terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Catecismo Jovem

Fé é conhecimento e confiança. [21] 
(Catecismo Jovem)

Bento XVI: Que 2013 traga espaço para boas notícias e o silêncio


Agência Ecclesia


O Papa pediu apoio aos que vivem “situações de pobreza e de marginalização, bem como as famílias em dificuldade"
O Papa Bento XVI presidiu hoje, 31, no Vaticano uma cerimônia de agradecimento a Deus pelo ano que passou, pedindo que 2013 traga mais espaço para o silêncio e para as boas notícias.

“O mal faz mais barulho do que o bem: um assassinato brutal, a propagação da violência, injustiças graves fazem notícia; pelo contrário, os gestos de amor e de serviço, o cansaço quotidiano suportado com fidelidade e paciência, muitas vezes na sombra, não aparecem”, enfatizou o Papa, na homilia da cerimônia.

Bento XVI sustentou, neste contexto, que as pessoas não se podem limitar apenas às notícias para perceber o mundo e a vida. "Temos de ser capazes de permanecer no silêncio, na meditação, na reflexão calma e prologada; devemos saber parar para pensar”, prosseguiu.

De acordo com o Papa, esta é uma maneira de encontrar “cura” para as “feridas inevitáveis do cotidiano” e chegar à “sabedoria que permite avaliar as coisas com olhos novos.
A cerimônia incluiu a proclamação do hino ‘Te Deum’ (nós te louvamos, Senhor), um dos mais antigos hinos litúrgicos da Igreja, que se canta em celebrações solenes de ação de graças. “Qualquer que seja o andamento do ano, fácil ou difícil, estéril ou rico de frutos, nós damos graças a Deus”, disse Bento XVI, numa reflexão a partir deste hino.

O Papa destacou que no ‘Te Deum’, cantado neste dia em milhares de igrejas, se encontra uma “sabedoria profunda”: “Esta sabedoria faz-nos dizer que, apesar de tudo, há bem no mundo e este bem está destinado a vencer graças a Deus, o Deus de Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado”.

Projetando 2013, no qual a Igreja Católica prossegue o Ano da Fé iniciado em outubro, Bento XVI deixou votos de que os próximos meses levem a uma “maior consciência de que o encontro com Cristo é a fonte da verdadeira vida e de uma esperança sólida”.

“A fé arrisca-se a ficar obscurecida em contextos culturais que são obstáculos para o seu enraizamento pessoal e a sua presença social”, alertou. O Papa desafiou os cristãos à coerência de vida, em particular os que são pais, para que deem um exemplo enquanto “educadores da fé”.

Dirigindo-se aos fiéis de Roma, Bento XVI destacou a “complexidade da vida numa grande cidade” e a cultura que “muitas vezes surge com indiferente na relação com Deus”.

Este testemunho, frisou o Papa, implica o apoio aos que vivem “situações de pobreza e de marginalização, bem como as famílias em dificuldade, especialmente quando têm de assistir pessoas doentes e com deficiência”.

O primeiro dia de 2013 será assinalado por Bento XVI por uma missa na Basílica do Vaticano, às 9h30, na solenidade litúrgica de Maria Santíssima, Mãe de Deus, e 46.º Dia Mundial da Paz.
Que o Senhor vos abençoe e proteja no novo ano.

Bento XVI na Solenidade da Mãe de Deus: "O homem é feito para a paz, que é dom de Deus"



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Bento XVI celebrou na manhã deste 1º dia de 2013, na Basílica de São Pedro, a Missa da Solenidade de Maria Santíssima, a Santa Mãe de Deus.

No início de sua homilia, o Santo Padre destacou como “é particularmente significativo que no início de cada novo ano Deus projeta sobre nós, seu povo, a luminosidade de seu santo Nome que é pronunciado três vezes na solene fórmula da bênção bíblica. E não menos significativo é que ao Verbo de Deus – que <<se fez carne e veio habituar no meio de nós>> como a <<luz verdadeira, que ilumina todo homem>> – seja dado oito dias após o seu natal – como nos narra o Evangelho de hoje – o nome de Jesus”. "É por este nome que estamos aqui reunidos.”

Após, Bento XVI saudou os presentes, começando pelos Embaixadores do Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, seguido por seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone. Ao Cardeal Turkson e a todos os componentes do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz agradeceu pelo empenho em difundir a Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que este ano tem como tema “Bem-aventurados os construtores de paz".

