sábado, 15 de setembro de 2012

Há 50 anos, o Concílio
Data:
terça-feira, 11 Setembro 2012
No próximo dia 11 de outubro, em Roma, será comemorado o 50º aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano 2º. Na ocasião, o papa Bento 16 também dará início ao Ano da Fé, que se estenderá até à festa de Cristo Rei, 24 de novembro de 2013. Será um evento memorável, que fará a memória do mais importante momento da vida da Igreja no século 20.

Embora permanecendo a mesma na sua identidade, natureza e missão, a Igreja mudou muito a partir do Concílio. Mudou para ser mais ela própria. Lembro de uma comparação usada no passado, com certa frequência, para explicar a necessidade das “reformas” conciliares: é como uma bela imagem que as pessoas gostam muito e, por isso mesmo, vão queimando vela em sua homenagem, penduram fitas, colocam coroas e outros enfeites e até vestem a imagem com pano. Tudo, porque gostam e querem expressar o carinho para com aquela imagem querida...

Chega um momento em que já não se consegue mais ver bem a imagem, de tanto enfeite e fuligem de vela... Aos poucos, só se vê o adorno e quem não conhecia a imagem original, perde o apreço por ela, pois não compreende o sentido de tanto adorno... É preciso, então, fazer um restauro, retirando os “acréscimos” que escondiam a imagem, para restituir-lhe a beleza e o sentido originários... Comparação é comparação.  “Omnis comparatio claudicat” (toda comparação tem defeitos), já diziam os latinos. Fiquemos com o aspecto verdadeiro, para aplicar essa comparação à Igreja.

A reforma, ou renovação conciliar, teve a intenção de ajudar a Igreja a voltar-se para o mais essencial; antes de tudo, para perceber de onde ela própria vem e que a sua razão de ser e existir não vem dela, mas do amor de Deus Trindade, da Palavra reveladora do desígnio de salvação de Deus para com o homem (Constituição Dogmática Dei Verbum), A Igreja queria compreender-se melhor como povo agraciado por Deus, chamado e enviado a proclamar ao mundo a Boa Nova, testemunha do Reino de Deus entre os homens; era necessário clarear novamente a parte de cada membro na vida e na missão da Igreja (Constituição Dogmática Lumen Gentium).

Para melhor realizar isso, foi feita a renovação da Liturgia, da disciplina e organização da Igreja, da formação, vida e missão dos bispos, presbíteros, religiosos e leigos, para que cada um destes grupos componentes da Igreja pudesse viver melhor sua vocação e missão no seio da Igreja e no coração do mundo. Era necessário reafirmar mais uma vez, e de maneira clara, que a Igreja é missionária e não pode deixar de cumprir o mandato de Cristo, de ir e proclamar o Evangelho a todos os povos. Vários decretos e outros documentos do Concílio deram indicações para a revitalização da Igreja, que se fazia muito necessária.

Mas também era necessário que a Igreja se colocasse no compasso do tempo e da história, propondo-se como anunciadora, servidora e testemunha de Boas Novas para o homem contemporâneo, dialogando com o mundo, sem deixar-se absorver por ele; a Igreja tem muito mais para dizer ao homem do que aquilo que ele não deve fazer: ela tem uma luz forte a irradiar sobre a dignidade da pessoa humana e a reta ordem do viver e conviver entre todos os membros da comunidade humana, que ela não pode reter para si e deve partilhar, para a vida plena do homem (Constituição Pastoral Gaudium et Spes).

