domingo, 29 de setembro de 2013

Campanha Missionária 2013 refletirá sobre o tema “Juventude em Missão”


No ano em que a Igreja no Brasil dá destaque especial para a evangelização da juventude, a Campanha Missionária, que acontece no mês de outubro, também enfatiza o dinamismo dos jovens. Com o lema “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1, 7b), a Campanha foi apresentada em coletiva de imprensa, na última quarta-feira, 18, na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF).

“A Igreja é por sua natureza missionária. E esta campanha deseja recordar essa dimensão”, afirma o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Sérgio Braschi. “Pelo batismo e pela Crisma, somos ungidos para levar o Evangelho, levar a missão de Jesus. Essa Campanha quer nos comprometer, de uma maneira concreta, no apoio aos missionários além fronteiras”, completa.

Tal apoio se efetiva por meio da coleta, que será realizada em todas as comunidades no Dia Mundial das Missões, este ano em 20 de outubro. “Estes recursos são importantes: uma pequena parte fica para a organização da Campanha e a manutenção das POM, e a maior parte é enviada para o Fundo Mundial de Solidariedade, em Roma, que financia projetos de ajuda a missões em todo mundo, especialmente na Ásia e na África. São projetos como sustento de dioceses, manutenção de seminários, obras sociais e assistência aos missionários”, explica padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM.

A organização da Campanha no Brasil é de responsabilidade das POM, em parceria com duas Comissões Episcopais da CNBB: a de Ação Missionária e a da Amazônia. Os subsídios foram enviados para as comunidades de todo o país: 190 mil livretos da novena missionária; 22 mil DVD’s com testemunhos; 8 milhões de folhetos com orações para as missas dominicais; 11 milhões de envelopes para a coleta.

“Que todos procurem estes subsídios que já estão nas dioceses e que sejam utilizados da melhor maneira possível”, explica dom Sérgio. Ele também destacou o papel dos Conselhos Missionários Diocesanos e Paroquiais na motivação da Campanha. Todo o material está disponível também no site das POM, e pode ser baixado gratuitamente.

Fonte:  CNBB

Com o Papa Francisco: o Terceiro Mundo entrou no Vaticano


.

Com o Papa Francisco: o Terceiro Mundo entrou no Vaticano

29/09/2013
 São notórias as muitas inovações que o Papa Francisco, bispo de Roma como gosta de ser chamado, introduziu nos hábitos papais e no estilo de presidir a Igreja na ternura, na compreensão, no diálogo e na compaixão.

Não são poucos os que ficam perplexos, pois estavam habituados ao estilo clássico  dos papas, esquecidos de que este estilo é herdado dos imperadores romanos pagãos, desde o nome de “papa” até o manto sobre os ombros (mozetta), todo adornado, símbolo do absoluto poder imperial, prontamente rejeitado por Francisco.

Vale lembrar sempre de novo que o atual Papa vem de fora, da periferia da Igreja central européia. Vem de outra experiência ecclesial, com novos costumes e outra forma de sentir o mundo com suas contradições. Ele conscientemente o expressou em sua longa entrevista à revista dos jesuitas Civiltà Catolica: “As Igrejas jovens desenvolvem uma síntese de fé, cultura e vida em devir, e, portanto, diferente da desenvolvida pelas Igrejas mais antigas” Estas não são marcadas pelo devir mas pela estabilidade e custa-lhes incorporar elementos novos provindos da cultura moderna secular e democrática.

Aqui o Papa Francisco enfatiza a diferença. Tem consciênica de que  vem de outra maneira de ser Igreja, madurada no Terceiro Mundo. Este se caracteriza pelas profundas injustiças sociais, pelo número absurdo  de favelas que circundam quase todas as cidades, pelas culturas originárias sempre desprezadas e pela herança da escravidão dos afrodescendentes, submetidos a grandes discriminações. A Igreja entendeu que além de sua missão específicamente religiosa, não pode negar-se a uma missão social urgente: estar do lado dos fracos e oprimidos e empenhar-se por sua libertação. Nos vários encontros continentais dos bispos latinoamericanos e caribenhos (Celam) amadureceu a opção preferencial pelos pobres  contra sua pobreza e a evangelização libertadora.

