domingo, 8 de setembro de 2013

Francisco na Vigília pela paz: A guerra é o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade

Por Assessoria de Imprensa   
08 / Set / 2013 09:18
A Praça São Pedro ficou lotada na noite deste sábado com cerca de cem mil pessoas que, provenientes de todas as partes, se reuniram em torno do Santo Padre respondendo assim a seu convite a uma Vigília de jejum e oração em favor da paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro. A iniciativa do Pontífice – de um Dia de oração e jejum em favor da paz – foi vivida por milhões de pessoas no mundo inteiro, fiéis cristãos e de outras religiões, e pessoas de boa vontade.
Em consonância com o tom penitencial do encontro, acompanhado pelo Cardeal Angelo Comastri, o Santo Padre chegou a pé ao patamar da Basílica de São Pedro, tendo passado pela Basílica vaticana.

Em espírito de oração e grande recolhimento, após ser entoado o canto do Veni Creator (Vinde, Espírito Criador), a recitação do Terço diante do ícone mariano da Salus populi Romani (Protetora do povo Romano), intercalado de leituras, o Santo Padre dirigiu a sua reflexão aos presentes e a todos aqueles que acompanharam a Vigília pela televisão.

Dividida em três pontos e partindo da narração bíblica da origem do mundo e da humanidade, contida no livro do Gênesis, o Papa Francisco insistiu sobre a mensagem da bondade da Criação de Deus.

"Toda a criação constitui um conjunto harmonioso, bom, mas os seres humanos em particular, criados à imagem e semelhança de Deus, formam uma única família, em que as relações estão marcadas por uma fraternidade real e não simplesmente de palavra: o outro e a outra são o irmão e a irmã que devemos amar, e a relação com Deus, que é amor, fidelidade, bondade, se reflete em todas as relações humanas e dá harmonia para toda a criação. O mundo de Deus é um mundo onde cada um se sente responsável pelo outro, pelo bem do outro."

A criação conserva a sua beleza que nos enche de admiração; ela continua a ser uma obra boa. Mas há também “violência, divisão, confronto, guerra”, continuou. "Isto acontece quando o homem, vértice da criação, perde de vista o horizonte da bondade e da beleza, e se fecha no seu próprio egoísmo."

Dito isso, o Papa afirmou que "quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito".

Quando isso acontece, "quebra a harmonia com a criação", chega a levantar a mão contra o irmão para matá-lo.

Podemos dizer que da harmonia se passa à desarmonia? Não – respondeu o Papa. Não existe a “desarmonia”: ou existe harmonia ou se cai no caos, onde há violência, desavença, confronto, medo...

E fazendo um forte chamado à consciência de cada um, o Pontífice disse:

"È justamente nesse caos que Deus pergunta à consciência do homem: «Onde está o teu irmão Abel?». E Caim responde «Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9).

Esta pergunta – continuou - também se dirige a nós, assim que também a nós fará bem perguntar:

"Acaso sou o guarda do meu irmão? Sim, tu és o guarda do teu irmão! Ser pessoa significa sermos guardas uns dos outros! Contudo, quando se quebra a harmonia, se produz uma metamorfose: o irmão que devíamos guardar e amar se transforma em adversário a combater, a suprimir."

"Quanta violência surge a partir deste momento, quantos conflitos, quantas guerras marcaram a nossa história! Basta ver o sofrimento de tantos irmãos e irmãs. Não se trata de algo conjuntural, mas a verdade é esta: em toda violência e em toda guerra fazemos Caim renascer. Todos nós!"

Com ênfase, Francisco ressaltou que "ainda hoje prolongamos esta história de confronto entre irmãos, ainda hoje levantamos a mão contra quem é nosso irmão. Ainda hoje nos deixamos guiar pelos ídolos, pelo egoísmo, pelos nossos interesses; e esta atitude se faz mais aguda: aperfeiçoamos nossas armas, nossa consciência adormeceu, tornamos mais sutis as nossas razões para nos justificar. Como fosse uma coisa normal, continuamos a semear destruição, dor, morte! A violência e a guerra trazem somente morte, falam de morte! A violência e a guerra têm a linguagem da morte!"

A esse ponto, o Papa perguntou-se se é possível percorrer outro caminho, se podemos sair desta espiral de dor e de morte. "Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz?"

"Invocando a ajuda de Deus, sob o olhar materno da Salus Populi romani, Rainha da paz, quero responder: Sim, é possível para todos!" – ponderou.

Na cruz podemos ver a resposta de Deus – frisou: "ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz."

