segunda-feira, 22 de julho de 2013

A TRADIÇÃO DA FESTA DOS PADROEIROS SE FORTALECEU PELA BASE

Parecia que a crise mundial tinha afetado a tradicional festa dos padroeiros. Ledo engano a tradição se fortaleceu nesses últimos três anos através de um trabalho pastoral de base conhecido com a setorização. Quando se diz que a tradição desapareceu está se mostrando na verdade uma forma de difamação da tradição. Ela não desaparece mas revive de forma profunda e eficaz. O clima da festa dos padroeiros, hoje, comprova o resgate da dignidade do povo de Deus. "A importância da tradição é que ela possibilita a identidade de uma pessoa ou grupo ao longo da história como base de seu sentimento de dignidade" (C. BOFF). Sentimos uma imensa alegria porque esta festa nos confirma como povo de Deus que mantém as raízes da fé. Duas colunas, duas gerações diferentes e uma só tradição: Monsenhor Barros e o Padre Matias Soares. A tradição está fortalecida aos olhos da fé dos homens de boa vontade. Viva nossos padroeiros! (CARLOS)

Francisco aos jovens: "Coração cheio de alegria para celebrar com vocês a JMJ"



Cidade do Vaticano (RV) – Como programado, o Papa Francisco deixou o aeroporto de Fiumicino esta manhã, pouco depois das 8h45, a bordo de um avião da companhia Alitalia, dando início à sua primeira viagem internacional, por ocasião da 28ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.

Antes de embarcar carregando pessoalmente sua bagagem de mão, o Pontífice cumprimentou as autoridades locais, entre as quais o Primeiro-Ministro italiano, Gianni Letta. Integram a comitiva papal o Secretário de Estado, Card. Tarcisio Bertone, o Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, o Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Card. Marc Ouellet, e o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de estado, Dom Angelo Becciu.

Viajam no mesmo avião do Santo Padre cerca de 70 jornalistas, de 15 nacionalidades. Entre os brasileiros, há oito repórteres e dois cinegrafistas. Da Argentina, apenas dois jornalistas.

A chegada ao Rio de Janeiro está prevista para as 16h locais (21h de Roma), onde será acolhido no aeroporto Tom Jobim pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff. A cerimônia de boas-vindas será feita uma hora depois no Palácio Guanabara – ocasião em que o Pontífice fará o primeiro dos 15 discursos em solo brasileiro. A seguir, haverá a visita de cortesia à Presidente, a troca de presentes, e dois breves encontros com o Governador do Rio, Sérgio Cabral, e o Prefeito da cidade, Eduardo Paes.

Estes dois eventos, seja a cerimônia de boas-vindas, seja a visita de cortesia, serão transmitidos ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português, a partir das 16h50 – hora local. (21h50 – horário de Roma).

O Papa deixa o Palácio Guanabara às 18h15 e segue para a Residência do Sumaré, onde ficará hospedado até o final de sua visita ao Rio, no dia 28 de julho. Terça-feira, não estão previstos eventos públicos com o Pontífice.

Aos jovens que já estão no Rio de Janeiro, Francisco tuitou: “Dentro de algumas horas chego ao Brasil, e já sinto o coração cheio de alegria por em breve estar celebrando com vocês a 28ª JMJ”.
Fonte: Rádio Vaticano

domingo, 21 de julho de 2013

Papa no Angelus: "Servir os pobres nos conduz a Jesus". Francisco pede as preces de todos por sua viagem ao Rio



Cidade do Vaticano (RV) – Na oração do Angelus da manhã deste domingo, 20, Papa Francisco pediu aos fiéis, turistas e romanos que o aclamaram na Praça São Pedro que o acompanhem com as orações na viagem que fará a partir de segunda-feira, 22, ao Rio de Janeiro.

Francisco desembarcará na cidade às 16h (hora local) e participará a partir de quinta, 25, da Jornada Mundial da Juventude. Seu primeiro evento público no Rio de Janeiro será a celebração da missa de acolhida, na Praia de Copacabana, às 18h.

Dezenas de milhares de pessoas ouviram suas palavras neste domingo, e em meio a elas, o Papa entreviu uma faixa com os dizeres ‘Boa Viagem’, o que lhe deu a ocasião para pedir aos fiéis que o acompanhem ‘espiritualmente’ nesta Jornada.

Francisco disse ainda que no Rio e em todo o mundo esta será a ‘Semana da Juventude’ e convidou os jovens a questionar-se sobre o caminho que devem seguir em suas vidas.

Todos os que estarão no Rio querem ouvir a voz de Jesus: Senhor, o que devo fazer de minha vida? Vocês, jovens presentes aqui na Praça, façam a mesma pergunta ao Senhor”.

Antes da oração mariana, Francisco falou aos fiéis a respeito do Capítulo 10 do Evangelho de São Lucas, que narra a hospitalidade oferecida pelas irmãs Marta e Maria a Jesus em Betânia.