O Papa Francisco vem deste caldo cultural e eclesial. Aqui tais opções com suas reflexões teológicas, com as formas de viver a fé em redes de comunidades e com celebrações que incoporam o estilo popular de rezar a Deus, são coisas evidentes. Mas não o são para os cristãos da velha cristandade européia, carregada de tradições, teologias, catedrais e um sentimento do mundo impregnado pelo estilo greco-romano-germânico de articular a mensagem cristã. Por vir de uma Igreja que deu centralidade aos pobres, visitou primeiramente os refugiados na ilha de Lampedusa, depois em Roma no centro dos jesuitas e em seguida os desempregados da Córsega. Isso é natural nele mas é quase um “escandalo” para os curiais e inédito para os demais cristãos europeus. A opção pelos pobres, reafirmada pelos últimos papas, era só retórica e conceptual. Não havia o encontro com o pobre real e sofredor. Com Francisco se dá exatamente o contrario: o anúncio é prática afetiva e efetiva.

Talvez estas palavras de Francisco esclareçam seu modo de viver e de ver a missão da Igreja:“Eu vejo a Igreja como um hospital de campanha após uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem colesterol e glicose altos! É preciso curar as feridas. Depois se poderá falar de todo o restante”.“A Igreja” – prossegue – “por vezes se fechou em pequenas coisas, pequenos preceitos. A coisa mais importante, ao invés, é o primeiro anúncio: ‘Jesus o salvou!’. Portanto, os ministros da Igreja, em primeiro lugar, devem ser ministros de misericórdia e as reformas organizativas e estruturais são secundárias, ou seja, vêm depois porque a primeira reforma deve ser a da atitude. Os ministros do Evangelho devem ser pessoas capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar com elas na noite, de saber dialogar e também entrar na noite delas, na escuridão delas sem perder-se. O povo de Deus” – conclui – “quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado”. No Brasil, falando aos bispos latinoamericanos cobrou-lhes fazer a “revolução da ternura”.

Portanto, a centralidade não é ocupada pela doutrina e pela disciplina, tão dominantes nos últimos tempos, mas pela mensagem de Jesus e pela pessoa humana concreta com buscas e indagações seja ela crente ou não, como o mostrou em diálogo com o não crente e  ex-editor do diário romano La Reppubblica, Eugênio Scalfari. São novos ares que sopram das novas igrejas periféricas que arejam toda a Igreja. A primavera de fato está chegando e promissora.
(Fonte: Leonardo Boff)



sábado, 28 de setembro de 2013

O cristão e sua missão no mundo


A palavra de Deus é exigente, exige entrega total, compromisso e fidelidade. A palavra de Deus nos oferece a esperança e nos fortalece diante das dificuldades. As novas perseguições vem através da calúnia e da ambição do poder. Ser fiel ao evangelho significa, também, sofrer todo tipo de perseguição. Mas o evangelho nos ensina a resistir pela fé e coragem. O cristão não veio ao mundo para ser estrela mas para servir da mesma forma que Jesus, como ele nos ensinou no lava-pés.
A posição de Jesus no lava-pés teve um caráter revolucionário para a época. Geralmente, as autoridades eram servidas e Jesus mostra como deve se comportar um discípulo seu. Deve imitar o seu mestre. A autoridade de Jesus é demonstrada no serviço aos necessitados. Ora, não é para fazer de conta que é discípulo de Jesus. Tem que ser na prática e na coragem. A mensagem de Jesus continua válida e universalizada.
A perseguição aos cristãos continua mas seus perseguidores caem porque não conseguem suportar a luz de Cristo. Uma coisa é certa, a Igreja continua a sua missão porque essencialmente ela é missionária. A aliança de Deus com o seu povo permanece firmemente porque Deus é fiel. Vamos lembrar aqui da saída do povo da escravidão do Egito. A intervenção divina foi necessária e autêntica. Mostrou também de que lado Deus está, do lado dos oprimidos. (Carlos: Catequista)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FÉ E LUZ: DEUS CONTINUA A OLHAR PARA OS MAIS POBRES