Por isso mesmo, no Concílio Ecumênico Vaticano 2º, a Igreja abriu-se para ouvir e dialogar com os cristãos de outras Igrejas e grupos, com os crentes de religiões não-cristãs e também com os não crentes. Não é porque ela estivesse pouco convicta da própria verdade, mas porque apenas na atitude do diálogo se consegue compreender as razões do outro e empreender um caminho que tenha algo em comum. Desde o Concílio, muitos passos foram dados nesse caminho, nem sempre fácil.Seria muito pouco, se olhássemos o Concílio Vaticano 2º apenas como um acontecimento do passado. O cinquentenário de sua realização também é ocasião para avaliar os frutos já produzidos; e também para perceber as inevitáveis falhas na aplicação do Concílio, ao longo desses anos todos. E isso tudo nos ajudará a perceber melhor a graça do Concílio e quanto ele ainda tem para ajudar a Igreja nos próximos anos. O Concílio foi concluído em 1965; mas a obra do Concílio está longe de estar concluída!

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 11.09.2012

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

MARTÍRIO DE CUNHAÚ




Em 16 de julho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por mais de 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama, localizado a Zona Agreste do Rio Grande do Norte. Por seguirem a religião católica, tiveram que pagar com a própria vida o preço da fé, por causa da intolerância calvinista dos invasores.

Três meses depois, aconteceu outro martírio, onde 80 pessoas foram mortas por holandeses, entre elas, o camponês Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Este morticínio aconteceu na Comunidade Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante – a 18 km de Natal, litoral do RN.

Fragmentos da História dos Protomártires:
Segundo o Postulador da Causa dos Mártires, Monsenhor Francisco de Assis Pereira, em seu livro Protomártires do Brasil:
“Os holandeses chegaram à Capitania do Rio Grande, no dia 08 de dezembro de 1633. Depois da rendição pelos portugueses da Fortaleza dos Reis Magos, que defendia a entrada marítima da Cidade (de Natal) , a prinicipal preocupação dos invasores foi assumir, o quanto antes, os pontos estratégicos que garantiam a economia da região e subsistência da população.
A economia do Rio Grande do Norte era ainda bastante primitiva. Viviam os moradores das plantações de milho e mandioca, da pesca e da criaçào de gado. O rebanho do Rio Grande era calculado em 20.000 cabeças de gado. Um viajante holandês assim descreve o modo de viver do povo da capitania ocupada:
‘As pastagens são ali excelentes e os habitantes não têm outra riqueza senão o gado, com o que fazem muito dinheiro; entretanto, a maioria do povo é miserável mal tendo de que viver; pegam ali muito peixe, plantam grande quantidade de mandioca para fazer farinha e também muito milho, o que tudo é trazido aqui para Pernambuco; há igualmente abundância de caça e de frutos silvestres.’ ( Adriaen Verdonck)
Os relatórios oficiais e os cronistas holandeses sublinham a importância de estoque de carne e peixe do Rio Grande para suprir às necessidades de suas tropas, principalmente no período de guerra. Diz o relatório dos Três Altos Conselheiros:
‘Durante as revoltas dos portugueses, quando não podíamos ter acesso ao interior e nada podíamos alcançar deste, foi do Rio Grande que não somente os fortes da Paraíba, como também as outras guarnições, foram mantidos com carne e peixe.’(Relatório dos Três Altos Conselheiros)
O mesmo é dito pelo cronista Nieuhof:
‘Daí vieram os fartos abastecimentos de carne e peixe para as vossas guarnições da Paraíba e outras partes, durante a rebelião dos portugueses.’
Uma outra fonte de renda para o Rio Grande era a lavoura de cana de açúcar. Na capitania do Rio Grande havia apenas dois engenhos: o Potengi e o Cunhaú. O primeiro a ser invadido pelos holandeses foi o Potengi, por estar mais próximo de Natal. O engenho Potengi não representava muito para a economia do Rio Grande. Encravado em terras pouco férteis, já estava quase desativado, de fogo morto, como se costuma dizer. Na época da invasão, pertencia a Francisco Rodrigues Coelho que aí residia com sua família.
Com a chegada dos flamengos a Natal, vários moradores importantes da capitania se refugiaram no engenho, na esperança de que sobreviessem reforços da Paraíba e de Pernambuco. Os holandeses os perseguiram: no dia 14 de dezembro, seis dias após o desembarque em Natal, deixaram a Fortaleza dos Reis Magos em três grandes botes de vela e seguiram , Potengi acima, e depois por terra, até o engenho com a ajuda de tapuias da tribo dos Janduis, mataram Francisco Coelho, sua mulher e seis filhos, e todas as outras pessoas que ali se encontravam, em número de sessenta.
Foi este o primeiro grande morticínio perpetrado, pelos flamengos em solo potiguar. Dada, porém, a ausência de motivação religiosa, esta chacina não apresenta as característica de um verdadeiro martírio de fé.
O engenho Cunhaú, a 80 Km de Natal, construído na sesmaria dada por Jerônimo de Albuquerque, em 02 de maio de 1604, aos seus filhos Antônio e Matias, era o mais importante centro da economia do Rio Grande.
O vale do Cunhaú, onde estava situado o engenho, irrigado pelo rio do mesmo nome, constituía um imenso campo verdejante de canaviais e plantações de milho e mandioca. Toda a colheita de cana de açúcar era moída no engenho que chegou a safrejar, anualmente, de seis a sete mil arroubas de açúcar. O vale possuía também extensas áreas de criação de gado, cuja carne abastecia toda a região.
A produção de açúcar, carne e farinha era exportada para Pernambuco e Paraíba, através do Rio Cunhaú que desemboca no Oceano Atlântico. A Barra do Cunhaú era guarnecida por uma fortificação construída pelo portugueses e tonada pelo flamengos em 1634.
Por tudo isso, Cunhaú se tornou o alvo da ambição e cobiça dos holandeses na sua ânsia de dominar toda a região e controlar a sua economia. Sua posição estratégica, a meio caminho da Paraíba, fez de Cunhaú um palco de lutas sangrentas, vinganças e saques entre portugueses, índios e holandeses.
A primeira invasão de Cunhaú pelos holandeses ocorreu em 1634. O engenho que, então, pertencia a Antônio de Albuquerque Maranhão, foi confiscado e vendido ao sargento-mor Joris Gartsman e ao conselheiro político Balthasar Wintges. Posteriormente, estes o venderam a Willem Beck e Hugo Graswinckel. Quando dos acontecimentos que estamos por narrar, o engenho voltara às mãos de um português, Gonçalo de Oliveira, que adquirira por suas ligações de amizade com os holandeses.