As duas foram acolhedoras com o Senhor, mas tiveram atitudes diferentes: enquanto Maria, aos pés do Senhor, escutava a sua palavra, Marta estava ocupada com seus afazeres, agitada por muitas coisas, e foi repreendida por Jesus. Com doçura, ele lhe explicou que se alguém quer verdadeiramente segui-lo, é necessário que se torne seu discípulo, escutando-o. Do contrário, não poderá agir em conformidade com a sua palavra.

As obras de serviço e caridade do cristão não devem jamais se separar da oração, da escuta da Palavra do Senhor, assim como o fez Maria, aos pés de Jesus, comportando-se como uma discípula. E por isso, Marta foi repreendida”.

O Papa explicou que servir e orar são dois comportamentos importantes, mas não contrapostos; devem ser vividos em unidade e harmonia.

A oração que não gera uma ação concreta em ajuda de nossos irmãos pobres, doentes, carentes, que precisam de nós, é uma oração estéril e incompleta. Por outro lado, quando no serviço eclesial se presta mais atenção no ‘fazer’, dando mais importância às funções e estruturas, corre-se o risco de servir apenas a sim mesmo e não a Deus, presente no irmão necessitado”.

Concluindo, o Papa citou São Bento, com o seu lema “ora et labora”, e lembrou que “é da contemplação, da relação da amizade que temos com o Senhor, que nasce em nós a capacidade de viver e de ter conosco o amor de Deus, sua misericórdia e ternura para com o próximo. E a consciência de que nossa atenção com o irmão carente e nosso trabalho de caridade nas obras de misericórdia nos aproximam do Senhor”.

No final do encontro, o Papa concedeu a sua bênção e desejou aos presentes "Bom domingo" e "Bom almoço".
(CM)
Fonte: Rádio Vaticano

Pessoas que falam pela boca de anjos sabem o que diz!


"Graças a Deus, temos pessoas que se preocupam com a verdadeira liberdade, e ajudam o nosso povo a se libertar de seus grilhões. Um exemplo é o nosso pároco que sempre está alerta a tudo que impede o nosso povo de ser livre. E verdadeiramente feliz."

Pescaria na festa dos padroeiros

O Movimento Fé e Luz contribuindo com a festa dos padroeiros, na festa mais bem articulada dos padroeiros. A fé e vida caminham juntas: é o povo de Deus participando e dando uma demonstração de que é possível uma sociedade feliz. Grupos responsáveis pela pescaria: Movimento Fé e Luz, Franciscanos e Catequese.

A liberdade que nasce do encontro com Jesus

A liberdade que nasce do encontro com Jesus
Evangelizar significa anunciar a boa nova de Jesus Cristo. O mundo de hoje necessita desse anúncio que nos dá a verdadeira liberdade. A liberdade que nasce do encontro pessoal com Jesus nos conduz à vida em plenitude. A liberdade que tratamos aqui não depende dos poderes político e econômico. Estes, os poderosos, não determinam a ação de Deus na vida do povo humilde e empobrecido. Os mais simples e esquecidos das rodas sociais são os preferidos de Deus. Jesus Cristo quis estar com os mais pobres para com eles promover o Reino de Deus. O Evangelho suscita novas realidades, alimenta a esperança dos mais pobres e esquecidos do mundo. Por exemplo, a eleição do Papa Francisco foi uma boa notícia para os mais pobres, para aqueles anulados pelo sistema mundial de economia e política. Tudo isso porque o Papa Francisco devolve, pela graça de Deus, ao homem a esperança que parecia perdida. Isto é uma boa notícia! “Portanto, a notícia dá a conhecer a ação de Deus no meio dos homens” (Comblin).
O que é boa notícia para os pobres não será para os ricos. Vamos colocar os pés no chão. Vivemos num capitalismo selvagem que destrói até mesmo os valores sagrados. A vida é um dom de Deus. Mas tem gente morrendo de fome por falta de comida numa sociedade de abundância. Uma sociedade que deixa seus filhos morrerem de fome está muito longe de alcançar o cristianismo. Por isso, o que é boa notícia para os filhos de Deus não será para os poderosos mesmo que sejam batizados. Batizados mas não foram evangelizados.
A prática dos Césares não combina com o Reino de Deus. Césares: aqui faço a relação com os políticos corruptos, lacaios e patifes. Aquele que perdeu a aparência de homem justo e pratica a maldade é um seguidor dos césares. E está pronto para destruir a liberdade. “A liberdade é a capacidade de construir uma vida baseada no amor, e não num sistema” (Comblin). Será que o nosso povo é livre? (Carlos: Movimento Fé e Luz)

A refundação do Brasil?

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A refundação do Brasil? O sentido oculto das manifestações de rua

21/07/2013
        

         O que o povo que estava na rua no mes de junho queria, em último término, de forma consciente ou inconsciente? Para responder me apoio em três citações inspiradoras.