O Santo Padre disse querer pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos, os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: "a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão e não acrescentes mais dor, segura a tua mão, reconstrói a harmonia perdida; e isso não com o confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas! A guerra sempre significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade".

Francisco recordou que perdão, diálogo, reconciliação são as palavras da paz: na amada nação síria, no Oriente Médio, em todo o mundo!

E concluiu com uma veemente exortação: "Rezemos pela reconciliação e pela paz, e nos tornemos todos, em todos os ambientes, em homens e mulheres de reconciliação e de paz."
Fonte: Rádio Vaticano.

Setorização

O Setor I do centro atua de forma permanente com momentos de formação, oração, encontro com a comunidade pela base tendo em vista promover o povo de Deus a partir da Palavra. Atualmente o setor é formado por uma equipe com representação do Movimento Fé e Luz, Movimento Franciscano e Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.

Papa no Angelus: cesse a violência na Síria, não a guerras para vender armas; a paz requer paciência



Cidade do Vaticano (RV) - "Caminhemos com orações e obras de paz" e rezemos a fim de que, sobretudo na Síria, "cessem imediatamente a violência e a devastação".

Em estreita continuidade com a Vigília de oração e jejum celebrada neste sábado à noite na Praça São Pedro, também no Angelus deste domingo o Papa voltou a invocar a paz para todo o Oriente Médio. Diante de dezenas de milhares de pessoas, o Santo Padre repetiu com veemência: "Não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve"

Basta com o ódio entre povos irmãos e basta com as guerras que encobrem interesses mais perversos do que os objetivos oficiais a que se propõem. Na oração mariana, o Papa evidenciou mais uma vez a inutilidade da guerra, reiterando seu apelo em favor da paz na Síria e no mundo:

"Para que serve fazer guerras, tantas guerras, se não se é capaz de fazer essa guerra profunda contra o mal? Não serve para nada! Não está bem... Isso comporta, entre outras coisas, essa guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve. Dizer não à violência em todas as suas formas. Dizer não à proliferação das armas e a seu comércio ilegal. Existe muito. Existe muito!"

E é também abundante, objeta realisticamente o Pontífice, aquela "dúvida" que "fica" quando alguém impele a dar a palavra às armas:

"Fica sempre a dúvida: essa guerra ali, essa guerra acolá, porque há guerras em todos os lugares, é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial para vender essas armas no comércio ilegal?"

O Santo Padre fez apelo às consciências de cristãos, não cristãos e homens e mulheres de boa vontade, a fim de que façam uma escolha de campo em favor da "lógica do serviço", "não seguindo outros interesses senão os da paz e do bem comum". E a todos esses renovou o agradecimento com o qual concluíra na noite precedente as quatro horas da Vigília pela paz:

"Mas o compromisso deve seguir adiante: continuemos com a oração e com as obras de paz! Convido-vos a continuar a rezar para que cesse imediatamente a violência e a devastação na Síria e se trabalhe com um esforço renovado por uma justa solução do conflito fratricida."

Em seguida, o Sucessor de Pedro deteve-se sobre os países do Oriente Médio, referindo-se especificamente a alguns deles. "Rezemos também pelos outros países do Oriente Médio, particularmente pelo Líbano, para que encontre a desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque, para que a violência sectária dê lugar à reconciliação." E rezou por dois outros conflitos, um antigo e outro recente:

"Pelo processo de paz entre israelenses e palestinos, para que possa avançar com decisão e coragem. E rezemos pelo Egito, para que todos os egípcios, muçulmanos e cristãos, se comprometam em construir, juntos, uma sociedade para o bem de toda a população. A busca pela paz é um longo caminho que exige paciência e perseverança! Continuemos com a oração!"

Antes de despedir-se da multidão de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, Francisco recordou a Beatificação de Maria Golognesi, ocorrida neste sábado na localidade italiana de Rovigo.

"Viveu toda a sua vida a serviço dos outros, especialmente pobres e doentes, suportando grandes sofrimentos em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por este testemunho do Evangelho."

O Pontífice dirigiu, ainda, uma série de saudações a vários grupos presentes na Praça, entre os quais aos fieis do Patriarcado de Veneza, conduzidos pelo Cardeal Patriarca Francesco Moraglia.