Falando sobre a inspiração para a Mensagem do Dia Mundial da Paz deste ano, baseada no Evangelho de São Mateus ‘Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus’, explicou o Santo Padre: “infelizmente, apesar de o mundo ainda estar marcado por ‘focos de tensão e de conflitos causados pelas crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo prevalecimento de uma mentalidade egoísta e individualista expressa inclusive por um capitalismo financeiro desregulado’, bem como por diferentes formas de terrorismo e de criminalidade, tenho a convicção de que ‘as multíplices obras de paz, das quais o mundo é rico, testemunham a inata vocação da humanidade à paz. Em toda pessoa o desejo de paz é aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o desejo de uma vida plena, feliz e bem realizada. O homem é feito para a paz que é dom de Deus”.

E acrescenta: “a bem-aventurança diz que ‘a paz é dom messiânico e obra humana ao mesmo tempo. É paz com Deus, no viver segundo a sua vontade. É paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação’. Sim, a paz é o bem por excelência a ser invocado como dom de Deus e, ao mesmo tempo, a ser construída com todo esforço”.

Ao meditar sobre o fundamento, a origem e a raiz desta Paz, Bento XVI destaca a figura de Maria, que permaneceu inabalável diante de tantas dificuldades: “Como podemos sentir a paz em nós, apesar dos problemas, das obscuridades, das angústias? A resposta nos é dada pelas Leituras da liturgia de hoje. Os textos bíblicos, sobretudo o texto extraído do Evangelho de Lucas, pouco antes proclamado, nos propõem contemplar a paz interior de Maria, a Mãe de Jesus. Cumprem-se para ela, durante os dias em que <<deu à luz o seu filho primogênito>>, muitos eventos imprevistos: não somente o nascimento do Filho, mas antes a viagem cansativa de Nazaré a Belém, o não encontrar lugar no alojamento, a busca fortuita de um refúgio durante a noite; e depois o canto dos anjos e a visita inesperada dos pastores. Em tudo isso, porém, Maria não se perturba, não se agita, não fica transtornada com os fatos maiores do que ela; simplesmente pondera, em silêncio, o que acontece, guarda-o em sua memória e em seu coração, refletindo sobre eles com calma e serenidade”.

E ressalta o Santo Padre: “Essa é a paz interior que queremos ter em meio aos eventos por vezes tumultuosos e confusos da história, eventos dos quais muitas vezes não entendemos o sentido e que nos desconcertam”.

O Santo Padre, explicando a identidade de Maria como Mãe de Deus, disse: “segundo a Lei de Moisés, após oito dias do nascimento, a criança deveria ser circuncidada, e naquele momento lhe era dado o nome. Deus mesmo, mediante a sua mensagem, havia dito a Maria – e também a José – que o nome a ser dado ao Menino era <<Jesus>>”. “Aquele nome que Deus já havia estabelecido antes mesmo que o Menino fosse concebido, agora lhe é dado oficialmente no momento da circuncisão. E isso marca uma vez para sempre também a identidade de Maria: ela é <<a mãe de Jesus>>, ou seja, a mãe do Salvador, do Cristo, do Senhor. Jesus não é um homem como qualquer outro, mas é o Verbo de Deus, uma das Pessoas divinas, o Filho de Deus: por isso a Igreja deu a Maria o título de Theotokos, isto é, <<Mãe de Deus>>”.

E recorda bento XVI, referindo-se à primeira Leitura, Bento XVI: “a paz é dom de Deus e está ligada ao esplendor do rosto de Deus, segundo o texto do Livro dos Números, que transmite a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembléias litúrgicas”. “Da contemplação da face Deus nascem alegria, segurança e paz”.

Então Bento XVI explica o significado concreto do contemplar a face do Senhor: “Significa conhecê-lo diretamente, por quanto é possível nesta vida, mediante Jesus Cristo, no que se revelou. Gozar do esplendor da face de Deus significa penetrar no mistério do seu Nome a nós manifestado por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da sua vontade, a fim de que possamos viver segundo o seu desígnio de amor sobre a humanidade”. “O Filho de Deus feito carne fez-nos conhecer o Pai, fez-nos perceber em sua face humana visível a face invisível do Pai; através do dom do Espírito Santo derramado em nossos corações, fez-nos conhecer que n'Ele também nós somos filhos de Deus”.