A primeira é de Darcy Ribeiro no prefácio ao meu livro O caminhar da Igreja com os oprimidos((1998):”Nós brasileiros surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão-somente gerar lucros empresariais exportáveis com pródigo desgaste de gentes”.

A segunda é de Luiz Gonzaga de Souza Lima na mais recente e criativa interpretação do Brasil:”A refundação do Brasil: rumo à sociedade biocentrada (São Carlos 2011):”Quando se chega ao fim, lá onde acabam os caminhos, é porque chegou a hora de inventar outros rumos; é hora de outra procura; é hora de o Brasil se Refundar; a Refundação é o caminho novo e, de todos os possíveis, é aquele que mais vale a pena, já que é próprio do ser humano não economizar sonhos e esperanças; o Brasil foi fundado como empresa. É hora de se refundar como sociedade”(contra-capa).

A terceira é do escritor francês  François-René de Chateaubriand (1768-1848):”Nada é mais forte do que uma ideia quando chegou o momento de sua realização”.

Minha impressão é que as multitudinárias manifestações de rua que se fizeram sem  siglas,sem cartazes dos movimentos e dos partidos conhecidos e sem carro de som, mas irrompendo espontaneamente, queriam dizer: estamos cansados do tipo de Brasil que temos e herdamos: corrupto, com democracia de baixa intensidade, que faz políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres, no qual as grandes maiorias não contam e pequenos grupos extremamente opulentos controlam o poder social e político; queremos outro Brasil que esteja         à altura da consciência que desenvolvemos como cidadãos e sobre a nossa importância para o mundo, com a biodiversidade de nossa natureza, com a criatividade de nossa cultura e como maior patrimônio que temos que é o nosso povo, misturado, alegre, sincrético, tolerante e místico.

Efetivamente, até hoje o Brasil foi e continua sendo um apêndice do grande jogo econômico e político do mundo. Mesmo politicamente libertados, continuamos sendo reconolizados, pois as potências centrais antes colonizadoras, nos querem manter ao que sempre nos condenaram: a ser uma grande empresa neocolonial que exporta commodities, grãos, carnes, minérios como o mostra em detalhe Luiz Gonzaga de Souza Lima e o reafirmou Darcy Ribeiro citado acima. Desta forma nos impedem de realizarmos nosso projeto de nação independente e aberta ao mundo.

Diz com fina sensibilidade social Souza Lima:”Ainda que nunca tenha existido na realidade, há um Brasil no imaginário e no sonho do povo brasileiro. O Brasil vivido dentro de cada um é uma produção cultural. A sociedade construíu um Brasil diferente do real histórico, o tal país do futuro, soberano, livre, justo, forte mas sobretudo alegre e feliz”(p.235). Nos movimentos de rua irrompeu este sonho exuberante de Brasil.

Caio Prado Júnior em sua A revolução brasileira (Brasiliense 1966) profeticamente escreveu: ”O Brasil se encontra num daqueles momentos em que se impõem de pronto reformas e transformações capazes de reestruturarem a vida do país de maneira consentânea com suas neessidades mais gerais e profundas e as espirações da grande massa de sua população que, no estado atual, não são devidamente atendidas”(p. 2). Chateaubriand confirma que esta idéia acima exposta madurou e chegou ao momento de sua realização. Não seria sentido básico dos reclamos dos que estavam, aos milhares, na rua? Querem um outro Brasil.

Sobre que bases se fará a Refundação do Brasil? Souza Lima diz que é sobre aquilo que de mais fecundo e original temos: a cultura brasileira.”É através de nossa cultura que o povo brasileiro passará a ver suas infinitas possibilidades históricas. É como se a cultura, impulsionada por um poderoso fluxo criativo, tivesse se constituído o suficente para escapar dos constrangimentos estruturais da dependência, da subordinação e dos limites acanhados da estrutura socioeconômica e política da empresa Brasil e do Estado que ela criou só para si.   A cultura brasileira então escapa da mediocridade da condição periférica e se propõe a si mesma com pari dignidade em relação a todas as culturas, apresentando ao mundo seus conteúdos e suas valências universais”(p.127).

Não há espaço aqui para detalhar esta tese original. Remeto o leitor/a a este livro que está na linha dos grandes intérpretes do Brasil a exemplo de  Gilberto Freyre, de Sérgio Buarque de Hollanda, de Caio Prado Jr, de Celso Furtado e de outros. A maioria destes clássicos intérpretes, olharam para trás e tentaram mostrar como se construíu o Brasil que temos. Souza Lima olha para frente e tenta mostrar como podemos  refundar um Brasil na nova fase planetária, ecozóica, rumo ao que ele chama “uma sociedade biocentrada”.

Não serão estes milhares de manifestantes, os protagonistas antecipadores do ancestral e popular sonho brasileiro? Assim o queira Deus e o permita a história.
Fonte: Leonardo Boff