O Movimento Fé e Luz é uma comunidade que transmite muito amor, comunhão e fidelidade. Basta-nos o amor de Deus. O amor capaz de nos transformar em instrumentos de Deus para promovermos a paz. Não somos pessoas ausentes na sociedade, estamos presentes sim, levando na bagagem a luz pelo qual o mundo precisa para poder encontrar Jesus. Jesus está presente naqueles que mais necessitam, nas pessoas com deficiência intelectual. Deus continua a olhar para os mais pobres do mundo e escolhe-os para poder confundir os que se dizem poderosos.
Estar no Fé e Luz significa encontrar amigos e fazer a experiência de encontro pessoal com Jesus nos pequenos. O Fé e Luz é um dos maiores eventos da humanidade porque reúne pessoas para dizer a Jesus com humildade: "Jesus, eu te amo". Foi assim que Deus falou por meio de uma criança num sábado a tarde ao lado do Frei Raimundo na Santa Missa em Aracaju. Rezemos para que o Fé e Luz continue firmemente nos braços de Jesus.
Carlos: Movimento Fé e Luz de São José de Mipibu

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Chamados a dar frutos

No pátio da Igreja Santo Antonio local do início da história de Aracaju.

FÉ E LUZ: CHAMADOS A DAR FRUTOS

MOVIMENTO FÉ E LUZ
PROVÍNCIA RENASCER
2ª ASSEMBLEIA PROVINCIAL
O tema da 2ª Assembleia Provincial realizada em Aracaju, “chamados a dar frutos”, foi bem trabalhado durante os dias 20, 21 e 22 de setembro. Reunimos com pessoas de Aracaju, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte. Foi uma assembleia produtiva com a participação da vice coordenadora internacional, Maria Sílvia. Os momentos de oração, partilha, eleição e prioridades foram pontos fortes na assembleia.
Um ponto importante colocado na assembleia foi uma citação do livro “Nunca mais sozinhos” que serve para a nossa reflexão: “A continuação de Fé e Luz está nas mãos de cada um de nós. Que o Espírito Santo nos dê sua luz, sua força, seu sopro criador e sua sabedoria” (p.113). Que as lideranças do Fé e Luz se fortaleçam no serviço aos mais necessitados por obra e graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Um outro ponto fundamental foi a eleição do coordenador da Província Renascer, Denisson. Eleito para o serviço, doação ao reino de Deus que se faz presente nos mais necessitados. Denisson não coordenará sozinho, pois, ele tem os vices-coordenadores da Província para auxiliar: Maria Cristina, Marcos, Carmélia, Ana Lúcia Sebastião e Ana Lúcia Santos. Também foram eleitos para equipe de nomeação: Teresa Leandro, Luizela e José Antonio. Rezemos para o fortalecimento do Fé e Luz.

(Carlos Alberto: Fé e Luz de São José de Mipibu)

domingo, 15 de setembro de 2013

A regeneração da figura do pai e a violência na sociedade

13/09/2013

É notória a crise da figura do pai na sociedade contemporânea. Por função parental, ele é o principal criador do limite para os filhos e filhas. Seu eclipse provocou um crescimento de violência entre os jovens nas escolas e na sociedade, que é exatamente a não consideração dos limites.

O enfraquecimento da figura do pai, desestabilizou a família. Os divórcios aumentaram de tal forma que surgiu uma verdadeira sociedade de famílias de divorciados. Não ocorreu apenas o eclipse do pai mas também a morte social do pai.

A ausência do pai é, por todos os títulos,  inaceitável. Ela desestrutura os filhos/filhas, tira o rumo da vida, debilita a vontade de assumir um projeto e ganhar autonomamente a própria vida.

Faz-se urgente um re-engendramento, sobre outras bases,  da figura do pai. Para isso antes de mais nada é de fundamental importância, fazer a distinção entre  os modelos de pai e oprincípio antropológico do pai. Esta  distinção, descurada em tantos debates, até científicos, nos ajuda a evitar mal-entendidos e a resgatar o valor inalienável e permanente da figura do pai.