E o Santo Padre acrescentou que a contemplação do esplendor da face de Deus Pai em Jesus Cristo, que nos torna também filhos, nos dá “a mesma segurança que o menino tem nos braços de um pai bom e onipotente”, e é nesta contemplação que reside “o princípio daquela paz profunda - <<paz com Deus>> - que está indissoluvelmente ligada à fé e à graça”. “Nada pode tirar dos fiéis esta paz, nem mesmo as dificuldades e os sofrimentos da vida”.

Por fim, o Pontífice pediu a Virgem Maria, venerada hoje com o título de Mãe de Deus, que nos ajude a contemplar a face de Jesus, Príncipe da Paz. “Que nos auxilie e nos acompanhe neste novo ano; alcance para nós e para o mundo inteiro o dom da paz”. (RL - JE)

A missão do blog "Fé e Política"

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A missão do blog "Fé e Política" é evangelizar, fomentar a leitura e formar multiplicadores da mensagem cristã. Uma boa articulação entre a Palavra de Deus e o mundo real facilitará a compreensão do nosso papel na comunidade. Não existe um instrumento melhor de construção da liberdade que supere a leitura. Essa é a nossa proposta. Aqui o mais importante não é a quantidade mas a qualidade. Acreditamos na capacidade dos bons que diante dos desafios que estão postos para 2013 não se calarão. Entendemos que nossa missão é profética no sentido de anunciar um caminho diferente e de denunciar as injustiças. Claro que por meio de reflexões com respeito a dignidade humana.
Temos um povo carente de paz, solidariedade, liberdade, fraternidade. Temos um povo que sofre as consequências de práticas excludentes no campo político, social, econômico e cultural. O mais afetado é o pobre que vive sem nenhuma perspectiva para um futuro melhor. A política que defendo é a do bem comum, que não dispensa ninguém dos benefícios construídos por todos. Nesse tipo de comunidade, todos são importantes, desaparece aqueles que são considerados privilegiados por via de uma educação libertadora. Nessa comunidade todos são iguais em direitos e deveres. É importante lembrar que a fé faz sentido nessa comunidade porque sem Jesus Cristo não há salvação. No grupo de Cristo não há lugar para covardia, falsidade, inveja, rancor, preguiça e outros. 
Faz tempo que o Evangelho vem sendo preparado para fazer parte dos contextos em cada cultura, em cada povo. Que a boa nova de Jesus possa reinar em nossas vidas nesse ano novo. 
(CARLOS: Movimento Fé e Luz) 
Evangelho (Lc 2,16-21)

Hoje, a Igreja contempla agradecida a maternidade da Mãe de Deus, modelo de sua própria maternidade para com todos nós. Lucas nos apresenta o “encontro” dos pastores “com o Menino”, o qual está acompanhado de Maria, sua Mãe, e de José. A discreta presença de José sugere a importante missão de ser custódio do grande mistério do Filho de Deus. Todos juntos, pastores, Maria e José, «Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2,16) é como uma imagem preciosa da Igreja em adoração.

“A Manjedoura”: Jesus já está na manjedoura, numa noite alusiva à Eucaristia. Foi Maria quem o colocou lá! Lucas fala de um “encontro”, de um encontro dos pastores com Jesus. Em efeito, sem a experiência de um “encontro” pessoal com o Senhor, a fé não acontece. Somente este “encontro”, o qual se entende um “ver com os próprios olhos”, e em certa maneira um “tocar”, faz com que os pastores sejam capazes de chegar a ser testemunhas da Boa Nova, verdadeiros evangelizadores que podem dar a conhecer o que lhes haviam dito sobre aquela Criança. «Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino» (Lc 2,17).

Aqui vemos o primeiro fruto do “encontro” com Cristo: «Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores» (Lc 2,18). Devemos pedir a graça de saber suscitar este “maravilhamento”, esta admiração naqueles a quem anunciamos o Evangelho.

Ainda há um segundo fruto deste encontro: «Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito» (Lc 2,20). A adoração do Menino lhes enche o coração de entusiasmo por comunicar o que viram e ouviram, e a comunicação do que viram e ouviram os conduz até a pregaria de louvor e de ação de graças, à glorificação do Senhor.

Maria, mestra de contemplação —«Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração» (Lc 2,19)— nos dá Jesus, cujo nome significa “Deus salva”. Seu nome é também nossa Paz. Acolhamos coração este sagrado e doce Nome e tenhamo-lo frequentemente nos nossos lábios!