O morticínio na Capela de Cunhaú:
Passadas as turbulências que caracterizaram o início da ocupação, a vida do engenho parecia ter voltado à normalidade. Ao redor da Capela de Nossa Senhora das Candeias, da casa-grande e do engenho, viviam pacatamente 70 modestos colonos com suas famílias. Inteiramente dedicados aos seus trabalhos na lavoura e na moagem da cana. Nada indicava qualquer alteração neste ritmo. Novas tempestades, porém, já davam sinais no horizonte.
O movimento de insurreição contra o domínio holandês já começara em Pernambuco mas, na longínqua capitania do Rio Grande tudo parecia normal. Bastou, porém, a presença de uma só pessoa para que o clima se tornasse tenso: Jacó Rabe, um alemão a serviço dos holandeses, chegara repentinamente a Cunhaú, no dia 15 de julho de 1645.
Rabe era um personagem por demais conhecido dos moradores de Cunhaú. Freqüentes eram aquelas incursões por aquelas paragens, sempre acomoanhado de seus amigos e liderados, os ferozes tapuias, semeando por toda parte ódio e destruição. A simples presença de Rabe e dos tapuias já constituía motivo suficiente para suspeitas e temores.
Além dos tapuias, Jacó Rabe trazia, desta vez, consigo alguns potiguares com o chefe Jererera e soldados holandeses, uma vez que se apresentava em missão oficial, dizendo-se portador de uma mensagem do Supremo Conselho Holandês, do Recife aos moradores de Cunhaú.
No dia seguinte, 16 de julho, um Domingo, aproveitando a presença de um grande número de colonos na igreja, para a missa dominical celebrada pelo Pároco Pe. André de Soveral, Jacó Rabe mandara afixar nas portas da igreja um edital, convocando a todos para ouvirem as Ordens do Supremo Conselho, que seriam dadas após a missa.
Muitos compareceram, mas uma chuva torrencial, providencialmente caída naquela manhã, impediu que o número fosse maior. (...)
Como havia um certo receio pela presença de Jacó Rabe alguns preferiram ficar esperando na casa de engenho.
Chegou a hora da missa. Os fiéis, em grupos de familiares ou de amigos, se dirigiram à igrejinha de Nossa Senhora das Candeias. Levados apenas pelo preceito de cumprir o preceito religioso, evidentemente não portavam armas, proibidas pelas autoridades holandesas, mas só alguns bastões que encostaram nas paredes do pórtico.
O Pe. André inicia a celebração. Após a elevação da hóstia e do cálice, erguendo o Corpo do Senhor, para a adoração dos presentes, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da Igreja e se deu início à terrível carnificina.
Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelo flamengos com a ajuda dos tapuias e potiguares.
Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se rebelaram. Ao contrário, ‘entre mortais ânsias se confessaram ao sumo sacerdote Jesus Cristo Senhor Nosso, pedindo-lhe cada qual, com grande contrição perdão de suas culpas”, enquanto o Pe. André estava ‘exortando-os a bem morrer, rezando apressadamente o ofício da agonia”.