A tradição psicanalítica deixou claro que o pai  é responsável pela primeira e necessária ruptura da intimidade mãe-filho/filha e a introdução do filho/filha num outro continente, o transpessoal, dos irmãos/irmãs, dos avós, dos parentes e de outros da sociedade.

Na ordem  transpessoal e social, vige a ordem, a disciplina, o direito, o dever, a autoridade e os limites que devem valer entre um grupo e outro. Aqui as pessoas trabalham, se conflituam e realizam projetos de vida Em razão disso, os filhos/filhas devem mostrar segurança, ter coragem e disposição de fazer sacrifícios, seja para superar dificuldades, seja para alcançar algum objetivo.

Ora, o pai é o arquétipo e a personificação simbólica destas atitudes. É a ponte para o mundo transpessoal e social. A criança ou o jovem ao entrar nesse novo mundo, devem poder orientar-se por alguém. Se lhes faltar essa referência, se sentem inseguros, perdidos e sem capacidade de iniciativa.

É neste momento que se instaura um processo de fundamental importância para a jovem psiqué  com consequências para toda vida: o reconhecimento da autoridade e a aceitação do limite que se adquire através da figura do pai.

A criança vem da experiência da mãe, do aconchego, da satisfação dos seus desejos, do calor da intimidade onde tudo é seguro, numa espécie de paraíso original. Agora, tem que aprender algo de novo: que este novo mundo não prolonga simplesmente a mãe; nele, há conflitos e limites. É o pai que introduz a criança no reconhecimento desta dimensão. Com sua vida e exemplo, o pai surge como portador de autoridade, capaz de impor limites e de estabelecer deveres.

É singularidade do pai ensinar ao filho/filha o significado destes limites e o valor da autoridade, sem os quais eles não ingressam na sociedade sem  traumas. Nesta fase, o filho/filha se destacam da mãe, até não querendo mais lhe obedecer e se aproximam do pai: pede para ser amado por ele  e esperam dele orientações para a vida. É tarefa do pai explicar ajudar a superar a tensão com a mãe  e recuperar a harmonia com ela.

Operar esta verdadeira pedagogia é  desconfortável. Mas se o pai concreto não a assumir está prejudicando pesadamente seu filho/filha, talvez de forma permanente.

O que ocorre quando o pai está ausente na família ou há uma família apenas materna? Os filhos parecem mutilados, pois se mostram inseguros e se sentem incapazes de definir um projeto de vida. Têm enorme dificuldade de aceitar o princípio de autoridade e a existência de limites.

Uma coisa é este princípio antropológico do pai, uma estrutura permanente, fundamental no processo de individuação de cada pessoa. Esta função personalizadora não está condenada a desaparecer. Ela continua e continuará a ser internalizada pelos filhos e filhas, pela vida afora, como uma matriz na formação sadia da personalidade. Eles a reclamam.

Outra coisa são os modelos histórico-sociais que dão corpo ao princípio antropológico do pai. Eles são sempre cambiantes, diversos nos tempos históricos e nas diferentes culturas. Eles passam. 

Uma coisa, por exemplo,  é a forma do pai patriarcal do mundo rural com fortes traços machistas. Outra coisa ainda é o pai da cultura urbana e burguesa que se comporta mais como amigo que como pai e aí se dispensa de impor limites.

Todo este processo não é linear. É tenso e objetivamente difícil mas imprescindível. O pai e a mãe devem se coordenar, cada um na sua missão singular, para agirem corretamente. Devem saber que pode haver avanços e retrocessos; estes pertencem à condição humana concreta e são normais.

Importa também reconhecer que, por todas as partes, surgem figuras concretas de pais que com sucesso enfrentam as crises, vivem com dignidade, trabalham, cumprem seus deveres, mostram responsabilidade e determinação e desta forma cumprem a função arquetípica e simbólica para com os filhos/filhas. É uma função indispensável para que eles amadureçam e ingressem na vida sem traumas  até que se façam eles mesmos pais e mães de si mesmos. É a maturidade.
 Fonte: Leonardo Boff