Antes de desejar um bom domingo a todos, o Santo Padre concedeu a sua Bênção apostólica.
Fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Arcebispo Mamberti: não há solução militar para conflito na Síria, com a violência nenhum vencedor, mas só derrotados



Cidade do Vaticano (RV) - A diplomacia vaticana encontra-se a todo o vapor para cessar a guerra na Síria e evitar uma intervenção armada externa, o que alargaria o conflito e agravaria os sofrimentos da população envolvida.

Nesse sentido, todos os embaixadores junto à Santa Sé foram convocados a um encontro nesta quinta-feira no Vaticano para um colóquio com o Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti.

Na vigília do Dia de oração e jejum pela paz convocado pelo Papa, a Rádio Vaticano entrevistou o arcebispo sobre o encontro com os referidos diplomatas:

Dom Dominique Mamberti:- "Este encontro foi outra expressão da solicitude do Santo Padre e da Santa Sé pela paz no mundo e, em particular, naturalmente, acerca da situação na Síria, na esteira do comovente pronunciamento do Papa no Angelus de domingo passado. O longo conflito sírio já provocou por demais vítimas e sofrimentos e a situação humanitária adquiriu dimensões verdadeiramente intoleráveis. E é por isso que se tornou mais do que nunca necessário o Dia de jejum e oração convocado por Francisco, inclusive para recordar a todos que a paz, em primeiro lugar, é um dom de Deus, e que esse dom deve ser pedido e acolhido com coração humilde e aberto. Para além da oração, junto à oração, se faz necessário um renovado esforço diplomático, conforme o lugar que a Santa Sé ocupa na comunidade internacional. E nesse encontro com os embaixadores reiterei o que o Santo Padre exortou, ou seja, o apelo às partes a não se fechar em seus interesses, mas a deixar de lado a violência e tomar com coragem o caminho do encontro e da negociação. Pedimos à comunidade internacional que fizesse todo esforço para promover, sem mais tardar, iniciativas claras em favor da paz, sempre baseadas no diálogo e na negociação. É óbvio que não há uma solução militar para o conflito: se a violência continua, não se terá vencedores, mas somente derrotados, como dizia o Papa Bento XVI no discurso ao Corpo diplomático."

RV: Há muita apreensão pela população civil envolvida no conflito: neste âmbito, qual é a situação dos cristãos na Síria?

Dom Dominique Mamberti:- "Obviamente, a situação é muito difícil para todas as comunidades na Síria, no sentido que a violência não poupa ninguém. Todavia, sendo a comunidade cristã uma minoria no país, é particularmente vulnerável e são muitos os cristãos que tiveram que abandonar as suas casas. Muitos deles deixaram o país. Os cristãos são vítimas da violência cega: gostaria de recordar o assassinato de Pe. François Mourad e o seqüestro de numerosos cristãos, entre eles dois bispos ortodoxos e alguns sacerdotes católicos, dos quais não se têm notícias. Ademais, muitas igrejas e instituições cristãs sofreram destruições e grandes danos. Porém, os cristãos não podem e não devem perder a esperança: eles estão presentes na Síria desde o início da difusão do cristianismo e querem continuar fazendo parte do conjunto social, político e cultural do país e contribuir para o bem comum das comunidades das quais fazem parte plenamente, sendo artífices de paz e reconciliação e carregando com eles aqueles valores que podem fazer a sociedade evoluir rumo a um maior respeito pelos direitos e dignidade das pessoas. Além disso, gostaria de ressaltar, a Igreja Católica, bem como as outras Igrejas e comunidades cristãs, está engajada na linha de frente com todos os meios de que dispõe na assistência humanitária à população cristã e não-cristã." (RL)

Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Fé e Luz em Mipibu

No dia 1º de setembro, o bispo que acompanha o Movimento Fé e Luz, Dom Sérgio, diocese de Araçatuba-SP, presidiu a Santa Missa na Matriz de San'Ana e São Joaquim. O nosso Pároco, o Padre Matias Soares, contribui bastante com o apoio e incentivo. Que a paz possa reinar em nossos corações e o Fé e Luz ser testemunho de amor e fidelidade à Igreja.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Reflexão

"Conhecido foi o dialogo em 1924-1925 que Jung manteve com um indígena da tribo Pueblo no Novo México nos USA. Este indígena achava que os brancos eram loucos. Jung lhe perguntou por que os brancos seriam loucos? Ao que o indígena respondeu:”Eles dizem que pensam com a cabeça”. “Mas é claro que pensam com a cabeça” retrucou Jung. “Como vocês pensam”? – arrematou. E o indígena, surpreso, respondeu: ”Nós pensamos aqui” e apontou para o coração" (Memórias,Sonhos, Reflexões, p. 233).