Eleições: votar bem é preciso


A Igreja tem como missão evangelizadora e pastoral, recebida de Jesus Cristo, iluminar a consciência das pessoas com a luz do Evangelho e dos valores do Reino de Deus, motivando-as ao exercício da plena cidadania. Neste sentido, o Papa Bento XVI disse que “a política é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”.E ainda mais: “a Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Cf. Deus Caritas Est, 28).Os cristãos e toda população chamados a exercerem um de seus mais expressivos deveres de cidadão, que é o voto livre e consciente, escolham bem os candidatos em quem vão votar. Candidatos que estejam comprometidos com o bem comum. Não votar em candidatos com promessas, promessas e promessas ilusórias. Votar em candidatos com Ficha Limpa, dignos de confiança, para colocar fim à corrupção eleitoral. Não aceitar ato tão imoral como a compra e venda de votos. É ilegal e imoral vender o próprio voto, em troca de benefícios de qualquer espécie. Como é também imoral e ilegal a tentativa de comprar votos. É preciso votar em candidatos que respeitem a vida, preservem o meio ambiente, valorizem a educação, lutem por atendimento melhor na saúde, executem o saneamento básico, segurança pública, superação da violência urbana e rural e das drogas. As eleições municipais marcadas para o próximo dia sete de outubro colocam em disputa os projetos que discutem os problemas mais próximos do povo. Um tempo particularmente propício para a participação consciente e responsável de todos na vida política, seja como eleitor, seja como candidatos a prefeitos e a vereadores, fazendo valer a mensagem: “voto não tem preço, tem consequências!”. Não vote apenas levado pela propaganda ou pelo interesse financeiro pessoal. Voto não é troca de favores, mas uma escolha livre.O exercício do voto é um direito e um dever de cada cidadão, e este deve exercê-lo segundo a sua própria consciência. Umvoto consciente resulta na dignidade da vida, na moralidade pública e no bem comum.Nada mais justo, pois, do que batalhar por uma eleição limpa, confiável e que devolva esperança ao povo. Abrir horizontes para “um novo Estado, caminho para uma nova sociedade do bem viver”.“Incentive-se cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e instituições” e “como cidadãos cristãos, cabe nos empenharmos na busca de políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos” (DGAE, 115 e 116). “O vasto e complexo mundo da política, da realidade social e da economia é campo próprio dos leigos” (EN 70). A Igreja “não concorda com a militância político-partidária de membros do clero ou de religiosos” (CNBB, Doc. 22,5; Puebla 524). E estes também não subam em palanques, nem façam campanhas e nem propagandas partidárias. A política deve ser praticada como busca sincera do bem-comum, de modo a promover os direitos dos cidadãos, a começar do âmbito municipal, e não segundo os interesses particulares de candidatos, de indivíduos ou de grupos. O exercício do voto é um dos mais importantes atos de cidadania para as transformações sociais nos municípios e no país. Empenhemo-nos na tarefa de ajudar a construir uma sociedade justa, fraterna e solidária. É bom lembrar que votar é importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos prefeitos e vereadores, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas. Deus abençoe e ilumine a todos e todas, eleitores e candidatos, nas eleições municipais deste ano, para o bem de todo o povo!

