereadores. A campanha eleitoral chega aos ouvidos de quem se fascina pelo colorido dos partidos e de quem repugna o burburinho nas ruas da cidade. O grito da propaganda nas ruas, a maquiagem dos candidatos no programa televisivo, a palavra oportunista nos programas radiofônicos, o corre-corre em ruas e bairros nunca visitados, o drible dos discursos enganosos nos palanques e a rotineira prática dos pedidos dos eleitores e promessas dos candidatos fazem parte do marketing eleitoral. Isso, de qualquer forma, faz parte do processo democrático.

A sociedade e, particularmente, os eleitores devem estar muito atentos, no sentido de fazerem uma leitura crítica do que veem e ouvem; é necessário que se veja bem aquele que se apresenta como candidato e aquilo que dele ouve, considerando sua história de vida, sua prática social e sua ação política. É indispensável que cada eleitor faça um “juízo de valor” sobre cada candidato que pede seu voto, em conversa pessoal ou através do horário da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Entrou em vigor uma providência do Superior Tribunal Eleitoral, conclamando o eleitor para exercer sua cidadania, mediante o “Voto Limpo”. “A Justiça Eleitoral começou a divulgar hoje (21) a campanha Voto Limpo, por meio de peças publicitárias no rádio e na televisão. As mensagens pretendem estimular os eleitores a participar do processo eleitoral e a escolher candidatos ficha limpa, ou seja, sem problemas na Justiça. De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha é composta por cinco filmes e cinco peças de divulgação para rádio. Cada peça publicitária tem 30 segundos e trata de temas relacionados à Lei Complementar 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa, que vale para as eleições municipais de outubro deste ano. Os filmes e a propaganda de rádio alertam os eleitores para a importância de pesquisar o passado dos políticos e conhecer as propostas de cada um. As mensagens da campanha incentivam a participação no pleito de eleitores de todas as idades, inclusive os que têm 16 e 17 anos e os maiores de 70 anos, para os quais o voto é facultativo. (...) A decisão de exibir a campanha no mesmo período da propaganda eleitoral gratuita foi da presidenta do TSE, ministra Cármen Lúcia. A medida levou em conta uma pesquisa realizada a pedido do TSE que constatou que os eleitores tinham dificuldade em se lembrar das campanhas anteriores, que eram iniciadas 60 dias antes do pleito. A escolha do tema Voto Limpo, de acordo com o TSE, também foi feita com base no resultado da pesquisa. O estudo apontou que a Lei da Ficha Limpa ainda é pouco conhecida pelos eleitores, apesar de ser uma lei gerada por iniciativa popular”.

Essa iniciativa do TSE é louvável e muito útil porque, de fato, a maioria dos eleitores desconhece o texto e o espírito da “Ficha Limpa”; a partir de agora, ao mesmo tempo em que o cidadão é bombardeado pela propaganda eleitoral, o eleitor é conscientizado para escolher um candidato confiável. É de se esperar que, nestas eleições, apareça, de modo mais visível, o resultado do voto limpo, em favor dos Municípios brasileiros.
Dom Genival Saraiva de França é Bispo da Diocese de Palmares - PE; Presidente da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2), Responsável pela Comissão Regional de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz; Diretor presidente do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Estado de Pernambuco (CONOERPE); Membro efetivo do Conselho Econômico da CNBB NE2.

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Cardeal Scherer: "Tráfico de pessoas é aberrante"

O Brasil abriga 4.493 pessoas de 77 nacionalidades como refugiados, 30% deles se concentram em São Paulo e buscam na capital paulista mais segurança para viver. Os dados de março de 2012 do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) apontam a origem dos solicitantes de refúgio: 63,7% da África, 23,12% das Américas, 10,9% da Ásia, 2,7% da Europa e cinco pessoas apátridas.

Os dados também apontam que de março de 2011 até março deste ano, 58 sírios já registraram seu pedido de refúgio, dada a situação de guerra civil em que o país se encontra. Os números foram apresentados durante o seminário “Mobilidade Humana, na grande cidade, o desafio de acolher na diversidade”, realizado recentemente na Vila Mariana, zona sul.

Segundo a legislação brasileira, é refugiado aquele ou aquela que devido a fundados temores de perseguição por motivo de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas esteja fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país.

Segundo Padre Marcelo Monge, diretor da Caritas Arquidiocesana, o reconhecimento de refúgio não costuma sair em menos de um ano. “A demora no processo contribui para a marginalização das pessoas e isso é culpa do governo brasileiro que demora para julgar os pedidos de refúgio”. 

Tráfico de pessoas

Enquanto o solicitante de refúgio aguarda seu julgamento, ele recebe um protocolo e carteira de trabalho para adquirir meios de subsistência. Entidades que trabalham com o refúgio no Brasil apontam que as redes de tráfico de pessoas utilizam esses mecanismos legais para aumentar o tráfico. 

Para Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano é “aberrante a situação do tráfico de pessoas no Brasil”, e o tema interessa à Igreja e a todas as pessoas que têm consciência moral. “Trabalhemos por uma sociedade livre e que as escravidões cessem de uma vez e que não se reinventem de maneira mais sofisticada. Essa é uma chaga, uma vergonha social” - concluiu o cardeal.


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