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena é Bispo da Diocese de Guarabira - PB e Secretário da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2).

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Bispos do Regional Nordeste 3 divulgam nota sobre a saúde pública

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cnbb-ne32Os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe) estiveram reunidos na diocese de Ilhéus (BA) para debater assuntos fundamentais para a caminhada da Igreja nos estados da Bahia e Sergipe. Entre os assuntos, um que teve particular destaque, que foi o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, Fraternidade e Saúde Pública.
Aproveitando a oportunidade, os bispos divulgaram uma nota sobre as polícias públicas no país.
Segue a nota sobre o tema:
Dentre as políticas públicas, a saúde é prioridade
Nós Bispos do Regional NE3 da CNBB, que compreende os Estados da Bahia e Sergipe, reunidos em Ilhéus, refletimos o tema da CF 2012: “A Fraternidade e a Saúde Pública” e lema: “Que a Saúde se difunda sobre a terra”.
Considerando que o Sistema Único de Saúde (SUS) é um excelente meio de atendimento de saúde para todos os brasileiros;
Considerando que o SUS não responde às necessidades da população e que reina uma grande insatisfação pelas carências dos serviços de saúde que são prestados, principalmente à população de baixa-renda;
Considerando a necessidade de maiores investimentos de verbas públicas para a saúde;
Declaramos nosso apoio e incentivo ao “Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública”, pela coleta de assinaturas para o “Projeto de lei de iniciativa popular para assegurar o repasse de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira”.
Participando desse abaixo assinado, estaremos colaborando pela melhora da qualidade de serviços em prol da saúde do nosso povo.
Ilhéus, 23 de agosto de 2012
Bispos do Regional Nordeste 3 presentes à reunião em Ilhéus-BA entre os dia 21 e 23 de agosto de 2012.

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12/09/2012

Bento XVI: A oração nos educa a ver os sinais de Deus

Dando sequência ao ciclo de catequeses sobre a oração, o Papa Bento XVI dedicou a Catequese desta quarta-feira, 12, à segunda parte do livro do Apocalipse. Ele lembrou que, mesmo em meio às dificuldades, a Igreja não se fecha em si mesma e continua a afirmar que o mal não vence o bem. Desta forma, os cristãos devem permanecer otimistas e entender que a oração nos educa para vermos os sinais de Deus, que possui toda a vitória.

"...como cristãos não podemos nunca ser pessimistas; sabemos bem que no caminho da nossa vida encontramos muita violência, mentira, ódio, perseguição, mas isto não nos desencoraja. Sobretudo, a oração nos educa a ver os sinais de Deus, a sua presença e ação nos faz sermos nós mesmos luzes do bem, que espalham a esperança e indicam que a vitória é de Deus".

O Pontífice destacou a necessidade dos fiéis se aprofundarem na leitura da história em que vivem, a fim de contribuírem com o desenvolvimento do Reino de Deus. "E este exercício de leitura e de discernimento, como também de ação, está ligado à oração", disse.

Bento XVI lembrou que, após o apelo feito por Cristo na primeira parte do Apocalipse para que os fiéis ouvissem o que o Espírito diz à Igreja, a assembleia é convidada a subir ao céu para ver a realidade com os olhos de Deus. Isso traz três símbolos que são pontos de referência para a leitura da história: o trono de Deus, o Cordeiro e o livro.

O Papa explicou que esses três símbolos nos fazem lembrar qual é o caminho para saber ler os fatos da história e da nossa própria vida e que, olhando para o céu, no relacionamento constante com Jesus, o povo aprende a ver as coisas de um modo novo.

“A oração é como uma janela aberta que nos permite ter o olhar voltado para Deus, não somente para nos recordar a meta para a qual nos dirigimos, mas também para deixar que a vontade de Deus ilumine o nosso caminho terrestre e nos ajude a vivê-lo com intensidade e compromisso”.

O Santo Padre lembrou ainda que o mundo está repleto de males causados pelo homem, mas que isso não deve ser motivo de desânimo. "Diante dessa realidade, muitas vezes dramática, a comunidade eclesial é convidada a não perder nunca a esperança, a crer firmemente que a aparente onipotência do Maligno colide com a verdadeira onipotência de Deus".

A importância da oração também foi outro aspecto enfatizado por Bento XVI. Ele ressaltou que não existem orações inúteis; Deus, em seu amor e misericórdia, sempre responde às nossas orações, mesmo que de forma misteriosa.

“Muitas vezes, diante do mal se tem a sensação de não poder fazer nada, mas é a nossa própria oração a primeira resposta e mais eficaz que podemos dar e que faz mais forte o nosso cotidiano empenho em espalhar o bem”.

Fonte: Canção Nova
 


Sábado, 15 de setembro de 2012
Como estar sempre cheio de Deus?

Depende da sede que você tem. Ter Deus é necessário e muito simples. Quem não tem sede do Senhor - e nem mesmo pede ao menos para tê-la - jamais provará da Água da Vida.

E quem tem sede, e sabe que a tem, mas nada faz, continua sedento. Por outro lado, quem tem sede e pede, com total confiança em Deus, em vez de um copo, a vida sacia-o com uma fonte que não cessa de jorrar do próprio interior.

Eis o segredo! É assim que a gente aprende a permanecer em Deus!
Basta pedir agora, neste momento, e continuar pedindo com uma sede que não se acaba.
É um exercício espiritual.

 Mensagem do dia
 
Sábado, 15 de setembro 2012
Coloque a Palavra de Deus em prática
''Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática'' (Lc 11, 28). São Tiago vai nos dizer: ''Sede realizadores da Palavra e não apenas ouvintes que se iludiram a si mesmos'' (Tg 1, 22). Por que se iludiriam a si mesmos? Porque tinham conhecimento da Palavra, mas sem fruto; sem transformação de vida. São aqueles de quem Jesus fala no Sermão da Montanha: "Aquele que ouve a Palavra de Deus, mas não a põe em prática é como o homem que construiu a casa sobre a areia. De nada adiantou todo o esforço e todo investimento: a casa ruiu no primeiro vendaval'' (cf. Mt 7, 26ss).

Em nosso método de ler a Bíblia e fazer o diário espiritual, a última questão é a mais importante: ''Como vou colocar esta Palavra em prática?'' Nesse momento somos desafiados a colocá-la em prática. É como se Deus mesmo nos desafiasse: "Façam a prova e vejam como a minha Palavra 'funciona'''. Ela é viva, ela é eficaz. Ela se realiza. Basta colocá-la em prática. A Palavra de Deus é como a semente: se plantar, nasce.

Neste mês da Bíblia, você e eu somos convidados a esse passo importantíssimo na nossa caminhada: colocar a Palavra de Deus em prática. Faça a experiência. Você vai perceber, com surpresa, o quanto ela é concreta. Ela pode ser vivida por qualquer pessoa e está ao alcance de todos. Experimente fazer isso. É isso que o Senhor quer para cada um de nós: que não gastemos mais tempo e esforço à toa. Construir, sim, mas construir sobre a rocha. Conhecer a Palavra de Deus e colocá-la em prática no nosso dia a dia é uma experiência maravilhosa. Você verá!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova